segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Evangelho do dia 10 dezembro quarta feira 2025


10 dezembro
De vossa parte, fazei tudo o que puderdes para vos manterdes sempre com a vontade firme de servir unicamente a Deus, e Ele vos concederá vitória sobre todos os vossos inimigos. (S 355). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 11,28-30

""Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve"."  
Meditação: 

Esses versículos referem-se a diferentes aspectos da vida cristã. A vida do cristão é "suave" no sentido de que ela traz "descanso para a vossa alma" (Mt 11,29), mas ela é dura sobre a "carne", que com frequência necessita da disciplina da mão de Deus para mantê-la em linha. A salvação traz "paz com Deus" (Rm 5,1), mas também conflito com o mundo (1Jo 2,15-17; Gl 5:17). O próprio apóstolo Paulo experimentou a graça de Deus em sua vida, mas teve um espinho na carne (2Co 12,7-9).

Durante centenas de anos e para milhões de pessoas estas palavras têm sido uma bênção. Não há uma palavra ou sentença aqui que não contenha um tesouro de pensamento para qualquer um que queira ouvir e aprender.
O convite feito aqui é captado por três palavras: "Vinde a mim"
Quando ouvimos o evangelho, quando lemos a Bíblia e estudamos o Novo Testamento e aprendemos sobre o Salvador o que somos chamados a fazer não é apenas mudar de religião!

É certamente verdadeiro, se temos estado envolvidos em erro religioso, precisamos arrepender disso e seguir os ensinamentos dos apóstolos de Cristo.

Isso pode ser apenas parte do que precisamos fazer. Não é exigida apenas uma mudança para a conversão. É uma decisão especial de deixar o pecado, confiar em Cristo e começar a segui-lo.
O convite é "Vinde a Mim", e isto significa que uma decisão deve ser feita de deixar o pecado, afastar-se do erro e vir a Jesus Cristo.

Não se pode ler sobre Jesus com um coração honesto sem ser motivado para vir a Ele. Pode-se ler sobre Ele meramente por certos interesses acadêmicos, ou curiosidade intelectual. O conhecimento que se ganha deste tipo de estudo pode jamais resultar em qualquer conversão ou salvação.
Quando abrimos nossa mente -- quando nosso coração é bom -- quando sabemos que precisamos de alguma coisa melhor na vida e lemos sobre Cristo, somos motivados a mudar nossa direção, abandonar o pecado em nossa vida e vir a Ele.
Ele diz: "Sou manso e humilde de coração." Como isso é verdade! E se tivermos lido sobre Jesus saberemos que isto é verdade.

Lemos sobre Ele na casa de Maria e Marta, em Betânia, consideramos sua atitude para com Pedro, antes e depois da queda de Pedro. Na história de sua vida e sua obra experimentamos a brandura e mansidão de Cristo. Jamais esqueça disso.
Por causa do fardo do pecado a alma do pecador está cansada. Nossa obstinação e nosso pecado não nos dão paz, nem tranquilidade, nem liberdade.

Nossos esforços para nós fazermos valer contra Deus, nossa obra para fazer a vontade do diabo, tudo isso põe um tremendo fardo sobre o coração, a vida e a alma.

Estamos pesadamente carregados, e labutamos sob esta lida e carga que é tentar viver sob nossa própria vontade e governo. Jesus quer nos ajudar a sair debaixo desse fardo!
Jesus é um amigo para os pecadores. Na casa de Simão, um fariseu, Jesus foi abordado por uma mulher pecadora. Ela trouxe um vaso de alabastro com unguento, prostrou-se a seus pés por trás dele, chorando e lavando seus pés com lágrimas, enxugando-os com seu cabelo, beijando seus pés e ungindo-os com o unguento.

Simão estava observando e pensou consigo mesmo: "Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora".

Jesus falou a Simão e ilustrou a situação pecaminosa da mulher; ele repreendeu Simão pela sua própria falta de hospitalidade e cortesia costumeira. E ele demonstrou que era um amigo dos pecadores, dizendo à mulher: "Perdoados lhe são os teus muitos pecados" (Lc 7,36-50).
Em outra ocasião, os escribas e fariseus trouxeram a Jesus uma mulher que diziam ter apanhado no ato de adultério (temos que assumir que havia um homem culpado, mas ele estava ausente). Os fariseus trouxeram essa mulher a Jesus para ver o que ele faria. A lei dizia que tal pessoa deveria ser apedrejada.

Aqueles homens queriam tentar e acusar Jesus perguntando-lhe sobre esta mulher. Jesus replicou: "Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra".

 Um por um, eles saíram de cena. Quando Jesus e a mulher ficaram a sós ele lhe perguntou: "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai, e não peques mais" (Jo 8,1-11).
Agora, deveria ser dito, alguns dos críticos do Senhor distorceram e interpretaram mal sua amizade com os pecadores.

 Eles o chamaram "amigo de pecadores", em Mateus 11,19, mas não pretendiam que isso fosse um elogio. Eles insinuavam que isso era um caso de transigência ou que ele estava de algum modo fazendo vista grossa da impiedade deles.

