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domingo, 14 de junho de 2020

Evangelho do dia 18 de junho quinta feira 2020

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 6,7-16

 "Quando orardes, não useis de muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois o vosso Pai sabe do que precisais, antes de vós o pedirdes. Vós, portanto, orai assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, como no céu, assim também na terra. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos que nos devem. E não nos introduzas em tentação, mas livra-nos do Maligno. De fato, se vós perdoardes aos outros as suas faltas, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos outros, vosso Pai também não perdoará as vossas faltas."  

Meditação:

 Mateus, no seu evangelho, apresenta a oração do Pai Nosso inserida no Sermão da Montanha. Jesus, advertindo os discípulos sobre a hipocrisia daqueles que oravam ostensivamente para se exibirem, ensina a prática da autêntica oração.

 A oração deve ser feita em segredo, na intimidade de Deus. Bastam poucas palavras, pois Deus sabe do que temos necessidade.

 Jesus deixa claro que para orar não são necessárias muitas palavras e fórmulas, pois a chave da oração a Deus consiste em reconhecê-lo como Pai e dirigir-se a ele em conseqüência.

 Isto é revolucionário, porque implica que o crente se sinta identificado como filho, e reconheça, portanto, em sua própria existência a importância de Deus como aquele que o criou e lhe deu a vida.

A oração vem a ser assim um diálogo entre um pai e um filho, no qual, mais que existirem duras imposições, reina o amor que os une.

No evangelho de hoje, Jesus vem nos ensinar como realizar a oração. Este tempo é bastante propício para reiniciarmos ou darmos continuidade as nossas orações, entretanto elas não precisam ser proferidas em muitas e belas palavras.

Não importa quantas e quais palavras utilizemos em nossas orações, Jesus nos garante no evangelho: "vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais."  Por isso, a forma mais simples e humilde de orar é através do Pai Nosso.

Todos conhecemos a oração do Pai nosso, mas exatamente por conhecer muito bem, às vezes oramos sem meditar sobre o que estamos falando.

Esta oração é muito bonita e forte, mas de nada nos serve se ela não sair do nosso coração. Seria como uma oração muito bonita e pomposa, mas vazia de sentimento.

Este é o principal ponto da oração, ela deve sair do coração não importando se a frase é apenas um "Meu Deus eu te amo, tem piedade de mim".

Por último, o evangelho nos faz refletir sobre o perdão: "De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes".

A Bíblia nos traz uma passagem em Mateus 18,23-35, que se aplica muito bem a estes dois versículos. Na parábola Jesus compara o Reino ao rei que perdoa a enorme dívida do seu, mas este ao sair da vista do patrão agarra e sufoca um de seus devedores não perdoando sua pequena dívida. Então, este empregado que foi perdoado e não perdoou deverá prestar contas ao rei por sua maldade.

Reflexão Apostólica:

Orar tem sido sempre uma dinâmica muito própria entre o fiel e Deus. Mas como orar? Será necessário fazer grandes e profundos preâmbulos? Por acaso é importante repetir orações ditas por outros? Qual é a melhor forma para nos comunicarmos com Deus?

 Estas e outras perguntas circulavam entre os discípulos de Jesus, que vinham de um contexto em que a oração era uma especialidade, mas se deixava de lado a comunicação real que se dá entre o crente que se confia a Deus, e Deus mesmo, que, por sua vez, responde.

 A convivência com Jesus era uma verdadeira catequese para os discípulos.  Hoje Jesus pede a eles que corrijam a tentação da atitude meramente exterior na oração: a multiplicação das palavras, a aparência, a superficialidade na oração. E, acima de tudo, não tenham a presunção de achar que a “sua” forma de orar é a melhor, e, portanto, a única.

Jesus mesmo tem diferentes formas de orar, de acordo com a situação. Na forma de orar que Jesus propõe hoje, entram dois elementos essenciais: o reconhecimento de que Deus é Pai de todos, e o compromisso em relação à fraternidade universal daqueles que crêem. Só sentimos que Deus é Pai e experimentamos a fraternidade, vivendo bem com quem está do nosso lado.

Uma chama e implica a outra. Ter um Deus que é Pai significa admitir e viver como irmãos. Mais inda: só sentimos que Deus é Pai quando aceitamos os outros como irmãos. Senhor, livra-nos de todo tipo de exibicionismo e de fechamento.

Dirijamo-nos a nosso Deus com o que somos, sem guardarmos nada, confiando-lhe tanto nossas grandes ou pequenas dificuldades como nossos mais sinceros e honestos sonhos, já que ele sempre está atento à nossa oração.

A oração que Jesus nos ensina hoje: Pai-Mãe, Deus de toda humanidade, que habitais dentro de mim e de todo homem e mulher no mundo, ajudai-me a que, com minha vida vos santifique, e que minha vida santifique os demais. Quero contribuir, com feitos concretos, para a construção desse mundo novo, de justiça, de solidariedade e de paz. Fazei-me capaz de entender que quereis o melhor para mim e meus semelhantes, na minha vida comum de família, de trabalho e de cidadão.

Fazei-me compreender e respeitar a vida daqueles que não conheço, os que estão longe, que falam outro idioma e crêem de outra maneira, e que quereis dar a todos o pão que alimenta nossos corpos e o pão de um coração novo, que impulsiona e fortalece todo ser humano.

Comprometo-me convosco, neste dia, a perdoar uma e mil vezes, porque me faz feliz e porque sou vossa imagem, como um Pai e Mãe que sempre perdoa seus filhos. Fortalecei-me para que cada dia me esforce em não ceder ante as tentações de poder e egoísmo, para assim fazer frente ao mal com o bem, a injustiça com a solidariedade e ao ódio com amor.

Propósito:

Pai, livra-me de reduzir a palavras vazias a oração que Jesus nos ensinou. Que eu saiba encontrar o sentido do pai-nosso, centrando minha vida na filiação divina e na fraternidade. Pai nosso, que estais no céu...


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