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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Evangelho sexta feira 8 de agosto - S. Domingos de Gusmão

08 Vivamos o dia a dia, esforçando-nos para reconhecer em cada acontecimento a vontade de Deus Nosso Senhor. (L 68). São José Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 16,24-28

"Então Jesus disse aos discípulos: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará. De fato, que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida? Ou que poderá alguém dar em troca da própria vida? Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta. Em verdade, vos digo: alguns dos que estão aqui não provarão a morte sem antes terem visto o Filho do Homem vindo com o seu Reino". "  

Meditação:
 

O caminho da formação do seguidor de Jesus lança suas raízes na natureza dinâmica da pessoa e no convite pessoal de Jesus Cristo, que chama os seus pelo nome e estes O seguem porque lhe conhecem a voz. O Senhor despertava as aspirações profundas de seus discípulos e os atraía a Si, maravilhados.

O Documento de Aparecida no nº 277 diz que
“o seguimento é fruto de uma fascinação que responde ao desejo de realização humana, ao desejo de vida plena. O discípulo é alguém apaixonado por Cristo, a quem reconhece como Mestre que o conduz em acompanha.

As leituras da liturgia de hoje,  segunda sexta feira de agosto, nos colocam  diante da ternura de Deus que quer ser próximo do povo, o êxtase diante das maravilhadas operadas pelo  Senhor e  as libertadoras  e amorosas  exigências do Evangelho.

Os cinco versículos do evangelho de hoje são a continuidade das palavras de Jesus a Pedro que meditamos ontem. Neles, podemos perceber que Jesus simplifica tudo que devemos fazer para estar ao lado dele e conhecer o reino dos céus.

Jesus, desta vez, não utiliza parábolas, mas nos conduz a muita reflexão sobre o que foi dito! A sua primeira exortação foi: "Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga".

O que seria para nós, nos dias de hoje, renunciar a nós mesmos? A nossa rotina, o nosso cotidiano, muitas vezes está repleto de atitudes humanas, erros comuns ao mundo em que vivemos, mas que aos olhos de Deus são pecados que o desagradam.

Por isto, Jesus não quer que morramos, ao renunciar nossas vidas, mas que vivamos neste mundo sem pertencer a este mundo. Jesus quer que nossa vida, nossas atitudes reflitam o amor de Deus, e transcendam aos olhos humanos, ou seja, Ele quer que pertençamos unicamente a Deus.

No segundo trecho da passagem de hoje, Jesus nos exorta à persistência; pois uma vez renunciada a nossa vida humana/mundana, não poderemos/devemos mais resgatá-la.

Jesus não esconde nem abranda as exigências do discipulado. Não permitiu que Pedro tomasse a dianteira e o colocou no seu devido lugar:
“Atrás de mim!” O evangelho de hoje explicita estas exigências para todos nós;

Jesus tira as conclusões que valem até hoje: "Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga
”.

Naquele tempo, a cruz era a pena de morte que o império romano impunha aos marginais e bandidos. Tomar a cruz e carregá-la atrás de Jesus era o mesmo que aceitar ser marginalizado pelo sistema injusto que legitimava a injustiça.

A Cruz não é fatalismo, nem é exigência do Pai. A Cruz é a conseqüência do compromisso livremente assumido por Jesus de revelar a Boa Nova de que Deus é Pai e que, portanto, todos e todas devem ser aceitos e tratados como irmãos e irmãs.

Por causa deste anúncio revolucionário, Jesus foi perseguido e não teve medo de dar a sua vida. Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão (Jo 15,13).

O testemunho de Paulo na carta aos Gálatas mostra o alcance concreto de tudo isto:
“Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio do qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo”. (Gl 6,14)

Ele termina aludindo às cicatrizes das torturas que sofreu:
“De agora em diante ninguém mais me moleste, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus” (Gal 6,17).

Os versículos 25-26 explicitam valores humanos universais que confirmam a experiência de muitos, cristãos e não cristãos. Salvar a vida, perder a vida, encontrar a vida.

A experiência de muitos ensina o seguinte: Quem vive atrás de bens e de riqueza, nunca fica saciado.

Quem se doa aos outros esquecendo-se a si mesmo, sente uma grande felicidade. É a experiência das mães que se doam, e de tanta gente que não pensa em si, mas nos outros.

Muitos fazem e vivem assim quase por instinto, como algo que vem do fundo da alma. Outros fazem assim, porque tiveram uma experiência dolorosa de frustração que os levou a mudar de atitude.

Jesus tem razão em dizer: Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la”. Importante é o motivo: “por causa de mim”, ou como diz em outro lugar: “por causa do Evangelho” (Mc 8,35).

