quarta-feira, 23 de abril de 2025

EVANGELHO DO DIA 27 ABRIL 2025 - 2º DOMINGO DA PÁSCOA

 

27 abril - É preciso voltar ao catecismo, o livro por excelência, que contém uma verdade, um conselho, um ensinamento para todos: aos reis ensina a arte de governar e ao povo delineia os princípios de igualdade e de liberdade; ao poder legislativo fornece os critérios da legislação; orienta o funcionário na administração dos bens públicos; aponta aos magistrados os caminhos da justiça; revela ao operário a honestidade no trabalho; garante ao rico seus direitos de propriedade e ao pobre assegura o pão cotidiano da caridade. (L 25). São José Marello

 


João 20,19-31 27 abril 2025

 "Naquele mesmo domingo, à tarde, os discípulos de Jesus estavam reunidos de portas trancadas, com medo dos líderes judeus. Então Jesus chegou, ficou no meio deles e disse:

- Que a paz esteja com vocês!
Em seguida lhes mostrou as suas mãos e o seu lado. E eles ficaram muito alegres ao verem o Senhor. Então Jesus disse de novo: - Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.
Depois soprou sobre eles e disse: - Recebam o Espírito Santo. Se vocês perdoarem os pecados de alguém, esses pecados são perdoados; mas, se não perdoarem, eles não são perdoados.
Acontece que Tomé, um dos discípulos, que era chamado de "o Gêmeo", não estava com eles quando Jesus chegou. Então os outros discípulos disseram a Tomé: - Nós vimos o Senhor! Ele respondeu: - Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, e não tocar ali com o meu dedo, e também se não puser a minha mão no lado dele, não vou crer! Uma semana depois, os discípulos de Jesus estavam outra vez reunidos ali com as portas trancadas, e Tomé estava com eles. Jesus chegou, ficou no meio deles e disse: - Que a paz esteja com vocês! Em seguida disse a Tomé: - Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia! Então Tomé exclamou: - Meu Senhor e meu Deus!

 


Reflexão para o 2º domingo da Páscoa João 20,19-31

Todos os anos, o Evangelho do segundo domingo da páscoa é João 20,19-31, texto que apresenta a continuidade dos acontecimentos envolvendo a comunidade de discípulos no dia mesmo da ressurreição, e a sua quase repetição uma semana depois. Para compreendê-lo, é necessário recordar alguns elementos do texto da liturgia do domingo passado, que apresentava a comunidade de discípulos e discípulas completamente desnorteada, não apenas porque o Senhor e mestre fora morto, mas porque até mesmo o seu cadáver parecia ter sido roubado (cf. Jo 20,1-3). Naquela ocasião, o evangelista dava sinais de uma nova criação, um mundo em gestação, embora ainda estivesse na fase do caos, simbolizado pelo escuro da madrugada (cf. Jo 20,1). Três personagens protagonizaram aquele relato: Maria Madalena, Pedro e o Discípulo Amado; ambos fizeram a constatação do sepulcro vazio, mas somente um deles interpretou a ausência do corpo do sepulcro como sinal da ressurreição e acreditou, o Discípulo Amado (cf. Jo 20,8). Maria Madalena foi a segunda a acreditar, mas já durante o dia, após confundir o Senhor com o jardineiro (cf. Jo 20,16-18), porém esse episódio já não constava no texto empregado pela liturgia do domingo passado.

Da madrugada do primeiro dia, quando ainda estava escuro (Evangelho do domingo passado), passamos para o anoitecer, como diz o texto de hoje: “Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e pondo-se no meio deles, disse: A paz esteja convosco” (v. 19). Não obstante as frustrações e decepções com o final trágico de seu líder, condenado e morto na cruz, a reunião dos discípulos mostra que a comunidade está se recompondo, após um natural dispersão. Provavelmente o anúncio de Maria Madalena – Eu vi o Senhor! (cf.Jo 20,18) – tenha influenciado nesse processo de recomposição. Embora se recompondo, essa comunidade continua em crise, o que se evidencia pela situação de medo informada pelo evangelista. Por “medo dos judeus” entende-se o medo das autoridades religiosas que condenaram Jesus em parceria com o império romano, e não todo o povo. É típico de João usar o termo “judeus” em referência às autoridades. O medo é preocupante, é um impedimento à missão; é fruto da angústia, da desilusão e do remorso de alguns; significa a ausência do Senhor. Sem a presença do Ressuscitado toda a comunidade perece e sua mensagem é bloqueada; as portas fechadas impedem a boa nova de ecoar. O principal motivo do medo era a possibilidade clara de perseguição; os discípulos temiam ter o mesmo final trágico do mestre, ou seja, a condenação à morte de cruz.

Manifestando-se no meio dos discípulos, o Ressuscitado inicia neles o processo de transformação, oferecendo o primeiro contraponto ao medo: o dom da paz, que não é uma mera saudação, mas o sinal de vida plena e equilíbrio. É o encontro com a paz de Jesus que levanta o ânimo da comunidade fracassada. Jesus comunica a sua paz e, ao mesmo tempo, reforça o modelo de comunidade ideal: uma comunidade igualitária e livre, tendo um único centro: o Cristo Ressuscitado. É esse o significado do seu colocar-se no meio deles. Para uma comunidade viver realmente os propósitos do Evangelho é necessário, antes de tudo, que no centro do seu existir esteja o Ressuscitado; é Ele o único ponto de referência e fator de unidade. Na continuidade da experiência, diz o texto que Jesus “mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor” (v. 20). Ao mostrar as mãos e o lado, Jesus mostra a continuidade entre o Ressuscitado e o Crucificado; se trata da mesma pessoa. Geralmente, esse gesto é apresentado apenas como uma demonstração de provas materiais da ressurreição: as chagas do Crucificado continuam no Ressuscitado; porém, não se trata apenas disso. Mais do que estigmas, as mãos e o lado aqui são os sinais da identidade de Jesus de Nazaré que continuam no Cristo Ressuscitado, porque é a mesma pessoa. E os principais traços característicos da identidade de Jesus são o serviço e o amor; foi isso que demonstrou em sua vida terrena. Portanto, Jesus diz, com esse gesto, que continua servindo e amando, e sua comunidade deve também viver dessa forma. As mãos são sinais do serviço, e o lado é sinal do amor, pois representa o coração. A certeza da presença do Ressuscitado faz a comunidade superar definitivamente o medo, passando à alegria. Como fruto da paz transmitida pelo Ressuscitado, a alegria deve ser também uma das características da comunidade que vive para servir e amar, como fez Jesus.

