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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Evangelho do dia 4 de outubro terça feira - SÃO FRANCISCO DE ASSIS

04 outubro No segredo se forma o herói, tal como desabrocha a semente na natureza. (L 23). São Jose marello
Lucas 10,38-42

"Jesus e os seus discípulos continuaram a sua viagem e chegaram a um povoado. Ali uma mulher chamada Marta o recebeu na casa dela. Maria, a sua irmã, sentou-se aos pés do Senhor e ficou ouvindo o que ele ensinava. Marta estava ocupada com todo o trabalho da casa. Então chegou perto de Jesus e perguntou:
- O senhor não se importa que a minha irmã me deixe sozinha com todo este trabalho? Mande que ela venha me ajudar.
Aí o Senhor respondeu:
- Marta, Marta, você está agitada e preocupada com muitas coisas, mas apenas uma é necessária! Maria escolheu a melhor de todas, e esta ninguém vai tomar dela.
"
1º Meditação
Paulo se dirige aos fiéis da Galácia (Gl 1,13-24) para fazer uma espécie de apologia pessoal. A atitude dos gálatas provocou no apóstolo a necessidade de lhes esclarecer o seguinte:
Primeiro, que todo judeu era zeloso de sua religião e das tradições de seus pais, mas intolerante com todo aquele que tentasse sequer desfazer-se daquelas tradições até o extremo de persegui-los.
Chamado, contudo, por aquele mesmo a quem perseguia fora enviado a pregar o Evangelho da graça, primeiro a seus correligionários e logo aos gentios. Paulo esclarece que ao ter recebido diretamente a revelação de Jesus Cristo não considerou necessária a autoridade dos outros apóstolos para dar início a seu trabalho evangelizador.
Somente depois de três anos sobe a Jerusalém para conhecer a Cefas com quem permaneceu por quinze dias. Para Paulo, a autoridade de seu Evangelho e de sua missão estava, pois no mesmo Jesus que teve por bem chamá-lo pessoalmente.
O Evangelho nos apresenta a conhecida cena de Marta e Maria que recebem a visita de Jesus durante sua ida a Jerusalém. Qual poderia ser a intenção de Lucas quando nos apresenta este quadro? Poderíamos propor várias possíveis intenções.
Para Lucas, Jesus é o homem livre e libertador. Um homem comum daquela época não teria entrado na casa dessas mulheres a não ser que estivesse em companhia de um homem. É que não era comum que a mulher recebesse a visita de um varão.
Quando um amigo chegava de visita, o varão da casa o recebia enquanto que a mulher desaparecia, a fim de ir para a cozinha preparar algo para que seu marido, não ela, oferecesse a seu amigo. Marta e Maria – no relato – estão sozinhas e não obstante recebem a visita de Jesus. É o primeiro elemento “anormal” que Lucas apresenta para traçar outra feição da atitude livre e libertadora do Mestre.
Em casa, Maria assume o papel que concretamente  era desempenhado pelo homem: receber o visitante. Maria descobre facilmente que aquela visita não é comum, que o hóspede à sua frente vai modificando e até, se se quiser, passando por cima de uma série de coisas que até então eram obstáculo para a vivência da verdadeira liberdade interior (e isso não lhe será tirado).
O alcance de Jesus com aquela visita era fazer que Maria que, como mulher, não devia ficar na “sala de recepção” e menos ainda, permanecer aos pés de um mestre (!) desse-lhe atenção e o escutasse, deixando para trás preconceitos e práticas sociais que somente conseguiam manter a distância entre homens e mulheres com o agravante de manter a mulher sempre reduzida à mínima expressão.
Com Jesus, o Evangelho começa pelo mais humilde, pelo mais marginalizado, mas isso não é compreendido por todos. Marta não consegue entender as coisas desse  modo; para ela, a novidade do reino, a verdade que Jesus vai propagando ao longo de seu caminho ainda não ganhou forma em sua vida, talvez Jesus lhe cause muito boa impressão, fale muito bonito, relacione-se com todo mundo, a ponto de visitá-las em sua casa, mas nada mais além disso.
As coisas continuam iguais para ela, seu papel de mulher conhecedora do que tem de fazer quando há hospede em casa, não muda. Não pode entender o que acontece com Maria. Seu apego ao que é mandado, ao que está estabelecido não lhe permite ver, e menos ainda experimentar, a novidade do reino trazida por Jesus que se deu ao trabalho de a levar até sua própria casa.
Razão de sobra tem para reclamar com sua irmã, apelando para a autoridade do amigo Jesus. O desassossego de Marta é bem disfarçado com a desculpa dos afazeres domésticos da casa. Não são, porém, os cuidados domésticos, é puro dissabor. Marta não percebe que o reino do amor, da liberdade e da libertação é também para ela. Uma vez que se descobre esta experiência da chegada do reino ao plano pessoal, o resto é o resto. Assim o entendeu Maria e isso não lhe seria “tirado”.
Na prática, a resposta de Jesus a Marta é esta: “trata de quebrar tantas barreiras para que possas experimentar a mesma alegria, o mesmo sentimento de Maria”.
Esse mesmo convite vale também para nós. Talvez o ritmo e o estilo de nossa vida, o que está determinado, não nos permita descobrir a novidade do reino que está diante de nossos olhos, está em nossa própria casa, mas nos dá medo experimentar.
Jesus, que vai subindo para Jerusalém, detectou, ao longo de seu ministério na Galiléia e pelo caminho, estas duas atitudes: captação da novidade do reino e “abandono”, relativização em tudo mais. Resistência, não tanto rejeição, mas resistência. Lucas condensa esta constatação no relato da visita a Marta e Maria.
1º Reflexão Apostólica:

Esta narrativa foi tardiamente interpretada na Igreja como se a opção pela vida contemplativa fosse melhor do que a vida ativa.

Com certeza, se consideramos superficialmente e fora do contexto algumas ações aqui narradas, podem-nos parecer injustas como, por exemplo, a atitude de Maria que não ajuda Marta nas tarefas domésticas. Mas se olharmos para além do ato mesmo e nos perguntarmos pelos motivos que levaram Maria a subtrair-se dos afazeres de casa, entenderemos que não é por preguiça, mesquinhez ou falta de solidariedade.

Ela deseja ocupar-se com algo de suma importância, aproveitar uma ocasião única, levando-se ainda em conta sua condição feminina: “ouvir os ensinamentos de Jesus”.
O que poderia ter maior importância que aprender as palavras de Jesus de seus próprios lábios, aprofundar seu significado, encontrar-se entre os privilegiados que podiam ouvi-lo diretamente, entre aqueles que podiam perguntar-lhe por sua correta interpretação?

O próprio Jesus nos orienta acerca de ficarmos atentos “a coisas melhores”, às únicas que são realmente importantes. Quantas vezes nos deixamos imbuir pelos afazeres cotidianos, pelos cuidados do dia-a-dia? Quantas vezes, ficamos soterrados por montanhas de trabalho, de tarefas importantes, sim, mas não substanciais? Quantas vezes privilegiamos o atendimento do urgente em detrimento do que realmente é importante?

As palavras de Jesus nos convidam a fazer uma parada em nossos frenéticos trabalhos cotidianos para refletir sobre o transcendental; para aprender sobre seus próprios ensinamentos.

Costumamos pensar que os que se dedicam à vida contemplativa, quer dizer, consagram-se a Deus para viver num convento ou mosteiro de clausura, assumiram o papel de Maria de Betânia, enquanto os demais, que nos dedicamos à luta pela sobrevivência, à atividade pastoral e a enfrentar os problemas do dia a dia, optamos pela parte de Marta. Contudo esta divisão severa de papéis corresponde à mensagem do Evangelho.
Lucas nos convida a ‘escolhermos a melhor parte’, quer dizer, a de nos convertermos em ouvintes e servidores de Jesus; para que, reconhecendo quando ele se manifesta em nossa vida, nos disponhamos a escutá-lo sem titubeios.
Certamente, como cristãos, não podemos renunciar à dimensão contemplativa da relação com Deus, porque é o fundamento de nossa identidade discipular.
Se não nos fizermos ouvintes dos ensinamentos do Mestre, o que iremos anunciar? Se não formos servidores de sua Palavra, em que vamos crer?

Temos de vencer os pudores e vergonhas do cristianismo convencional, e nos pormos em contato com os pés do Mestre para descobrir neles o caminho que nos conduz para o Reino.
Devemos nos aproximar dessa humanidade simples do Mestre de Nazaré, para descobrir em seus ensinamentos o mistério de sua divindade escondida pelos séculos.

