Seguidores

domingo, 26 de novembro de 2017

EVANGELHO DO DIA 03 DE DEZEMBRO - 1º DOMINGO DO ADVENTO

03 DEZEMBRO - Deus faz sempre o que é melhor para nós. (S 176). São Jose Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 13,33-37

"Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando.
Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”
"
 

Meditação:

A Comunidade judaica, e volta do exílio, enfrenta um grande desafio: reconstruir os fundamentos da nação, da cidade e do Templo. Não era uma tarefa fácil. A maioria dos exilados já se havia organizado na Babilônia e em outras regiões do império caldeu.

A maior parte dos que havia chegado da Judéia cinqüenta anos antes já havia morrido e os descendentes não sentiam grande nostalgia pela terra de seus pais.
Os profetas convidavam continuamente o povo a reconhecer os erros que haviam conduzido à ruína, porém, a maior parte dos exilados ignorava os mediadores de Javé. Alguns tomaram a peito o projeto de reconstruir a identidade, as instituições e a vida da nação.

Contudo, não contaram inicialmente com muito apoio. Parecia uma idéia louca e desnecessária: para que voltar a Jerusalém se já não havia remédio…

O mesmo ocorre às vezes conosco: vivemos da nostalgia, da saudade do passado, porém não nos comprometemos em transformar a realidade do presente.
Lembramos de outros tempos em que se vivia melhor, porém não resgatamos os valores que tornam possível uma convivência humana justa e equitativa.

Jesus faz a seus discípulos uma recomendação que hoje nos surpreende: manter-se despertos. É o oposto do que nós faríamos. Porém, ele tem razão.

Se cada um de nós estamos estonteados pelas preocupações mais supérfluas, o perigo é ver passar a hora apropriada para realizar a missão que Jesus nos encomenda.

Jesus, no evangelho, nos ensina a estar alerta contra os que crêem que os ensinamentos cristãos são algo supérfluo.

O evangelho deve ser proclamado onde seja necessário, deve ser colocado onde seja visto, deve ser colocado ao alcance de todos.
Nossa missão é fazer do evangelho uma lâmpada que ilumine o caminho da vida e nos mantenha em atitude de vigilância.

A interpretação que se dava a estes textos do evangelho que apontam para o futuro ou para a escatologia esteve quase sempre revestida de um sabor apocalíptico e de temor: o Senhor havia estabelecido um prazo que poderia acabar em qualquer momento, imprevisivelmente, pelo qual necessitávamos estar preparados para um juízo surpreendente e castigador que o Senhor poderia abrir em qualquer momento contra nós.

"Que a morte nos surpreenda confessados". Este medo funcionou durante muito tempo, durante tantos séculos, como durou uma imagem mística de Deus, excessivamente calcada pela imagem do soberano feudal, que dispõe despoticamente sobre seus acólitos.

O medo da condenação eterna, tão impregnado na sociedade cristã medieval e barroca, fez com que a "greve de confessionários" pudesse ser, em determinados momentos, uma arma afiada pelo clero contra as classes altas, por exemplo, por parte dos missionários defensores do povo contra os conquistadores espanhóis, donos de escravos.

Provoca risos pensar na eficácia que uma tal "greve de confessionários" poderia ter hoje em dia...

A estrela da "vida eterna", o dilema salvação / condenação eternas, brilhava com sua potencia indiscutível no firmamento da cosmovisão do homem da mulher pré-modernos...

Porém, são tempos idos. Seria um erro enfocar o comentário aos evangelhos, como o que lemos hoje, nessa perspectiva, pensando que nossos contemporâneos ainda são pré-modernos...

O estado de alerta, o olhar atento ao futuro que convida ao adoçamento ou à rotina.... sim, é uma categoria e uma dimensão do homem e da mulher modernos. Se o interpretarmos como "esperança", a pertença da mensagem ainda é mais vigente.

Que pode significar "advento" para a sociedade atual? Como nome de um tempo litúrgico significa bem pouco e não haveria de lamentar-se muito nem gastar pólvora inutilmente, pois qualquer dia - talvez mais rápido do que se imagina - a Igreja mude o esquema dos ciclos da liturgia, que clama a gritos por uma renovação.

O que importa não é o tempo litúrgico, mas o Advento mesmo, o "Advenimento" - pois é isso que significa a palavra - o "noch nicht Sein", como diria Ernest Bloch, aquilo cuja forma de ser consiste em "não ser ainda, porém em vias de chegar a ser"...

Ateu como era, Bloch construiu todo seu poderoso edifício filosófico sobre a base da utopia e da esperança e apresentou em belas e inesquecíveis páginas a grandeza heróica do santo e do mártir ateu, capaz de dar a vida pela esperança...
Egling, na mesma linha do ateísmo, dizia: "O mais real do real, não é a realidade mesma, mas suas possibilidades...".

