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sábado, 7 de dezembro de 2013

Evangelho DOMINGO 8 dezembro - IMACULADA CONCEIÇÃO

Lucas 1,26-38

"Quando Isabel estava no sexto mês de gravidez, Deus enviou o anjo Gabriel a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. O anjo levava uma mensagem para uma virgem que tinha casamento contratado com um homem chamado José, descendente do rei Davi. Ela se chamava Maria. O anjo veio e disse:
- Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você.
Porém Maria, quando ouviu o que o anjo disse, ficou sem saber o que pensar. E, admirada, ficou pensando no que ele queria dizer. Então o anjo continuou:
- Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você. Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus. Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o rei Davi. Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca se acabará.
Então Maria disse para o anjo:
- Isso não é possível, pois eu sou virgem!
O anjo respondeu:
- O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de santo e Filho de Deus. Fique sabendo que a sua parenta Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez. Porque para Deus nada é impossível.
Maria respondeu:
- Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!
E o anjo foi embora.
"
Meditação:
Hoje celebramos a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Imaculada Conceição quer dizer que Maria, desde a concepção, foi preservada, por graça especial de Deus, da mancha do pecado original.

Ela foi sempre a “cheia de graça”, a totalmente plena de Deus. Esta fé sempre cultivada, foi solenemente proclamada como verdade pelo papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1854.

Com a solenidade da Imaculada Conceição, no tempo do Advento, celebramos, ao mesmo tempo, a “bendita entre as mulheres” e o “bendito fruto do seu ventre”, “o menino que vai nascer e que será chamado Filho de Deus”.

Com alegria e fé, “celebremos a Imaculada Conceição de Maria” e “adoremos o seu Filho Jesus Cristo, o Senhor”.

As leituras propostas para hoje (Gn 3,9-15.20, Ef 1,3-6.11-12, Sl 97/98) nos recordam este acontecimento.

O relato do Gênesis nos lembra que pela serpente encontrara permanente hostilidade com a mulher, e uma mulher pisará sua cabeça e esta lhe morderá seu calcanhar.

A tradição sempre viu neste texto a prefiguração no AT da figura de Mara, a mãe de Jesus, o Novo Adão, salvador de todos os homens, pelo qual o pecado foi derrotado.

Vemos que o Plano de Deus se realiza através de meios muito singelos e não reconhecidos pela sociedade: uma mulher, pobre, humilde, da periferia, é a interlocutora do mensageiro de Deus, que vincula Maria ao projeto libertador de Deus-Pai.

Eram dias em que o povo esperava de muitas formas a chegada do Messias. As difíceis condições de vida aumentavam as expectativas populares.

O evangelho de Lucas nos trás o relato da anunciação do anjo a Maria, mas não foi a única anunciação que nos narra o evangelho.

Também nos narra, capítulos antes, a anunciação do anjo a Zacarias. Lucas põe em paralelo, compara os dois anúncios para reafirmar o fato do anuncio de Jesus não se faz a um sacerdote, nem no templo como no caso de Zacarias; senão a uma mulher simples, de um pequeno povo de uma região muito pobre do país.

Ainda que Zacarias, sacerdote que oficiava no templo, que estava muito perto de Deus, não crê no anuncio que lhe fez o anjo.

Maria, mulher pobre e crente, de um lugar muito distante do Templo de Jerusalém, diz “SIM” ao projeto de Deus, aceita o incrível e o mais desejado na história de seu povo, ser a mãe de Jesus, o Salvador, o Messias.

Esta maneira de Lucas expor seu relato claramente está expressando que os grandes planos de Deus acontecem no simples, no cotidiano, em meio aos pobres.

Deus se manifesta de maneira inesperada na eleição de uma mulher do povo. Assim, o texto do evangelho mostra até onde chega a vontade de Deus.

Aquilo que se considerava impossível para a humanidade é possível para Deus; como a concepção de um filho por uma mulher idosa, no caso de Isabel; depois por uma jovem mulher sem esposo, no caso de Maria.

