01 julho – Vós estareis no mundo, mas vossos olhos não o verão
e, passando além das coisas desta terra, contemplarão o Paraíso que vos espera;
e, embora tenham que ver o mundo, será através do Coração de Jesus e somente
para implorar misericórdia para ele. (S 354).
São Jose Marello
EVANGELHO DO DIA
Mateus 8,18-22
"Jesus viu a multidão em
volta dele e mandou os discípulos irem para o lado leste do lago. Um mestre da
Lei chegou perto dele e disse:
- Mestre, estou pronto a
seguir o senhor para qualquer lugar aonde o senhor for!
Jesus respondeu:
- As raposas têm as suas
covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde
descansar.
E outro, que era seguidor de
Jesus, disse:
- Senhor, primeiro deixe que
eu volte e sepulte o meu pai.
Jesus respondeu:
- Venha comigo e deixe que os
mortos sepultem os seus mortos."
Meditação:
A
itinerância de Jesus e o grupo de discípulos que tinha a seu redor despertavam,
no coração de muitos, o desejo de agregar-se a eles.
Havia, porém, o perigo de faltar-lhes ponderação suficiente para avaliar as
duras condições do discipulado. As duas cenas evangélicas sublinham o quanto é
necessário refletir, antes de aderir a Jesus.
Diante da multidão Jesus chamou aqueles que o seguiam para a outra margem do
lago. É assim o chamado de Jesus para nós.
A
outra margem é o inverso do que nós estamos acostumados a viver; é o
desalojamento, desestruturação, situação de ruptura com os hábitos e os
costumes.
O
mestre da Lei era alguém ainda não comprometido com Jesus. Por isso, corria o
risco de ser apressado e superficial em sua decisão.
O
mestre da lei era famoso, importante, estruturado e mesmo assim ousou dizer que
seguiria Jesus aonde quer que Ele fosse. Jesus nos chama, mas não nos engana.
Foi-lhe pedido maior ponderação, já que as duras exigências do seguimento
supunham uma têmpera forte e uma grande capacidade de suportar as carências e
incômodos do dia-a-dia. Assim, se evitaria que o seguidor de Jesus debandasse
diante das durezas do discipulado.
O outro, designado como discípulo, era alguém que já havia aderido a Jesus.
Todavia, estava longe de compreender as implicações de sua escolha, entre elas,
a relativização dos laços familiares. O Mestre pediu-lhe que fosse mais
decidido na opção feita. O seguimento comportava uma total entrega de si, por
toda a vida, ao serviço do Reino. Dúvidas, apegos, compromissos paralelos
deveriam ser deixados para trás.
Quem quiser segui-Lo terá que passar pelas dificuldades próprias da mentalidade
evangélica. Não adianta somente querer seguir a Jesus com palavras e bons
propósitos sem medir as conseqüências do que nós estamos pretendendo.
O seguimento de Cristo nos tira das nossas raízes e nos desestrutura, por isso,
nós somos obrigados (as) a renunciar à nossa existência pacata, medíocre e
acomodada.
Quem deseja tornar-se discípulo, deve confrontar-se com as exigências postas
pelo próprio Mestre. Só tem sentido fazer-se discípulo se for para
assemelhar-se a ele.
O discípulo que pediu a Jesus para primeiro sepultar o pai era alguém como nós
que esperamos um tempo propício para nos desprender dos nossos apegos, dos
nossos projetos.
Para nós também Jesus diz, hoje: “segue-me e deixa que os mortos sepultem os
seus mortos”. Jesus nos chama para uma vida nova conformada aos Seus
ensinamentos. Seguir Jesus é viver conforme o Seu Evangelho, é viver o amor, é
praticar o perdão, é não fazer questão por coisas que não têm valor diante de
Deus.
Por isso, não podemos nos acomodar esperando novas oportunidades. É tempo de
amar e construir aqui na terra o reino dos céus, para que não sejamos também
chamados de “mortos”.
Você também se propõe a seguir a Jesus aonde quer que Ele vá? Qual a sua maior
dificuldade para viver o Evangelho? - Você é uma pessoa muito apegada às
pessoas da sua família e aos seus bens? Você acha que tem que renunciar a
alguma coisa para seguir Jesus?
