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domingo, 3 de novembro de 2019

Evangelho do dia 09 de novembro sábado 2019 - Dedicação da Basílica de latrão


09 novembro  - Se mesmo Deus quiser nos deixar sem consolações, não devemos ficar excessivamente tristes, mas continuar a rezar e a esperar, curvando com humildade a fronte e mantendo o coração alegre com a Vontade divina. (S 237).

Leitura do santo Evangelho segundo São João 2,13-22
13Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. 14No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. 15Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” 17Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: “O zelo por tua casa me consumirá”. 18Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agir assim?” 19Ele respondeu: “Destruí este Templo, e em três dias o levantarei”. 20Os Judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?” 21Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo. 22Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.

Meditação:

O Evangelho de João refere-se à festa da Páscoa, no Templo de Jerusalém, como sendo "dos judeus", situando Jesus à parte. No Templo se sacrificavam as oferendas trazidas pelos peregrinos, que eram muitas. O Templo era a sede do poder religioso, político e econômico, lugar onde se reunia o Grande Conselho (Sinédrio) e se guardava dinheiro. Jesus encontrou no Templo os vendedores e os cambistas de moedas. Não encontrou pessoas que buscassem a Deus, apenas o comercio.

A festa se converte em um meio de lucro para os dirigentes, pois o culto proporcionava enormes riquezas para a cidade. Trocando a moeda pagã pela moeda do Templo, era possível comprar e vender animais para sacrifício. A reação de Jesus em expulsar os mercadores é a denúncia de um sistema que substitui o Deus do Templo pelo deus do comércio e do dinheiro.

O culto se converteu em um pretexto para buscar riquezas e essa não é sua função. A reação dos judeus é perguntar por um sinal, e Jesus se remete à Ressurreição, onde o Templo é ele mesmo, presença visível de Deus. Somente quanto Ele ressuscitou seus discípulos conseguiram entender suas palavras.

Esta é outra história de novidade ou transformação. O próprio Templo será substituído. Destruído em 70 d.C. pelos soldados do exército romano de Tito, seu lugar como centro de culto e sacrifício, o local da presença de Deus e o símbolo de sua fidelidade, será ocupado pelo corpo ressuscitado de Cristo. A destruição do material do Templo foi um desastre acabrunhador para Israel. Para os cristãos judeus, a perda foi suavizada pela teologia joanina do Cristo-templo, que Paulo já ampliara para uma doutrina do cristão-templo (1Cor 6,19).
Essa purificação do material do Templo lembra-nos o tipo de atos simbólicos representados pelos profetas; de fato, a maneira de Jesus tratar o Templo, nessa ocasião, assemelha-se à de Jeremias (Jr 7). A ação, embora não seja um milagre, é um sinal, sinal duplo. O Templo, que logo seria destruído, precisava de purificação. E sua função seria substituída pelo corpo ressuscitado de Cristo.

Jesus vai a Jerusalém no tempo da Páscoa (v. 13) no inicio de seu ministério. Isso contrasta com os outros Evangelhos, nos quais Jesus vai a Jerusalém apenas uma vez e, então, bem no fim de seu ministério. Com respeito a múltiplas visitas, é provável que, historicamente, João esteja mais correto.
Nosso autor tem muito mais interesse em Jerusalém que os outros evangelistas, indicação de que suas raízes estão mais voltadas para Jerusalém do que para a Galiléia.

Entretanto, é provável que a purificação do Templo tenha ocorrido quase no fim da vida de Jesus, como os sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) indicam, sendo a última gota que levou é condenação de Jesus. João pode ter transferido a história para a fase inicial da vida de Jesus porque ela se adapta tão bem a seu tema de “novidade” e porque pretende que a ressurreição de Lázaro seja o incidente que leve à crucifixão.
A menção de “quarenta e seis anos” no versículo 20 é uma das mais claras indicações cronológicas dadas nos evangelhos (cf. Lc 3,1 para outra). A atual construção, terminada no início dos anos 60, foi iniciada por Herodes em 20-19 a.C. A adição dos 46 anos de João data a cena em mais ou menos 28 d.C.