Sabemos que Jesus era amigo dos pecadores num sentido muito mais alto; ele o descreveu em termos de um médico tratando do doente; ele disse à mulher culpada, "não peques mais".

Sua associação com pecadores não era para encorajá-los no pecado, mas para desencorajá-los; ensinar-lhes, ajudá-los e salvá-los.

Ele não era participante com eles em seu pecado. Vinha e se aproximava deles como seu Mestre amoroso, seu professor e Salvador.
Jesus, mais do que ninguém, cuida daqueles que labutam e que estão pesadamente carregados sob o terrível fardo do pecado.

Ele oferece perdão aos culpados. Ele dá pureza aos impuros. Ele quer dar alimento aos necessitados. E ele quer retirar este fardo de nós, o fardo do pecado.
Ele não se dirige, aqui em Mateus 11, àqueles que se sentem justos e dignos. Ele não perdeu muito tempo com os orgulhosos, a polícia religiosa, os hipócritas que não queriam acreditar.

Ele se dirigia a todos os que labutam e estão sobrecarregados. Estas eram pessoas como o carcereiro que perguntou em Atos 16,30: "Que devo fazer?".
Estas são pessoas que sentem uma carga em suas vidas, sejam elas quais forem. Estas são pessoas que conhecem sua ansiedade, reconhecem seu remorso e sabem que necessitam de descanso.
A inquietação é uma das grandes características do mundo. Estamos com pressa e não sabemos para onde estamos indo. Há fracasso, desaponta- mento e negligência de olho em nós. Mas parece difícil admitir que o descanso está somente em Cristo: descanso de consciência; descanso de esperança; descanso, conforto e paz; em contraste com a agitada natureza do pecado.
Observemos que isto não é como: Eu tenho alguma coisa e talvez você a encontre. Se viermos a ele, certamente a encontraremos!

Observemos a plena força das duas expressões: Eu vos darei descanso... e encontrareis descanso! Jesus é o que precisamos e quando vimos a ele como ele diz, não há nenhuma dúvida sobre os resultados: Eu vos darei descanso e encontrareis descanso.
Temos que acreditar nele e tomar a decisão pessoal de vir a ele com obediência. A exigência é ensinada em quatro palavras: "Vinde...tomai...aprendei...encontrai"
Estas palavras nos dizem claramente o que deveremos fazer, ao responder a este convite e precisamos saber que não podemos ter o descanso prometido que Jesus quer que tenhamos se não fizermos o que ele nos diz para fazermos!
Consideremos isso. Não podemos ter o que Jesus quer que tenhamos se não fizermos o que Jesus nos diz para fazer!! Assim, aqueles que estão sob o fardo do pecado precisam vir a Cristo, tomar o Seu jugo, aprender com Ele e encontrar o descanso de que necessitam.
No livro de Atos podemos ler sobre pessoas que fizeram isso. Começando no dia de Pentecostes, lemos isto: Pedro pregou o evangelho de Cristo. Havia muitos presentes em Jerusalém que estavam oprimidos sob o pecado. Eles ouviram Pedro pregar. Eles creram em Cristo, e quando Pedro disse arrependei-vos e sede batizados, eles fizeram isso... e depois do batismo Lucas diz que eles continuaram firmes na doutrina dos apóstolos.
O que eles estavam fazendo? Eles estavam vindo a Cristo, tomando seu jugo, aprendendo com ele e encontrando o descanso para suas almas. Todos os outros casos de conversão em Atos são a mesma coisa.
Consideremos tomar este jugo. Isso não é como livrarmo-nos de nossa carga em troca de outra carga, a ideia não é essa. E eu não creio que isso deveria ser visto como sendo um lado do jugo, com Cristo do outro lado, onde eu puxo minha metade e ele puxa a outra metade. Não, não é isso.
Tudo o que precisamos ver no jugo é submissão e guia; quando nos submetemos a Cristo, somos guiados exatamente no caminho e na obra que é justa diante de Deus!

Quando decidimos levar a sério Jesus Cristo -- quando cremos Nele, e então fazemos o que Ele diz, obedecemos ao evangelho e vivemos como Seu discípulo -- estamos vindo a ele... estamos tomando seu jugo... estamos aprendendo e estamos encontrando o descanso para nossa alma.
Finalmente, ele disse: "Meu jugo é suave, e o meu fardo é leve". Isto não significa que nenhum esforço seja exigido. Isto não significa que tudo sobre ser um cristão é suave e sem sofrimento.
Se estamos usando este jugo, estamos sendo guiados exatamente na obra que agrada a Deus, há um profundo prazer interior, há uma alegria, em completo contraste com o jugo ofensivo do sistema religioso dos fariseus ou de qualquer outro sistema humano.
Quando lermos, estudarmos ou refletirmos sobre quem Jesus é e o que Ele fez; quando lermos sobre sua vida, Sua obra, Sua morte, sepultamento e ressurreição, jamais deixemos isto de lado.
"Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve".