Já estabelecido como centro da comunidade, “novamente Jesus disse: A paz esteja convosco” (v. 21a). A paz como bem-estar do ser humano é novamente oferecida. A passagem do medo à alegria poderia tornar-se uma simples euforia, por isso a paz é doada novamente para equilibrar a comunidade. Só é possível acolher os dons pascais estando realmente em paz. Aqui, a paz não significa alívio ou tranquilidade, mas sinal de liberdade e vida plena; é a capacidade de assumir livremente as consequências das opções feitas. Tendo plenamente comunicado a paz como seu primeiro dom, o Ressuscitado os envia, como fora ele mesmo enviado pelo Pai: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (v. 21b). Ao contrário de Mateus e Lucas que determinam as nações e até os confins da terra como destinos da missão (cf. Mt 28,19; Lc 24,47; At 1,8), em João isso não é determinado: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. Jesus simplesmente envia. Sem diminuir a importância da missão em sua dimensão universal, o mais importante para o Quarto Evangelho é a comunidade. É essa a primeira instância da missão, porque é nessa onde estão as situações de medo, de desconfiança, de falta de entusiasmo, por isso é a primeira a necessitar da paz do Ressuscitado.  

O texto mostra, como sempre, a coerência entre a prática e as palavras de Jesus: “E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo” (v. 22). Ora, Jesus tinha prometido o Espírito Santo aos discípulos na última ceia (cf. Jo14,16.26; 15,26). Ao soprar sobre eles, a promessa é cumprida, o Espírito é comunicado. O evangelista usa o mesmo verbo empregado no relato da primeira criação do ser humano: “O Senhor modelou o ser humano com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o ser humano tornou-se vivente” (Gn 2,7). O Evangelho do domingo passado mostrava a nova criação em sua primeira fase; hoje, essa criação chega ao seu ponto alto com o sopro de vida comunicado pelo Ressuscitado. Nessa nova criação, o “Criador” já não age como um vigilante, olhando de cima, mas se faz presente no meio da comunidade, deixando-se tocar, vivendo como um igual. O verbo soprar (em grego: έμφυσάω – emfysáo) significa doação de vida. Assim, podemos dizer que Jesus recria a comunidade e, nessa, a humanidade inteira. Ao receber o Espírito, a comunidade se torna também comunicadora dessa força de vida. É o Espírito quem mantém a comunidade alinhada ao projeto de Jesus, porque é Ele quem faz a comunidade sentir, viver e prolongar a presença do Ressuscitado como seu único centro. 

O Espírito Santo garante responsabilidade à comunidade, e não exatamente poder: “A quem perdoardes os pecados eles lhes serão perdoados; a quem não perdoardes, eles lhes serão retidos” (v. 23). Por muito tempo, esse trecho foi usado simplesmente para fundamentar o sacramento da penitência ou confissão. Jesus não está dando um poder aos discípulos, mas uma responsabilidade: reconciliar o mundo, levar a paz e o amor do Ressuscitado a todas as pessoas, de todos os lugares em todos os tempos. A comunidade cristã tem essa grande missão: fazer-se presente em todas as situações para, assim, tornar presente também o Ressuscitado com a sua paz. Não se trata, portanto, de poder para determinar se um pecado pode ou não pode ser perdoado. É a responsabilidade da obrigatoriedade da presença cristã para que, de fato, o mundo seja reconciliado com Deus.  O Espírito Santo, doado pelo Ressuscitado, recria e renova a humanidade. A comunidade tem a responsabilidade de fazer esse Espírito soprar em todas as realidades, para que toda a humanidade seja recriada e, assim, o pecado seja definitivamente tirado do mundo (cf. Jo 1,29). João, o batista, apontou para Jesus como o responsável por fazer o pecado desaparecer do mundo. Agora, é Jesus quem confia à comunidade de discípulos essa responsabilidade. Os pecados são perdoados à medida em que o amor de Jesus vai se espalhando pelo mundo, quando seus discípulos se deixam conduzir pelo Espírito Santo. O que perdoa mesmo os pecados é o amor de Jesus; logo, ficam pecados sem perdão quando os discípulos e discípulas de Jesus deixam de amar como Ele amou. Em outras palavras, os pecados ficarão retidos quando houver omissão da comunidade. 

A comunidade não estava completa naquele primeiro dia: assim como Judas não fazia mais parte do grupo, também “Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio” (v. 24). É necessário destacar algumas características desse discípulo, considerando que o mesmo foi, injustamente, rotulado negativamente pela tradição. O motivo pelo qual os discípulos estavam reunidos à portas fechadas foi o medo; ora, se Tomé não estava com eles é porque não tinha medo e, portanto, circulava livremente e sem temor algum; era, portanto, um discípulo corajoso, ao contrário dos demais. A evidência maior da coragem de Tomé aparece no episódio da reanimação de Lázaro. Jesus já tinha sido alvo de diversas ameaças e tentativas de assassinato pelas autoridades dos judeus; quando decidiu ir à Judeia, onde ficava Betânia, Tomé foi o único que se dispôs a ir para morrer com ele: “Tomé, chamado Dídimo, disse então aos condiscípulos: Vamos também nós, para morrermos com ele!” (Jo 11,16). Por isso, ele não tinha nenhum motivo para esconder-se dos judeus. Essa sua coragem foi ofuscada pelo rótulo inadequado de incrédulo.

Quanto à fé no Ressuscitado, a diferença de Tomé para os outros dez deve-se ao intervalo de uma semana. Não estava reunido no primeiro dia e não acreditou no testemunho da comunidade. Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: ‘Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei” (v. 25). Não dar credibilidade ao testemunho da comunidade foi, sem dúvidas, o seu grande erro, mas ao exigir evidências da ressurreição, ele agiu como os demais. Ora, à exceção do Discípulo amado, o qual viu e acreditou logo ao contemplar o sepulcro vazio (cf. Jo 20,8), os demais também só acreditaram após a manifestação do Senhor em seu meio. Nenhum deles acreditou no testemunho de Maria Madalena; esperaram o Senhor aparecer. Mesmo sem acreditar ainda na ressurreição, Tomé se reintegrou à comunidade. Assim, “Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. (v. 26). É importante, antes de continuar falando de Tomé, perceber o dado cronológico-teológico “oito dias depois”; essa expressão significa uma semana depois; é explícita a referência ao domingo – o qual pode ser contado como o primeiro ou o oitavo dia da semana – como dia de reunião dos discípulos, como sinal de que a comunidade cristã já não está mais presa aos esquemas do judaísmo, e não necessita mais do sábado para fazer a sua experiência com o Senhor. Temos aqui um dado claro de ruptura entre a comunidade cristã e a sinagoga, embora nas primeiras décadas, por falta de clareza, muitos cristãos frequentavam as duas reuniões: a da sinagoga, no sábado, e a da comunidade cristã no domingo, na casa de um dos membros da comunidade.

