quarta-feira, 18 de junho de 2025

EVANGELHO DO DIA 22 JUNHO 2025 - 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 

22 junho - Não podemos duvidar do amor de Jesus por nós; então, coragem! (S 359). São José marello


Lucas 9,18-24

 "Certa vez Jesus estava sozinho, orando, e os discípulos chegaram perto dele. Então ele perguntou: 

- Quem o povo diz que eu sou? 
Eles responderam: 
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é um dos profetas antigos que ressuscitou. 
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus. 
Pedro respondeu: 
- O Messias que Deus enviou. 
Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer pessoa. E continuou: 
- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado. 
Depois disse a todos: 
- Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira.

Reflexão para o 12º domingo do Tempo Comum - Lucas 9,18-24 (Ano C)

Com a retomada do tempo comum, também retomamos a leitura do Evangelho segundo Lucas, como prescreve a liturgia para o ano C, embora no próximo domingo já tenhamos uma nova interrupção, devido à solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo. Neste domingo, o texto proposto é Lc 9,18-24. Embora curto, esse texto possui uma riqueza extraordinária; concentra muitos ensinamentos importantes para a compreensão de todo o Evangelho segundo Lucas e para o discipulado de Jesus em todos os tempos. Podemos dividi-lo em três pequenas unidades temáticas, embora interligadas: a) a pergunta de Jesus sobre a sua própria identidade, cuja resposta mais completa é a confissão de Pedro (vv. 18-21); b) o primeiro anúncio da paixão (v. 22); as exigências para o discipulado (vv. 23-24).

A nível de contexto, é necessário recordar alguns elementos fundamentais para uma boa compreensão do texto. O capítulo nono de Lucas tem uma importância singular no conjunto da obra, pois marca a transição entre as duas grandes seções do Evangelho, que são, respectivamente, o ministério de Jesus na Galileia (Lc 4,14 – 9,50) e o longo caminho em direção a Jerusalém (Lc 9,51 – 19,44). Esse capítulo foi iniciado com o envio missionário dos Doze, de povoado em povoado para proclamar o Reino de Deus e libertar (curar) as pessoas (cf. 9,1-6); a repercussão da missão foi tanta que chegou aos ouvidos de Herodes, deixando-o confuso (cf. 9,7-9). O retorno dos discípulos foi marcado pelo entusiasmo, fazendo aumentar ainda mais a multidão que seguia Jesus, culminando com o episódio da partilha dos pães (cf. 9,10ss).

A situação criada desde envio dos Doze até a partilha dos pães levou Jesus à reflexão. Ele não estava preocupado com a sua imagem ou reputação, porém se preocupava se a sua mensagem estava sendo bem compreendida, sobretudo pelos discípulos. Os momentos de reflexão de Jesus, em Lucas, são marcados pela oração, quando Ele expressa a sua intimidade e confiança no Pai. Para o autor do terceiro Evangelho, todos os momentos marcantes da vida de Jesus são precedidos pela oração (cf. 6,12; 9,28; 11,1-2; 22,40ss). A primeira afirmação do texto de hoje, portanto, é um indicativo da importância que esse episódio tem: “Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” (v. 18). A oração é o meio para cultivar a intimidade com o Pai. Para Jesus, as relações com Deus e com o próximo são inseparáveis. Por isso, da oração, que é intimidade com o Pai, Ele passa a um diálogo confidencial, sincero e transparente com os discípulos, seus amigos.

Como tinham sido enviados há pouco tempo para anunciar o Reino de Deus, o projeto de vida de Jesus, os discípulos também ouviram a seu respeito. Por isso, Jesus quis saber o qual a imagem que o povo tinha dele. A preocupação de Jesus não era com sua popularidade, mas com a compreensão da sua mensagem. As respostas não demonstram fracasso, mas são insuficientes: “Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou” (v. 19). Essa resposta mostra que, em geral, o povo tinha uma boa visão de Jesus; o considerava na linha dos grandes profetas, mas essa imagem é equivocada. Tanto João Batista quanto Elias foram profetas reformadores. João Batista, com a sua austeridade, preferiu isolar-se no deserto, ao invés de enfrentar diretamente as estruturas; inclusive, acreditava que apenas a passagem pelo rito do batismo já era suficiente para uma verdadeira conversão. Elias era muito zeloso, mas fanático e intolerante, pregava a violência e o extermínio dos adversários (cf. 1Rs 18,40; 19,1). Colocar Jesus nessa linha é um grande equívoco, inclusive porque Ele não veio propor reformas, mas uma mudança radical de mentalidades e de estruturas, na sociedade e na religião.

Como os discípulos já tinham feito um longo percurso com Ele, é de se esperar que tivessem uma visão mais aprofundada do que o povo. Por isso, “Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus” (v. 20). Da resposta dos discípulos, Jesus sabia como tinha sido o anúncio deles. Pedro responde em nome de todo o grupo; a sua resposta é coletiva e sintetiza a opinião dos Doze. Que o povo conhecesse Jesus apenas superficialmente, seria tolerável, mas dos discípulos espera-se que o conheçam verdadeiramente. A resposta de Pedro é correta, mas também não é suficiente; Jesus é, de fato, o Cristo; confessá-lo assim é reconhecê-lo como o messias esperado. Ele é o messias sim, mas não conforme as expectativas do seu povo. O messias esperado pelos judeus era um personagem glorioso, um guerreiro nacionalista, alguém que iria restaurar o reino davídico-salomônico com o uso da força e da violência. Jesus não veio para restaurar a realeza em Israel, mas para instaurar o Reino de Deus. Sua mensagem não é direcionada a um povo apenas, mas a toda a humanidade.

Conhecendo a mentalidade dos discípulos, “Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém” (v. 21). É importante reconhecer a relevância dessa “proibição” para o discipulado de outrora e de hoje. Jesus não manda somente anunciar; manda também calar. A comunidade deve procurar todos os meios eficientes para o anúncio do Reino chegar a todas as pessoas e em todos os lugares, deve até pregar sobre os telhados (cf. Lc 12,3), mas quando o anúncio é distorcido, quando há proselitismo, quando há pretensões de glória e poder, é necessário calar-se. O desejo de glória e poder estava implícito na resposta de Pedro. Por isso, Jesus proibiu de anuncia-lo daquela forma. A urgência da evangelização, em qualquer época, não pode levar a comunidade a anunciar o Evangelho de qualquer forma, sem antes conhecê-lo em profundidade. Anunciar Jesus distorcendo ou omitindo a essência libertadora da sua mensagem é mais danoso do que o silêncio.