O Plano de Deus, em Jesus, transpassa as barreiras impostas pelas estruturas humanas: as barreiras religiosas, culturais, econômicas e sexuais. Maria, e nela todas as mulheres, é protagonista da salvação.

Ponhamos nas mãos de Deus a vida das mulheres, mães, filhas, irmãs, especialmente as que lutam de maneira comprometida por um mundo mais justo e igualitário.


Reflexão Apostólica:

Quais são seus planos? Quais são os seus projetos para os próximos cinco ou dez anos? Será que Maria não tinha outros planos? Como seria essa história que conhecemos sem o “sim” de Maria?

Um parêntese… Como entender o repúdio e às vezes a agressividade de alguns dos nossos irmãos evangélicos a pessoa de Maria? Como entender a veneração explicita a profetisas como Hulda, Mirian, ou a mulheres como Sara, Raquel, Ester, (…)? Mulheres que mudaram a história de seu povo através da ação e da fé em Deus, mas nenhuma delas foi a agraciada perante aos olhos de Dele como Maria. “(…) Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você

Quanto à pergunta inicial, se Maria tinha planos é por que todo ser humano sadio tem.

Temos planos desde a hora que acordamos, pois desde o planejamento diário do que farei inicialmente naquele dia a sucessão de acontecimentos que deverão acontecer para se alcançar algo maior como, por exemplo, para me formar, inicia com todo um processo longo de estudo e avaliações até sua conclusão final. No caso de Maria, Deus não muda seus sonhos, apenas lhe acrescenta um novo projeto.

Gravemos isso: Deus não muda por nada nossos sonhos, Ele apenas acrescenta novos projetos a eles.

Enquanto Maria meditava a gravidez, o anjo visita as aflições dela quanto ao pensar de José e revela a ele o desígnio de Deus quanto a sua jovem esposa.

Dizia um amigo que quando o projeto é de Deus, porta a porta, janela a janela vão se abrindo e a nós cabe TESTEMUNHAR COM A FÉ.

Quantas pessoas foram convidadas por Deus a abraçar causas que pareciam inalcançáveis? Quantos como Isabel, Deus gerou já na velhice um novo projeto como a guarda ou a proteção de um neto? Quantos também questionaram a Deus o porquê de sua escolha para um serviço se tantos outros mais competentes, ou nosso olhar, existem?


O local escolhido por Deus para Jesus nascer se construía com muito pouco. A manjedoura foi algo que representava a simplicidade daquele que estaria por vir e que fazendo uma analogia para o dia de hoje, que nosso coração, para receber Jesus nesse Natal, não precise de grandes mudanças, mas de um “sim” sincero como o de Maria.

O nosso querer fica pequeno quando fazemos algo de coração. Ele se transforma numa manjedoura, talvez o local que “restou” para acolher a sagrada família, e quantos de nós em meio a sonhos e projetos pessoais para o futuro, onde nos falta tempo, “restou” também somente o nosso coração para receber Jesus?

Deus conhece as nossas correrias do dia-a-dia, sabe e nos vê levantar as cinco da manhã e dormir depois da meia noite. Ele não vai mudar nossos sonhos. Ele quer acompanhá-los olhando de dentro.

Ao aceitar ao chamado, Deus vai preparando o caminho, a mudança, a conversão. Assim foi com Abraão, que talvez não tivesse o reconhecimento de sua fé e confiança no Senhor se não aceitasse sair de Harã. Abraão tinha um projeto, Deus potencializou.

Entreguemos como Maria, os nossos projetos nas mãos de Deus. Tenhamos fé, pois nenhum deles fracassará ou será deixado, ao não ser que Deus, já vislumbre algo ainda maior.

Tenhamos, no Natal, a fé nas mudanças, pois até o coração mais soberbo, egoísta ou difícil, quando recebe Jesus dentro de si com o “sim” sincero, se torna uma humilde manjedoura. “(…) Porque, para Deus, nada é impossível

Propósito:

Pai, plenifica-me com tua graça, como fizeste com Maria, de forma que eu possa ser fiel como ela ao teu desígnio de salvação para a humanidade.

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