O Senhor se pôs de novo no meio dos discípulos, com a presença de Tomé, conferindo novamente o dom da paz, sem o qual a comunidade não se sustenta. Assim como fez com os demais, uma semana antes, também a Tomé Jesus dá os sinais da sua identidade de Ressuscitado-Crucificado e de quem dedicou sua vida para servir e amar: “Depois disse a Tomé: ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel!’” (v. 27). Quando, assim como os demais, Tomé teve certeza da ressurreição, superou aos demais na intensidade e na convicção da fé: “Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” (v. 28). Essa é a mais profunda profissão de fé de todos os evangelhos. Jesus já tinha sido reconhecido como Mestre, como Senhor, como Messias, Filho de Davi, Filho do Homem e Filho de Deus, mas como Deus mesmo, essa foi a primeira vez. Com isso, o evangelista ensina que não importa o tempo em que alguém adere à fé; o que importa é a intensidade e a convicção dessa fé. 

Ainda chamamos a atenção para mais um detalhe que não pode passar despercebido: diz o evangelista que Tomé era chamado Dídimo (em grego: Δίδυμος – dídimos), cujo significado é gêmeo. No entanto, o evangelista não apresenta o irmão gêmeo de Tomé, mas deixa no anonimato, e os personagens anônimos do Quarto Evangelho têm a função de paradigmas para a comunidade e os leitores. Isso significa um convite aos leitores e discípulos de todos os tempos a tomarem Tomé como irmão gêmeo: questionador, corajoso, atento, perspicaz e convicto. É claro que se ele estivesse com a comunidade logo no primeiro dia, teria antecipado a sua profissão de fé. Mas é importante ser prudente e esperar, principalmente nos tempos atuais, com tantas visões, aparições e falsas certezas imediatas. Se muitos e muitas videntes dos tempos atuais, assumissem a sua consanguinidade com Tomé, ou seja, se o reconhecessem como gêmeo, teríamos um cristianismo mais evangélico e autêntico, com mais convicção. A bem-aventurança proclamada por Jesus: “Bem-aventurados os que creram sem terem visto” (v. 28), reflete a preocupação do evangelista com as novas gerações de discípulos, após a morte da maioria dos apóstolos. Os novos cristãos da comunidade joanina eram muito questionadores e chegavam a duvidar do anúncio, exigindo provas concretas da ressurreição. Por isso, o evangelista quis responder a essa realidade, mostrando que não há necessidade de visões e aparições; basta integrar-se a uma comunidade de fé para experimentar a presença do Ressuscitado. A comunidade reunida é o lugar por excelência de manifestação do Ressuscitado. Não importa o tempo e o lugar da adesão à fé; o que importa é acolher a paz que o Ressuscitado oferece e viver animado pelo Espírito que ele transmite. A presença do Ressuscitado pode ser verificada quando uma comunidade tem o serviço e o amor como características; sem esses traços, o Ressuscitado não está ocupando o seu lugar central.

Os versículos finais mostram que esse texto é a conclusão original do Evangelho segundo João: “Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome” (v. 31). Aqui está também a chave de leitura para todo o Evangelho: a promoção da vida; vida que para ser plena de sentido necessita do encontro com Jesus, o Cristo, Ressuscitado que foi crucificado. O objetivo do Evangelho, portanto, é despertar a fé de pessoas e comunidades no Cristo que viveu para servir e amar. Animada pelo dom do Espírito Santo, a Igreja, em todos os tempos só pode se apresentar como pertencente a Jesus Cristo, o Filho de Deus Ressuscitado, com mãos abertas para servir e um coração capaz de sangrar por amor à humanidade. O capítulo seguinte (c. 21) é um acréscimo posterior da comunidade para responder a uma outra necessidade: o resgate da imagem de Simão Pedro, questionada pela comunidade devido à negação e outras incoerências; e também para mostrar que sempre há a possibilidade de reabilitação e admissão à comunidade, não obstante os momentos de infidelidade e incoerência. O Senhor Ressuscitado insiste incansavelmente para recuperar um amor perdido.

 Dia 27

Não tenha pressa de vencer.

Escale degrau por degrau, até chegar ao topo.

Tenha pensamentos positivos; confie em si mesmo, em seus empreendimentos e, principalmente, em Deus!

No tempo certo, tudo dará certo.

Passo a passo, dia após dia, são trilhados os caminhos da vida.

“Revela ao Senhor tuas tarefas, e teus projetos se realizarão”. (Pr 16,3).

 


Evangelho do dia 26 abril sábado 2025

 

26 Numa espantosa variedade de modos se destrói o Reino de Deus. Esforcemo-nos para fazer em toda parte o nosso trabalho de restauração com o auxílio do Céu. (L 76). SÃO JOSE MARELLO

 


Marcos 16,9-15

"Jesus ressuscitou no domingo bem cedo e apareceu primeiro a Maria Madalena, de quem havia expulsado sete demônios. Ela foi contar isso aos companheiros de Jesus, pois eles estavam tristes e chorando. Quando a ouviram dizer que Jesus estava vivo e que tinha aparecido a ela, eles não acreditaram. Depois disso Jesus se apresentou com outra aparência a dois discípulos que iam caminhando para o campo. Eles voltaram e foram contar isso aos outros discípulos, e estes não acreditaram no que os dois disseram.
Por último Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto eles estavam à mesa, comendo. Ele os repreendeu por não terem fé e por teimarem em não acreditar no que haviam contado os que o tinham visto ressuscitado. Então ele disse:
- Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a todas as pessoas."

