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domingo, 9 de outubro de 2016

Evangelho do dia 10 de outubro segunda feira

10 outubro - As obras dos Santos, que os séculos têm reverenciado, foram sempre marcadas pelo selo da simplicidade, que, afinal, outra coisa não é senão uma fé inabalável na Providência, fé única e despojada de qualquer preocupação humana. (L 76).  São Jose Marello
Lucas 11,29-32

"Quando a multidão se ajuntou em volta de Jesus, ele começou a falar e disse o seguinte:
- Como as pessoas de hoje são más! Pedem um milagre como sinal de aprovação de Deus, mas nenhum sinal lhes será dado, a não ser o milagre de Jonas. Assim como o profeta Jonas foi um sinal para os moradores da cidade de Nínive, assim também o Filho do Homem será um sinal para a gente de hoje. No Dia do Juízo a rainha de Sabá vai se levantar e acusar vocês, pois ela veio de muito longe para ouvir os sábios ensinamentos de Salomão. E eu afirmo que o que está aqui é mais importante do que Salomão. No Dia do Juízo o povo de Nínive vai se levantar e acusar vocês porque, quando ouviram a mensagem de Jonas, eles se arrependeram dos seus pecados. E eu afirmo que o que está aqui é mais importante do que Jonas."

Meditação:

"Para muitas pessoas, Deus deve manifestar-se constantemente para todos, pois somente assim o mundo poderá crer. Na verdade, essas pessoas querem uma demonstração evidente da existência de Deus e da sua presença no nosso dia a dia, porém o Evangelho de hoje nos mostra que assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, Jesus é um sinal para nós, e Jonas foi um sinal para os ninivitas apenas por suas palavras, que os ninivitas ouviram e creram. Deste modo, Jesus é um sinal para nós por sua palavra e é nela que devemos crer e não ficar exigindo que ele fique realizando “milagres” para que fundamentemos a nossa fé." (CNBB)

O evangelho de hoje nos apresenta uma acusação muito forte de Jesus contra os fariseus e os escribas. Eles queriam que Jesus lhes mostrasse um sinal, porque não acreditavam nos sinais e nos milagres que estava realizando. Esta acusação de Jesus continua nos evangelhos dos próximos dias.

Meditando estes evangelhos devemos fazer muita atenção a não generalizar a acusação de Jesus como fosse dirigida ao povo hebreu.

No passado a ausência desta atenção, contribuiu infelizmente para aumentar em nós cristãos o anti-semitismo que causou tantos males à humanidade ao longo dos séculos.

Em lugar de levantar o dedo contra os fariseus do tempo de Jesus, é melhor espelharmo-nos nos textos para descobrir neles o fariseu que vive escondido em nossa Igreja e em cada um de nós, e que merece esta crítica pro parte de Jesus.

Naquele tempo, enquanto a multidão se apinhava, Jesus começo dizendo: ‘Esta geração é uma geração perversa; ela procura um sinal, mas não lhe será sinal algum a não ser o sinal de Jonas’”.

O evangelho de Mateus informa que eram os fariseus e os escribas os que pediam um sinal (Mt 12,38). Queriam que Jesus realizasse para eles um final, um milagre, de modo que pudesses ter a prova irrefutável se era o enviado de Deus, como eles o imaginavam.

Queriam que Jesus se submetesse aos critérios deles. Queriam inseri-lo no esquema do messianismo deles. Neles não havia uma qualquer abertura para uma possível conversão. Mas Jesus não se submeteu a este pedido.

O evangelho de Marcos afirma que Jesus, diante dos pedidos dos fariseus, suspirou profundamente (Mc 8,12), provavelmente de desgosto e de tristeza diante de tamanha cegueira. Porque de nada serve apresentar um quadro muito bonito a quem não quer abrir os olhos.

O único sinal que será dado é o sinal de Jonas. “Porque como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também o Filho do homem o será para esta geração”. Como será este sinal do Filho do homem?

O evangelho de Mateus responde: “De fato, como Jonas ficou três dias e três noites no ventre do peixe, assim o Filho do Homem ficará três dias e três noites no ventre da terra” (Mt 12,40).

O único sinal será a ressurreição de Jesus. Este é um sinal que, no futuro, será dado aos escribas e aos fariseus. Jesus, condenado a morte e a uma morte de cruz, será ressuscitado por Deus e continuará a ressuscitar de muitas maneiras naqueles que acreditam nele. O sinal que converte não são os milagres, mas o testemunho de vida!

A alusão à conversão do povo de Nínive associa e lembra a conversão da Rainha de Sabá: “A rainha do sul levantar-se-á no juízo junto com os homens desta geração e os condenará; porque ela veio da extremidade da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis, aqui está alguém mais que Salomão!

Esta lembrança quase ocasional do fato da Rainha de Sabá que reconhece a sabedoria de Salomão, faz ver como era utilizada naquele tempo a Bíblia. Era por associação. A regra principal da interpretação era esta: “A Bíblia se explica com a própria Bíblia”. Até hoje, esta é uma das normas mais importantes para a interpretação da Bíblia, sobretudo para a Leitura da Palavra de Deus num clima de oração.

Depois da digressão sobre Salomão e sobre a Rainha de Sabá, Jesus volta a falar sobre o sinal de Jonas: “O povo de Nínive se levantará no juízo junto com esta geração e a condenará: porque ele à pregação de Jonas se converteu”.

Os habitantes de Nínive se converteram diante do testemunho da pregação de Jonas e denunciam a incredulidade dos escribas e dos fariseus. Porque “aqui esta alguém mais do que Jonas”. Jesus é maior que Jonas, mais que Salomão. Para nós cristãos, é a chave principal da escritura (2Cor 3,14-18).

Nínive se converte à pregação de Jonas. Os escribas e os fariseus não se converteram. Hoje os apelos da realidade provocam mudanças e conversões nos povos do mundo inteiro: a ameaça ecológica, a urbanização que desumaniza, o consumismo que massifica e aliena, as injustiças, as violência etc. Muitos cristãos vivem distante destes apelos de Deus que nascem da realidade.
Jesus veio anunciar a conversão, não somente aos judeus, mas também aos pagãos, oferecendo a todos o perdão universal de Deus.

Os contemporâneos de Jesus estão com o coração endurecido diante do chamado de Deus à conversão. Eles possuem um sinal. A não conversão indica a condenação no juízo final.

Precisamos transformar nossa vida. Aproveitemos ao máximo este tempo de quaresma para reconhecer os sinais de salvação de Jesus, escutar e digerir suas palavras de vida e abrir o ouvido e o coração à sua proposta de salvação. Dia estranho e peculiar, este dia 29 de fevereiro que somente se apresenta a cada quatro anos e não sempre...

Como vimos, Jesus critica os escribas e os fariseus que conseguiam negar a evidência, tornando-se incapazes de reconhecer o chamado de Deus nos acontecimentos. E nós cristãos hoje, e eu: merecemos a mesma crítica de Jesus?

Reflexão Apostólica:  

Uma “polêmica” seqüência de afirmações! Deve ter sido isso que pensaram os que ouviram Jesus no evangelho de hoje. Tão polemica que foi narrada por três dos quatro evangelistas. Trazendo à nossa realidade poderíamos perguntar: quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
Um fato: Nossa fé é muito frágil e alicerçada no que podemos ver e não deveria ser assim. Reparem um fato real do nosso dia-a-dia.
“(…) Vamos a uma loja, escolhemos uma TV das mais modernas, de uma marca boa e confiável. Verificamos se o preço esta ao nosso alcance e, antes de concluir a compra, pedimos para que o vendedor abra a caixa e ligue o aparelho. É triste só saber em casa que esses novos aparelhos LCD não funcionam sem antena externa, exceto aqueles que já vêm com conversor embutido.

Ao chegar em casa, abrimos a caixa, colocamos a TV num lugar de destaque, compramos uma antena do Paraguai (porque é baratinha), ligamos a TV e… Cadê a imagem que aparecia na loja? Não nos damos por vencidos! Fazemos umas bolinhas de Bombril (risos, fazendo propaganda da marca de graça), colocamos na ponta da antena, mas... a TV insiste ainda em não ter a imagem da loja”.

Só agora descobrimos que precisamos da antena externa que, em conjunto com a mão de obra, cabos, conexões, nos custará em torno de cento e cinqüenta reais. Não temos dinheiro para o serviço, mas cunhecemos um amigo que sabe fazer um “gato” na TV a cabo e pronto! Agora, resolvemos o problema da TV!"

Ai esta o grande problema da Fé – Nela não dá pra fazer GATO

Acertamos quando procuramos por Deus, mas erramos quando esperamos uma retribuição pelo encontro, pela fidelidade, pelo tempo de convívio… Conseguimos, porventura, imaginar o caos que seria se tudo que queremos fosse atendido por Ele, somente porque queremos e não porque realmente precisamos?
Precisamos aprender a meditar antes de comprar (tomar uma atitude, fazer algo), saber que precisaremos da antena, ter o dinheiro. Isso leva tempo, mas não gostamos de planejar nossos passos. Tomamos muitas atitudes por impulsos, sem a razão, por pura emoção e, depois, olhamos para o céu, pomos nossos joelhos no chão, fazemos um “GATO” de oração e ainda culpamos Deus por não termos visto um milagre!

“(…) A oração é uma busca por Deus. É não se contentar de vê-lo passar sem o tocá-LO. Portanto O FOCO DA ORAÇÃO NÃO É O PEDIDO E SIM A CONVERSA”.
É difícil entender um povo (nós) que deseja ver o peixe engolindo Jonas e não ver a baleia que nos engole todo dia…
“(…) Vejo meu filho indo pra escola e mal leva um caderno – Deus! Ajuda meu filho a passar de ano; “(…) Vejo meu filho adolescente andando com uma turminha difícil – Oh Deus! Pede pro meu filho voltar pra casa cedo!; “(…) Sei que o emprego de política dura três meses – Meu Senhor! Ajuda meu candidato vencer e eu ganhar um DAS (cargo de confiança). Deus se apresenta a nós no entanto já nos encantamos pela doce preguiça, pela omissão, pela mediocridade.
Se nossa oração é como o Bombril (quebra galho) na antena dos nossos problemas, infelizmente temos o que merecemos. Deus conhece nossas lutas, aflições, sofrimento. Ele não é um Deus perverso ou sádico. Talvez precisemos hoje reconhecer que, se vivemos uma situação de aflição momentânea, foi porque fizemos da vida um GATO, mas ainda é tempo de voltar a crer. Atrever-nos a mudar.

Quando sentamos e rezamos o que pedimos? Coisas visíveis ou Invisíveis?
Pedimos que Ele nos ajude a pagar a conta que vence hoje ou que apareça uma nova oportunidade de emprego, um novo serviço, (…)? Pedimos pelo filho que se enveredou nas drogas ou que Ele nos conceda a sabedoria de como lidar com a situação existente ou que surjam?

Na oração é que Deus conversa. Conversar é dialogar. É ouvir e falar. Vou pedir, mas vou ter que também escutar.
Que Deus nos abra os olhos para ver sinais e ouvidos para acolher e entender a Palavra do Seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor.

Portanto! Façamos nossa parte do milagre! Sem “GATOS”

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