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domingo, 16 de junho de 2019

Evangelho do dia 17 de junho 2019 segunda feira


17 junho - Como um dia no Calvário, assim agora nas igrejas Jesus não quer defender-se de outra maneira senão com a força do amor, e tolera sempre as violências dos bandidos para ceder lugar à caridade das almas piedosas das quais espera conforto e reparação. SÃO JOSE MARELLO

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 5,38-42
 ""Ouvistes que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente!' Ora, eu vos digo: não ofereçais resistência ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir, e não vires as costas a quem te pede emprestado." 

Meditação:
 
Temos aqui a quinta contraposição feita por Jesus, entre a antiga Lei e o seu novo mandamento. O "que foi dito" é substituído por uma nova prática fundada no amor, na misericórdia e na justiça, estabelecendo-se a paz.
A lei do talião era a expressão típica do culto ao espírito vingativo e cruel, afinado com a violência comum praticada por Israel contra os povos da terra ocupada em Canaã e os povos vizinhos, considerados inimigos.

Jesus apresenta uma referência baseada, não na lei da justiça judaica, isto é, o que é devido a cada um, mas na lei da graça e do amor: Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado.
A lei que Jesus faz alusão é de do Talião: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente”, embora à primeira vista pareça estar alimentando um sentimento de vingança, ela justamente deseja frear um ímpeto de vingança individual.
Para santo Agostinho, esta a Lei impedia expressões desmesuradas. É como um já perdoar um pouco: é um começo de justiça misericordiosa. E Aquele que veio não abolir, mas aperfeiçoar, a conduz à sua perfeição. Porque em Jesus, e por Ele: Não resistais ao malvado. Pelo contrário, se alguém te dá uma bofetada na face direita, oferece-lhe a esquerda…
Assim, com estas palavras, o Senhor  nos vai progressivamente conduzindo. Fazendo-nos reconhecer o não revide: oferecer a outra face; deixar também o manto; caminhar com ele dois mil passos.

Desta maneira, Ele nos leva ao mandamento da caridade, não só para melhor compreendê-lo, mas também como concretamente vivê-lo.
O Senhor nos ordena dar a todos tudo o que eles nos pedem: que todos sejam cumulados, por nossa generosidade, de tudo o que lhes falta.
Façamos de modo que eles não sofram nem de sede, nem de fome, nem da falta de vestes. E então, seremos encontrados dignos dos bens que faltam a nós mesmos e que pedimos a Deus, pois o costume de dar nos merecerá obtê-los. Ademais há mais alegria em dar do que em receber.

Urge que, aos nossos ouvidos, soem as palavras de Jesus: vencer o mal com o bem e tornar concreto em nosso agir o mandamento do amor fraterno.
Parece absurda a proposta de Jesus (dar a outra face, dar o manto...), mas o Reino não se constrói com violência, mas com paz, justiça, verdade, amor. Jesus mesmo nos deu exemplo de vida ao se comportar como o “Servo Sofredor” que não escondeu sua face dos insultos e cusparadas, de bofetadas e flagelos.

Ensina-nos a não responder o mal com mal, mas, como diz São Paulo (Rm 12,17.21): “a ninguém devolva mal pelo mal. Vença o mal fazendo o bem”. A proposta evangélica da não-violência tem que ser um exercício eficaz para ir assumindo um novo estilo de vida.
Peçamos ao Senhor que encha nossos corações com as graças do Seu Espírito Santo; com amor, alegria, paz, paciência, bondade e humildade, nos ensine a amar os que nos odeiam; a rezar pelos que nos perseguem e, com o Seu auxílio, renunciar aos prazeres deste mundo e a desejar uma nova terra e novos céus.

Reflexão Apostólica:

Nesta passagem o evangelista apresenta a famosa Lei do Talião: “olho por olho, dente por dente”, que gera mais violência do que a existente.