Reflexão Apostólica:
(…)
Jesus respondeu: – As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos.
Mas o Filho do Homem não tem onde descansar”
Talvez essa frase tenha gerado um tremendo impacto naquele homem que
interpelava Jesus pelo caminho. Era como Jesus dissesse a ele “QUER ME SEGUIR? EU SÓ TENHO DESSE MUNDO
O QUE VÊS!”. O outro faz um pedido comum a nós. Ele dizia, na nossa
forma de vivenciar a realidade, “ME
DEIXAEU RESOLVER MINHA VIDA AÍ EU VOLTO”. Jesus apresenta
alternativa. Era como se o Senhor dissesse: ”POR
QUE SE PREOCUPA COM QUE JÁ PASSOU E VEM PARA A VIDA?”.
Em outro momento da pregação de Jesus ele diz aos que o seguem que carreguem
sua cruz e o sigam e que o fardo é leve. Não mentiu para ninguém. Não disse que
não havia fardo, não afirmou que teríamos todos os bens da terra com apregoam
os irmãos da teologia da prosperidade…
Ser leve não quer dizer fácil. A leveza surgia e surge da fé, pois até as
montanhas se atirariam no mar se nossa fé superasse em tamanho o grão de
mostarda. Jesus apresenta ao homem da narrativa de hoje e também a nós, o que
lhe interessa do mundo: AS PESSOAS
A cada um Deus apresenta uma missão específica, mas todos têm um mesmo chamado.
Nem todos terão a missão de ser pai ou mãe; tão pouco seremos missionários,
padres, irmãs, ministros, catequistas, (…) se não for a nossa vocação, mas o
chamado único é VIVER.
Para alguns viver é fugir do mundo, viver a clausura, a solidão; outros vivem
cercados de gente, catequizando, conversando, se relacionando e precisamos
aprender a respeitar esse convite. Bobo é aquele que acredita que Deus não sabe
por onde andam suas ovelhas e como vivem o convite que Ele os fez.
Quando Jesus sugere, aos nossos olhos, que o que mais tem de precioso esta ao
seu redor, me faz ter uma grande reflexão: INDEPENDENTEMENTE DA SUA MISSÃO,
QUAL É A IMPORTANCIA QUE DOU AO QUE ESTA AO MEU REDOR?
Quando decido voltar para o que já morreu, declaro a Deus o que de fato meu
coração e meu pensamento acreditam ser o mais importante: EU!!
Pedro, em um dado momento, declara: Pra onde iremos se Tu tens palavra de vida
eterna. Muitos poderiam dizer que então o correto é ficar o dia inteiro na
igreja. Claro que não! Voltaríamos a estaca zero. Confinados só pensamos em
nós. Reparemos pelos que pagam por seus crimes nos presídios, será que alguém
lá tem tempo de pensar na dor do vizinho de cela?
A igreja é nada sem as pessoas e tão pouco somos algo sem o nosso criador,
mas Ele não habita somente na igreja, pois Ele esta nas pessoas. Se só O
encontro na igreja é porque não estamos vivendo a semana como se fosse o
domingo como sugeriu Santo Inácio de Antioquia. Se no meu trabalho, na minha
escola, no lazer não levo Deus, como posso dizer: “(…) Mestre, estou pronto a seguir o senhor para qualquer
lugar aonde o senhor for!”.
Espelhemos-nos nos bons irmãos mulçumanos que vivem, trabalham, se relacionam,
mas que na hora certa, param TUDO que estão fazendo e se voltam para sua fé.
Sim, admirar o que é bonito é muito válido. Todos sabem e reconheceram os
portadores da fé, sejam eles mulçumanos, judeus ou cristãos.
Não confundamos conforto com vaidade! Seguir Jesus significa uma ruptura pura e
simples com as antigas tradições mortas, que não favorecem a vida, e a adesão
ao amor vivificante do Pai. Se morremos para o que é velho, ao ressurgir a cada
dia, busquemos o que realmente vale a pena.
Propósito: Assumir, conscientemente, o compromisso de
seguimento do Senhor.
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