Diante da compreensão ainda não muito clara que os discípulos tinham do seu messianismo, Jesus acrescentou, alertando-os: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia” (v. 22). A expressão “Filho do Homem” nos evangelhos sinóticos (Mt; Mc; Lc) significa a humanidade autêntica de Jesus; mesmo sendo o Filho de Deus, Ele viveu intensamente a condição humana, inclusive o sofrimento e a morte. Aqui, Jesus antecipa o seu destino dramático, fazendo o primeiro dos três anúncios da paixão (cf. 9,22; 9,43-45; 18,31-34). Esses anúncios são formas de dizer que Ele não é um Messias conforme as expectativas do povo e da religião. Um messias sofredor era inadmissível para a tradição. Ele deve morrer porque levará a cumprimento o projeto do Pai. Não é a vontade do Pai que seu Filho seja assassinado; a vontade de Deus é que seu Reino se instaure na terra, mesmo que isso custe o sangue do seu Filho. A morte de Jesus na cruz, portanto, é fruto da cobiça e da maldade humana, sobretudo das lideranças religiosas; mas o Pai reverterá essa situação em salvação para a humanidade, com a ressurreição. Para Lucas, os responsáveis pela morte de Jesus são as autoridades religiosas.

Tendo esclarecido que não é um messias conforme as expectativas do povo, Jesus esclarece as exigências para o seu seguimento. Ele está terminando o seu ministério na Galileia; em pouco tempo irá iniciar o caminho para Jerusalém, onde viverá o drama da paixão. Para continuar no seu seguimento, é necessário que os discípulos tenham clareza do destino e dos riscos que estão correndo, como discípulos de um messias ao revés. Por isso, o esclarecimento: “Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz a cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perde-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (vv. 23-24). Antes de tudo, Jesus deixa claro que o discipulado é uma adesão pessoal e livre: “se alguém me quer seguir”; Ele não obriga e nem impõe; apenas propõe.

Seguir Jesus exige rupturas. A primeira ruptura é com a própria pessoa. Renunciar a si mesmo não significa odiar-se, mas é deixar de lado o egoísmo e todas as convicções pessoais que não estão em sintonia com a mensagem libertadora do Evangelho; pretensões de poder, conquista e bem-estar pessoal, devem ser deixadas de lado. A cruz de cada dia corresponde às consequências de tal escolha. A cruz, como a mais temida das penas na época, era sinal de perigo; com essa afirmação, Jesus deixa claro que os seus discípulos, à medida em que viverem o Evangelho com fidelidade, estarão em perigo constante, pois as opções do Evangelho contradizem as pretensões dos detentores de poder deste mundo.

Somos convidados hoje, de modo especial, a procurar conhecer cada vez mais a identidade autêntica de Jesus, para poder continuar no seu seguimento. Segui-lo é confrontar-se com as estruturas do mundo que impedem a realização, desde já, do Reino de Deus. O seguimento e o anúncio devem ser frutos de uma relação de intimidade com Ele e com o Pai. Sem convicção e conhecimento da sua pessoa, o anúncio tende a ser distorcido. É preciso romper com estruturas e mentalidades para continuar o seu seguimento.

Dia 22

Trabalhar os sentimentos de raiva, ciúme, ansiedade e mágoa é essencial para o exercício do autocontrole.

Na maioria das vezes, quando é hostilizado, o ser humano costuma enfrentar seu ofensor.

Por isso, jamais se exalte nem espere que o comportamento dos demais mude. Comece por você mesmo.

Sobre isso, santo Agostinho apresenta a seguinte frase: “Ama o pecador, mas odeia o pecado”.

Que tal pensar nisso hoje?

O importante é perceber que tanto você como os demais têm defeitos e fraquezas.

“Feliz aquele que suporta a provação, porque, uma vez provado, receberá a coroa da vida, que o Senhor

prometeu aos que o amam”. (Tg 1,12).



Evangelho do dia 21 junho sábado 2025 da 11º Semana do Tempo Comum

 


21 jun - Procuremos também nós imitar São Luís Gonzaga, este grande santo que, mais que criatura desta terra, poderia ser chamado Serafim do céu. E nós, se não pudermos imitá- lo nas virtudes extraordinárias que praticou, imitemo-lo ao menos nas virtudes ordinárias e comuns. (S 237). SÃO JOSÉ MARELLO


Mateus 6,24-34

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 24“Ninguém pode servir a dois senhores; pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
25Por isso eu vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com o vosso corpo, com o que havereis de vestir. Afinal, a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo, mais do que a roupa? 26Olhai os pássaros dos céus: eles não semeiam, não colhem nem ajuntam em armazéns. No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta. Vós não valeis mais do que os pássaros? 27Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida, só pelo fato de se preocupar com isso?
28E por que ficais preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. 29Porém, eu vos digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. 30Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé?
31Portanto, não vos preocupeis, dizendo: ‘O que vamos comer? O que vamos beber? Como vamos nos vestir? 32Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso.
33Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo.
34Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia bastam seus próprios problemas”.
 
Meditação:

Este longo trecho do Sermão da Montanha (caps. 5-7) é um desdobramento da primeira bem-aventurança (“Felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino do céu”), associado ao que se recomenda em seguida, 5,20: “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no reino do céu”, culminando no v. 33 da leitura deste domingo: “Busquem em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça! E Deus dará a vocês todas essas coisas”. Os pobres em espírito têm um só absoluto – Deus – e um objetivo principal: a busca do seu reinado.

O evangelho de hoje nos apresenta o caráter materno de Deus através do que tradicionalmente chamamos da “divina Providencia”, uma dimensão do amor de Deus que a tradição espiritual popular deu muita relevância na vida diária. Foi um exercício de fé a descoberta da mão materna de Deus cuidando nossos passos, para evitar problemas, para atender sempre nossas necessidades.
Antigamente foi fácil a fé na Providencia de Deus, a confiança de que ele interviria nas condições externas para nos cuidar maternalmente. Hoje, depois da modernidade, ficou claro que Deus não intervém nem pode intervir nas leis da natureza para nos fazer algum bem. A fé na Providencia deve ser reformulada radicalmente. Não temos por que acreditar na intervenção de Deus sobre as causas segundas.
Na nossa forma adulta de viver a fé, como pessoas que se consideram inteiramente responsáveis de seu destino, sabemos que precisamos viver sem o consolo de um Deus a nosso serviço para facilitar nossa segurança ou nossa vida. Sabemos que neste mundo moderno estamos sós, sem um deus-tapa-buracos que nos proteja, porém sob a nossa única responsabilidade, e nas mãos de um sem fim de imprevistos que devemos assumir com responsabilidade, audácia e coragem.
É esse sentido de responsabilidade e coragem que nos permitem superar a angustia existencial que sempre rodeiam e assediam nossa vida, como vida de seres limitados, contingentes e submetidos a toda sorte de ameaças.
Preocupar-se é ocupar-se antes do tempo. Deus é um Pai providente e previdente, isto é, sabe de tudo quanto nós carecemos e nos conforta com a Sua Palavra promissora. Por isso, nós não podemos servir a dois senhores!
Ou, nós confiamos na providência do Pai e nos entregamos totalmente a Ele, seguindo os Seus ensinamentos e vivendo de acordo com a Sua orientação, ou então, iremos servir ao dinheiro, ou seja, trabalhar mais para amealhar mais.
Não poderemos fazer as duas coisas ao mesmo tempo, porque assim sendo, falharemos em uma ou em outra. Jesus nos dá como exemplo os pássaros e os lírios dos campos que vivem na dependência do Criador.
Nós nos angustiamos e nos consumimos por coisas que não vão depender da nossa preocupação e sim das ações que realizamos confiantes no auxílio e na ajuda de Deus. A maioria das pessoas faz tudo ao contrário do que Jesus nos ensina. Corre basicamente para o trabalho e para a ação, e esquece de que tudo isto acontecerá em decorrência da conquista, em primeiro lugar “do reino de Deus e da sua justiça”.
Buscar o reino e a justiça de Deus em primeiro lugar é o requisito para que tenhamos todas as coisas, por acréscimo. O reino de Deus não está dissociado do tempo e do espaço em que vivemos porque Ele começa aqui e agora. Portanto, muitas coisas as quais ansiamos e desejamos são inerentes ao reino dos céus e porque Deus é justo, Ele quer nos dar.
O que você tem buscado em primeiro lugar na sua vida? A quem você está servindo mais: a Deus ou ao dinheiro? Você se preocupa com o que comer e vestir? Você já experimentou contemplar a obra de Deus através da natureza? Você sabe que faz parte dela?
A frase do versículo 24b não pode ser mais taxativa: não se pode servir a Deus e ao dinheiro. Erroneamente durante muito tempo acreditamos que o pobre, o necessitado, o desamparado, tinha que ser consolado dizendo que a situação em que se encontrava era a “vontade de Deus” e que no “céu” teria sua recompensa.
Nosso bom Pai-Mãe Deus continua nos falando hoje e ensinando que não se trata de fugir da sociedade para viver uma vida eremita e miserável, não é isso que Deus quer para nós.