Podemos considerar que nesta proclamação de Jesus resumem-se todos os evangelhos. É o Jesus simples, humano, sensível, que se faz presente entre nós e nos dirige palavras carinhosas e sedutoras, que são luz e vida.

Reflexão Apostólica:

Você já recebeu um “convite irrecusável?”. Alguns convites você não pode aceitar, outros você não deve rejeitar. Existem convites que são armadilhas, laços, arapucas.
Quando o homem aceita o convite de Jesus, Sua vida ganha um novo significado; experimenta paz com Deus, com o próximo e consigo mesmo; dentro do seu ser passa a fluir um rio de água viva; seu coração se torna morada do Espírito Santo; ganha convicção da sua filiação divina.
Vinde a mim TODOS… Logo, Ele convida a todos porque ele se importa com todos… Jesus não faz acepção de pessoas, vinde os negros e brancos, os ricos e pobres, os casados e descasados, os são e os doentes, todos…
Só faz este convite quem pode dar o que promete, pois, muitos prometem, mas não podem cumprir as promessas que fazem.  Jesus pode… Ele é o Senhor que tem poder sobre tudo àquilo que aflige a alma do homem.

Hoje o Senhor claramente nos convida a irmos a Ele: Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso de vossos fardos…

Quantos de nós temos nos cansado durante o nosso dia a dia, pelas circunstâncias, seja uma insatisfação pessoal no trabalho, sejam as coisas que acontecem que não saem da forma como desejamos, ou seja, até mesmo o jeito como nós tratamos a quem amamos que, por muitas vezes, nem é o modo como queremos tratar, mas pela falta de paciência, pelo cansaço físico, mental ou espiritual nos deixamos levar pelas nossas fraquezas e não fazemos o bem que desejamos.

Hoje Jesus nos convida porque conhece o nosso coração e sabe que só n’Ele teremos descanso, pois Ele mesmo justifica isso quando diz: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendeis de mim, porque sou manso e humilde de coração. Pois o meu jugo é suave e meu fardo é leve.”

Jesus não nos convida até Ele para nos condenar, mas nos convida para tirar de nós tudo que não nos faz bem, inclusive nosso sentimento de culpa em relação aos nossos pecados e fraquezas. Ele anseia e deseja muito que O busquemos para nos dar o descanso necessário para uma boa caminhada.

Não importa se estás passando por esta crise, pensando que ninguém se importa, que ninguém se preocupa, são Palavras do Mestre: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados de carregar as vossas pesadas cargas, e eu vos darei descanso.”

Neste texto Jesus demonstra o seu amor para conosco. Ele se importa conosco e por isso nos chama. Faz-nos um convite.

Este é para os que têm problemas, para os cansados e os oprimidos; os que estão com cargas tão pesadas e tão grandes que não dão conta de carregar sozinhos; os que perderam a esperança até mesmo para esperar; os que estão feridos e com traumas profundos; os que não têm mais caminho para caminhar; os que perderam o rumo da vida, para os que perderam a direção.

O convite é para você que está com o coração quebrado, arrebentado, porque há reabilitação, há cura; é para você que desperdiçou a sua vida no mal, pois ainda há possibilidade para fazer o bem; para você que já não tem mais perspectiva na vida, expectativa de um novo começo; para você que se sente desesperado, desprezado; para você que se sente doente, perdido na vida; para você que está longe, e morto em delitos e pecados.

Talvez você diga: “Minha vida não tem jeito, porque o pau que nasce torto, cresce torto e morre torto”. Tem sim! Porque o pau que nasce torto, só é torto antes de chegar nas mãos do carpinteiro de Nazaré.

Depois de passar pelas Suas mãos, sai um móvel precioso, raríssimo de encontrar! Ele te oferece uma nova oportunidade. Jesus é o Deus do impossível, é o Deus capaz de fazer: do vilão, um herói; do bandido, um santo; do perseguidor, um defensor do Evangelho.

Com as palavras “vinde a Mim”, Jesus nos chama a confiar n’Ele, a crer. Porque ninguém pode ir, e seguir, sem crer, sem confiar nele.

Ele nos chama para que tomemos sobre nós o jugo d’Ele: tomai sobre vós o meu jugo. Jesus não nos engana. Ele não prometeu só mar de rosa, porque aqui o jugo quer dizer que tudo aquilo que Jesus passou nós teremos de passar.

Assim como Ele foi perseguido, sofreu, foi maltratado, caluniado, zombado, odiado, abandonado entre ladrões e morto na Cruz mas que três dias depois ressuscitou, assim também nós teremos de passar pela mesma situação.

Aliás, ao discípulo basta ser igual ao mestre. Se a Mim trataram assim, a vós também, disse o Senhor. Mas não tenhais medo. Eu venci o mundo!

Precisamos aprender d’Ele: e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. Chama-nos ao discipulado d’Ele, a sermos seus alunos.

Ele quer que sejamos seus imitadores. Ele passará a ser o nosso modelo. Nós precisaremos conhecer mais e mais o nosso Senhor, as coisas d’Ele, até chegar ao pleno conhecimento.