A maior parte de nós – e de modo primordial os leigos – é chamada a testemunhar Cristo, vivendo no mundo, para procurar sua transformação de acordo com o Evangelho como perfeito “fermento na massa”. Compatibilizar os dois papéis implica uma sabedoria que temos de pedir a Deus com humildade e constância.

Vivemos num mundo apressado hoje. Corre para aqui corre para lá! Mas nos esquecemos que correr não quer dizer crescer. Na fúria consumista, o homem perde os valores da contemplação e da prece.

O Senhor pede para parar um pouco e ouvir. Escute Deus falar-lhe das coisas do céu! Não tenha pressa de sair  quando está na missa. Ou na oração. Esqueça o tempo do mundo e viva o tempo da graça de Deus e com Deus.
Você escuta voluntariamente a Palavra de Deus? Na missa, o sermão não se torna enjoativo? O povo prefere estar parado na frente da televisão. O jornal e o rádio têm preferência à palavra divina proclamada na igreja.

Existem muitas “Santas Martas” que convivem em nosso meio: mães, avós, tias, vizinhas, amigas, que nos acolhem tão bem em suas casas, por mais ingratos que sejamos. Elas apenas oferecem o que têm de melhor. E, às vezes, precisam ser lembradas que ainda mais importante do que deixar a casa impecável para recebê-lo, é preciso abrir a porta do coração para receber Jesus.

Portanto, o importante é ouvir. Jesus certamente apreciava o trabalho de Marta, mas não aprovava que ela pensasse só no trabalho.

Hoje devemos juntar as duas coisas: o trabalho e a escuta da Palavra, porque a melhor parte não é aquela que multiplica as coisas; a melhor parte é aquela que torna Deus presente em nós; então, o silêncio é mais eloqüente do que todas as palavras. No meio da escuridão do mundo de hoje, a escuta se torna difícil.
 
Propósito:
Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta palavra.
2º Meditação: 

Em Lucas há uma cena com Marta dedicada aos trabalhos da casa e Maria, à escuta de Jesus (Lc 10,38-42).

Em João, nesta cena do evangelho de hoje, vemos Maria sentada em casa, triste com a morte do irmão, e Marta atenta e dialogando com Jesus em busca da vida, fazendo sua profissão de fé.

De início Marta reafirma a crença farisaica na ressurreição do último dia. Jesus revela-lhe a sua novidade: "Eu sou a ressurreição e a vida". A ressurreição é a vida de Deus, que vence a morte e que nos é dada em Jesus.

Marta, com sua irmã Maria e seu irmão Lázaro, só são mencionados por Lucas e por João, nesta passagem da ressurreição de Lázaro e na ceia em Betânia, seis dias antes da última ceia na véspera da Páscoa em Jerusalém (Jo 12,1-8).
As palavras que acabamos de ler no Evangelho advertem-nos que, no meio da multiplicidade das ocupações deste mundo, há um bem único para o qual devemos tender.
Tendemos porque ainda estamos a caminho e não em morada permanente; em viagem e não na pátria definitiva; em tempo de desejo e não da posse perfeita. Mas devemos tender sem preguiça e sem parar, a fim de podermos um dia chegar ao fim.
Dos evangelhos, é sempre difícil, retirar o que é acontecimento histórico. Sabemos sim, que o objetivo dos autores é; perante destinatários concretos, as comunidades a que dirigiam o que escreviam, pô-las em contacto com Jesus Cristo. Seriam, dizemos nós hoje, catequeses.

A memória de santa Marta está associada, à ressurreição de Lázaro. Sabemos que esta ressurreição, não foi definitiva, pois Lázaro voltou a morrer.
Este episódio contado por João, serve para, mais uma vez, percebermos que Jesus é o Senhor da vida. Todos os gestos, todos os sinais, incluíndo este, mostram-nos Jesus comprometido com a vida dos homens. Vida que acreditamos nós, não termina quando da nossa morte física, mas continua para sempre.

João põe na boca de Marta a profissão de fé em Jesus Cristo: "Sim, Senhor, eu creio". Profissão de fé, muito semelhante à de Pedro.
Marta que conhecíamos doutro episódio, como andando atarefada e aparentemente distraída (Lc 10,38-42), tem neste acontecimento, a centralidade do crente que professa e adere na confiança plena.

O acontecimento não identifica somente uma coisa que aconteceu e com a qual tudo teve início, mas é aquilo que desperta o presente, define o presente, dá conteúdo ao presente, torna possível o presente.

"Amai toda a gente com grande amor de caridade, mas reservai a vossa amizade profunda para os que podem partilhar convosco as coisas boas. [...]"

Se partilhamos no domínio dos conhecimentos, a nossa amizade é certamente louvável; mais ainda se comungam da prudência, da discrição, da força e da justiça.

Contudo, se a nossa relação é fundada na caridade, na devoção e na perfeição cristã, a nossa amizade é preciosa! É admirável porque vem de Deus, admirável porque tende para Deus, admirável porque o seu laço é Deus, porque é eterna em Deus. Como é bom amar na terra como se ama no céu, aprendamos a amar neste mundo como o faremos para sempre no outro!

Não se trata aqui do amor simples da caridade, porque esse deve ser levado a todos os homens; trata-se da amizade espiritual, pela qual dois, três ou vários comungam na vida espiritual e têm um só coração e uma só alma.

É verdadeiramente justo que tais almas cantem felizes: "Vede como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos!" (Sl 132, 1).

Todas as outras amizades não são mais do que a sombra desta. É fundamental que os cristãos que vivem no mundo se ajudem uns aos outros através de santas amizades; por este meio incentivam-se, apoiam-se, conduzem-se mutuamente para o bem.

Ninguém pode negar que Nosso Senhor amou com uma amizade mais doce e muito especial São João, Lázaro, Marta e Madalena, pois o Evangelho o testemunha.

2º Reflexão Apostólica:

A morte de uma pessoa querida é, muitas vezes, causa de desespero para todos nós, pois nos parece que as nossas preces não foram ouvidas.
No Evangelho de hoje, enquanto Maria permanece sentada em casa, Marta vai ao encontro de Jesus. De início Marta reafirma a crença farisaica na ressurreição do último dia. Jesus revela-lhe a sua novidade: "Eu sou a ressurreição e a vida".

Marta afirma: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Ela mandou chamar Jesus, mas ele não estava presente no momento em que ela tanto precisava.

Porém, ela não se desesperou por causa disso, continuou acreditando e o resultado da sua fé foi o retorno do seu irmão à vida, mostrando-nos, assim, que não devemos questionar a ação divina, mas sempre confiar em Deus, que faz tudo para o nosso bem, para a nossa felicidade e para a nossa salvação.

Jesus demonstrou a força poderosa do Amor de Deus quando ressuscitou Lázaro. A fé em Jesus Cristo gera em nós esperança, mesmo diante da morte, como aconteceu com Marta.

Nunca poderemos duvidar da força do amor de Jesus que quer nos salvar: “Senhor, se tivesse estado aqui, meu irmão não teria morrido, mas, mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele to concederá”.

Quando nós caminhamos na vida tendo convicção de que o poder amoroso de Deus pode nos conceder vida nova e nos tirar das situações de morte nós não tememos coisa alguma.

Crer em Jesus é o troféu mais valioso que nós podemos empunhar, pois é a condição prevista pelo próprio Jesus para que tenhamos a vida eterna.

“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais. Crês isto?” 

Você, crê nisto também? É assim que você pensa e espera? Como você entende isto que Jesus falou: ainda que morra, viverá? E aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais? A que tipo de morte Jesus se refere? Como você imagina que Deus seja? Qual a experiência que você tem vivido das coisas desagradáveis?

Jesus se apresenta como a ressurreição e a vida, mostrando que a morte é apenas uma necessidade física. Para a fé cristã a vida não é interrompida com a morte, mas caminha para a sua plenitude. A vida plena da ressurreição já está presente naqueles que pertencem à comunidade de Jesus.

A ressurreição é a vida de Deus que vence a morte e que nos é dada em Jesus. A ressurreição de Lázaro revela a continuidade da vida e a presença da vida eterna, já, naqueles que crêem em Jesus.

O crer em Jesus é a recuperação da vida, agora, sem jamais morrer. É a participação na vida divina, no presente. A comunidade que crê em Jesus e vive sua missão de amor já está inserida na vida eterna.

Propósito:

Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta palavra.

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