Não podemos cair na tentação de nos transformarmos em seres passivos, e achar que a desgraça e a pobreza são vontade de Deus; muito pelo contrário, nosso afã deve se centrar no trabalho e no esforço em fazer tudo o que está ao nosso alcance, para que cada pessoa tenha uma vida digna, direito a um trabalho, a uma boa educação, a uma boa saúde.
Se cada um, a partir do lugar em que se encontra, se preocupa pelo bem comum e com os direitos de igualdade na sociedade em que vive, e se entrega confiante e seguro nos braços de Deus, tudo o mais se dará por conseqüência.

Reflexão Apostólica:

O amor de Deus por nós se revela na vida de Jesus, que foi uma vida de amor e serviço aos pequeninos, empobrecidos e excluídos. O testemunho e a prática de Jesus é a contradição da prática daquele que serve ao dinheiro.
Quem serve ao dinheiro ama o dinheiro, e a ambição o torna cego e insensível ao próximo e a Deus. Servir ao dinheiro é consolidar esta estrutura econômica que favorece o enriquecimento de minorias ricas, às custas da exploração dos consumidores e das maiorias empobrecidas que são os trabalhadores que produzem os bens de consumo e os bens acumulados por estes ricos. Servir a Deus é assumir o seu projeto de comunhão no amor, de misericórdia e reconciliação, de solidariedade e partilha. 
A advertência de Jesus, "não podeis servir a Deus e ao dinheiro!", se insere na recomendação "fazei amigos com o dinheiro injusto, a fim de que, no dia em que faltar, eles vos recebam nas tendas eternas".
Isto significa colocar o dinheiro injusto a serviço da promoção da vida dos empobrecidos e excluídos. Hoje, no evangelho de Mateus, a advertência sobre a incompatibilidade entre o servir a Deus e o servir ao dinheiro se relaciona com a busca de segurança na vida pela acumulação do dinheiro.
A partir da insegurança quanto às questões elementares da sobrevivência opta-se pela aparente segurança que o dinheiro proporciona. Passa-se a acumular dinheiro, e, contraditoriamente, a acumulação do dinheiro gera mais insegurança e ansiedade, pelo receio das desvalorizações financeiras, das concorrências, ou pelo receio dos ladrões marginais. Quem busca salvar a sua vida colocando sua segurança no dinheiro a perde.
Encontramos toda nossa segurança na fonte e doador da vida que é Deus. O cuidado de Deus por nós é expresso de maneira poética pela comparação com os cuidados com os pássaros do céu e com os lírios dos campos.
A bem-aventurança da pobreza é o abandono nas mãos de Deus que cuida dos pássaros do céu e das flores do campo. Conquista-se, assim, a liberdade para colocar-se inteiramente a serviço de Deus, na prática de sua justiça, com o que entramos em comunhão de vida eterna com Deus.
Abandonar-se nas mãos de Deus é a atitude fundamental para usufruir da vida plena. Deus ama seus filhos como mãe. Na primeira leitura temos esta referência à mãe que ama seus filhos, como imagem de Deus, no qual não há nenhuma imperfeição. É um lampejo do caráter feminino de Deus, tão ocultado pela sua predominante imagem patriarcal tradicional.
Libertados da ambição, os filhos de Deus buscam em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça e, como "administradores dos mistério de Deus", devem se empenhar em que vigore a justiça e os bens terrenos tenham um caráter comunitário, estando a serviço da vida plena para todos, conforme a vontade do Pai.

Propósito:

Pai, centra toda minha vida na busca do teu Reino e na justiça que dele vem, de forma que nenhuma outra preocupação possa ser importante para mim.

Dia 21

Em cada pessoa, existe um grande dualismo: poder e fragilidade.

Somos tanto capazes de dar um grande salto como cair de mau jeito.

Assim se revezam os sucessos e insucessos.

Você pode realizar maravilhas autênticas e também ser vítima de sua fragilidade.

Deus não deprecia ninguém por causa das limitações.

Ele confia a cada um a missão de ser cooperador em sua obra e apenas quer que tenhamos fé.

É da vontade de Deus dar coisas boas a todos.

“Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus

dará coisas boas aos que lhe pedirem!” (Mt 7,11).

 


Evangelho do dia 20 junho sexta feira 2025 - da 11º Semana do Tempo Comum

 


20 jun - Seja qual for o caminho pelo qual o Senhor nos conduza, se lhe formos sempre fiéis, nos encontraremos um dia no Paraíso, onde teremos acumulado numerosos merecimentos e glória, e tanto mais nos regozijaremos e nos deliciaremos em Deus, quanto menos tivermos desfrutado de suas consolações aqui na terra. (S 359). São José Marello


Evangelho
:
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 6,19-23

""Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. A lâmpada do corpo é o olho: se teu olho for límpido, ficarás todo cheio de luz. Mas se teu olho for ruim, ficarás todo em trevas. Se, pois, a luz em ti é trevas, quão grandes serão as trevas!"

Meditação:

Mateus propõe não acumular, não ter mais do que o verdadeiramente necessário. Não se trata de viver miseravelmente, pois Deus não quer isso para nós, ao contrário, temos direito a viver dignamente e com todas as comodidades que nos proporciona nosso tempo.