Isso só será possível se estivermos perto d’Ele. É por isso que também nos chama para estarmos perto d’Ele, junto d’Ele, para ter comunhão e intimidade com Ele.

É urgente que contemos tudo para Deus. Ele nos dá este privilégio de abrir o peito, a alma, e o coração. E então: acharemos descanso para as nossas almas.

Propósito:

Dê-me a coragem, ó Deus, para enfrentar os desafios que tenho que enfrentar. Dê-me a caridade para lidar apropriadamente com aqueles que encontro. Dê-me a gratidão por tudo que o Senhor tem feito para me abençoar. Dê-me a claridade para entender que viver para Jesus é a melhor de todas as escolhas.

Hoje Jesus quero te louvar pelo meu trabalho, que tem me tirado muito dos nossos momentos de intimidade. Isso, na verdade, tem me feito valorizar cada minutinho que posso beber da graça que é ter Tua presença. Dá-me a graça de, durante todo o meu dia, conseguir parar, para escutar e discernir a Tua vontade para as minhas atitudes do dia. Dá-me a graça de ser manso e humilde assim como tu és, Senhor.

Evangelho do dia 09 dezembro terça feira 2025


09 dezembro - Oh! Quanto maior bem tem sido feito nas Congregações religiosas justamente porque os Fundadores, seja pelas regras, seja pela sensatez dos superiores animados pelo seu espírito, souberam moderar com sabedoria os impulsos de zelo de cada religioso. (L 176). São Jose Marello


Mateus 18,12-14 09 dez 2025

""Que vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove nos morros, para ir à procura daquela que se perdeu? E se ele a encontrar, em verdade vos digo, terá mais alegria por esta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos." "

Meditação:

Se um homem tem cem ovelhas e uma se perde, deixa as outras para ir buscar a que se perdeu. E quando a encontra, sua alegria é imensa porque a encontrou.
Hoje encontramos Jesus ensinando em meio ao povo que se dedica ao pastoreio; recorre a uma experiência possível, a perda de uma ovelha e o que isso gera no pastor.

O relato se situa na valorização do pequeno, em deixar claro qual é a forma de atuar de Deus.
No capítulo dezoito de Mateus temos um conjunto de textos sob a forma de sentenças e parábolas, coletados pelo evangelista com a finalidade de orientar as novas comunidades que estão na origem da Igreja, na década de 80, para um convívio fraterno, pacífico, misericordioso e acolhedor. A parábola de hoje integra este conjunto de textos.
Esta parábola pode ser encontrada também no evangelho de Lucas. Porém no contexto de Lucas a parábola é dirigida aos fariseus e escribas que censuravam Jesus por receber e comer com aqueles que eram considerados pecadores por eles.
Mateus nos apresenta a parábola de um pastor cujo único meio de subsistência são as ovelhas que possui. Ele vive e morre por suas ovelhas; elas são a razão de sua vida.
A ovelha perdida e, depois, reencontrada com alegria e reintegrada no rebanho exprime a missão de Jesus em acolher e restaurar o convívio comunitário daqueles excluídos e considerados pecadores pelo sistema religioso e social.

Mateus nos mostra que a lógica de Deus não é uma lógica de marginalização dos pequenos, ao contrário, trata-se de buscar a unidade, apesar das diferenças. Todas as ovelhas são importantes no projeto de igualdade e de justiça.

O Senhor que vem é um Senhor que acolhe os debilitados, que é como um pastor que não diferencia suas ovelhas.
Aqui, no evangelho de Mateus a parábola é aplicada no sentido de acentuar que Deus não deseja que ninguém seja excluído da comunidade.
A ovelha extraviada é um "pequeno", algum membro da comunidade, em vias de abandoná-la. A comunidade é convidada a correr em apoio de qualquer irmão em crise.
O motivo e estímulo para priorizar aquele que se extraviou é que "o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos". A comunidade é o lugar da acolhida, do serviço, da valorização recíproca e do perdão.
No coração de Deus todos nós somos pequenos muito amados, dotados de liberdade para optar por aquilo que nos pareça melhor, ainda com risco de se perdermos em nossos interesses.

Mesmo que estejamos perdidos, Deus nos busca para nos reconciliarmos e voltarmos ao rebanho da fraternidade.
A opção preferencial pelos pequenos e pelos que se perdem confronta, sem duvida, nossa experiência cristã.

Na sociedade atual, olhamos com certo desprezo a quem foi vitima de violência ou padecem de alguma enfermidade; com freqüência julgamos os outros como más companhias, más pessoas, maus trabalhadores.
Entretanto, Deus no põe ante o desafio de ir à busca deles e aportar a sua conversão. Trata-se de fomentar e implementar a acolhida amorosa e fraterna em nossa vida
Deus é o pai misericordioso que, apesar de nossas debilidades, nos ama intimamente, nos escuta e nos perdoa.

O Senhor veio salvar aqueles que a sociedade não valoriza, mas deprecia, veio dignificar e valorizar o homem.
Olhemos hoje para a nossa realidade: de que maneira Deus se mostra misericordioso para com aqueles que são esquecidos e depreciados e como somos mediadores desse amor?

