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sábado, 22 de junho de 2013

Evangelho segunda feira 24 junho

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,57-66

"Chegou o tempo de Isabel ter a criança, e ela deu à luz um menino. Os vizinhos e parentes ouviram falar da grande bondade do Senhor para com Isabel, e todos ficaram alegres com ela. Quando o menino estava com oito dias, vieram circuncidá-lo e queriam lhe dar o nome do pai, isto é, Zacarias. Mas a sua mãe disse:
- Não. O nome dele vai ser João.
Então disseram:
- Mas você não tem nenhum parente com esse nome!
Aí fizeram sinais ao pai, perguntando que nome ele queria pôr no menino. Zacarias pediu uma tabuinha de escrever e escreveu: "O nome dele é João." E todos ficaram muito admirados. Nesse momento Zacarias pôde falar novamente e começou a louvar a Deus. Os vizinhos ficaram com muito medo, e as notícias dessas coisas se espalharam por toda a região montanhosa da Judéia. Todos os que ouviam essas coisas e pensavam nelas perguntavam:
- O que será que esse menino vai ser?
Pois, de fato, o poder do Senhor estava com ele.
"  

Meditação:

Na narrativa do nascimento de João a questão central é o seu nome. Zacarias era sacerdote no Templo e pela tradição o primeiro filho devia receber o nome do pai.

Contudo, na anunciação a Zacarias o anjo já comunicara seu nome, João (em hebraico “Yohanan”) significava: “Deus teve compaixão de seu povo”, "Deus não falhou com Israel" ou "Deus é favorável". Zacarias havia ficado mudo ao duvidar ao anúncio do anjo.

Agora entende-se que tenha ficado surdo também, na medida em que é necessário que lhe falem por sinais.

Ao concordar com o novo nome atribuído pelo anjo, ele recupera a fala, louvando a Deus. Todos se perguntavam: "O que vai ser este menino?".

O nascimento de João em idade tardia de seus pais, fora do comum, e a mudança do nome, contrariando a tradição, eram sinais de que este menino era chamado por Deus a participar de uma missão surpreendente.

O evangelho de Lucas nos narra o nascimento e a circuncisão de João. Nos conta que chegou o tempo de Isabel dar a luz a seu filho João.

Passados oitos dias, segundo o costume, foram fazer a circuncisão ao menino e lhe puseram o nome de João.

O evangelista nos diz ainda, que os vizinhos das montanhas de Judeia se reuniram em volta da casa de Zacarias guardavam estes fatos em seu coração e reconheciam que a presença de Deus se manifestava em João.

Somente até este momento, o momento da circuncisão e da imposição do nome, é que Zacarias voltou a falar.Aquele que não acreditou na promessa de Deus, agora a reconhece ante sua realização.

Diante da figura de João Batista, podemos estar certos de uma coisa: ele não é exaltado em si mesmo, mas pelo papel que vai desempenhar em relação a Jesus. João é como o seu apresentador oficial perante a sociedade israelita.

Nesta mesma medida deve estar rodeado de acontecimentos que, corretamente interpretados, dão crédito à sua missão ou permitem que seja compreendido mais a fundo.

A perícope de hoje se refere propriamente à circuncisão de João, acontecimento significativo para uma família judaica, já que se tratava de uma cerimônia através da qual se incorporava o filho recém nascido ao povo de Israel, o povo eleito e da aliança com o Deus Javé.

Se compararmos a circuncisão de João com a de Jesus, vemos que a de João tem maior riqueza de dados. Hoje estamos diante da circuncisão daquele que fecha oficialmente o Antigo Testamento.

A vida de João, prefigurada, anunciada ou resumida em seu nome, é a maior prova disso. João é um dos tantos elos na infinita corrente de atos de misericórdia e de compaixão de Javé teve para com o seu povo, até a chegada de Jesus.

Se o povo chegou a ser infiel, se não aceitou a Jesus, não foi da parte de Deus, pois este sempre teve o coração aberto ao amor e à misericórdia.

Uma das pessoas que percebe esta corrente de misericórdia de Deus é uma mulher: Isabel, a estéril. Sobre a tradição que aconselhava dar ao primogênito o nome do pai, Isabel põe em primeiro lugar a consciência da misericórdia de Deus para com ela e para com o povo.

Desta maneira, na pessoa de João fica impresso tudo aquilo que foi a história de Israel: a oferta de um ato de amor após o outro, um excesso de amor.

Zacarias, sacerdote e chefe da casa, emudecido por não ter acreditado a tempo na misericórdia de Deus, somente conseguirá recuperar a fala quando reconhecer este amor gratuito de Deus, ratificando o nome de João.

