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domingo, 27 de abril de 2014

Evangelho segunda feira 28 de abril - S. Pedro Chanel

Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São João 3,1-8


"Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era líder dos judeus. Uma noite ele foi visitar Jesus e disse:
- Rabi, nós sabemos que o senhor é um mestre que Deus enviou, pois ninguém pode fazer esses milagres se Deus não estiver com ele.
Jesus respondeu:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo.
Nicodemos perguntou:
- Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?
Jesus disse:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode
entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. Quem nasce de pais humanos é um ser de natureza humana; quem nasce do Espírito é um ser de natureza espiritual. Por isso não fique admirado porque eu disse que todos vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito."

Meditação

No Evangelho de hoje, o diálogo com Nicodemos acontece durante a primeira visita de Jesus a Jerusalém, depois da expulsão dos comerciantes do Templo.

Nicodemos representa o grupo dos fariseus. Encontra-se com Jesus, furtivamente, à noite. Reconhece que Deus está com Jesus, mas está apegado à expectativa do messias glorioso.

Sua formação legalista não lhe permite entender a mensagem de Jesus, em sua linguagem simbólica. Não compreende o que é nascer do alto, nascer da água e do Espírito. Em lugar da rigidez da Lei carnal, é o Espírito que a todos conduz.
A ressurreição de Jesus suspende a ordem das coisas, o status quo vigente, derrubando-o e fazendo renascer um novo ser humano e, por meio dele, nasce uma nova ordem.

É aqui o grande desafio para o cristão, porque é precisamente através de pessoas abertas a esse influxo que opera a força renovadora da ressurreição.

É isto que é apontado no diálogo entre Jesus e Nicodemos. Se não há disposição pessoal para permitir essa força renovadora, e se não há interesse em colocar-se ao serviço dessa re-criação, o acontecimento da Ressurreição não tem efeitos concretos.

É muito significativa a colocação do evangelista: “É noite”, e também a qualidade da personagem: é um personagem principal de Israel; ao longo do diálogo, Jesus afirma “você é mestre de Israel...”.

No evangelho de João a noite é símbolo de escuridão. Nicodemos, ainda que Mestre, não vê com clareza o caminho e por isso recorre a Jesus; ele está convencido de que Jesus pode iluminar seu caminho, pois “se não viesse da parte de Deus, não poderia ensinar nem fazer semelhantes sinais."
Os sinais feitos por Jesus despertaram a fé em muitos. Jesus percebia que era uma fé superficial, misto de curiosidade e sinceridade.

Reconhecer as obras de Jesus não é suficiente para compreender plenamente o sentido de sua missão; faz falta o algo a mais, o “nascer de novo”.

Quando Jesus fala de um novo nascimento desde “cima”, refere-se a mudar por completo a mentalidade comum de compreender a Deus e aos seres humanos, é preciso assumir uma nova mentalidade, novos comportamentos e novas atitudes que permitam entender e vivenciar a lógica do Reino de Deus.

A ação do Espírito e a eficácia do batismo possibilitam ao homem e à mulher abrir-se plenamente ao mistério de Deus e comprometer-se com seu projeto. Somos conscientes da missão que assumimos por meio do sacramento do batismo?

Reflexão Apostólica
Nada mais cabível para quem caminha para Pentecostes: Ser novo, nascer de novo!

Ser novo ou nascer de novo é se empenhar em atitudes e gestos novos; é buscar um coração renovado; é traçar metas e tempos para abandonar os hábitos antigos; é parar de só falar e fazer; parar de prometer e escrever o que pretende fazer; é antes de tudo rezar para que tudo caminhe sob a batuta de Deus.

Não sei porque, mas lembrei-me agora do Felippe (da Sofia), da minha Equipe 2, com suas excelentes reflexões, pragmáticas e cheias de espiritualidade. Acho que é porque esta reflexão está um pouco "musical".

Voltando ao assunto, diríamos que a vida é como uma composição musical: Fazemos a letra, mas é a vida que toca! Escrevemos cada linha, cada frase, cada verso, mas depois de pronta, somos reflexos do que escrevemos ou fazemos.

Quem põe o ritmo é a motivação do Espírito Santo dentro de cada um de nós. Um Espírito nono é inquieto. (…) O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito

Uma nova melodia só poderá surgir de uma nova letra,  de um novo verso, (…). Trocar algumas notas muda apenas a forma de se cantar, mas não altera em nada a letra da canção. Para mudar é preciso reescrever a letra que a vida cantará.

(…) Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior. Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam“. (Mt 9,16-17)

Talvez os grandes erros que cometemos serão versos que não conseguiremos apagar da nossa mente, mas também NÃO DEVERÃO SER O REFRÃO DA NOSSA MÚSICA.

Como mecanismo de defesa temos mania de relembrar o refrão (erros) dos outros. O entanto, repetir toda hora o refrão é hábito de quem só olha os defeitos dos outros, dos invejosos, dos medíocres… Todos têm coisas boas a serem exploradas na letra de sua canção, mas não conseguem crescer sufocadas pelos refrões.

Lembrei de uma história que ouvi o padre Fábio de Melo contar no seu programa direção espiritual. Contava ele que uma tribo africana que conheceu compõe uma canção para cada pessoa que nasce.

Cada um tem sua própria canção. Nos momentos marcantes da vida dessa pessoa essa música é cantada por seus parentes e amigos.

O que me chamou atenção foi o fato relatado que quando alguém se desvia na conduta TODA a tribo se reúne, colocando-a no centro de uma grande roda, onde cantam a canção da pessoa para que ele recorde quem é e também a alegria do seu nascimento, tentando trazê-lo de volta a realidade, resignificando o seu passado.

Ser novo também carece que deixemos que os outros também tenham a oportunidade de mudar a letra da sua canção a qualquer momento.

Como cristãos devemos fazer o possível para que isso aconteça, ou seja, criar situações favoráveis e agradáveis para que isso ocorra. Dar oportunidade ao novo, trazer pessoas novas, convidar novos integrantes, chamar pessoas a dividir a responsabilidade…

Ser novo é ser querigmático, é encantar, é promover… Ser velho é ter apego a um lugar, uma postura, a um cargo. Ser novo é não ter medo de sentar novamente no banco e receber as graças, é avançar, é sonhar…

Para sermos por completos novos devemos cooperar para que outros também sejam. Somos uma tribo que não canta a canção dos outros. Vamos mudar esse paradigma.

Não é difícil pois, até a minha Equipe 2 aprendeu a cantar divinamente o Magnificat de Battmann.

Propósito: Descobrir e viver a novidade da Ressurreição de Jesus. O Espírito me indicará os novos caminhos..


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