Reflexão Apostólica:

Hoje, em virtude do trabalho, família, estudo, compromissos diversos, (…) torna quase utopia esperar que possamos ir atrás de cada um que passou por nossas vidas e saber por onde andam ou como estão. Imaginamos, ou pelo menos tentamos trazer na memória, cada ovelha que resolveu ir embora.

De fato não sabemos o motivo que a levou a fazer isso. De repente, talvez, por que um irmão foi muito duro com ela; ou em uma discussão corriqueira sobre um assunto pequeno e fútil, onde nenhuma das partes resolveu ceder e os “bicos” se bateram.

Um parêntese: Imaginemos a cena: dois tucanos tentando comer uma mesma maçã. Se um não esperar o outro, ambos ficaram sem comer e morrerão de fome.

De fato, quantos colegas, amigos, conhecidos, “morrem” de fome por se alimentar apenas do orgulho que os faz viver?

Enquanto isso (…). Imaginemos, também, a ovelha que perambula pelo mundo, que usa das suas luzes e encantos para seduzi-la, mas de fato não se preocupa com seu bem estar, se sofre, se passa fome…

Vemos pessoas sem esperança e também sem chances; “ovelhas” que não se parecem mais com seres humanos. Pessoas que temos a impressão que a luz dos sonhos se apagou.

Às vezes esquecemos que por debaixo de tudo aquilo que vemos ainda existe um ser humano.

Muitas vezes nós mesmos abrimos as “portas do cercado” para as ovelhas cuja lã não combina com a nossa. Abrimos as portas quando fazemos ou permitimos as críticas infundadas: “Quando alguém quer destruir a religião, sempre se começa por atacar e destruir o padre.” (Santo Cura d'Ars).

Quando não queremos ouvir outra opinião, quando nos esquecemos de elogiar... Quantos casamentos acabam em virtude da falta de elogios? Abrimos as cancelas quando não nos preocupamos com quem esta fraquejando ou quando cometeu um deslize.

Com isto, podemos chegar à conclusão de que, se não temos tempo pra ajudar a buscar, que não sejamos nós que levemos alguém a se afastar.

Nessa semana somos chamados a rever nossas atitudes para que o reino de Deus surja, pois se Ele ainda não é vivido hoje é por culpa ou da nossa omissão ou da nossa maldade inerente. O reino começa quando desistimos de atrapalhar.

Certa vez, em uma reunião de equipe, um Sacerdote Conselheiro Espiritual disse: "... pouca adianta estender meu vínculo com Deus se não melhorar, na mesma proporção a minha relação com aqueles que estão ao meu lado, pois, bem aventurado não aquele que levanta as mãos e louva, mas aquele que se importa com o sofrimento do que esta ao seu lado.".

Portanto, se não atrapalho, já ajudo!

Depois de tudo isso fica a pergunta para sua reflexão: Tendo um homem 99 ovelhas e uma delas se perde, como é que arrumo tempo pra perder com “picuinhas”, tucanos teimosos e julgamentos?

Propósito:

Pai, que eu te dê a alegria de estar sempre em comunhão contigo, e ir ao encontro de quem se extraviou para reconduzi-lo ao amor.

Dia 09

A sabedoria e a cultura são dois valores que enriquecem O ser humano.

A diferença é que a primeira é um dom concedido por Deus, que se exterioriza nas atitudes de equilíbrio e maturidade diante dos acontecimentos da vida, enquanto a segunda-feira é adquirida por meio de estudos e empenho pessoal.

No antigo Testamento, o rei Salomão pedia que Deus lhe concedesse sabedoria para governar seu povo do melhor modo.

No Evangelho, jesus exultou e rezou ao Pai por ter revelado sua sabedoria aos pequenos e humildes.

Hoje, você também é convidado a procurar a sabedoria.

O Senhor é seu refúgio e fortaleza.

“O Senhor dará ordem a seus anjos para te guardarem em todos os teus caminhos”. (Sl 91[90],11).

 

domingo, 7 de dezembro de 2025

Evangelho do dia 08 dezembro segunda feira 2025

 


História de Imaculada Conceição

Imaculada Conceição refere-se a um dogma através do qual a Igreja declarou que a concepção da Virgem Maria foi sem a mancha (mácula em latim) do pecado original. Desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi preservada do pecado pela graça de Deus. Ela sempre foi cheia da graça divina. O dogma declara também que a vida da Virgem Maria transcorreu completamente livre de pecado.

Desde os tempos da Igreja primitiva, os fiéis sempre acreditaram que Maria, a Mãe de Jesus, nasceu sem o pecado original. Tanto no Oriente como no Ocidente, há grande devoção à Maria enquanto mãe de Jesus e Virgem sem Pecados. No começo do cristianismo o dogma da Imaculada Conceição já era tido como uma verdade de fé para os fiéis.

Bíblia e tradição

O dogma que declara a Imaculada Conceição da Virgem Maria é fundamentado na Bíblia: Maria recebeu uma saudação celestial do Anjo Gabriel quando este veio anunciar que ela seria a Mãe do Salvador. Nessa ocasião, o Anjo Gabriel saudou como cheia de graça.