Sem dúvida alguma Zacarias sabia que ele era o pai do menino. Entretanto, em razão da missão que João carrega consigo, ele é também obra de Deus e deve levar de maneira explícita – por força de seu novo nome – essa espécie de dependência ou filiação especial de Deus, razão fundamental de sua missão.

Não nos esqueçamos que para uma pessoa justa o ser humano deve sempre reconhecer a presença e a autoria de Deus naquelas coisas que, como homem, não consegue compreender.

A esperança continua se fortalecendo nestes dias à medida que nos aproximamos da festa do nascimento de Jesus.

Nesse nascimento, o cumprimento das promessas se torna uma realidade para os menos favorecidos. Naqueles dias, aos quais o evangelho faz referência, o povo estava à espera do Messias.

Hoje, como cristãos, somos chamados a recuperar a solidariedade e a alegria como atitudes propicias do povo de Deus.

Necessitamos que nossa esperança seja alegre, dinâmica, promotora de vida e festiva, pelo favor de Deus.

O convite que o evangelista nos faz é para assumir a mesma atitude dos habitantes das montanhas de Judeia, onde vivia Zacarias e Isabel. Admiravam assustados as maravilhas de Deus e reconheciam a grandeza de sua salvação.

Neste advento, somos convidados a reconhecer em Jesus Cristo que nasce, a presença de Deus, e nesta espera a dinâmica de reconhecimento de sua presença nas ações que desenvolve em favor de seu povo, personificado na pobreza e marginalização de Maria, na incredulidade de Zacarias e na fé e reconhecimento de Isabel.
     
Reflexão Apostólica:

Em alguns momentos ou trechos dos evangelhos, dá-se a entender que os evangelistas deixam pistas de aprendizados obtidos que poderiam ser usados por nós em nosso crescimento pessoal.

A Bíblia mesmo, por si só, é um imenso depósito de sabedoria, armazenada ao longo de anos e anos de história. Mesmo uma pessoa não cristã, ao buscá-la, teria um inenarrável aprendizado.

Após, ontem, termos refletido sobre o nosso próprio e o MAGNIFICAT recitado por Maria, como não ver, nas entre linhas dos primeiros versículos desse evangelho, o canto de Isabel? É possível até imaginar a alegria dessa mãe que pode, através da ação de Deus, dar a luz em idade tardia.
O canto de Maria poderia ter contagiado sua prima Isabel a também cantar? Será que a declaração escancarada de amor a Deus dessas servas e filhas de Dele, conseguiriam despertar nas pessoas a vontade também de agradecer ao Senhor?

Parece que sim! “(…) Os vizinhos e parentes ouviram falar da grande bondade do Senhor para com Isabel, e todos ficaram alegres com ela”.
Muitos dos nossos comportamentos são “policiados” por nossos super egos. Instancias essas dentro do nosso inconsciente que dão os “nortes” de certo ou errado.

Sabendo disso, como conseguiremos cantar ou gesticular nosso braços em uma Missa, se o que vemos são pessoas que parecem estátuas, a começar pelo comentarista? 

Notemos a que facilidade de nossa entrega numa celebração, num grupo, num encontro, (…) está diretamente ligada a animação dos que nos rodeiam, desde a recepção até as leituras. A alegria parece explodir pela graça de Deus.
Cantar o MAGNIFICAT no dia-a-dia é procurar sempre dar uma chance para o dia mesmo parecendo que tudo indica que este não será bom.

É silenciar o coração quanto a nossa vontade humana de responder, criticar, desmerecer (…). E no silêncio das palavras, acreditar, sobretudo em Deus, e continuar caminhando. Leia o Salmo de hoje [Sl 24 (25), 4bc-5ab. 8-9. 10 e 14 (R/. Lc 21, 28)]: "Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!".

Como não ver também nesse Evangelho o sentimento de impotência de Zacarias mediante a tudo que ocorre ao seu redor?

Como é difícil ficar calado ou não ser ouvido se acreditamos que o conhecimento que temos poderia elucidar o problema?

Quem nunca foi apenas um PASSAGEIRO (espectador) numa situação, seja ela de saúde, familiar, emocional?

É difícil não imaginar também a felicidade de Zacarias ao voltar a falar, ter voz, manifestar-se. Ficamos na expectativa de também ouvir o seu “MAGNIFICAT”, que é o evangelho de amanhã.

Zacarias, no silêncio imposto, tomou uma decisão e a escreveu numa tabuinha: “(…) O nome dele é João.”.

E hoje, quem por ventura precisa também tomar uma posição sobre o que quer da vida, o que irá escrever? Se fumo, porque não escrever “Eu parei hoje!”?. Se não consigo controlar a bebida, porque não escrever “parei!”?

Tome uma ação, acredite e cante também! A promessa é grande!
Propósito:
Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua providência.

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