Mahatma Gandhi dizia com grande ironia: “Se aplicarmos o olho por olho, logo o mundo ficará cego”. A vingança é violência e gera violência. Por esse motivo, Jesus apresenta uma nova maneira de atuar frente ao mal que nos aflige.
Um dos desafios mais tremendos para os discípulos de Jesus consistia em “oferecer a outra face a quem lhes esbofeteasse a face direita”. Receber um tapa no rosto é uma experiência altamente ofensiva em qualquer cultura. Revidar é uma reação natural. O discípulo do Reino, porém, é orientado para agir de maneira diferente: jamais responder violência com violência.

As primeiras comunidades cristãs viam-se pressionadas pela violência de seus perseguidores. Quanto mais sem fundamento é a violência, tanto mais perversa e maligna ela é.

A violência contra os cristãos era deste tipo. Se pagassem com a mesma moeda a violência sofrida, que moral teriam para proclamar a excelência do mandamento do amor e a urgência da reconciliação? Caso se submetessem passivamente seriam dizimados dentro de pouco tempo. Se optassem por se dispersar ou por viver na clandestinidade, não poderiam realizar a missão de arautos do Evangelho que tinham recebido.

O gesto de oferecer a outra face era uma forma de resistência pacífica à fúria dos perseguidores. Significava que os discípulos de Jesus não temiam quem os perseguia; que recusavam a se rebaixar ao nível de seus adversários; que buscavam eliminar a violência no seu nascedouro; e que davam testemunho de um mundo novo onde a violência não tinha vez. Este testemunho inusitado poderia até mesmo levar os perseguidores à conversão.
A nova lei do amor levada a cabo pelo próprio Deus em seu Filho Jesus até o extremo da cruz exige novas relações entre aqueles que abraçam a realidade do reino de Deus. O “olho por olho, dente por dente”, a lei do Talião, já não será a norma que regerá as relações entre os discípulos de Jesus.

Mas, por que existem tantos conflitos entre os cristãos? Parece que não foi nada fácil passar da lei do Talião para a lei do amor, que não somente haverá de nos levar a não lutar com o inimigo.
Humanamente falando, é mais fácil arrancar o espinho que fica no coração ante uma ofensa recebida respondendo com outra ofensa maior, do que praticando o mandamento do amor, que nos exige perdoar a quem nos ofendeu, e amá-lo.
Para o mundo, tal exigência de Jesus é irracional; mas a partir da lógica do amor, o ódio gera mais ódio; e enquanto a raiz dos males do ser humano continuar em seu coração, lhe será impossível alcançar por seus próprios meios a paz que tanto busca. Ser cristão implica: acima do ódio, amar e, passando por cima da ofensa, perdoar.
Como vimos, Jesus veio dar uma nova mentalidade à Lei que os antigos vivenciavam e nos orienta a ter uma postura coerente com o que Deus Pai nos deixou como legado, nos dando conselhos úteis para as nossas ações.

Com as nossas atitudes é que nós vivenciamos o Evangelho de Jesus Cristo. Jesus veio esclarecer para nós a mentalidade Evangélica.

Assim é que ele nos recomenda: “não enfrenteis o malvado” ; “se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda;”
Por isso Ele abre os nossos olhos para que não queiramos enfrentar a quem é malvado, isto é, aquele (a) age com o poder do mal. Não devemos medir forças com o inimigo nem mostrar que temos poderio. Não devemos fazer questão por coisas que não são essenciais, por coisas que só os maus desejam, mas sim, angariar a amizade dos que estão contra nós e não nos submeter à tentação de revidar.

Muitas vezes nós fincamos pé naquilo que nos é de direito e entramos em litígio com alguém praticando a vingança. Dar a outra face é, sem dúvida, mostrar uma ação diferente daquela que a outra pessoa adotou.

É mostrar o contrário, é dialogar, é promover a paz e não a discórdia. É também não fazer questão de nada e nunca negar ajuda a alguém, mesmo a quem não nos ajuda. Jesus também nos aconselha: “Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado”. As nossas ações de amor devem ser inspiradas no que Jesus nos ensina nesse Evangelho.