Foi o papa Pio IX, o papa que proclamou o dogma da Imaculada Conceição, recorreu principalmente à afirmação de Gênesis (3, 15), onde Deus diz: Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela, assim, segundo esta profecia, seria necessária uma mulher sem pecado, para dar à luz o Cristo, que reconciliaria o homem com Deus.

O verso Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti, no Cântico dos Cânticos (4,7) também é uma referência para defender a Imaculada Conceição. Outras passagens bíblicas referentes são: Também farão uma arca de madeira incorruptível (Êxodo 25, 10-11). Pode o puro (Jesus) vir de um ser impuro? Jamais! (Jó 14, 4). Assim, fiz uma arca de madeira incorruptível... (Deuteronômio 10, 3). Maria é considerada a Arca da Nova Aliança (Apocalipse 11, 19) e, portanto, a Nova Arca seria igualmente incorruptível ou imaculada.

Também existem os escritos dos Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão. São Tomás de Aquino, por volta de 1252, declarou abertamente que a Virgem foi, pela graça, imunizada contra o pecado original, defendendo claramente o dogma do privilégio mariano, que seria declarado e definido séculos mais tarde.

Definição do dogma de Imaculada Conceição

O dia da festa da Imaculada Conceição foi definido em 1476 pelo Papa Sisto IV. A existência da festa era um forte indício da crença da Igreja na Imaculada Conceição, mesmo antes da definição do dogma no século XIX.

No dia 8 de dezembro de 1854, dia da festa, o Papa Pio IX, com a Bula intitulada Deus Inefável (Ineffabilis Deus), definiu oficialmente o dogma da Santa e Imaculada Concepção de Maria.

Assim está escrito na bula (documento papal) intitulada Ineffabilis Deus que o Papa Pio X proclamou: Em honra da Trindade (...) declaramos a doutrina que afirma que a Virgem Maria, desde a sua concepção, pela graça de Deus todo poderoso, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Salvador do homem, foi preservada imune da mancha do pecado original. Essa verdade foi-nos revelada por Deus e, portanto, deve ser solidamente crida pelos fiéis.

Maria confirma o dogma

Santa Bernadete Soubirous (1844-1879), a jovem que viu Nossa Senhora em Lourdes, disse que Nossa Senhora se auto definiu dizendo assim: Eu sou a Imaculada Conceição. Isso aconteceu em 1858, apenas quatro anos após a definição do dogma.

Todos os estudiosos consideram quase impossível que uma adolescente como era Bernadete, vivendo num lugarejo insignificante como era Lourdes, soubesse da proclamação do dogma e muito menos o seu significado. Por isso, as aparições de Nossa Senhora em Lourdes são consideradas como uma confirmação celstial do dogma da Imaculada conceição. Esta é uma das três aparições de Nossa Senhora consideradas verdadeiras pela Igreja Católica.

Imaculada Conceição, Mãe sem manchas

Por isso, nós podemos recorrer a Maria com toda a confiança justamente porque ela é Imaculada, sem mancha, sem pecado, sem impurezas. Ela é cheia, plena, repleta da graça de Deus e, por isso, pode ouvir nossos pedidos e súplicas e apresentá-los ao Pai, diante de quem ela está no céu. Nossa mãe celestial é pura, santa, sem pecado e nos ama com um amor puro, santo e divino. Assim, com esta confiança, recorramos a ela sempre, pois ela intercede por nós.

Oração a Imaculada Conceição

Virgem Santíssima, que fostes concebida sem o pecado original e por isto merecestes o título de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras: Ave Maria, cheia de graça; nós vos pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio necessário para vencermos as tentações e evitarmos os pecados e, já que vós a chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal e ajudai-nos a viver como dignos filhos vossos. Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós.

08 dezembro - IMACULADA CONCEIÇÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA.

Peçamos a Maria, concebida sem pecado, que nos torne imaculados. (S 194). São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,26-38

Quando Isabel estava no sexto mês de gravidez, Deus enviou o anjo Gabriel a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. O anjo levava uma mensagem para uma virgem que tinha casamento contratado com um homem chamado José, descendente do rei Davi. Ela se chamava Maria. O anjo veio e disse:
- Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você.
Porém Maria, quando ouviu o que o anjo disse, ficou sem saber o que pensar. E, admirada, ficou pensando no que ele queria dizer. Então o anjo continuou:
- Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você. Você ficará grávida, dará à luz um filho e porá nele o nome de Jesus. Ele será um grande homem e será chamado de Filho do Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o rei Davi. Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca se acabará.
Então Maria disse para o anjo:
- Isso não é possível, pois eu sou virgem!
O anjo respondeu:
- O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de santo e Filho de Deus. Fique sabendo que a sua parenta Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez. Porque para Deus nada é impossível.
Maria respondeu:
- Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!
E o anjo foi embora. 