A crítica é dirigida para quem, além de ter de sobra, acumula, esconde, guarda; estes vivem na obscuridade, pois não tem a sensibilidade de que existem muitas pessoas que sobrevivem apenas com o pouco que possuem.
Tais pessoas são os que têm o olho enfermo, estão cheios de obscuridade, pois são incapazes de se comover com os necessitados do mundo, aquele que tem em abundância só se preocupam de amontoar e acumular sua riqueza, e sua preocupação será sempre em não perder os bens adquiridos. Por outro lado, aquele que tem o olho sadio, não acumula dinheiro nem bens.
Pode ter muito ou pouco, materialmente falando, entretanto, está sempre atento para as necessidades dos outros, disposto a ajudar e compartilhar com outros. Este sim tem luz, porque pode ver o próximo e iluminá-lo; seu verdadeiro tesouro está escondido nos rincões de seu coração, porque seu verdadeiro tesouro não está em possuir, mas sim em ser.

Continuamos a meditação sobre as Bem-aventuranças. E hoje no evangelho nos faz duas recomendações sobre como que olhos e como nos devemos relacionar e usar os bens materiais.

Nos quarenta anos de deserto, o povo foi provado para ver se era capaz de observar a lei de Deus (Ex 16,4). A prova consistia nisto: ver se eles eram capazes de recolher só o necessário de maná para cada dia e de não o acumular para o dia seguinte.

E hoje na mesma linha Jesus diz: Não acumuleis riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam

O que significa acumular tesouros no céu? Trata-se de saber de onde vim, o que faço aqui na terra e para onde vou. Descobrir qual o fundamento da minha existência e nelas colocar a minha confiança. Se a deposito nos bens materiais desta terra, sempre corro o perigo de perder o que acumulei.

Porém se for a Deus, ninguém vai poder destruí-lo e terei a liberdade interior de partilhar com os outros os bens que possuo.

Para que isto seja possível e visível, é importante que se crie uma convivência comunitária que favoreça a partilha e a ajuda mútua, e na qual a maior riqueza ou tesouro não é a riqueza material, mas sim a riqueza ou o tesouro da convivência fraterna nascida a partir da certeza trazida por Jesus de que Deus é o meu Pai e todos. E se ele é nosso Pai todos nós somos irmãos.  É nosso Pai nele deve estar o nosso coração de filhos.

A lâmpada do corpo é o olho por que como disse Jesus: os olhos são como uma luz para o corpo. Mas para entender o que Jesus pede é necessário ter olhos novos. Jesus é exigente e pede muita coisa: não acumular, não servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo.

Estas recomendações exigentes tratam daquela parte da vida humana, onde as pessoas têm mais angústias e preocupações. É urgente que tenhamos o nosso olho lúcido e são porque se teu olho estiver doente, todo o teu corpo estará também doente.

Na realidade, a pior doença que se possa imaginar é uma pessoa se fechar sobre si mesma e sobre seus bens e confiar só neles. É a doença da tibieza, mesquinhez!

Quem olha a vida com este olhar viverá na tristeza e na escuridão. O remédio para curar esta doença é a conversão, a mudança de mentalidade e de ideologia. Colocando o fundamento da vida em Deus, o olhar se torna generoso e a vida toda se torna luminosa, pois faz nascer a partilha e a fraternidade.

Jesus quer uma mudança radical. Quer que vivamos como Deus é. A imitação de Deus leva à partilha justa dos bens e ao amor criativo, que gera fraternidade verdadeira.

Onde está tua riqueza, aí estará o teu coração. Onde está a tua e a minha riqueza? Muitas pessoas idolatram o marido, a esposa, os filhos ou parentes colocando-os acima de Deus.

Outras colocam em primeiro lugar o dinheiro, os bens matérias (o carro, o cavalo, a vaca, as jóias…) e relegam para o segundo ou o último lugar Deus e a família. Esquecem-se de que é em Deus, é no amor ao próximo como a si mesmo que está a fonte da vida.

Que luz temos como referência? Para onde direcionamos os nossos olhos? Para as coisas do mundo ou para o Círio Pascal que é a fonte da luz sem ocaso? Ela é a luz no mundo, quem lhe segue não se engana nem na vida nem na morte.

Reflexão Apostólica:

A injusta acumulação de bens torna o coração tão corrompido quanto às riquezas acumuladas. Os tesouros no céu são conquistados pela união de coração e de vontade com Deus, com o empenho no resgate e no cultivo da vida, particularmente entre os excluídos.

O olho é a lâmpada do coração. O olho fixo nas riquezas traz trevas ao coração. O olho sensível ao sofrimento do irmão é luz para o coração.

O ser humano, apesar das grades riquezas que dia a dia extrai da terra e do mar, continua sendo a mais pobre de todas as criaturas, porque não descobriu a riqueza maior de todas as descobertas até agora: seu próximo.

Jesus adverte sobre o perigo das riquezas não porque sejam más, mas pelo mau uso que delas costuma fazer o ser humano.

Nós temos o dever de administrar bem as riquezas que encontramos em nosso mundo para que redunde em benefício de todos, e não de uns poucos.

Nosso tesouro como cristãos há de ser o da vivência da caridade, que trará como conseqüência que nosso coração tenha como centro o próprio Jesus.

Dessa maneira, poderemos ver no próximo não a um estranho, mas a outro igual que nós, necessitado da presença de Deus em sua vida, da ação misericordiosa do Pai que cure suas mais profundas feridas causadas pelo sofrimento.

Que nosso tesouro seja o encontro com Jesus na presença do irmão que sofre, que clama por justiça e anela, como nós, que chegue o dia em que o reino de Deus se estabeleça para sempre.

Muitas vezes as coisas materiais podem nos levar ao egoísmo e à inveja. Obviamente, quem se apega ao material não pode ser chamado de discípulo do Senhor, simplesmente porque não tem liberdade para agir.

Seu apego às coisas não o deixa entregar-se ao projeto de Jesus: o Reino. O Senhor mesmo diz claramente: “Onde está teu tesouro, aí está também teu coração”.
Diz um refrão popular: “Os olhos são reflexos da alma”, e Jesus expressa uma idéia similar: “O olho é a lâmpada do corpo”. O olhar expressa cansaço, ódio, ofensa, tristeza, dor, alegria, tranqüilidade, paz. A pessoa generosa, entregue, serviçal ilumina com seu olhar, enquanto que a mesquinha e egoísta vive nas trevas da avareza e cobiça.
Manter os olhos fixos no Senhor significa olhar a realidade a partir dele e buscar, por todos os meios, sua transformação para o bem da humanidade, especialmente dos mais pobres.

A luta por um mundo melhor, mais justo, mais digno para todos, é uma das prioridades de nosso trabalho como evangelizadores e humanizadores.