Fazer o bem a quem nos trata bem é muito fácil. O verdadeiro amor é baseado nas ações mais difíceis de viver: o perdão, a compreensão, o suportar, o aceitar.

Como você tem agido com aqueles que não satisfazem aos seus desejos, aos seus pedidos? Você é uma pessoa vingativa? Você faz questão pelos primeiros lugares? Qual o sentimento que se apossa de você quando você é contrariado (a), quando não alcança os seus objetivos? Você é uma pessoa pacificadora ou você “gosta de botar lenha na fogueira”?
não permitas que a violência tome conta do meu coração; antes, torna-me capaz de responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.
ARMADILHA PERIGOSA
A sua boca é o estábulo da sua influência.  
Realmente...cada palavra que sai da sua boca assemelha-se a um cavalo. Alguns cavalos são bem treinados, muito bem limpos e tratados. Esses são os cavalos de corrida. Eles têm uma forte e poderosa energia atrelada à sua incrível habilidade. Quando um cavalo de corrida sai do estábulo, o que se espera é que ele traga a seu dono muitas recompensas e preciosos prêmios. 

Existem no entanto outros cavalos que são selvagens, e o fator dominante neles está no perigo sempre iminente dos seus coices. Eles podem ser destrutivos, a ponto de inclusive tirarem a vida de alguém. 

Eis aqui o paralelo: toda vez que você abre a boca, esteja consciente de que você se assemelha a um cavalo que acabou de sair do estábulo. Tenha pois cuidado com as suas palavras, porque elas são como um cavalo bem treinado. Esteja certo de que elas serão frutíferas e atingirão um bom propósito, isso porque – à semelhança de um cavalo selvagem – elas podem trazer muitas dores. Em outras palavras: esteja constantemente alerta ao poder devastador ou abençoador da sua língua!

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2º Meditação: 
O elemento fundamental do projeto cristão é apresentado neste texto do evangelho de Mateus: o amor. Este amor proposto por Jesus supera o mandamento antigo (Lv 19,18) que permite implicitamente o ódio ao inimigo.

Supera-o porque é um amor que não se limita a um grupo reservado de pessoas, aos do meu grupo, aos da minha etnia, ou a meus patriotas, ou aos que me amam, mas alcança os inimigos, o que poderiam não merecer meu amor, ou inclusive poderiam merecer meu desamor.

É um amor para todos, um amor universal, expressão própria do amor de Deus que é infinito, que não distingue entre bons e maus. Ser perfeito, como Deus Pai é perfeito, significa viver uma experiência de amor sem limites, é poder construir uma sociedade distinta, não fundada na lei antiga de Talião (“olho por olho, dente por dente”, que já era uma maneira primitiva de limitar o mal da vingança), mas na justiça, na misericórdia, na solidariedade; todos esses valores fundamentados no amor.
Continuamos na Montanha, ouvindo, silenciosamente, o Sermão de Jesus. Novas orientações estão sendo passadas. Estamos atentos, acolhendo a Palavra que vai nos conformando. Jesus fala do abandono da antiga lei e nos pede uma atitude diferente se queremos ser seus discípulos. Fala do Perdão, superação do orgulho e a caridade mútua.

Perdoar, não é fácil, a pessoa que não perdoa, fica angustiada, se remoendo por dentro, às vezes até adoece. Não é fácil esta proposta de Jesus: “se alguém te ferir, ofereça a outra face”. Rezamos diariamente a oração do Pai Nosso, e em determinado momento da oração rezamos: “assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Se rezamos a oração com a afirmação que “perdoamos”, como agir de forma contrária? – O cristão deve ser consciente, não querer perdoar a outro é condenar-se a si mesmo, é ser orgulhoso.