 Meditação

Se analisarmos os textos bíblicos que lemos nessa semana, em seu conjunto, podemos concluir que a FÉ é o elemento fundamental que nos permite compreender e vivenciar ao máximo o mistério da ressurreição.
O elemento essencial se torna mais evidente no relato que lemos neste dia. Marcos faz referência, de maneira sintética, a três momentos chaves nos quais Jesus ressuscitado se faz presente em meio a comunidade dos discípulos.
Nas três aparições encontramos atitudes que expressam o rechaço ao seguimento radical do mestre por parte dos discípulos, pois estão submersos na dor, no abatimento, na frustração e tristeza.
A mensagem anunciada pelas testemunhas da ressurreição é recebida com incredulidade, afastando-se assim a fé e caindo no “anti-seguimento”. Parece como se a morte fosse a última explicação do projeto libertador iniciado por Jesus.
Entretanto, Jesus repreende tais atitudes e convida seus discípulos a crer, já que é única maneira de compreender e se integrar no projeto divino do Pai. É importante perguntarmos hoje se nossa fé realmente nos motiva a construir uma comunidade alternativa, afastada do egoísmo e da morte
Este trecho difere muito do livro até aqui; por isso é considerado obra de outro autor. Um final acrescentado ao Evangelho de Marcos nos resume as aparições a Maria Madalena e aos discípulos de Emaús.
Parece que se inspiraram no último capítulo de Mateus (28,18-20) em Lucas (24,10-53), e em João (20,11-23) e no início do livro dos Atos dos Apóstolos (1,4-14)
Os cristãos da primeira geração provavelmente quiseram completar o livro de Marcos com um resumo das aparições de Jesus e uma apresentação global da missão da Igreja.
Embora seja acréscimo de retalhos tomados de outros escritos do Novo Testamento, o trecho conserva o pensamento de marcos, isto é: os discípulos devem continuar a ação de Jesus.
O final do Evangelho de Marcos conclui dizendo que “as mulheres não disseram nada a ninguém porque tiveram medo” procedem às comunidades primitivas, surpreendentemente que muito pronto se acrescentou ao texto original dois apêndices – um longo e outro breve – inspirado no texto dos demais evangelistas.
Na primeira cena do Evangelho de hoje, os discípulos não dão credito as palavras de Maria Madalena “Estavam cheios de dor e chorando” e o pranto, a dor os impede de acreditar que a morte de Jesus, não acabara com sua vida, como testemunho Maria Madalena. Tampouco crêem no relato dos discípulos de Emaús.
Tem que ser o próprio Jesus, que se apresenta para repreender suas incredulidades e suas teimosias em não crer aos que o haviam visto ressuscitar. Supõe-se que depois deste encontro, acreditaram.
Disto surge à ordem de Jesus, de anunciar a boa noticia para toda a humanidade. Uma boa noticia que hoje esperam milhões de cidadãos deste mundo abocanhados pela morte, condenados pela marginalização, sepultando no pranto e na dor da fome, da miséria e das condições sub-humanas de vida.
A eles – espalhados por todo o mundo – mas concentrados em partes do mundo. A eles que Jesus nos envia hoje para anuncia que é possível à outra vida a outro mundo, onde a morte não é o senhor do ser humano.

A dimensão pessoal e a dimensão comunitária da Evangelização nos trazem uma concepção muitas vezes esquecida: somos apóstolos porque fomos e somos enviados ao anúncio, mas não deixaremos de ser discípulos, alunos, pela própria fé pascal que não encerra na cruz sua missão evangelizadora.
Preguemo-nos na cruz de Cristo sim, porém revestimo-nos de sua ressurreição e tal sacrifício (o nosso, que tolamente pensamos fazer) não passará de uma graça concedida na difícil tarefa de aprender.

Reflexão Apostólica: 

Como foi difícil para os discípulos o amadurecimento na fé! Maria Madalena deu testemunho da Ressurreição aos discípulos. Mas, o preconceito ao testemunho de uma mulher não os convenceu. Permaneceram na incredulidade.
Assim foi e sempre será: não é fácil acreditar no que alguém viu, sem antes também não ter visto. Maria Madalena anunciou a ressurreição de Jesus a Pedro e João, eles não acreditaram.
Os discípulos de Emaús também saíram anunciando o encontro que tiveram com Cristo, mas os outros não lhes deram crédito.
Somente quando Jesus apareceu aos onze e os repreendeu por causa da sua falta de fé e pela dureza de coração foi que eles puderam acolher o mandato de Jesus: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda a criatura!”
Qualquer um de nós poderá ter esse encontro com Jesus ressuscitado e, crendo, assumir o papel de anunciadores do Evangelho, porque a fé abre os nossos olhos e ouvidos para enxergarmos e ouvirmos a Jesus que está muito perto de nós e assim também podemos ser anunciadores da Boa Nova.
Se você ainda não teve esta experiência forte com Jesus ressuscitado abra o seu coração com o propósito de acreditar que Ele está vivo, muito perto de você e que assim como aconteceu com outros poderá também acontecer com você.
Faça hoje a sua profissão de Fé no Cristo morto e ressuscitado. Reze com muita atenção o Creio em Deus Pai e vá se apossando da realidade mais concreta para o cristão: JESUS ESTÁ VIVO, AQUI!
Ontem eles e hoje nós, temos que proclamar que seu caminho foi um caminho de vida, ainda que tivessem que passar pela morte. Sabemos disso pela prática de cada dia.

Propósito: Testemunhar e viver a fé com a convicção de que Jesus está vivo e convive comigo, conosco, em meu quotidiano.

Dia 26

Cada ser humano é único.

Nessa unicidade, todos se sentem solitários.

No entanto, é importante avaliar se deixa sua solicitude se tornar solidão ou se permite que a solidão se instale em sua vida.

Este sentimento faz que as pessoas se agarrem umas às outras com desespero.

Em contrapartida, a solicitude permite que os demais sejam considerados em sua originalidade pois cada pessoa tem em seu interior uma parte íntima, secreta, que precisa ser respeitada.

Quando faz escolhas sábias, você encontra a solicitude em seu coração, onde cresce o amor, jamais a solidão.

 “Não se perturbe o vosso coração!

Credes em Deus, crede também em mim”. (Jo 14,1)

terça-feira, 22 de abril de 2025

Evangelho do dia 25 abril seta feira da oitava da páscoa 2025

 


25 abril - Bendito seja Deus que torna férteis os campos, e seja duas vezes bendito quando, castigando os pecados, também faz despertar nos corações a fé e a piedade. (L 214). São josé Marello

 


EVANGELHO: João 21,1-14

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros discípulos de Jesus.

3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”.

6Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Lançaram, pois, a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu uma roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar.

8Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”.

11Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor.

13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 O evangelista João nos apresenta, no final de sua obra, um dos mais lindos e emotivos relatos de aparição do Ressuscitado (Jo 21,1-14): Aos discípulos que já não se encontram em Jerusalém porque fugiram da repressão, Jesus se lhes aparece como sinal de que ainda seu projeto continua vigente e é de vital importância para os seres humanos e que sua morte não significou um fracasso. A princípio, parece que sua lembrança havia desaparecido; depois, quando o descobrem, se surpreendem grandemente. Quem descobre que se trata de Jesus é precisamente João, o discípulo amado. A aparição de Jesus faz renascer a fé de seus discípulos, faz com que recuperem o tempo perdido e comecem a pensar como irão se organizar novamente; entendendo que nesse momento, estão dedicando sua vida unicamente para manter sua subsistência.

 O Ressuscitado aparece a seus discípulos num dia comum e eles não o reconhecem apesar de Jesus ter-lhes falado. Alguns dos apóstolos estiveram pescando durante toda a noite, como fazem tantos pescadores mundo afora, e voltam com as redes vazias. Entre a bruma do amanhecer, já perto da praia, ouvem e vêem um desconhecido que lhes pergunta pela pesca. Tendo dado uma resposta desanimada, recebem a sugestão de novamente lançar as redes ao outro lado da barca, com tanto êxito que quase não podiam arrastá-las, depois de apanhar uma enorme quantidade de peixes. É a pesca milagrosa que são Lucas havia relatado como um episódio pré-pascal, no contexto da vocação dos primeiros discípulos (Lc 5,1-11), e que aqui, no 4o. evangelho, aparece como um milagre pós-pascal num contexto também vocacional: os apóstolos na barca, as redes, a pesca abundante, são símbolos tradicionais da tarefa evangelizadora da igreja ao longo de todos os séculos.

