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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Evangelho terça feira 17 dezembro

Mateus 1,1-17

"Esta é a lista dos antepassados de Jesus Cristo, descendente de Davi, que era descendente de Abraão.
Abraão foi pai de Isaque, Isaque foi pai de Jacó, e Jacó foi pai de Judá e dos seus irmãos. Judá foi pai de Peres e de Zera, e a mãe deles foi Tamar. Peres foi pai de Esrom, que foi pai de Arão. Arão foi pai de Aminadabe, que foi pai de Nasom, que foi pai de Salmom. Salmom foi pai de Boaz, e a mãe de Boaz foi Raabe. Boaz foi pai de Obede, e a mãe de Obede foi Rute. Obede foi pai de Jessé, que foi pai do rei Davi.
Davi e a mulher que tinha sido esposa de Urias foram os pais de Salomão. Salomão foi pai de Roboão, que foi pai de Abias, que foi pai de Asa. Asa foi pai de Josafá, que foi pai de Jorão, que foi pai de Uzias. Uzias foi pai de Jotão, que foi pai de Acaz, que foi pai de Ezequias. Ezequias foi pai de Manassés, que foi pai de Amom, que foi pai de Josias. Josias foi pai de Jeconias e dos seus irmãos, no tempo em que os israelitas foram levados como prisioneiros para a Babilônia.
Depois que o povo foi levado para a Babilônia, Jeconias foi pai de Salatiel, que foi pai de Zorobabel. Zorobabel foi pai de Abiúde, que foi pai de Eliaquim, que foi pai de Azor. Azor foi pai de Sadoque, que foi pai de Aquim, que foi pai de Eliúde. Eliúde foi pai de Eleazar, que foi pai de Matã, que foi pai de Jacó. Jacó foi pai de José, marido de Maria, e ela foi a mãe de Jesus, chamado Messias.
Assim, houve catorze gerações desde Abraão até Davi, e catorze, desde Davi até que os israelitas foram levados para a Babilônia. Daí até o nascimento do Messias, também houve catorze gerações.
"
 


Meditação:

A vinda de Jesus ao mundo foi precedida de uma história: a história do povo de Israel, que tem o seu início com Abraão, desenvolve-se até atingir o seu apogeu com o Rei Davi, depois entra em declínio até atingir o seu ponto mais baixo com Josias e o exílio da Babilônia, para depois evoluir até chegar à plenitude dos tempos com Jesus, Deus presente e atuante na história dos homens, que vai ser a realização da promessa a Abraão que nele serão abençoadas todas as nações da terra e a salvação chega para todos os povos com a libertação do pecado e da morte e a presença do próprio Deus na vida de todos nós. Ufa! Que parágrafo comprido...

A narrativa bíblica, no Antigo Testamento, é pontuada com personagens que são elos para as cadeias de genealogias que foram instrumento de afirmação da pureza racial no judaísmo que surgiu após o exílio. Serviam também para reivindicar estirpes sacerdotais e identificar vocações messiânicas. Elas foram elaboradas em uma seqüência ordenada em blocos de sucessão.

Neste sentido, Mateus apresenta uma genealogia em três blocos: de Abraão a Davi, de Davi ao Exílio, do Exílio a José. Nelas destacam-se dois personagens maiores: Abraão e Davi.

No período entre Davi e o Exílio, Mateus coloca a sucessão da realeza davídica, enquanto que Lucas segue outra ordem arbitrária. Lucas tem uma visão universalista da encarnação, menos atrelada à ideologia nacionalista davídica do judaísmo.

Mateus inicia seu evangelho com esta genealogia no sentido de vincular Jesus à descendência davídica a partir da paternidade de José.

O Evangelho de hoje lembra a genealogia de Jesus. O Antigo Testamento diz que o Salvador do mundo virá da descendência de Davi, por isso que Jesus também é chamado, em algumas passagens dos Evangelhos, de Filho de Davi.
       
Dois pontos são interessantes observar nesta meditação:

Primeiro: de Davi até José, a descendência passou apenas entre os homens. É claro que a nossa tradição católica diz que José não teve nenhuma participação na concepção de Jesus, mas apenas na sua criação.

Segundo: são observadas algumas contradições entre a genealogia apresentada nesta passagem de Mateus, e na genealogia apresentada em Lucas 3,23-38.