Nos v. 40-42, Mateus narra as palavras de Jesus, que fala sobre a “caridade mútua”, que deve haver entre os cristãos. Dentro do Movimento, Pastoral, Associação que participo há esta comunhão? Será que o orgulho está em mim? Sei perdoar?
Mateus continua fiel a narração. No v. 43, escreve a citação de Jesus, que está em Lv 19,18: “ama o teu próximo”, mas a segunda parte “odeia o teu inimigo”, não está na Lei de Moisés.

Esta segunda parte foi um acréscimo feito pelos rabinos da época de Jesus, os quais entendiam por próximo só os Israelitas. Jesus quer corrigir esta interpretação. Pois para ser Seu discípulo, não se pode ter inimigos.

O único inimigo do cristão é o pecado, mas não o pecador. Jesus deu-nos o exemplo, por Sua própria crucificação. Esta dificuldade precisamos enfrentar, se buscamos a perfeição cristã: amar e rezar pelos que nos perseguem e nos caluniam. Este é o verdadeiro distintivo dos cristãos.

Ao final, Jesus anuncia aos discípulos de ontem e de hoje: “sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai”. Estas palavras são um resumo de tudo o que Jesus vem nos falando desde o 4º Domingo do Tempo Comum.

Devemos tender a perfeição divina. Esta perfeição deve ser nosso modelo, apesar da distância infinita que temos Criador. Devemos buscar o MAGIS, ou seja, ser mais afetivo e generoso com o próximo, como foi Jesus.

Ter o coração mais aberto ao mundo e ao próximo, como foi o coração de Jesus. Que a nossa resposta seja como a de Maria: Mais generosa e disponível. E assim, continuamos para o mais, buscando à perfeição que havemos de imitar, sobretudo deixando transparecer em nossas vidas: Seu amor, Sua misericórdia.

 Como vimos, neste evangelho de Mateus, temos as duas últimas contraposições que mostram a novidade de Jesus em confronto com a tradição da antiga Lei.

O "que foi dito" é substituído, agora, pela revelação de Jesus através de sua prática e de suas palavras. Na primeira contraposição, Jesus remove o mau espírito de vingança pela prática da bem-aventurança da mansidão.

Com estas propostas Mateus busca a conversão plena de sua comunidade originária do judaísmo. A lei do talião, na tradição de Israel, incitava à vingança, no caso de uma violência sofrida: "vida por vida, olho por olho, dente por dente, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe" (Ex 21,23-25).

A Lei configurava, assim, uma cultura marcada por um espírito vingativo e cruel. Perpetuava-se a violência que, na tradição de Israel, é exemplar na memória perene que se faz do Êxodo, com o extermínio dos primogênitos dos egípcios oprimidos pelo faraó e no sequente extermínio dos sete povos de Canaã.

O preceito de Jesus de não oferecer resistência ao malvado, vem romper com o ciclo contínuo da violência. Contudo, embora não se responda à violência com violência, cabe, contudo, questionar e denunciar os agentes da violência.

Em uma sociedade onde a violência é praticada pela ambição, em particular por parte dos poderosos grupos de enriquecidos, cabem os movimentos sociais em defesa dos oprimidos, e o empenho no estabelecimento de estruturas sócio-econômicas mais justas.
Na última contraposição, com a novidade do amor aos inimigos, insistentemente anunciada por Jesus, é removida a antiga imagem de Deus apresentada no Primeiro Testamento como aquele é inimigo dos inimigos do "povo eleito", e os destrói.

As concepções de povo eleito e de terra prometida fundamentavam a histórica segregação e conflito de Israel com os demais povos. Assim justificavam a sua violência:

"Deus parte a cabeça dos seus inimigos e o cabeludo crânio do que anda nos seus próprios delitos" (Sl 68,21).
Jesus revela o Deus de misericórdia sem limites.

O apelo de Jesus à conversão tem o sentido tanto de mudança das referências religiosas da antiga tradição de Israel como dos sentimentos pessoais. A revelação do Deus Amor abre o caminho da perfeição a todos.

A compreensão de que somos todos filhos do Deus Pai e Mãe e a percepção de que seu amor é sem limites leva à fraternidade universal, à solidariedade e à partilha, vivendo-se com alegria tendo como meta a união e a Paz.