 Quando o desconhecido da praia é identificado pelos apóstolos, e quando se reúnem com ele, encontram já a comida preparada: o fogo, o pão, o peixe assado. Jesus lhes convidou para comer dos peixes, cuja pesca havia sido muito abundante. Posteriormente, os gestos e as palavras pronunciadas dão a sensação de que estivesse fazendo alusão à eucaristia, pela forma de partilhar a refeição unidos: Jesus tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. O Ressuscitado reitera os gestos da eucaristia: partir o pão e reparti-lo. Acontece que a igreja se reúne ao redor do Senhor ressuscitado, a sua eucaristia, para ser enviada a pescar nos mares do mundo. Pescar filhos e filhas de Deus, que queiram servir aos demais como a irmãos, que queiram dar testemunho do amor de Deus a todos os seres humanos.

 A metáfora da pesca foi sempre na comunidade cristã um motivo continuo de reflexão. Lembra a primeira experiência da Galiléia quando os primeiros discípulos receberam o chamado e se começou a formar o primeiro grupo de discípulos e discípulas. Após a ressurreição Jesus convoca a comunidade e a alimenta, dando-lhe força para prosseguir com a tarefa apostólica. A tarefa que nessa época lhes havia encomendado continua crescendo sob a direção e apoio do Mestre. Eles o reconhecem ao compartilhar a refeição do trabalho diário.

 Deste modo, o evangelho de João junta dois motivos que, apesar de sua distância no tempo, concentram todas as verdades que os cristãos haviam compreendido por sua experiência pessoal e comunitária no ressuscitado. João não se contenta com esta lembrança e faz uma segunda referência à época quando foi escrito o evangelho ao nomear o peixe e o pão. O peixe havia se convertido no símbolo do cristianismo no final do primeiro século. Os cristãos viviam em pequenas comunidades quase no anonimato. A cruz ainda não havia ganhado seu lugar como símbolo da redenção. Os cristãos, então, apelavam aos símbolos do evangelho como o pastor de ovelhas, o pescador e o peixe. A palavra peixe na língua grega era utilizada como acróstico do anúncio fundamental dos primeiros cristãos. Com esta palavra comunicavam os aspectos essenciais do mistério de salvação. 

 Para renascer, a comunidade cristã haverá de ser animada por Jesus e seu Espírito, que se tornarão manifestos em cada ato comunitário. Jesus, a pedra fundamental, rejeitada por muitos e aceita por tantos, continua caminhando com sua comunidade nas tarefas do dia-a-dia e realizando gestos de partilha e solidariedade. O renascimento da Igreja deixa de ser então um capricho ou um simples esforço humano: é uma obra de Deus mesmo, que nos tira da vida ordinária em que estamos, nos sacode, para fazer-nos entender e assumir nosso papel no plano de Deus, o projeto que Jesus nos apresentou. A Igreja é fruto do querer de Deus que contradiz os interesses humanos para colocar o Ressuscitado na alma daqueles que o seguem, fazendo com que se sintam irmãos de verdade.

 Estas festas pascais que estamos celebrando não podem ficar só nas aleluias. Devem despertar em nós um intenso desejo de comunicar a outros a nossa fé, nossa alegria, o gozo de saber que fomos salvos em nome de Jesus e convocados ao redor da ceia fraterna para testemunhar no mundo a possibilidade de todos poderem viver como irmãos. Por isso, sabendo que não há outro nome debaixo do céu pelo qual podemos ser salvos, invoquemos o nome do Senhor Jesus sobre cada um dos nossos irmãos que luta pela vida.

Oração: Senhor Jesus, nossa única esperança, também nós, muitas vezes, nos descobrimos de mãos vazias; recebei o pouco que temos e somos e, em troca, dai-nos a vossa própria vida. Que a Sua presença reforce a comunhão com nossos irmãos e irmãs de fé, a fim de podermos atrair para Vós muitas outras pessoas de boa vontade. A Vós o louvor e a bênção pelos séculos dos séculos. Amém.

 Dia 25

Existem palavras que alegram e edificam; além disso, alimentam a alma dos seres humanos e os mantêm vivos.

Algumas frases de incentivo podem fortalecer os laços de amizade.

Por esse motivo, são fatores essenciais à existência humana.

Palavras de amor e carinho alimentam como o pão.

Por isso, são extremamente necessárias aos seres Humanos.

“Palavras gentis são um favo de mel, doçura para a alma e saúde para o corpo”. (Pr 16,24).

 

Evangelho do dia 24 abril quinta feira da oitava da páscoa 2025

 

24 - Peçamos ao Senhor que nos ilumine para fazermos a sua Vontade. (L 194). SÃO JOSE MARELLO


Lucas 24,35-48

"Enquanto estavam contando isso, Jesus apareceu de repente no meio deles e disse: - Que a paz esteja com vocês!
Eles ficaram assustados e com muito medo e pensaram que estavam vendo um fantasma. Mas ele disse: - Por que vocês estão assustados? Por que há tantas dúvidas na cabeça de vocês? Olhem para as minhas mãos e para os meus pés e vejam que sou eu mesmo. Toquem em mim e vocês vão crer, pois um fantasma não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho. Jesus disse isso e mostrou as suas mãos e os seus pés. Eles ainda não acreditavam, pois estavam muito alegres e admirados. Então ele perguntou: - Vocês têm aqui alguma coisa para comer?
Eles lhe deram um pedaço de peixe assado, que ele pegou e comeu diante deles.
Depois disse: - Enquanto ainda estava com vocês, eu disse que tinha de acontecer tudo o que estava escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos livros dos Profetas e nos Salmos.
Então Jesus abriu a mente deles para que eles entendessem as Escrituras Sagradas e disse:
- O que está escrito é que o Messias tinha de sofrer e no terceiro dia ressuscitar. E que, em nome dele, a mensagem sobre o arrependimento e o perdão dos pecados seria anunciada a todas as nações, começando em Jerusalém. Vocês são testemunhas dessas coisas."