Enquanto que, em Mateus, a genealogia descendente vai de Abraão a José, em Lucas a genealogia ascendente vai de José a Adão. Uma das contradições diz respeito ao pai de José que, aqui em Mateus, é Jacó e, em Lucas, é Heli.

A explicação para isso pode ser uma tradição antiga entre os judeus, que dizia que o genro também era considerado filho. Portanto, ou Heli ou Jacó seria o pai de Maria.

Em Lucas 3,4-5, quando é falado do recenseamento de toda a terra, é reafirmado que José era "da casa e da família de Davi". Tudo isso para afirmar e confirmar que Jesus era da linhagem real, profetizada no Antigo Testamento.

Essa árvore genealógica vincula Jesus com aqueles que configuraram a história de seu povo, patriarcas, reis, sacerdotes, profetas; também mulheres estrangeiras e profetas populares. É uma releitura da história do povo de Israel, que desemboca em Jesus, o Messias.
É importante observar que, entre os antepassados de Jesus, há pessoas que foram instrumentos para realizar a vontade de Deus; esse é o caráter teológico deste relato.

Se não o vemos assim, facilmente podemos pensar que se trata de uma cadeia histórica de muitos homens poderosos, com pouca participação da mulher. Entretanto, é uma mulher, Maria, para qual a história converge e se desemboca.

Hoje somos convidados pela Palavra de Deus a recuperar a memória. Certamente em nossa comunidade, quem sabe, em nossa família, existiram homens e mulheres valiosos que foram testemunhas de autêntico compromisso cristão.

Reflexão Apostólica: 

O evangelista Mateus apresenta hoje uma esplêndida lista dos antepassados de Jesus. Trata-se de um exercício no qual confluem teologia e história.

Esta é a forma como as primeiras comunidades cristãs compreendiam a ação de Deus na historia: se Jesus é tão importante, é mais do que justo vincular suas origens a uma cadeia de pessoas muito importantes para o povo.

Também é muito importante, para a nossa reflexão de hoje, o valor dado aos nossos antepassados.

Dificilmente encontraremos alguém que saiba os nomes dos seus bisavós, muito menos dos seus tataravós, que representam apenas a 3ª e 4ª geração antes de nós.

Na época de Jesus, conhecer a genealogia era fundamental, principalmente quando a descendência era composta de pessoas importantes.

Qual a importância de se valorizar os antepassados? Conhecer a nossa origem. De onde viemos.

Também tem outro fator importante: conhecer a origem das nossas qualidades e defeitos mais profundos.

Dos nossos pais, não herdamos apenas a carga genética, mas muitos traços de personalidade, seja por imitação ou por "contra-imitação" consciente do que consideramos errado.

Por exemplo: quem cresceu recebendo atenção dos pais, vai considerar isso importante e vai ser assim com os filhos, e vai repassar isso de geração para geração.

Da mesma forma, quem cresceu sendo espancado pelos pais, pode considerar que essa é uma forma errada de educar os filhos, e nunca repetir essa atitude com seus filhos.

Você pode estar pensando: por que isso é importante? A resposta é fácil: Você ou seu (sua) filho (a) está pensando em casar?

Quando nos casamos com alguém, não casamos somente com uma pessoa, mas com toda a família dela. É claro, que de uma família ajustada, a probabilidade de sair uma pessoa ajustada é bem maior, em comparação com uma família desajustada.

Por isso, vai o conselho: conheça a família do(a) seu(sua) namorado(a); observe a forma como se tratam os pais dele(a); observe a forma como os pais dele(a) o(a) tratam; observe a forma como ele(a) trata os pais e os irmãos dele(a). E, o mais importante: converse sobre isso com ele(a).

Pode até ser difícil para ele(a), no início... mas se você deixa passar, todos os maus tratos que aconteciam na casa dele(a) vão repassar para a sua futura casa.

Lembremo-nos: traços de personalidade hereditários sempre têm uma grande influência (positiva ou negativa) na nossa personalidade.

Aproveitemos e observemos, também, as nossas próprias falhas hereditárias, e acreditemos: nós podemos ser melhores, basta querer, e nós queremos...

Propósito:
Pai, que a presença de teu Filho Jesus, na História, leve à plenitude a obra de tua criação, fazendo desabrochar, em cada coração humano, o amor para o qual foi criado.

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