Somos seres simbólicos e não podemos viver nossa vida isoladamente. Ao contrario, para chegar a ser necessitamos da convivência, da companhia, do diálogo a dimensão moral é uma abordagem inevitável. Não podemos conviver sem alimentar e suavizar continuamente os limites de nossas relações. Não há sociedade humana sem moral, sem direito, sem lei, sem normas de convivência.

Por sua parte, a dimensão religiosa deve incluir essa dimensão essencial. No Antigo Testamento vemos que a maior parte dos mandamentos são negativos, ressaltando o que não se podia fazer, os limites que não deviam ser transpostos. É o primeiro estagio da moral.

O Evangelho dá um salto para diante. Parece não estar tão preocupado com os limites, quanto pelo “poço sem fundo” que é preciso encher, a perfeição do amor que é preciso alcançar.

Este objetivo não pode ser alcançado simplesmente evitando o mal, mas praticando o bem. Com o Evangelho na mão, não estaríamos conseguindo o bem moral supremo, a santidade, simplesmente omitindo o mal, porque poderíamos estar pecando “por omissão do bem”.

E, como disse santo Tomás, o mandamento do amor sempre resulta inexeqüível na sua plenitude, pois nunca podemos dar conta plena dele; sempre se pode amar com mais entrega, com mais generosidade e com mais radicalidade. É típica a proposta do Evangelho do amor aos inimigos, o amor humanamente mais inexeqüível e racionalmente mais dificilmente justificável.

Não obstante, à proposta desta Palavra, de uma santidade à qual se chega pelo amor, quase como em um acesso privilegiado ou quase único, teríamos de adicionar-lhe algum complemento. À santidade cristã não se chega somente por amor prático, pela prática moral ou ética.

É certo que na história das religiões o cristianismo fez fama como sendo a religião que mais organizou a prática do amor, e pelo fato de sua presença ser acompanhada sempre com as “obras de caridade” (hospitais, escolas, centros de promoção humana, leprosários, atenção aos pobres, aos excluídos...) que lhe são características.

Porém, bastará o amor? E a dimensão espiritual? A espiritualidade, a contemplação, a mística... onde andam? Obviamente, não estamos diante de uma alternativa amor-caridade/espiritualidade-mística. Os grandes santos da caridade foram também grandes místicos. Não se trata de uma alternativa (ou uma coisa ou outra), mas de uma conjunção necessária: as duas coisas. Porque as duas realidades se interpenetram perfeitamente.

De fato, o santo também é um “contemplativus in caritate”, vive a contemplação no exercício da caridade. A Espiritualidade da libertação cunhou a famosa fórmula: “contemplativus in liberatione” como uma perfeita harmonia entre ação e contemplação, prática moral e mística. Na realidade, quando se vive a mística, a moral brota espontaneamente.

Sem dúvida, o cristianismo está desafiado a mudar seu modo de alcançar a moral, que deve ser, não tanto um acesso direto, “moralizante”, insistindo nos preceitos e ameaças ou castigos, mas em um acesso indireto, pela via da mística, da experiência mística, que não deixa de ser a experiência mesma do amor.

O concílio Vaticano II abriu um panorama até então inusitado, o do “chamado universal à santidade”, uma santidade que anteriormente muitos cristãos consideravam reservada aos “profissionais” da santidade (os monges, os religiosos, o clero, porém não o comum dos fiéis).

2º Reflexão Apostólica:
O Evangelho é o próprio Deus falando a nós na pessoa de se Filho Jesus. Ele nos diz o como devemos ser, o que não devemos fazer e o que precisamos fazer para ser feliz nesta vida e alcançar a felicidade eterna.

E apesar de Jesus ter dito que não veio para abolir a Lei de Moisés, O Mestre faz algumas correções: "Vós ouvistes o que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente! ..."