Meditação:

Em plena preparação para as celebrações do Natal, a liturgia nos apresenta a figura de Maria no mistério de sua Imaculada Conceição. Desde os primeiros séculos cristãos a igreja contemplou com amor e admiração a mãe de Jesus; tentou compreender seu papel na história da salvação e chegou a conhecer, iluminada pelo Espírito, que aquela mulher por quem nos foi dado o Salvador, a quem o arcanjo na anunciação chamou de “cheia de graça” ou “sumamente favorecida”, havia sido enriquecida por Deus com todos os dons necessários para fazer dela “digna morada” de seu Filho.

A leitura do evangelho de Lucas já é bastante conhecida. Hoje lemos a anunciação do Arcanjo Gabriel a Maria de que será a mãe do Filho de Deus, o Messias, o Salvador do mundo.

O relato nos é familiar porque na Bíblia lemos muitas anunciações, muitas vocações. Podemos dizer que aqui não se trata só da anunciação a Maria, mas também de sua vocação. É chamada a colaborar decididamente no plano de Deus. Espera-se seu consentimento aos planos do Pai, sua inteira submissão à vontade divina.

O texto nos revela que Deus a amou e a dotou de uma graça superabundante por causa da missão que lhe está confiando: a de ser mãe do Messias. Lemos que Maria terminou manifestando total disponibilidade a essa missão. Suas palavras são exemplares: “Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo tua palavra”.

As maiores obras de Deus se realizam em silêncio. Chegou a plenitude dos tempos. O tempo messiânico. E seus sinais são: simplicidade, alegria, humildade e entrega.

O evangelho nos narra a familiar cena da Anunciação. Esta história começou há muito tempo na Judéia. Zacarias, sacerdote do Templo, e sua esposa, de idade avançada, conceberam um filho (Lc 1, 5-25). Agora, Deus se fixa numa jovem do outro extremo de Israel.

São dois contextos contrastantes: Zacarias recebe o anúncio na cidade, no templo, durante o ofício divino. Maria o recebe em casa, em meio a suas tarefas cotidianas. Ela, mulher de fé, tem um diálogo dinâmico com o mensageiro: inquieta-se, analisa, pergunta e escuta. Suas perguntas não são as de quem duvida, mas de quem deseja compreender o projeto de Deus para ela. Assim, acolhe o anúncio e se oferece confiadamente: Eu sou a servidora do Senhor.

Este anúncio revela a novidade de Deus em Jesus, que em lugar de limitar o sagrado ao templo e aos ofícios religiosos, deseja santificar a vida com suas tarefas, lutas, festas e fadigas. Somente uma mulher de fé podia dar este salto.

Hoje se precisa de pessoas de fé, capazes de libertar Deus dos estreitos muros do ritualismo e que saibam ver o Espírito, impulsionando homens e mulheres de bem que, dia a dia, constroem o mundo justo e fraterno com que Deus sonha.

Na Anunciação, Maria tem um papel relevante, e responde comovida, mas sem medo, “eu sou a servidora do Senhor”. Assim, com a fé de Maria, começa a nova aliança. Ela foi eleita para ser sinal da presença de Deus. Levará em seu ser o Salvador. Diante da proposta do anjo, Maria só obedece, com uma entrega e abandono absolutos.

Somente a preocupa uma coisa: “eu sou virgem”. Então o anjo lhe dissipa todas as dúvidas e a nós também: “para Deus nada é impossível”. Deus não necessitava de uma criatura para dar a seu Filho um corpo humano, mas, em seu imenso amor à humanidade, buscou uma mãe, e para que Maria fosse essa mãe, necessariamente Deus a teve que olhar com amor, antes que a qualquer outra criatura. Por isso lhe foi dito e sempre se dirá “cheia de graça”.

Agora Maria espera o nascimento do filho concebido em seu seio com a graça e o poder criador de Deus, da mesma forma que nós também esperamos que chegue o Natal para poder adora-lo e bendize-lo.

Somos chamados a assumir neste Advento as atitudes de Maria: humilde disponibilidade à vontade de Deus sobre nós, gozosa acolhida de sua palavra, fidelidade à nossa vocação de cristãos e à tarefa que Deus dispôs para cada um de nós em sua Igreja, certos de que participamos também da graça superabundante com que Maria foi dotada.

O mundo espera de nós e da Igreja que, como Maria, façamos nascer a Cristo no coração de tantos e tantos que ainda não o conhecem e que não ouviram sua palavra de salvação.

Reflexão Apostólica:

Quanto mais nós meditamos sobre esta passagem do Evangelho mais nós nos conscientizamos da grande participação de Maria no Projeto Salvífico do Pai. Conforme prometera Deus escolheu Aquela de cuja descendência sairia o Salvador dos homens.

Porque conhecia as Escrituras e confiava na promessa do Pai, Maria submeteu-se a ação do Espírito Santo e deu o seu Sim a fim de que a humanidade fosse redimida. O anjo Gabriel anunciou a Maria o advento do Filho do Altíssimo o qual reinaria eternamente, segundo o plano de Deus, sobre toda a humanidade.