Ontem e ainda hoje pensamos no que VEMOS e pouco valorizamos o que TEMOS. TER é importante para podermos viver em nossa sociedade. Precisamos TER dinheiro para pagar nossas contas, comprar mantimentos, manter nossa saúde, ter lazer…

Carregamos no nosso coração a idéia concreta daqueles filmes de detetive que sempre há em disputa um testamento repleto de bens e riquezas. Esse horizonte de compreensão é apenas visual.

Jesus dois mil anos atrás pedia para que ampliássemos nosso compreender do que é importante. “(…) Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Pelo contrário, ajuntem riquezas no céu…”.

É muito bacana quando um filho diz que o maior patrimônio que recebeu de seus pais foi o caráter, o estudo, a disciplina, a coerência, (…); esses valores, como outros também, o tempo não os coroem. Ver valores como PATRIMÔNIO é enxergar além dos olhos.

Nossos olhos não conseguem dar atenção aos 180 graus que lhe são apresentados portando dependem de nós para colocar o FOCO. Para onde olhamos, definimos nossa atenção, é lá que este nosso foco. Jesus alertava que não o colocássemos no que pode enferrujar. Ao ampliar nosso horizonte deveríamos também não o fazer.

Mais uma vez, Jesus não é contra em se ter um objetivo grandioso na vida, algo que fosse muito almejado como um sonho, uma conquista, um desafio, mas a palavra alerta que esse horizonte não tivesse como foco o que é perecível.

Nossa Igreja nos revela um imenso HORIZONTE de conhecimento a ser explorado. Se hoje não é do jeito que imaginamos é porque nós, servos, participantes, irmãos, estamos colocando nosso foco em outros lugares.

Quando um padre, por exemplo, rejeita uma determinada pastoral ou movimento, apenas por seu próprio gosto, está de vontade própria diminuindo o horizonte de compreensão que Deus lhe oferece (Rm 1,31-32). Quando uma pastoral desiste de lutar tem seu foco distorcido, sofre de miopia, pois só enxerga o que está perto.

Quando alguns "dirigentes" de Movimentos não aceitam aquilo que insistem em chamar de "novidades" que, na realidade, nada mais são do que a própria dinâmica e atualização do mesmo, também não enxergam ou não querem enxergar.

Propósito:

Pai, dá-me sabedoria suficiente para buscar sempre o tesouro verdadeiro, e assim estar seguro de que em ti coloquei o meu coração.

Dia 20

A cada dia, a natureza se renova.

Isso ocorre em vários aspectos: cores, formas, flores, frutos, enfim, tudo se renova totalmente.

Você também pode renovar seus pensamentos, sentimentos e atitudes.

Para isso, todos os dias, peça que o Espírito Santo venha e restaure, cure e liberte todas as áreas de sua vida.

Fale a Jesus sobre seus desejos e necessidades mais íntimos, para que ele seja o centro de sua existência.

Renove-se a cada dia.


Entregue-se a Jesus.

“Da mesma forma, o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza.

Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis”. (Rm 8,26).

 

Solenidade de Corpus Christi: Cristo vive!

 

Solenidade de Corpus Christi: Cristo vive!

Conheça mais sobre a festa que para as cidades do Brasil e do mundo: a solenidade de Corpus Christi, sua liturgia e como aumentar sua devoção.

Autor: Redação Minha Biblioteca Católica

Conheça mais sobre a festa que para as cidades do Brasil e do mundo: a solenidade de Corpus Christi, o que é, sua liturgia e como aumentar a devoção ao Santíssimo Corpo de Cristo.

Seja numa pequena capela no interior do Brasil ou na mais imponente Basílica Romana. Dentro de cada igreja há um trono reservado ao Rei dos Reis, sacramentado na Eucaristia. Eis o mistério da fé. O Deus Todo-Poderoso se deixa ser tocado num pedaço de pão e em um pouco de vinho. Aos olhos de quem não crê, isso é uma tremenda loucura. Mas para quem enxerga o mundo sob a ótica da fé católica, é algo mais que extraordinário.

Tanto é assim, que o Santíssimo Sacramento merece uma solenidade especial. E é aí que entra a Solenidade de Corpus Christi. Vamos refletir um pouco sobre esse dia tão importante cujo preceito deve ser cumprido na quinta-feira ou na quarta-feira a partir das vésperas.

O que é a Solenidade de Corpus Christi?

A Solenidade de Corpus Christi tem por objetivo exaltar o imensurável Amor divino ao nos dar por pura misericórdia a Eucaristia. Deveria ser inato a todo fiel católico uma reverência ímpar a Jesus sacramentado. Afinal, todos somos exortados a viver a Missa pelo menos todos os Domingos e dias santos de guarda. Dizemos viver porque, se muitos católicos nem vão à Igreja, um número ainda menor tem real dimensão do que acontece na Missa. 

Todas as vezes que estamos em uma celebração ou visitamos o sacrário, devemos sair do passivo e perigoso pensamento de que ali acontece algo ordinário. Rotina não é sinônimo de ordinário. Ou seja, quem tem a rotina de viver a Missa e visitar o Santíssimo Sacramento está criando uma rotina extraordinária. 

E aí está um ponto fundamental da Solenidade de Corpus Christi. Hinos, bençãos, procissão, leituras… Toda estrutura festiva pensada para que sempre tenhamos em mente que a Eucaristia é uma dádiva que jamais conseguiremos entender, por nossa própria razão, o tamanho. 

Origens da festa do Corpo de Cristo

O que o Papa Urbano IV, Liège e Bolsena/Orvieto têm em comum? Eles estão diretamente conectados à origem da Solenidade de Corpus Christi. 

1) Liège
Nessa cidade da Bélgica havia uma mulher chamada Juliana, que na época era Priora da Abadia de Cornillon. Seria canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII. Santa Juliana tinha visões da Lua com uma faixa escura que a atravessava. A Lua representava a Igreja e a faixa a ausência de uma solenidade que exaltasse o Santíssimo Sacramento. 

Santa Juliana comunicou essa visão a várias figuras do alto clero, inclusive a Jaques Pantaleão, que viria a se tornar, em 1261, o Papa Urbano IV.

2) Bolsena/Orvieto
Passava por Bolsena um sacerdote chamado Pedro de Praga que carregava uma inquietação em seu coração: não conseguia crer firmemente na presença real de Cristo na Eucaristia. Enquanto celebrava a Missa, durante o ato de consagração, a hóstia em suas mãos começou a sangrar e manchou o corporal. O Papa Urbano IV, que estava em Orvieto, tomou conhecimento do ocorrido e, profundamente comovido, decidiu instituir a Solenidade de Corpus Christi. Até hoje o corporal é preservado e reverenciado na Catedral de Orvieto. 

Não bastasse essa história maravilhosa, há a cereja do bolo. O Papa Urbano IV pediu a um certo dominicano que fizesse hinos específicos para essa solenidade. Os hinos? Tantum Ergo e Lauda Sion Salvatorem. O dominicano? Santo Tomás de Aquino. 

A liturgia da Solenidade de Corpus Christi

Começamos com a leitura do livro do Deuteronômio, na passagem em que Moisés exorta o povo dizendo que o próprio Deus os alimentou com o maná. Isso é uma clara prefiguração da Sagrada Eucaristia, da qual quem se alimenta não tem mais fome. 