Só para entender, é bom lembrar aqui, que no Antigo Testamento, se alguém arrancasse um dedo de um menino por exemplo, o pai desse menino arrancaria também um dedo de um filho do agressor.  Se alguém quebrasse o braço da filha de um fazendeiro, este quebraria também o braço de uma filha ou filho daquele alguém.

Não precisamos ir muito longe. As guerras de famílias que até um dia desses aconteciam no Nordeste brasileiro e na Sicília na Itália, é um exemplo do que estamos tentando explicar.

Jesus corrige isso, porque tal prática não passa de uma vingança.  Jesus nos aconselha a não reagir com a mesma forma de ofensa, pelo contrário, o certo é nem reagir, e até facilitar a ação ofensiva do agressor.
Nos velhos tempos, era culturalmente comum odiar os inimigos e amar apenas os amigos, aqueles que eram ao nosso favor, que concordavam conosco, que nos eram simpáticos. Jesus ao corrigir isso, e nos ensina a fazer uma coisa que para muitos é um verdadeiro absurdo!  "Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!

Rezar pelos nossos inimigos até dá. Porque rezemos pedindo que eles não nos façam nenhum mal. Mas amar os nossos inimigos? Que coisa difícil! Para não dizer impossível! 

Não. Não é difícil nem tampouco impossível. Jesus não nos pede nenhum esforço acima da nossa capacidade.  Ele não está dizendo para a gente abraçar e beijar os nossos inimigos. Não é isso. Mas sim, está nos dizendo para tratá-los como nós gostaríamos de sermos tratados. Se fizermos isso, todos vão perceber que somos filhos do nosso Pai que está nos céus.

Esse Pai que não discrimina ninguém, que manda o sol e a chuva para todos. Bons e maus.  Deus poderia muito bem tornar impossível a vida dos maus, mas Ele não faz isso. Jesus nos ensina que devemos ser bons e justos com todos, e não somente com aqueles que nos são agradáveis. 

Temos uma forte tendência a fazer isso? O professor, a professora, tem uma tendência quase incontrolável de se aproximar dos bons alunos e conversar sobre outras coisas que não sejam a rotina do saber, da sala de aula.

É agradável brincar com os alunos comportados, e estudiosos. Porém, há uma tendência muito forte em IGNORAR os maus alunos, ou mesmo, de ser duro e ríspido com eles mesmo quando não estão bagunçando. Por que isso acontece? É porque é muito difícil imitar Jesus. É difícil porém não é impossível.

Se tivermos seus ensinamentos na mente o dia e a noite, pelo menos a gente tenta fazer como Ele. E esta tentativa é que vai pesar no nosso julgamento. A nossa intenção. "Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?

Sabemos que existem pessoas que são incorrigíveis. Mesmo que não sejam malvados ou bandidos, mais simplesmente um aluno problema, ou um sujeito esquizofrênico, são tipos que às vezes não adianta nos desgastar tentando corrigi-los ou convertê-los, porque perdemos o nosso tempo. Nesse caso, fazemos o que podemos, e o resto entregamos para Deus. É só lembrar aqui, para ilustrar, o caso dos criminosos natos. Nenhum sistema corretivo consegue dar jeito. Só nos resta rezar.

Jesus nos pede uma coisa que realmente é impossível para nós. "sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito," . Quer dizer, isso seria o nosso ideal. Porém, como sabemos, a perfeição é inatingível por noz.

Quando pensamos que conseguimos um grau de espiritualidade acima do normal, muito superior, sem menos esperar, entramos em atrito de interesses, seja combatendo injustiças, seja uma simples correção fraterna exagerada, e pronto. Lá se foi a nossa tranqüilidade, a nossa paz de espírito.

Então, só nos resta aguardar a oportunidade para nos retratar com nosso irmão ou irmã pelo exagero das nossas palavras, e em seguida procurar um sacerdote para nos perdoar de todos os nossos pecados. 

Vamos continuar tentando ser cristãos, que é aquele, aquela que procura imitar Jesus Cristo.em nossas vidas: Seu amor, Sua misericórdia.

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