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domingo, 16 de dezembro de 2012

EVANGELHO SEGUNDA FEIRA 17 DEZEMBRO


Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 1,1-17
 "Esta é a lista dos antepassados de Jesus Cristo, descendente de Davi, que era descendente de Abraão.
Abraão foi pai de Isaque, Isaque foi pai de Jacó, e Jacó foi pai de Judá e dos seus irmãos. Judá foi pai de Peres e de Zera, e a mãe deles foi Tamar. Peres foi pai de Esrom, que foi pai de Arão. Arão foi pai de Aminadabe, que foi pai de Nasom, que foi pai de Salmom. Salmom foi pai de Boaz, e a mãe de Boaz foi Raabe. Boaz foi pai de Obede, e a mãe de Obede foi Rute. Obede foi pai de Jessé, que foi pai do rei Davi.
Davi e a mulher que tinha sido esposa de Urias foram os pais de Salomão. Salomão foi pai de Roboão, que foi pai de Abias, que foi pai de Asa. Asa foi pai de Josafá, que foi pai de Jorão, que foi pai de Uzias. Uzias foi pai de Jotão, que foi pai de Acaz, que foi pai de Ezequias. Ezequias foi pai de Manassés, que foi pai de Amom, que foi pai de Josias. Josias foi pai de Jeconias e dos seus irmãos, no tempo em que os israelitas foram levados como prisioneiros para a Babilônia.
Depois que o povo foi levado para a Babilônia, Jeconias foi pai de Salatiel, que foi pai de Zorobabel. Zorobabel foi pai de Abiúde, que foi pai de Eliaquim, que foi pai de Azor. Azor foi pai de Sadoque, que foi pai de Aquim, que foi pai de Eliúde. Eliúde foi pai de Eleazar, que foi pai de Matã, que foi pai de Jacó. Jacó foi pai de José, marido de Maria, e ela foi a mãe de Jesus, chamado Messias.
Assim, houve quatorze gerações desde Abraão até Davi, e quatorze, desde Davi até que os israelitas foram levados para a Babilônia. Daí até o nascimento do Messias, também houve quatorze gerações.
" 
Meditação:
Na antiguidade, as genealogias eram muito importantes. Ali estava todo o registro da ascendência familiar. Ainda hoje, entre nós, há gente que conserva com orgulho a sua árvore genealógica.
 Para os judeus eram ainda mais importantes, porque entre eles era indispensável demonstrar a pureza da raça. Possuir mistura de sangue estrangeira, isto é, ter um não judeu entre os seus antepassados, significava perder os direitos como membro do povo de Deus.
 Por exemplo, se alguém queria ser sacerdote, devia mostrar que a sua linha genealógica descendia diretamente do sacerdote Aarão, irmão de Moisés. Se alguém tinha a pretensão de ser rei, devia provar que pertencia à família do rei David. Quando alguém queria casar, devia documentar a pureza racial da sua futura esposa pelo menos desde há cinco gerações.
 Sabemos que o próprio Herodes o Grande, que governava o país no tempo de Jesus, foi sempre desprezado pelo povo, por causa de ter sangue do povo edomita herdado dos seus antepassados.
 Este fato chegou a incomodá-lo tanto, que em certa ocasião mandou destruir todos os arquivos de Regis oficiais do país para que ninguém pudesse demonstrar que possuía uma linha de antepassados mais pura do que a dele.
 Mateus, que escreve o seu Evangelho para os judeus, quer apresentar Jesus como Messias esperado, e por isso pensa que a melhor forma é começar com uma genealogia. Para isso, elaborou cuidadosamente uma lista, ordenada, meditada e pensada com todo o pormenor.
 Em primeiro lugar, dividiu todos os antepassados de Jesus em três grupos, segundo três etapas importantes da história judaica: um primeiro grupo, que vai de Abraão até ao rei David (vv. 2-6); um segundo grupo, do rei David até ao exílio dos israelitas em Babilônia (vv. 6-11); um terceiro grupo, do exílio até à vinda de Jesus Cristo (vv.12-16). Nestas três seções de nomes estão representadas, de certa forma, as três etapas da vida de qualquer pessoa.
 Nas listas genealógicas da Bíblia, as mulheres não costumam aparecer. Por isso, a presença de nomes femininos na de Jesus é um fato surpreendente e revolucionário.  E se indagarmos quem foram essas mulheres, a sua aparição deixa-nos ainda mais espantados. São elas: Tamar, uma incestuosa; Raab, uma prostituta; Rute uma excomungada e Betsabé, uma adúltera.
 Para compreender uma pessoa não é necessário conhecer as suas avós. É verdade que os nossos antepassados têm influência sobre nós; mas, um punhado de mulheres distanciadas por várias gerações e afastadas por vários séculos, ajudarão a entender o sentido de uma vida? Seria exagerado afirmar isso.
 Mas não no caso de Jesus. Ele teve umas avós, quer dizer, umas antepassadas tão especiais, que, ao conhecê-las, começamos a compreender melhor a sua pessoa, a sua missão e a sua grandeza de Filho de Deus.
 Mateus inicia o seu evangelho de uma forma realmente estranha: com uma longa lista de nomes, chamada “genealogia”, dos antepassados de Jesus (Mt 1,1-17).
 Confrontar o leitor, logo a abrir, com uma lista assim tão longa e aborrecida de personagens, parece um recurso pouco feliz de Mateus. É mesmo possível que nenhum de nós tenha lido alguma vez este passo do Evangelho, pesado e aparentemente sem grande sentido.
 Mas, se o analisarmos, veremos que não é assim. Porque, no meio desta cadeia de 42 nomes masculinos, a presença de quatro mulheres, as únicas quatro antepassadas de Jesus que são nomeadas, projeta uma das mensagens mais emotivas do Novo Testamento.
 Reflexão Apostólica:
 Com as genealogias demonstrava-se que se provinha de personagens importantes e famosos do passado. Aqui, prova-se que Jesus provém também da miséria humana, do mais baixo e mau de Israel.
 Pela genealogia, compreendia-se a grandeza de uma pessoa, o seu passado ilustre e a sua nobreza. Aqui se vê também a desonra que arrasta a sua parentela.
 Mas há um gesto sutil e delicado em tudo isto: é uma lembrança intencional e ao mesmo tempo embaraçosa. Com ela, Mateus quis tornar claro o programa da vida de Jesus. Porque as suas avós escondem uma realidade simbólica que as transcende.
 Nas histórias de quedas e de perdão de cada uma delas, está retratada toda a humanidade, pecadora e resgatada, indigna e libertada, abjecta e esperançada. É dessa grande família que o Senhor faz parte.
 O evangelista quis mostrar que Jesus nunca se envergonhou dos seus parentes, nem de contar os grandes excluídos entre a sua família. Aceitou-os tal como tinham sido, pois por eles viera ao mundo. E estreitou-os a todos num abraço eterno, único, sentido, como se nunca mais quisesse largá-los.
 A genealogia de Jesus, em Mateus, não é uma simples lembrança de família. É o constante convite para uma Igreja onde todos tenham lugar, e ninguém se sinta excluído.
 Uma lição ainda por aprender.

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