Meditação:

 A paz só pode ser encontrada em Jesus, que tem a vida eterna e a comunica a todos. A vida eterna, ultrapassada a condição temporal, como ressuscitados, envolve a totalidade da pessoa, corpo e alma, e não como um espírito desencarnado.
A comunidade quer estar segura de que Jesus ressuscitou e de que não está vivendo em uma espécie de falsa sugestão.
Igual a nós, eles experimentam dúvidas, temores, sentimentos de frustração e derrota. Entretanto, o Ressuscitado não se “rende”; é compreensivo com seus discípulos e por isso recorre à Escritura; abre-lhes as mentes para que entendam, e come com eles. Jesus ressuscitado é o centro da fé, quem cumpre as promessas de Deus.
A experiência da ressurreição impulsiona toda a comunidade a compartilhar seus dois grandes bens: a conversão, que é a transformação da mentalidade para receber a ação de Deus e o perdão dos pecados, recuperando a capacidade de fazer o bem, de dar o melhor de nós mesmos, de crer que a justiça é possível em nossa história e de que o Ressuscitado nos torna livres para amar e servir aos demais. Estamos plenamente seguros: Jesus vive
Lucas orienta as primeiras comunidades que experimentam a presença de Jesus ressuscitado entre elas. As comunidades de cristãos de origem judaica devem reler as Escrituras sob a ótica da ressurreição, para perceberem a plenitude da vida de Jesus.
É evidente que o evangelista quer afirmar, através deste relato, que o ressuscitado é Jesus de Nazaré, que anunciou com autoridade a Boa Nova do Reino; que não é um cadáver reanimado, mas que realmente é o mesmo Senhor, que, graças a ressurreição, vinculou-se plenamente à vida divina do Pai.
Obviamente o evangelista é consciente de que Jesus não está sujeito às limitações de um corpo; entretanto, devido à compreensão judia da realidade que é sempre particular e concreta, é preciso insistir na corporalidade de Jesus ressuscitado; por isso, neste relato Jesus fala, caminha e come.
Os discípulos vivem sua fé muitas vezes com dúvidas e temores, mas pouco a pouco vão compreendendo em seu interior que o Mestre já não está no sepulcro e que, portanto, já não é possível viver na passividade, e muito menos dar anti testemunho do Ressuscitado.

 Os ressuscitados viveram a experiência da Ressurreição. Quem não reconhece o Ressuscitado na comunidade não assumiu a realidade plena de ser um cristão individual.

 Os discípulos estão reunidos dando seus próprios testemunhos do encontro com o Ressuscitado. No meio da reunião de fé Jesus se apresenta a eles e sentem medo.

 Eles são enviados em missão. Anunciar a todas as nações a conversão à justiça para o perdão dos pecados. A conversão à justiça é a forma concreta do amor. E pelo amor se entra em comunhão com Deus em sua vida eterna.

 É aí que a experiência individual passa a ser coletiva, comunitária, sem destruir a pessoal. Nós, como Igreja, temos a obrigação de encarnar o projeto de vida e de justiça que nos oferece o Ressuscitado.

 A ressurreição, então, foi um feito histórico, no sentido de que realmente se sucedeu, mas não é no sentido que podemos comprovar no espaço e no tempo.
Este acontecimento, que é o centro da fé cristã, tem razão de ser unicamente se visto desde o ponto da fé, tal como fizeram os discípulos, que perceberam a presença do Senhor, assumindo para si a tarefa de anunciar o Reino de Deus, quer dizer, convertendo-se em verdadeiras testemunhas da ressurreição

 Continuemos acreditando, construindo e assumindo o Reino como a nova experiência de vida para os homens e mulheres de boa vontade. Somente assim será possível ressuscitar também.

Reflexão Apostólica

Jesus devia se divertir muito com aqueles homens que Ele havia escolhido. Ô Povo devagar! Ele passou os últimos três anos de sua vida falando tudo que iria lhe acontecer, as profecias já anunciavam sua morte e ressurreição, mas mesmo assim, seus discípulos não compreendiam e estavam bastante assustados.

 Tudo indica que um dos discípulos de Emaús (Cleófas) era o pai de Judas Tadeu e Tiago, ambos apóstolos. O que impedia, segundo estudos recentes, o próprio tio de Jesus de reconhecê-lo pelo caminho? E a nós? O que nos impede ainda de ver a Jesus ressuscitado?
Esse evangelho apresenta uma pedagogia extremamente confortante a todos que estão enfrentando momentos de dúvida em sua caminhada, seja ela no trabalho, em equipe ou em casa. Ele é auto-explicativo. Abramos nossos olhos aos versículos que grifei:

 

(…) Por que vocês estão assustados?(Uma constatação)
(…) Por que há tantas dúvidas na cabeça de vocês?" (Uma característica humana)
(…) Toquem em mim e vocês vão crer! (Uma ação e uma promessa)

 (…) Uma constatação…

 Como no evangelho de hoje, às vezes os problemas, bem como as respostas, são precedidos de sinais ou avisos, mas preocupados com a solução ou outras coisas, acabamos deixando passar por despercebido a solução que pairava “embaixo dos nossos narizes”.

 A fase inicial à solução de um problema começa na constatação que ele existe e está instalado. Lutamos para não usar óculos, remédios de controle de pressão ou diabetes, (…)

 Quantas vezes pessoas muito próximas a nós nos perguntaram do nada: “você está diferente, está mais nervoso (a)!?”, “fulano(a), porque você está tão introspectivo?”, “por que está tão agressivo (a) ou ríspido?”, “o que aconteceu, por que está tão impaciente?”

 Enxergar o problema, ou seja, constatá-lo, ajuda na solução. “(…) Então os dois contaram o que havia acontecido na estrada e como tinham reconhecido o Senhor quando ele havia partido o pão”. Reparem que eles só o reconheceram mais tarde

  (…) Uma característica humana…

 QUANDO ÉRAMOS JOVENS não tínhamos a noção das limitações que nos acometeriam na senilidade; QUANDO ÉRAMOS SOLTEIROS não imaginávamos que não teríamos tanto tempo quando casássemos; SAUDÁVEIS não imaginamos como agiríamos na fraqueza.

 Temos dificuldade de constatar a nova realidade que nos é apresentada e transformá-la em algo favorável, pois temos medo de reconhecer nossas fraquezas e limitações. Combatemos contra nós mesmos o tempo inteiro. “(…) Por que há tantas dúvidas na cabeça de vocês”?

 Com o tempo perdemos parte da energia, da saúde, da memória, da disposição e do tempo, mas em compensação ganhamos prudência, maturidade, discernimento, astúcia, experiência de vida… Quem nunca se pegou dizendo “se eu fosse jovem hoje com a cabeça que tenho hoje”?

 Nos preocupamos com que perdemos, mas não com que ganhamos. Ganhamos medos. “(…) Jesus apareceu de repente no meio deles e disse: Que a paz esteja com vocês! Eles ficaram assustados e com muito medo e pensaram que estavam vendo um fantasma”.