Depois dos anos 90, estamos em um tempo de "desfalecimento utópico". Com o triunfo do neoliberalismo e a derrota das utopias (não "das ideologias", algumas das quais continuam ainda vivas), a cultura moderna - ou melhor, pós-moderna - castiga o pensamento esperançado e utopista. O ser humano moderno-pós-moderno está sobressaltado. Já não acredita em "grandes relatos".

Foi-nos imposta uma cultura anti-utópica, anti-messiânica, a-escatológica, sem esperança, apesar do brilho sedutor dos produtos da indústria mundial do entretenimento; por trás desse atrativo sedutor do entretenimento, temos a imagem de um ser humano em jejum de toda esperança, que transcenda minimamente o "carpe diem" ou o "desfrute a vida".

Que advenimento ("advento") espera o homem e a mulher contemporâneos? Como viver o advento em uma sociedade que não espera nenhum "advenimento"? Desde já, não reduzindo o advento a um "tempo litúrgico", ou a um tempo pré-natal… Como assim?

A Advenimento que os cristãos esperam não é só o do Natal… Nem sequer é "o céu"… Mas o Reino! Não é outro mundo… É este mesmo mundo… Porém, "totalmente outro"!

Os cristãos não podem inculturar-se de todo nesta cultura anti-utópica e sem "grandes relatos", porque somos filhos da grande Utopia da Causa de Jesus, e temos o "grande relato"do Projeto de Deus…

Poderíamos não celebrar o advento, porém não podemos deixar de nos dar as mãos, juntamente com os mártires e santos ateus (sobram poucos) e com os homens e mulheres da terra, de qualquer religião do planeta, para trabalhar denodadamente pelo Advenimento do Novo Mundo.

Cada vez aparece mais claro: criar um Mundo Novo, fraterno-sororal e solidário, sem impérios nem instituições transnacionais ou mundiais exploradoras dos pobres, o que Jesus chamou "malkuta Javé", Reino de Deus, porém dito com palavras e fatos deste já terceiro milênio. Esse é o Advenimento que esperamos, o sonho que nos resta sonhar, o que nos faz estar "alerta".
Reflexão Apostólica:

Somos administradores do reino de Deus aqui na terra. Somos seus empregados, cada um com sua tarefa.
O dono da casa nos entregou a sua casa e espera de cada um de nós a realização daquilo que nos foi confiado. Ele pode chegar a qualquer hora do dia ou da noite.
“Dormir” seria desperdiçar tempo, recusar oportunidades, ficar na penúria, “deixar a Banda passar e não segui-la”. Não podemos nos acomodar pensando que ainda teremos muito tempo para ser vivido.
O tempo urge, a fila anda e cada minuto da nossa existência é precioso para que possamos trabalhar a fim de realizar as obras que o Senhor espera receber das nossas mãos.
O Senhor espera de nós obras concretas de misericórdia e de amor. Ele nos motiva e nos dá condições para que isto aconteça.
A sua Palavra é um farol que ilumina a nossa inteligência e nos direciona para que tudo saia a contento.
Se, realmente, nós vivenciarmos os ensinamentos de Jesus, nós, com certeza, estaremos preparados para nos apresentar na presença do Senhor que virá. Portanto, não durmamos porque o dia já vem clareando.
Como você está na sua vida: na janela somente vendo a banda passar? O que falta para você seguir na Banda do Senhor? Você tem consciência de que Deus espera de você a sua parte? Que parte será essa?
Propósito:

Nosso Deus e nosso Pai, ao começar um novo Advento, nós te pedimos que avives a nossa fé, fortaleças nossa esperança e consolides nosso amor, de modo que possamos celebrar, com verdadeira alegria, o nascimento de Jesus Cristo.
APENAS POR UM DIA
Realmente, precisamos trabalhar no nosso relacionamento.   DEUS

Apenas por um dia permita-se abraçar tudo aquilo que realmente você é e tem sido, em cada momento da sua vida. Saiba que você é um recipiente de luz. Apenas por um dia permita que você se solte de todas as suas dúvidas a respeito das suas habilidades e de seus potenciais, seus erros do passado e o medo do futuro. 

Você é uma criatura de Deus. Você está intrinsecamente conectado com a fonte de poder que controla cada mínimo detalhe de tudo que acontece no Universo. Apenas por um dia lembre-se a si mesmo: “Eu estou com Deus. Estou conectado com Aquele que tem todo o poder em suas mãos”. 

Apenas por um dia seja como uma criança. Acredite nas pessoas. Creia que você é amado. Experimente a paz. Seja amoroso com as pessoas e com você mesmo. Apenas por um dia louve a Deus e lhe dê graças pela exuberante realidade de que onde você está Ele aí se faz presente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário