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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Evangelho do dia 21 de abril quinta feira

21 abril  - Reforçar o vínculo da união entre os bons, à medida que se vai afrouxando entre os maus, é uma compensação que se tornou necessária pelos acontecimentos. (L 64). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São João 13,16-20

"Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o empregado não é mais importante do que o patrão, e o mensageiro não é mais importante do que aquele que o enviou. Já que vocês conhecem esta verdade, serão felizes se a praticarem.
- Não estou falando de vocês todos; eu conheço aqueles que escolhi. Pois tem de se cumprir o que as Escrituras Sagradas dizem: "Aquele que toma refeições comigo se virou contra mim". Digo isso a vocês agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam que "EU SOU QUEM SOU". Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem receber aquele que eu enviar estará também me recebendo; e quem me recebe recebe aquele que me enviou."

Meditação:

Na noite em que Jesus institui a eucaristia, ele se rebaixou para lavar os pés dos apóstolos. “Aquele que diz que permanece em Jesus, deve também andar como ele andou”.(1Jo 2,6) Se queremos, portanto, verdadeiramente participar do banquete eucarístico, devemos aprender a lavar os pés uns aos outros, ou seja, a nos servirmos mutuamente em humilde caridade.
Os discípulos relutavam em aceitar que o Mestre Jesus lhes lavasse os pés. Este gesto foi interpretado como uma quebra de hierarquia e esvaziamento da autoridade. É que eles pensavam a sociedade organizada em camadas sociais, sobrepostas segundo a importância de cada uma, num sistema de precedências e privilégios.

Jesus recusou-se a pactuar com esta mentalidade, oferecendo-lhes pistas para compreenderem a realidade de maneira diferente. Ele parte do princípio que "o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou". Isto vale tanto para o Mestre quanto para os discípulos.

Entretanto, trata-se de saber que senhor é aquele que enviou Jesus, segundo a afirmação do Mestre. Sem dúvida, ele está falando do Pai, que fez de Jesus servo e enviado, e que acolhe também os discípulos do Filho como servos e os envia em missão. Se é possível falar em hierarquia, convém saber que só existe uma: a que sobrepõe Deus ao ser humano, o Criador à sua criatura. Além desta, qualquer tentativa de classificar as pessoas em mais ou em menos importantes será sem cabimento. Quem se imagina superior aos demais está usurpando o lugar de Deus. Só ele é o Senhor; todos nós somos irmãos e irmãs.

Jesus terminou de lavar os pés de seus discípulos e quer explicar a eles o que realizou, citando um provérbio conhecido: “Não é o servo maior que seu senhor nem o enviado mais do que quem o envia”. Com este provérbio os convida a seguir seu comportamento. Ser senhor significa servir e estar disposto a dar vida por amor, porque no amor o ser humano alcança a verdadeira vida, sua plenitude. Não é o poder o que faz feliz, senão o amor. Não é ser superior senão ser igual: Jesus nos chama a isso. Lamentavelmente dentro do grupo de Jesus há um – Judas – que não está disposto a seguir este caminho e elegeu o amor ao dinheiro mais que a adesão a Jesus e a sua mensagem de amor.
Nesta perspectiva, o gesto de humildade de Jesus é perfeitamente compreensível. Ele agiu como servo, por ser servo. E, como ele, todos devem agir, pois também são servos. Portanto, o gesto de Jesus só é incompreensível para quem não pensa como Deus.
À continuação destas palavras Jesus pronuncia outro dito solene: “Quem recebe a qualquer um que eu enviei, recebe a mim, e quem recebe a mim, recebe aquele que me enviou”. Jesus e Deus se manifestam em quem acolhe o outro. Não há melhor expressão de igualdade: receber a um enviado de Jesus é como recebe-lo, e recebe-lo é como receber a Deus. Se seus enviados põem em prática sua mensagem de amor, quando estes forem recebidos, estarão refletindo o estilo de vida de Jesus, e vendo o estilo de vida de Jesus poderão entender melhor que Deus é também amor e quer a solidariedade e o serviço para experiência de amar e ser amado. Jesus efetua uma inversão total da concepção tradicional de Deus e, em conseqüência, de sua relação com o ser humano e das pessoas entre si. Contra tudo o que ensinava as religiões, Jesus revela que o atributo principal de Deus não é o poder, senão o amor, doador de vida. E se Deus, o Pai, não exerce domínio, nenhum poder nem domínio humano está legitimado. De fato, a idéia de um Deus soberano, com seu trono no céu, fundava o paradigma das grandezas humanas; os mais poderosos entre os humanos criam ser os que mais se pareciam com Ele. Mas, com Jesus, Deus deixou seu trono; manifesta-se como amor ao serviço de cada um (como lavando os pés).
Reflexão Apostólica:

Como na leitura de Atos 13,13-25, a idéia central da liturgia de hoje é a fidelidade do Pai no cumprimento de suas promessas. Esta fidelidade é demonstrada por Jesus quando ele se manifesta com instrumento de Deus. Na realização de sua obra, Jesus não se sente mais que o Pai, e da mesma forma o discípulo não poderá nunca pretender estar acima do Mestre. O mais impressionante é que não se trata de uma proposta teórica de Jesus. Se nós prestarmos atenção ao evangelho, veremos que estamos no contexto do lava-pés. Jesus acaba de lavar os pés de seus discípulos, algo que talvez nem eles tinham imaginado. Recordemos a resistência de Pedro para se deixar lavar. Como isto?!! O Mestre realizando uma obra própria de escravos?!! Sem dúvida, são esses os sinais escolhidos por Jesus para demonstrar até onde chega na prática a sua doutrina.

No caminho do seguimento pode haver duas formas de trair a Jesus, de ser infiel a ele: quando o discípulo pretende tomar o seu lugar ou quando o rejeita, por incompreensão ou por não entender nem ser capaz de encarnar sua oferta.

Nosso trabalho como evangelizadores teria que ser examinado continuamente para ver em que ponto se encontra. Poderia ser que os “sucessos” de nossas tarefas nos fazem brilhar, porque somos simpáticos ou porque nos cremos muito liberados. Mas poderia acontecer que a essência da mensagem nem seja vista, nem se manifeste a parte alguma. Não esqueçamos que a mensagem em essência deve ser levada à ação, à práxis.

Seria importante considerar se nosso silêncio diante de todos os anti-valores do mundo não é uma forma concreta de infidelidade a Jesus ou uma maneira prática de estar “entregando-o”. Nossa falta de um radical compromisso na luta com os humildes e marginalizados de nossa sociedade é uma maneira de desqualificar a validade atual e permanente do projeto de Jesus. Por ignorância? Por incapacidade? Por medo? Seja o que for, no fundo é traição e infidelidade.

Propósito:

Pai, inculca no meu coração a certeza de que só tu és Senhor, e que entre os seres humanos deve reinar igualdade e solidariedade, sem opressão.


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