  (…) Uma ação e uma promessa…

 Reconheça a nova situação. Dê passos antecipados eles. Meu avô sempre dizia em minha juventude que “guerra avisado não mata aleijado”, ou seja, os sinais das mudanças surgem, como sementes que rompem a casca, levarão, portanto, certo tempo a alcançar um tamanho que seja visto.

 Quem imaginava que as máquinas de escrever seriam obsoletas? Quem imaginaria alguns anos atrás que as locadoras iriam acabar por causa da pirataria e da internet?

Viu que a empresa que trabalha não vai bem das pernas, por que não se antecipar e começar a procurar uma nova situação? O filho que anda estranho, com hábitos estranhos, por que esperar para ter uma conversa?

 Observe sob essa ótica essa mensagem profética de Jesus notem que ele já avisava dos acontecimentos e hoje os relembra: “(…) Enquanto ainda estava com vocês, eu disse que tinha de acontecer tudo o que estava escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos livros dos Profetas e nos Salmos. Então Jesus abriu a mente deles para que eles entendessem as Escrituras Sagradas…”.

Em todas as ocasiões, não se esqueça de se apegar a Deus. Ele caminha conosco e não tardará em reaparecer em meio às dúvidas.

 Esse evangelho nos apresenta um alerta: MESMO CAMINHANDO COM JESUS, SENDO SEU PRÓXIMO, ESTUDANDO SUA PALAVRA, SEM A DIVINA SENSIBILIDADE E A DOCILIDADE EM OUVIR, NÃO CONSEGUIREMOS RECONHECÊ-LO.
Preciso rever minhas falas e meus conceitos sobre ser igreja. Será que ficar só numa sala rezando é ser igreja? Será que fazer uma ação social sem rezar é ser igreja?
Em ambos os casos, é e não é! Frei Faustino Paludo (referencia em liturgia da CNBB) certa vez disse que receber a eucaristia sem meditar a conseqüência do nosso pecado “como” e “na” comunidade torna nossa comunhão incompleta. “Sou santo”, mas não me misturo; vou à igreja todos os dias, mas não mudo minha forma de lidar com as pessoas… É preciso rever isso!
Ainda estamos vivendo a Páscoa, a espera de Pentecostes, mas não podemos esquecer nossos dons, o que aprendemos, por medo ou preciosismo.
Sim, parece utopia, mas busquemos completar o gesto eucarístico de cada dia com ações, a começar enxergando o que minha comunidade igreja precisa.
Também, brotou algo nessa reflexão: O quanto sou igreja? Consigo ver no irmão de outra pastoral ou movimento a face de Jesus? Consigo ver no irmão que perambula pela rua a imagem do seu Senhor? Sou igreja ou uma identidade? Parecem perguntas desconexas, mas tem muito haver com a reflexão.
Alguns Movimentos e Pastorais sucumbem ou sofrem por falta de humildade ou de apoio. Muitos, como os discípulos de Emaús, andam com o Senhor, mas não o reconhecem, pois esquecem que são igreja quando se apegam a uma identidade pastoral para justificar suas faltas com a igreja como um todo. “Batem no peito” o nome do seu Grupo ou Movimento, esquecendo o principal: VER JESUS, A PRÓPRIA CABEÇA DA IGREJA.
Essa cegueira (ou seria miopia) que fez sucumbir a teologia da libertação, que apesar de ser muito preciosa e bem fundamentada, agarrou-se ao partidarismo político abandonando a oração e conseqüentemente a Jesus. Essa cegueira, como dos discípulos de Emaús, tem sinais bem clássicos:
Quando limito propositalmente meu olhar esqueço paulatinamente os propósitos de Cristo. Quando vejo que precisam do meu serviço, da minha ajuda, da minha atenção, mas limito a ajudar os meus, grandemente me equivoco.

 Para terminar deixo a reflexão proposta pela CNBB: “(…) Este trecho nos mostra todas as etapas do trabalho evangelizador. Inicialmente, as pessoas estão caminhando em comunidade. NINGUÉM CAMINHA VERDADEIRAMENTE QUANDO ESTÁ SOZINHO. Jesus é o verdadeiro evangelizador, que entra na caminhada das pessoas, caminha com elas. DURANTE A CAMINHADA, FAZ SEUS CORAÇÕES ARDEREM, PORQUE DESPERTA NELES O AMOR, PERMANECE COM ELES, FORMANDO UMA NOVA COMUNIDADE, E SE DÁ VERDADEIRAMENTE A CONHECER QUANDO AS PESSOAS DÃO RESPOSTAS CONCRETAS AOS APELOS DO AMOR, fazendo com que elas sejam novas testemunhas da ressurreição”.

 Não tenha medo das mudanças! Deus estará com você!

 Propósito: Testemunhar que Jesus está vivo no meio de nós, como rezo nas celebrações: "Ele está no meio de nós".

 Dia 24

Atualmente, talvez haja situações que o atormentem, como, por exemplo, falta de estudo, deficiências físicas,

dificuldades financeiras, conflitos familiares, depressão.

Ao deparar-se com essas cruzes, você pode tomar várias atitudes: rejeitá-las, ignorá-las, negá-las e até mesmo odiá-las, ou enfrentar cada situação com a ajuda de amigos, familiares e, sobretudo, com a graça de Deus.

Jesus não disse: “Faça uma cruz” ou: “Procure uma cruz”, mas sim: “Tome sua cruz”, ou seja, aceite carregá-la, mesmo que algumas vezes seja muito pesada.

A cruz tem dois lados: em um deles está Jesus; no outro, a humanidade.

“Então Jesus disse aos discípulos: ´Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me´”. (Mt 16,24).

Evangelho do dia 23 abril quarta feira da oitava da Páscoa 2025

 

23 Rezemos, e rezemos muito! Os tempos se tornam cada vez mais turvos e escabrosos. Os interesses individuais e particulares devem ceder lugar aos interesses gerais da mãe Igreja. (L 31). SÃO JOSE MARELLO 


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 24,13-35

 "Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. Então Jesus perguntou: "O que andais conversando pelo caminho?" Eles pararam, com o rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: "És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?" Ele perguntou: "Que foi?" Eles responderam: "O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu". Então ele lhes disse: "Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?" E, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante. Eles, porém, insistiram: "Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!" Ele entrou para ficar com eles. Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então um disse ao outro: "Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?" Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. E estes confirmaram: "Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!" Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão."

Meditação:

Estamos no tempo Pascal que se estende por 7 semanas, do domingo de Páscoa à Festa de Pentecostes. É o mais belo e vibrante tempo de todo o calendário litúrgico da Igreja. Por ele, ela nos convida, através dos testemunhos das Escrituras e de testemunhas oculares a fortalecermos nossa adesão pessoal ao motivo maior de nossa fé: a RESSURREIÇÃO DE CRISTO.