Ele termina:
“Com efeito, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que um homem pode dar em troca da sua vida?

Esta última frase evoca o salmo onde se diz que ninguém é capaz de pagar o preço do resgate da vida:
“O homem não pode comprar seu próprio resgate, nem pagar a Deus o preço de si mesmo. É tão caro o resgate da vida, que nunca bastará para ele viver perpetuamente, sem nunca ver a cova”. (Sl 49,8-10).

Os dois últimos versículos se referem à esperança do povo com relação à vinda do Filho do Homem no fim dos tempos como juiz da humanidade, como é apresentado na visão do profeta Daniel (Dn 7,13-14).

O primeiro versículo diz:
“O Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a própria conduta” (Mt 16,27).

Nesta frase se fala da justiça do Juiz. Cada um vai receber conforme a sua própria conduta.

O segundo versículos diz:
“Alguns daqueles que estão aqui, não morrerão sem terem visto o Filho do Homem vindo com o seu Reino”. (Mt 16,28).

Esta frase é um aviso para ajudar a perceber a vinda de Jesus como Juiz nos fatos da vida.

Alguns achavam que Jesus viria logo (1Ts 4,15-18). Jesus, de fato, veio e já estava presente nas pessoas, sobretudo nos pobres. Mas eles não o percebiam. Jesus mesmo tinha dito:
“Aquela vez que você ajudou o pobre, o doente, o sem casa, o preso, o peregrino, era eu!” (Mt 25,34-45).

Reflexão Apostólica:

Jesus começa mais uma seção de catequese. Hoje Ele nos ensina que não existe o verdadeiro discipulado senão aquele que passe pela cruz.

Assim como ele renunciou a sua divindade assumindo a nossa carne pecadora e posteriormente abraçando a cruz até ao fim assim também todo e qualquer discípulo. Se alguém quer ser meu discípulo, renuncie-se a si mesmo. Tome a sua cruz todos os dias e siga-Me.

Segui-lo no seu caminho de amor e de entrega da vida. A reação dos discípulos ante este discurso é de desânimo e frustração; questionam se vale a pena seguir um mestre que nada mais tem para oferecer do que a morte na cruz.

Jesus melhor do que ninguém sabe que depois da cruz vem a glorificação, faz-lhes uma grande contraproposta. É melhor perder agora para ganhar mais tarde. Aliás, como diz o ditado "quem ri por último, ri melhor".

O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Ficai sabendo que depois, do sofrimento, da tristeza, da calunia, das perseguições e da cruz vós vereis: o Filho do Homem virá na glória do seu Pai com os seus anjos e então recompensará cada um de acordo com o que fez. É um projeto de transfiguração gloriosa de Jesus.

A cena constitui uma palavra de ânimo para os discípulos, pois nela se manifesta a glória de Jesus e se atesta que Ele é
– apesar da cruz que se aproxima – o Filho amado de Deus.

Os discípulos recebem, assim, o testemunho de que o projeto que Jesus apresenta é um projeto que vem de Deus. E por isso a advertência do Mestre: Aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas quem perder a sua vida por minha causa salvá-la-á.

Não basta ser cristão. É preciso reconhecer Deus em nossas vidas e em nossa realidade, para que possamos viver sua verdade presente no meio de nós. Jesus não nos ilude: Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Sua cruz é vida doada e partilhada para nossa redenção.

 Jesus identificou-se com o
“humano”, agraciado por Deus com um destino de glória e felicidade eterna. Agora Jesus dirige um convite a todos. O tema é o seguimento de Jesus, a meta é a “vida”.

Jesus é muito claro no Seu anúncio: não adianta nenhum de nós tentarmos
“salvar” a nossa vida. Todo esforço será em vão! Jesus é a Salvação e se querermos segui-Lo teremos que admitir a nossa parte nos encargos, nas responsabilidades, nas dificuldades.
Isto é tomar a cruz!

Às vezes nós queremos “escapar” das dificuldades e procuramos o caminho mais fácil e que exija de nós menos esforço, por isso, nós conduzimos a nossa vida pela porta larga da perdição e da ruína da alma.

Temos de ter consciência de que a nossa existência é breve, o tempo é curto e nós só vivemos uma só vez. Se começamos a querer cortar pedacinhos da nossa cruz, pode ser que para atravessarmos o vale da sombra da morte, nos falte a ponte que nos levará para a felicidade eterna!

Renunciar a si mesmo é abdicar da própria vontade, dos planos e desejos humanos e assumir a vontade de Deus abraçando a senda de sofrimento e de glória que o próprio Jesus trilhou. Pensemos nisto! 