Na segunda leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios já vemos como a realidade do sacramento já era firme logo nos primeiros anos da Igreja. Pois como diz São Paulo “O cálice da bênção, o cálice que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo? Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão.” 1

No Evangelho de São João, ouvimos do próprio Cristo: ‘Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo’. Interessantíssima é a indignação dos judeus que se perguntavam como isso seria possível. Ou seja, essa é uma realidade de fé que intrigava até quem a ouvia diretamente de Jesus. Ela só se torna cristalina para quem enxerga o mundo com os olhos da fé. 

Mas a riqueza desta Solenidade não se encontra somente nas leituras. O Papa João XXII publicou, no ano de 1317, o dever de levar Nosso Senhor sacramentado pelas vias públicas. É um momento único do nosso ano litúrgico, que deve ser vivido com muita piedade, entoando os hinos eucarísticos, enquanto Nosso Senhor passa pelas ruas abençoando o mundo. 

No Brasil e em Portugal, há ainda um bonito costume de ornar as ruas por onde o Santíssimo passará, com tapetes feitos de serragem e outros materiais que formam imagens relacionadas à nossa fé. O sentido é fazer uma homenagem à entrada de Jesus em Jerusalém recebido com ramos.

Como aumentar a devoção ao Corpo de Cristo?

Precisamos fazer com que todos os dias sejam uma espécie de “solenidade particular” de Corpus Christi. Afinal, mesmo naquela missa de meio de semana, sem música e pompas, somos agraciados com o mesmo mistério. Então vão aqui algumas dicas: 

1) A Missa começa em casa. Quando você sair de sua casa, prepare seu coração para o que irá acontecer. Reze por alguns momentos entregando a Missa da qual irá participar. 

2) Ativamente, pense: Jesus ESTÁ VERDADEIRAMENTE na Eucaristia. Não deixe que essa realidade se transforme em uma mera ideia. 

3) Visite mais vezes o sacrário. Enquanto estamos correndo com nossos afazeres diários, Cristo repousa no sacrário, esperando o momento em que uma alma se toque disso e vá até Ele. Com certeza, em algum momento da semana, temos a possibilidade de entrar em uma igreja, nos ajoelhar e, em poucos minutos, conversar com Nosso Senhor. 

4) Não se distraia após a comunhão. Por alguns minutos, você se torna um sacrário vivo. Jesus bate na porta da cela do seu coração, fazendo referência a Santa Catarina de Sena. Então, entre em profundo recolhimento nesse momento. 

5) Reze a oração “Alma de Cristo”. Uma oração simples, maravilhosa e que molda a alma.

6) Participe de adorações. Alguns santuários são de adoração perpétua, mas nem todos os lugares possuem essa graça. A primeira quinta-feira do mês costuma ser dedicada à exposição e bênção solene do Santíssimo. Caso isso não ocorra na sua paróquia, converse com o Padre para tentar encaixar esse momento tão importante na rotina! 

Referências

I Cor 10,16-17[]


domingo, 15 de junho de 2025

EVANGELHO DO DIA 19 JUNHO 2025 - SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI

19 junho - Também nas coisas do espírito saibamos contentar-nos com o que Deus crê seja melhor conceder-nos, sem nos apegar demasiadamente ao fervor sensível ou ambicionar consolações espirituais. (S 359). São José Marello

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 9,11-17

"E Jesus os recebeu, falou a respeito do Reino de Deus e curou os que precisavam ser curados. 
Estava anoitecendo, e por isso os doze apóstolos foram e disseram a Jesus: 
- Mande esta gente embora. Eles podem ir aos povoados e sítios que ficam por perto daqui e lá encontrarão o que comer e onde ficar, pois este lugar é deserto. 
Mas Jesus respondeu: 
- Dêem vocês mesmos comida a eles. 
Os discípulos disseram: 
- Só temos cinco pães e dois peixes. O senhor quer que a gente vá comprar comida para toda esta multidão? 
Estavam ali mais ou menos cinco mil homens. Jesus ordenou aos seus discípulos: 
- Mandem o povo sentar-se em grupos de mais ou menos cinqüenta pessoas. 
Os discípulos obedeceram e mandaram que todos se sentassem. Aí Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e deu graças a Deus por eles. Depois partiu os pães e os peixes e os entregou aos discípulos para que eles distribuíssem ao povo. Todos comeram e ficaram satisfeitos, e os discípulos ainda encheram doze cestos com os pedaços que sobraram." 

Meditação:

Nesta quinta-feira, a Igreja celebra o Corpo e o Sangue de Cristo. É a festa do pão e da partilha. A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia - o sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. 
No Catolicismo a hóstia, torna-se literalmente em Carne e Sangue do Senhor Jesus. Em outras denominações religiosas apenas a memória das palavras de Cristo em Mateus 26,26 é lembrada, eles não acreditam transmutação do pão e vinho durante a celebração.

Na celebração de Corpus Christi temos uma missa solene, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento. A procissão lembra a caminhada do povo de Deus em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ale é alimentado com o próprio corpo de Cristo. 
Durante a missa o sacerdote consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.

A primeira leitura de hoje constitui uma espécie de prefiguração sacerdotal-eucarística na misteriosa pessoa de Melquisedeque; a segunda leitura nos faz passar da imagem à realidade, através da catequese eucarística de Paulo à comunidade de Corinto; finalmente, o evangelho nos recorda que a eucaristia é e deve ser sempre expressão e fonte de caridade: nasce do amor de Cristo e se torna fundamento do amor entre os fiéis reunidos em torno do Pão doado por Jesus e distribuído por seus discípulos entre os irmãos.
A eucaristia sustenta toda a vida da comunidade crente. Enquanto tornamos presente o “amor até o extremo” pelo qual Jesus ofereceu sua vida na cruz (passado), nos comprometemos a formar um só corpo animado pela fé e a caridade solidária (presente), “enquanto esperamos sua vinda gloriosa” (1Cor 11,26) (futuro).
 