De fato, diz Paulo: Se Cristo não tivesse ressuscitado, a nossa fé seria vã e os nossos pecados não poderiam ser perdoados; a nossa esperança seria limitada apenas a esta vida e seríamos os mais infelizes de todos os homens (1Cor 15,17-19).

Celebramos a real presença deste Deus conosco na Eucaristia, memória do mistério pascal, mistério da cruz e ressurreição, mistério da redenção e reconciliação, que inicia a Nova Aliança.

Em cada Eucaristia olhamos para Deus, celebramos o Deus conosco, sua encarnação, paixão morte e ressurreição. “É Deus Pai quem nos atrai por meio da entrega eucarística de seu Filho, dom de amor com o qual saiu ao encontro de seus filhos, para que, renovados pela força do Espírito, possamos chamá-lo de Pai”.

Da ação de graças, da doação gratuita do Cordeiro de Deus, emerge a energia missionária da Eucaristia. A Eucaristia é a ponte para o ministério apostólico. Eucaristia é Nova Aliança que pressupõe reconciliação, unidade na diversidade, solidariedade até as últimas conseqüências.

Ao partir o pão, eles o reconhecem e retornam ao Caminho. Nossa fé é o encontro pascal com o Senhor Jesus. É a certeza de que ele está vivo. Nossa fé é uma fé pascal e pessoal. Não se trata apenas de crer em alguma coisa. A profissão fundamental é: “Eu creio em Ti, Senhor! E por isso me comprometo e me torno evangelizador.

Evangelizar, ser missionário, é irradiar “o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam do Verbo da vida porque a Vida manifestou-se.

Sejam quais forem nossas fraquezas, misérias, limitações, o que contagia todas as culturas, o que convence todos os povos e raças, é o testemunho da alegria e da graça de termos encontrado o Senhor Ressuscitado. Tudo isso é graças à força do pão partido de Emaús, é o vigor do fruto da videira no cálice da Nova Aliança, é o corpo entregue e o sangue derramado de Jesus, morto e ressuscitado.

Reflexão Apostólica:

No evangelho, os discípulos que não eram do grupo dos onze dirigem-se a Emaús. Provavelmente trata-se de um homem e uma mulher, casados, (havia também mulheres discípulas), que retornavam à sua casa, frustrados por causa dos últimos acontecimentos da capital. Enquanto conversavam, Jesus se aproxima e começa a caminhar com eles, pois é o Emanuel. Porém, eles não conseguem reconhecê-lo, seus olhos estavam como que fechados.
Por quê? Porque no fundo ainda tinham a idéia de um messias profeta-nacionalista, que conquistaria o mundo inteiro para ser dominado pelas autoridades de Israel, um messias necessariamente triunfador. Por isso estavam vendo na cruz e na morte do mestre, o fracasso de um projeto no qual haviam posto suas esperanças.
Serão as Escrituras as primeiras sinais de esperança que Jesus coloca nos olhos do coração dos discípulos, para que possam ver e entender que não é com o triunfalismo messiânico, mas com o sofrimento do servo de Javé que se conquista o Reino de Deus; um sofrimento que não é masoquismo, mas um assumir conscientemente as consequências da opção de amar a humanidade, atitude difícil de entender em uma sociedade dominada pelo poder de domínio que mata a quem se interpõe no caminho. Pela vida, até dar a própria vida, é o testemunho de Jesus diante dos seus dois companheiros.
O relato dos discípulos de Emaús é uma peça belíssima, evidentemente teológica, literária. Não é, em absoluto, uma narração ingênua, direta, de um acontecimento, como se fosse um fato jornalístico. É uma composição elaborada, simbólica, que quer transmitir uma mensagem. E como todo símbolo, não leva consigo um manual de explicação, mas permanece “aberto”, isto é, é suscetível de múltiplas interpretações. E a partir de cada novo contexto social, em cada novo momento da história, os crentes podem confrontar-se com esses símbolos e deles extrair novas lições.

Que maravilhosas lições tiramos desta passagem:

1. Jesus caminha conosco
2. Quer participar de nossa vida
3. Espera que o convidemos par tomar posse de nosso coração
4. Nos reúne em torno dele como comunidade eclesial
5. Se dá a conhecer pela Palavra e pela Eucaristia

Que o Senhor está conosco, todo o tempo, bem o sabemos. Contudo, é nos momentos mais difíceis, quando estamos mais desanimados, tristes, frustrados, sentindo o peso da dor de nossa imperfeita condição, sem nenhuma esperança de solução para uma determinada situação, que Ele se achega ainda mais (lembro-me aqui do bonito poema "PEGADAS NA AREIA").

Mas como é difícil enxergá-lo. Nos é muito mais fácil louvá-lo e agradecê-lo quando tudo vai bem, mas quando estamos diante de situações complicadas, onde o mundo parece desabar sobre nossas cabeças, se torna tão complicado reconhecermos que Ele está ao nosso lado, pedindo para assumir o controle.

Achamos que temos condições de tudo empreender e de tudo fazer acontecer, mas nos esquecemos que, fora algumas poucas coisas, sobre todo o resto não temos nenhuma influência. Temos que parar de nos dar tanta importância, achando que tudo depende de nós.

Falácia! Ele caminha conosco e está interessado que o enxerguemos e que a Ele dediquemos nossas vidas; todo o resto nos será acrescentado. Temos essa coragem? Temos a coragem de abrir nosso coração e convidá-lo a entrar e comandar nossas decisões?
 
Propósito:

Fica conosco Senhor, principalmente quando cair a noite da nossa incapacidade de enxerga-lo e de deixá-Lo no comando de nossas atitudes. Tu e a luz e contigo as trevas já não nos assustam ou preocupam. Revela-nos a tua presença nas Escrituras e no partir do pão, tanto no altar como em nosso dia-a-dia, com quem mais precisa. Assim, abrir-se-ão nossos olhos e poderemos anunciar ao mundo a maravilha que é viver sob tua proteção.

 Dia 23

A vida é imprevisível.

Um dia, as pessoas estão alegres; no outro, tristes e desanimadas.

Em um dia, repletas de saúde; no outro, enfermas.

O Pai enviou seu Filho Jesus para estar no meio da humanidade.

Como dizia são Paulo, nada pode nos separar de seu amor, nem a morte nem a vida, nem o presente nem o futuro,

nem as lutas nem as alegrias, nem criatura alguma.

Nada pode nos separar do amor de Deus.

“Eu te amor, Senhor, minha força, Senhor, meu rochedo, minha fortaleza, meu libertador". (Sl 18,2-3a)

EVANGELHO DO DIA 27 ABRIL 2025 - 2º DOMINGO DA PÁSCOA

  27 abril - É preciso voltar ao catecismo, o livro por excelência, que contém uma verdade, um conselho, um ensinamento para todos: aos reis...