Finalmente, há quatro peculiaridades joaninas que aparecem pela primeira vez nesse incidente:

a) “Os judeus” aparecem como os principais adversários de Jesus. Com certeza, o judeu Jesus e seus discípulos judeus tinham sua cota-parte de dificuldades com seus contemporâneos judeus, mas distinção marcante entre Jesus e os judeus deve ecoar o antagonismo mais tardio e mais intenso entre judeus e cristãos, na época da comunidade de João.
b) Encontramos nos versículos de 19 a 21 a primeira apresentação de uma técnica dramática pela qual o autor diz o que quer progredindo da ambiguidade para mal-entendido e dai para a compreensão. A ambiguidade do versículo 19 leva ao mal-entendido do versículo 20 ao esclarecimento final do versículo 21. A tócnica ocorre com frequência no Evangelho.

c) O versículo 22 conta-nos que muitas das palavras e ações de Jesus não foram entendidas durante si vida e se tornaram inteligíveis somente luz de si ressurreição. É dessa perspectiva que nosso evangelista escreve.
d) Por fim, no versículo 23, João fala dos muitos que creram porque viram os sinais que Jesus operei. Aqui devemos ser cautelosos. Nesse e nos versículos seguintes, João não está falando de uma fé profunda e vivível; está falando da fé inicial dos que simplesmente vêem os sinais. Não são os que vêem que tornam verdadeiros discípulos, mas os que entendem. No incidente que se segue, veremos um homem atraído por sinais (3,2), mas que não compreende que eles significam.

Com Jesus a presença de Deus não está no Templo, mas sim no próprio Jesus e em cada membro da comunidade (segunda leitura) que vive o serviço e a partilha, com amor e misericórdia.
No evangelho refletimos que, por ocasião da expulsão dos vendedores de dentro do templo, Jesus pronuncia a palavra-chave para compreendermos toda esta simbologia sobre nossa pertença ao corpo místico de Cristo. Respondendo aos judeus que o interpelavam porque não permitira o comércio dentro do templo, ele disse: Destruí este templo, e eu o reerguerei em três dias. E a comunidade de João acrescentou esta reflexão: Ele falava do templo do seu corpo.

Cristo ressuscitado é a Cabeça de sua Igreja. Nós somos seus membros. Será sempre através de Cristo, ao mesmo tempo sacerdote e vítima, que celebraremos o memorial da paixão e morte de Cristo, renovada a cada missa. Nesta renovamos a aliança com o Pai, cujo penhor é o sangue de Cristo.
Nesse sentido, Pedro, em sua 1ª carta 2,4-5, apresenta-nos de maneira original esta idéia: Achegai-vos a Cristo, pedra viva que os homens rejeitaram, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus; e quais outras pedras vivas, vós também vos tornais o material desse edifício espiritual, um sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.

Essa mesma idéia de Pedro foi desenvolvida na carta de Paulo aos Coríntios: Vois sois o edifício de Deus... Não sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?... O templo de Deus é sagrado – e isto sois vós.
Ora essa consagração provém do nosso batismo. Somos, portanto, santos e tudo o que fazemos (menos o pecado) tem valor, agregado ao sacrifício espiritual oferecido junto com a vítima, Jesus Cristo, ao Pai, uma só vez, e renovado a cada missa.

Por isso nossa celebração da missa (nós somos celebrantes da missa juntamente com sacerdote que é o presidente!) não termina ali.Estende-se até nossa casa, trabalho, nosso dia-a-dia. Enfim não existe separação entre sagrado e profano. É tudo sagrado!
Todas essas meditações nos devem levar a uma vivência de misericórdia, de amor para com os irmãos. Pois foi isso que ele fez, quando se reergueu da morte e voltou à vida. É nosso reerguimento que Deus espera de nós. Pois ele não olha para nossos pecados, mas sim para nosso coração, ao nos levantarmos de nossos erros.

Reflexão Apostólica:

Deus, o aliado dos sofredores empobrecidos, sempre denunciou, por meio dos profetas, a exploração da religião. Ele é o Deus que ouve o clamor dos marginalizados. Mas a teologia veiculada pelo templo de Jerusalém afirma o contrário. Para ser ouvido, Deus precisa ser comprado por meio de sacrifícios. Mais ainda: Deus precisa ser comprado por “dinheiro limpo”. A ira de Jesus tem toda razão de ser.

O gesto de expulsar os comerciantes do templo suscita duas reações. A primeira vem dos discípulos. Para eles, Jesus seria um reformador da instituição. E até se cita a Bíblia: “O zelo por tua casa me consome” (v. 17; Sl 69,10).