Será que você tem tentado salvar a sua vida, deixando por menos algum encargo ou atribuição que só compete a você? Você tem consciência de que está vivendo a sua vida de acordo com aquilo que Deus espera de você? Você acredita que Deus pode realizar o que para você tem sido impossível?

Nós, muitas vezes, entregamos nossas dificuldades, nossos maiores erros nas mãos de Deus e, minutos ou dias depois, pegamos de volta como se tudo aquilo ainda nos pertencesse. Mas e aí, como fica nossa vida se estivermos sempre resgatando o que há de ruim em nós?

Jesus é bem claro: "Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la". O verdadeiro tesouro, a verdadeira vida e salvação, só encontraremos seguindo Jesus e renunciando a nós mesmos.

"De fato, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? Que poderá alguém dar em troca de sua vida?"

Muitas pessoas, hoje em dia, pensam que ao ganhar o mundo (ou seja, ganhar todo prestígio, reconhecimento, riqueza, bens pessoais, "amigos", entre outras coisas que o dinheiro traz), serão felizes...

Entretanto "de nada vale ao homem ganhar o mundo inteiro e vir a perder a vida eterna". Aqueles que tudo têm de material aqui na terra, nem sempre encontram a verdadeira felicidade, os verdadeiros amigos que são realmente um tesouro, o verdadeiro sentido da vida.

Por isto, passado algum tempo de encanto com toda riqueza, estas pessoas percebem que nada têm, que perderam toda sua vida juntando o que não valia a pena, o que não era bom.

Quantas pessoas nós conhecemos que tem tudo e ao mesmo tempo nada têm?  Muitas vezes me acho mais rica que muitas pessoas que andam em carros luxuosos e moram em mansões (sozinhas com os empregados).

Para estas pessoas que encontram o verdadeiro sentido da vida, "o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá, a cada um, de acordo com a sua conduta". 

Poderemos, então, estar diante do Pai recebendo dEle tudo que, em nossas vidas, entregamos confiantes e esperançosos; sem nos envergonharmos de nossa vida, apesar das faltas e erros pelo caminho, pois saberemos que tentamos acertar, caminhando junto com Jesus e renunciando a nós mesmos.

Jesus em recompensa nos diz: "Em verdade vos digo: Alguns daqueles que estão aqui não morrerão antes de verem o Filho do Homem vindo com seu Reino". Porque não é necessário morrer para ver o Filho do Homem e seu reino.

Que abismo de profundidade no tema do seguimento de Cristo! Ele chama e exige entrega irrestrita, corajosa, sem meias medidas!

O discípulo se sente fascinado. Não há outra palavra que exprima melhor o sentimento daquele que foi sendo tocado pelo Senhor.

Consciente de conservar sua liberdade, aquele que é chamado caminha para uma luz que quase irresistivelmente o chama. O Mestre exige abandono do mundo dos pequenos interesses, do ganho, do lucro, das vantagens, das satisfações menores.

Há que renunciar. Uma força estranha age no coração do discípulo exigindo tal renúncia. Haverá momentos em que a cruz aparecerá na vida daquele que segue Jesus.

Sem ela o discípulo não prova o seguimento do Mestre. Há um corajoso deixar. Francisco de Assis, no começou de sua vida de seguimento de Jesus, lembra que o Altíssimo o levou ao mundo dos leprosos que lhe causavam literalmente enjôo.

Ele abraça os seres decrépitos e deixa o mundo, começando uma vida esplendorosa de seguimento de Cristo, que ele designará de vida de penitência, de deixar o mundo, isto é, o espírito das coisas pequenas, de baixo
….

De que serve ter bens, aplausos, riqueza, prestígio se o coração do homem se distanciar das exigências do mundo novo?

De que serve uma família bem instalada, com bens e filhos doutores e mestres, de gente que corre, mas esqueceu de colocar os passos nos passos de Jesus?

Há os que perdem tudo, para tudo ganharem. São os santos, são os heróis do Evangelho. Seja você um deles e terá tudo em abundância!

Propósito:


Pai, dá-me a pobreza e a coragem necessárias para ser seguidor de teu Filho Jesus e realizar obras que merecerão a recompensa divina. Senhor Jesus, ajuda-me não só a acompanhar-te com nobres pensamentos, mas a caminhar pelo teu caminho com o coração, mais ainda com os passos concretos da nossa vida quotidiana. Liberta-me do medo da cruz, do medo diante da troça dos outros, do medo que a minha vida possa escapar-me se não aproveitar tudo o que ela me oferece. Ajuda-me a desmascarar as tentações que me prometem a vida, mas cujas conseqüências me deixam, no fim, sem objetivo e desiludido. Ajuda-me a não me fazer senhor da minha vida, mas a dá-la.

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