A primeira leitura (Gn 14, 18-20) é um antigo texto. Originalmente talvez, de natureza política-militar, em que o misterioso personagem Melquisedeque, rei de Salém, oferece a Abraão um pedaço de pão e vinho. Trata-se de um gesto de solidariedade depois de retornar da batalha contra quatro reis (Gn 14, 17). A passagem, sem dúvida, parece conter uma cena de caráter religioso, sendo Melquisedeque um sacerdote segundo a práxis teológica oriental.
O gesto poderia conter um aspecto de sacrifício ou de rito de ação de graças pela vitória. O v. 19, com efeito, conserva as palavras de uma bênção. As palavras de Melquisedeque e seu gesto oferecem uma nova luz sobre a vida de Abraão: seus inimigos foram derrotados e seu nome é exaltado por um rei-sacerdote. O capítulo 7 da carta aos Hebreus construiu uma reflexão em torno de Cristo Sacerdote à luz deste misterioso texto do Gênesis, segundo a linha teológica já presente nas palavras que o Salmo 110, 4 dirige ao rei-messias: “Tu és sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque”.
A segunda leitura (1Cor 11,23-26) pertence à catequese que Paulo dirigiu à comunidade de Corinto relacionada com a celebração das assembléias cristãs, onde os mais poderosos e ricos humilhavam e desprezavam os mais pobres. Paulo aproveita a oportunidade para recordar uma antiga tradição que recebeu na ceia eucarística, já que o desprezo, a humilhação e a falta de atenção para com os pobres nas assembléias estavam destruindo o sentido mais profundo da Ceia do Senhor.
Deste modo se coloca em sintonia com os profetas do Antigo Testamento que haviam condenado fortemente o culto hipócrita que não estava sendo acompanhado de uma vida de caridade e justiça (cf. Am 5,21-25; Is 1,10-20), assim como fez Jesus (cf. Mt 5,23-24; Mc 7,9-13). A Eucaristia, memorial da entrega de amor de Jesus, deve ser vivida pelos crentes com o mesmo espírito de doação e de caridade com que o Senhor “entregou” seu corpo e seu sangue na cruz por “vós”.
A leitura paulina nos recorda as palavras de Jesus na última ceia, com as quais o Senhor interpretou sua futura paixão e morte como “aliança selada com seu sangue” (1 Cor, 11, 25) e “corpo entregue por vós” (1 Cor 11, 24), mistério de amor que se atualiza e se faz presente “toda vez que comerem deste pão e beberem deste cálice” (1 Cor 11, 26). A fórmula do cálice eucarístico, semelhante à fórmula da última ceia em Lucas (Mateus e Marcos apresentam uma tradição diversa), está fundamentada no tema da nova aliança, que recorda a célebre passagem de Jr 31, 31-33. Cristo estabelece uma verdadeira aliança que se realiza não através do sangue de animais derramado sobre o povo (Ex 24), mas com seu próprio sangue, instrumento perfeito de comunhão entre Deus e os homens.
A celebração eucarística abrange e torna plena toda a história dando-lhe novo sentido: torna presente realmente a Jesus em seu mistério de amor e de doação na cruz (passado), a comunidade, obediente ao mandato de seu Senhor, deverá repetir o gesto da ceia continuamente enquanto dure a história “em minha memória” (1Cor 11, 24) (presente), e o fará sempre com a expectativa de seu regresso glorioso, “até que ele venha” (1Cor 11, 26) (futuro). O mistério da instituição da Eucaristia nasce do amor de Cristo que se entrega por nós, e, portanto, deverá sempre ser vivido e celebrado no amor e na entrega generosa, à maneira do Senhor, sem divisões nem hipocrisia.
 
O Evangelho (Lc 9, 10-17) relata o episódio da multiplicação dos pães, que aparece com diversos matizes também nos outros evangelhos (duas vezes em Marcos!), o que demonstra não só que o evento possui um alto grau de historicidade, mas que também é fundamental para compreender a missão de Jesus.
Jesus está próximo de Betsaida e tem diante de si uma multidão de pessoas pobres, enfermas e famintas. É a este povo marginalizado e oprimido a quem Jesus se dirige, “falando-lhes do reino de Deus e curando aos que necessitavam” (v. 11). A seqüência de Lucas acrescenta um dado importante no qual introduz o diálogo entre Jesus e os Doze: começa a entardecer (v. 12). O momento recorda o convite dos dois peregrinos que caminhavam para Emaús precisamente ao cair da tarde: “Ficai conosco porque é tarde e está anoitecendo” (Lc 24, 29). Nos dois textos a bênção do pão acontece no final do dia.
O diálogo entre Jesus e os Doze põe em evidência duas perspectivas. Por uma parte os apóstolos que querem enviar as pessoas para povos vizinhos a fim de que comprem comidas, procuram uma solução “realista”. No fundo pensam que seja justo dar gratuitamente a pregação, mas é justo também que cada qual se preocupe com o material. A perspectiva de Jesus, ao contrário, representa a iniciativa do amor, a gratuidade total e a prova inquestionável de que o anúncio do reino abrange também a solução às necessidades matérias das pessoas.
No final do v. 12 caímos na conta de que tudo está ocorrendo num lugar deserto. Isto recorda sem dúvida o caminho do povo eleito através do deserto, saindo do Egito e caminhando para a terra prometida, época na qual Israel experimentou a misericórdia de Deus através de grandes prodígios, como por exemplo, o maná. A atitude dos discípulos recorda a resistência e a incredulidade de Israel diante do poder de Deus que se concretiza através da obra de salvação a favor do povo (Ex 16, 3-4).
A resposta de Jesus: “dai-lhes vós de comer” (v. 13) não só é provocativa dada a pouca quantidade de alimento, mas que, sobretudo deseja mostrar a missão dos discípulos através do gesto misericordioso que realizará Jesus. Os discípulos, aquela tarde próxima de Betsaida e ao longo de toda a história da Igreja, são chamados a colaborar com Jesus se preocupando em conseguir o pão para seus irmãos. Depois que os discípulos acomodam as pessoas, Jesus “tomou os cinco pães e dos dois peixes, levantou os olhos para o céu, pronunciou a bênção, e os partiu e foi dando aos discípulos para que eles distribuíssem às pessoas” (v. 16).
O gesto de “levantar os olhos ao céu” põe em evidência a atitude orante de Jesus que vive em permanente comunhão com o Deus do reino; a bênção (a berajá hebraica) é uma oração que ao mesmo tempo expressa gratidão e louvor pelo dom que foi recebido ou que se está por receber. É digno de notar que Jesus não abençoa os alimentos, pois para ele “todos os alimentos são puros” (Mc 7, 19), mas que bendiz a Deus através deles, reconhecendo a Deus com fonte de todos os dons e de todos os bens.O gesto de partir o pão e distribuí-lo indiscutivelmente recorda a última ceia de Jesus, onde o Senhor dá novo sentido ao pão e ao vinho da refeição pascal, tornando-os sinais sacramentais de sua vida e sua morte como dinamismo de amor até ao extremo pelos seus.
No final todos ficam saciados e sobram doze cestos (v. 17). O tema da “saciedade” é típico do tempo messiânico. A necessidade é a conseqüência da ação poderosa de Deus no tempo messiânico (Ex 16, 12; Sl 22, 27, 78,29; Jr 31, 14). Jesus é o grande profeta dos últimos tempos, que recapitula em si as grandes ações de Deus que alimentou seu povo no passado (Ex 16, 2 Rs 4,42-44). Os doze cestos que sobram não só representam o excesso do dom, mas que também põe em evidência o papel dos “doze” como mediadores na obra da salvação. Os Doze representam o fundamento da Igreja, são como a síntese e a raiz da comunidade cristã, chamada a colaborar ativamente a fim de que o dom de Jesus possa atingir a todos os seres humanos.
No texto, como vimos, sobrepõem-se diversos níveis de significado. O milagre realizado por Jesus o apresenta como o profeta dos últimos tempos. Ao mesmo tempo em que o acontecimento antecipa o gesto realizado por Jesus na última ceia, quando o Senhor doa à comunidade o pão e o vinho como sinal sacramental de sua presença.
 