Logo adiante (vv. 21-22), João afirma que os discípulos, após a ressurreição de Jesus, redimensionam seus conceitos a respeito de seu mestre. Ele não é um reformador do templo, mas aquele que, em seu corpo, o substitui. O corpo de Jesus, sua humanidade, é o lugar de encontro entre Deus e a humanidade.

A segunda reação vem dos dirigentes, exatamente os que se sentem lesados pelo gesto de Jesus de acabar com o comércio no templo. Eles o querem intimidar: “Que sinal nos mostras para agir assim?” (v. 18). Jesus responde, dizendo que sua morte e ressurreição serão o grande sinal: “Destruam este templo, e em três dias eu o levantarei” (v. 19). Temos aqui o centro do evangelho deste dia.

Jesus não só aboliu os sacrifícios do templo de Jerusalém, mas também decretou que o fim do templo já chegou. É por meio do seu corpo, morto e ressuscitado, que o povo se encontra com Deus para celebrar a Páscoa da libertação.

A essa altura, o Evangelho de João já aponta para os responsáveis pela morte de Jesus. E, na frase do v. 19, está embutida uma condenação dos que tentam destruí-lo: eles não estão preocupados com a vida. Pelo contrário, estão comprometidos com a morte. É como se Jesus dissesse: “Vocês, de fato, vão destruir este templo”, referindo-se ao corpo dele. Aí está implícita a acusação de que as lideranças daquele tempo estavam envolvidas com um sistema que gera a morte do povo.

A reação de Jesus diante dos vendedores e cambistas que comerciavam dentro do templo de Jerusalém, serve para nós como uma exortação para que não façamos das coisas de Deus, cabide para dar suporte aos nossos interesses.
Ao mesmo tempo em que nós devemos respeitar a casa de Deus como um lugar sagrado, de recolhimento e oração, nós também precisamos fazer do nosso interior um templo sagrado onde habita Deus.

Assim como Jesus expulsou os vendilhões do templo, nós também com toda determinação necessitamos expulsar do nosso coração tudo o que possa fazer do nosso interior numa casa de comércio, onde paire os pensamentos maus, interesseiros e as más intenções. “O zelo por tua casa me consumirá”.

Precisamos repetir isto ao Senhor a todo o momento. O cuidado que devemos ter com a nossa morada interior aonde Deus habita deve consumir os nossos dias.
Não podemos em nenhum momento relaxar na vigilância diante do que nós falamos, do que nós pensamos ou imaginamos, assim como também, a tudo que possa corromper a nossa consciência.

Reflexão pessoal: O que tem ocupado os seus pensamentos? As sugestões que partem do seu interior têm sido salutares para a sua vida e a dos seus irmãos? Você guarda ódio e ressentimentos? Você tem um coração alegre e confiante em Deus?
Propósito:

Senhor Jesus, que eu tenha pelas coisas do Pai o mesmo zelo que tiveste, sabendo reconhecer as exigências práticas da minha fé.
AUTO PIEDADE
Existem poucas emoções tão calorosas, confortantes e envolventes como a auto piedade. No entanto, nada é mais corrosivo e destrutivo do que tal sentimento. Só há uma saída: fuja o mais rápido possível de tal emoção e siga em frente.  
Você está sentindo pena de si mesmo? Por que isso? O que você acha que tal sentimento irá lhe trazer? Na realidade tudo o que você irá obter será um agravamento dos problemas que já tem e um aprofundamento do desespero que começou a experimentar. 

Saiba que há uma notícia ruim e também uma boa notícia em relação à auto piedade. A má noticia é que você a está experimentando; ela é sua. A boa notícia é que você pode se livrar dela, da mesma maneira que decidiu adotá-la. Portanto, permita que a experiência de sentir pena de si mesmo escape para longe da sua vida. Tenha em mente que este é um artifício inútil do passado, e que deve ser abandonado o mais rapidamente possível, para o bem da sua saúde emocional. 

Eis aqui a sua opção: você pode continuar lembrando a si mesmo quão ruim e injusta é esta vida, ou pode concentrar seus esforços naquelas coisas que são e naquelas que ainda podem vir a ser. Não importa quão deplorável seja a sua situação. A auto piedade não tem absolutamente nada de bom a lhe oferecer. Nem deve interessar quão difícil seja a sua realidade; sua melhor escolha – a qualquer hora – é entregar-se completamente a Deus e de uma maneira gradual e consistente experimentar um novo, continuado e salutar momento

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