Por outro lado, o dom do pão no deserto inaugura o tempo novo da fraternidade, que prefigura a plenitude da comunhão escatológica em plenitude. Além do mais se coloca em evidência, como assinalamos antes, o papel essencial dos discípulos de Jesus como mediadores do reino.

Através daqueles que crêem no Senhor deveria chegar a todos os homens o pão do bem-estar material que permite uma vida digna de filhos de Deus, o pão da esperança e da gratidão, do amor, e, sobretudo o pão da Palavra e da Eucaristia, sacramento da presença de Jesus e de seu amor misericordioso a favor da humanidade.

Reflexão Apostólica:

No Evangelho, “as multidões” que aderiram inicialmente a Jesus, vendo nele uma esperança de libertação, “o seguiram”. Jesus “as acolhe” e lhes fala do Reino de Deus, ou seja, do homem novo e da sociedade nova a que devem aspirar para sair de sua situação; curando os enfermos, mostra-lhes que Deus deseja o homem vivendo em plenitude.

Os discípulos aconselham a Jesus para que despeça a multidão. Não se solidarizam com ela; crêem que cada um deverá se virar como pode para prover seu sustento. Jesus replica, mas eles não entendem sua proposta de solidariedade (“vocês dêem-lhes de comer”) nem a alternativa do Reino; vêem a solução somente no dinheiro, conforme as categorias da sociedade injusta.

“Cinco pães e dois peixes” = sete, totalidade do alimento de que dispõe a comunidade e “cinco mil” os comensais; insinua-se aqui a comunicação do espírito através do pão partilhado e a maturidade humana que produz “homens adultos”. 

Jesus relaciona os pães com Deus criador: o pão é dom seu e fator de vida e fecundidade. Como Dom de Deus, devem ser repartidos, para continuar sobre a terra sua generosidade. Se a generosidade de Deus não se tornar inválida pelo egoísmo humano, basta para satisfazer toda necessidade e ainda mais, partilhando se saciaria a fome de todo o povo e até sobraria. 
Olhando superficialmente esta festa litúrgica do Corpo e Sangue de Jesus parece semelhante à da Quinta-feira Santa.

Entretanto, tem seu próprio matiz; na Quinta-feira Santa celebramos a instituição da Eucaristia numa perspectiva ou conexão imediata com a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus; hoje, em troca, mesmo sendo imprescindível esta relação essencial com a Eucaristia, se acentua a idéia do pão repartido que nos dá a vida e reforça a fraternidade e a solidariedade entre os cristãos. Por usa vez, nos interpela sobre a fome e a miséria em que vivem muitos irmãos nossos por causa do egoísmo e do acúmulo de uns quantos.

A celebração da Eucaristia está destinada a provocar o compromisso entre os cristãos. A pessoa de Jesus, suas palavras e ações, comprometem o verdadeiro cristão a um estilo de vida diferente, e de modo particular, a participação e a comunhão com o corpo do Senhor.

A vida do cristão deve estar orientada para ir construindo a comunhão dos crentes como verdadeiro corpo místico de Jesus; corpo no qual se realize a unidade na diversidade pelos dons e carismas. 

São Paulo fala de uma celebração indigna referindo-se à comunidade dos Coríntios onde alguns cristãos fomentaram a divisão e a discriminação pela opulência e o esbanjamento na celebração da Eucaristia.

Hoje podemos entender como indignas aquelas celebrações formalistas, frias, sem preparação e que não levam as pessoas e as comunidades a nenhum compromisso. Por isso, a falta de compromisso em nossas celebrações, faz com que as mesmas celebrações sejam, mais que sinais, contra-sinais.

Quando termina a celebração da Eucaristia nós nos dispersamos muito tranqüilos sem um verdadeiro compromisso ou preocupação com aquilo que se há de fazer, com aquilo que deve provocar a mudança da realidade de injustiça, miséria e fome em que vivem muitos cristãos. 

A celebração da Eucaristia hoje, dia do Corpo e Sangue de Jesus, não pede tanto uma manifestação externa pública de nossa fé, mas uma celebração dos crentes frente a um maior compromisso; mais que “ostentar” o Senhor no ostensório de uma custódia maravilhosa, devemos manifestar o Senhor em nossas pessoas e comunidades, na solidariedade efetiva através do partir e repartir para que todos possamos viver em dignidade.
Nesta perspectiva deveríamos nos perguntar hoje o que significa para nós a celebração da Eucaristia. Ela não é somente o momento de uma vivência religiosa; é sobretudo uma convivência na recordação viva do mesmo Senhor, que viveu e continua vivendo dentro da comunidade reunida, que proclama o mistério salvador de sua morte e ressurreição.

Em minha vida cristã o mistério eucarístico se manifesta como fonte de unidade e de caridade? Como poderia me comprometer concretamente a favor das pessoas que vivem na pobreza e passam fome de pão e de justiça?
Em nossa comunidade a celebração eucarística gera um amor maior e mais compromisso em favor dos mais pobres ou se limita a ser um simples rito religioso? Com quais iniciativas concretas poderíamos fazer que nossa participação comunitária na Eucaristia seja mais ativa e dinâmica? Em que sentido, como comunidade, podemos nos comprometer mais para levar aos demais o pão do bem estar material, e o pão do amor e da esperança, e o pão do evangelho do Reino?

Propósito:

Senhor Jesus, Pão Vivo de esperança e de amor, concedei a nós que participamos da ceia eucarística, viver o mistério da comunhão no amor e sermos testemunhas do vosso reino no mundo. Espírito de solidariedade e partilha, fazei-me sensível à lição eucarística da partilha, movendo-me a manifestar minha solidariedade efetiva com os pobres deste mundo.

Dia 19

Você está doente?

Enfrenta dificuldades financeiras?

Passa por problemas familiares?

Tem problemas de relacionamentos?

Está em crise? Desanimado?

Está tudo bem? Está feliz, alegre?

Nesses momentos, o melhor a fazer é rezar.

Faça de sua vida uma oração.

Os seres humanos foram criados por Deus e para Deus; por isso, consciente ou inconscientemente, todos têm um grande desejo dele.

Somente nele é encontrada a verdadeira felicidade.

Por isso, existe a necessidade de estar em comunhão com ele, para uma comunicação mais profunda.

Tudo pode ser transformado pela força da oração.

“Tudo o que, na oração, pedirdes com fé, vós o recebereis”.

(Mt 21,22).



EVANGELHO DO DIA 22 JUNHO 2025 - 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM

  22 junho - Não podemos duvidar do amor de Jesus por nós; então, coragem! (S 359). São José marello Lucas 9,18-24   " Certa vez J...