O anjo anuncia da parte de Deus a Zacarias e depois a Maria o nascimento de João e Jesus, respectivamente, que se relacionam com outros nascimentos no Antigo Testamento. Os anúncios a Zacarias, mesmo não sendo mulher, e a Maria, dão continuidade ao projeto de Deus na história da salvação.

Lucas apresenta os personagens e os lugares que preparam a chegada de Jesus: Gabriel, Zacarias, Maria, José, Isabel, João Batista, os pastores, Simeão, Ana, Nazaré, o Templo. Descreve o que está acontecendo: a ajuda de Deus a cada um deles, e mostra a forma como é recebido Jesus na vida de cada um desses personagens.
Ainda que todos tenham uma importância dentro do relato, o personagem central é Maria: ela recebe o chamado do Senhor, experimenta a certeza da bondade de Deus e responde com generosidade ao chamado. Maria nos apresenta uma forma concreta de acolher e tornar viva a Palavra de Deus que se manifesta de forma concreta na nossa vida.

No Evangelho de hoje três aspectos nos chamam a atenção: a Fé de Maria que não questiona a vontade de Deus transmitida pelo anjo, o conteúdo da mensagem do anjo e a obediência expressa na resposta: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”

Maria recebeu o dom da divina maternidade porque teve fé e pela fé se torna felizarda. O nascimento de Jesus é obra da intervenção de Deus, pois Maria concebe sem conhecer homem algum. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente inédita.

0 título Filho de Deus, associado à ostentação de poder, foi atribuído aos faraós e a outros chefes de nações ou impérios, além de ao próprio rei Davi. Muitos discípulos de Jesus se inclinaram a essa interpretação. Jesus, contudo, sempre se colocou em relação de filiação com o Deus Pai, misericordioso e todo amoroso. Filho de uma jovem pobre e de um carpinteiro, Jesus revela-se como o Filho de Deus humilde e solidário com os pobres e excluídos, aos quais deseja comunicar a vida divina.

Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. Palavras muito simples mais que atraem responsabilidade. Pois doravante aquela pobre menina vai ser depositária dos desígnios de Deus. Deus entra no tempo por meio do sim de Maria que se coloca como escreva ao serviço do seu senhor 24 horas por dia.

O sim de Maria mostra a confiança no projeto de Deus. A promessa feita através dos profetas, agora vai se realizar na pequena jovem, que com o seu sim, vai se tornar a mãe do salvador.

Maria é um exemplo de humildade e obediência ao Pai. Devemos aprender com Maria a darmos sempre o sim a Deus acolhendo com humildade a Sua vontade sobre nós e nossas comunidades.         

As mesmas palavras que o anjo dirigiu à Mãe de Jesus nos são dirigidas também, hoje, quando somos escolhidos (as) para cooperar na edificação do reino de Deus aqui na terra: “Não tenhas medo…porque encontraste graça diante de Deus”.

Também nós somos chamados a todo o momento a dar o nosso sim ao projeto de Deus. Como está sendo nossa resposta? Um sim sincero e confiante, ou um talvez, quem sabe, mais tarde!!! Maria deu o seu sim, e deixou que Deus realizasse maravilhas. Assim, também se dermos nosso sim, as maravilhas de Deus podem acontecer através de cada um de nós. 

Maria do Sim me ensina a dizer e viver o meu sim a Deus.

Propósito:

Senhor Jesus, que a contemplação da concepção imaculada de tua mãe desperte em mim o desejo de romper, definitivamente, com o pecado que maculou a humanidade.

Dia 08

Pais, assumam com dedicação a incumbência de amar e educar os filhos desde a mais tenra idade.

Embora tenham a preocupação de lhes deixar bens materiais, o mais importante é educá-los na fé e na vivência de valores humanos e cristãos.

Lembrem-se de que os filhos são o fruto do amor do casal; por isso, jamais se esqueçam de demonstrar como eles são

importantes à sua vida.

Para os filhos, é muito importante sentir-se queridos e amados pelos pais!

“Não te alegres com filhos ímpios: por numerosos que sejam, não te comprazas neles, se não tiverem o temor de Deus”. (Eclo 16,1).



quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

EVANGELHO DO DIA 07 DEZEMBRO 2025 - 2º DOMINGO DO ADVENTO


07 dezembro - As coisas vistas por cima e naquela luz na qual na qual as nossas idéias preconcebidas no-las mostram, são julgadas de uma maneira; mas vistas e examinadas melhor de perto, devem ser julgadas posteriormente de outra maneira. (L 239). São José Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 3,1-12 -
Is 11,1-10 7 dez 2025

Naquele tempo João Batista foi para o deserto da Judéia e começou a pregar, dizendo:
- Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto!
A respeito de João, o profeta Isaías tinha escrito o seguinte:
"Alguém está gritando no deserto:
Preparem o caminho para o Senhor passar!
Abram estradas retas para ele!"
João usava uma roupa feita de pêlos de camelo e um cinto de couro e comia gafanhotos e mel do mato. Os moradores de Jerusalém, da região da Judéia e de todos os lugares em volta do rio Jordão iam ouvi-lo. Eles confessavam os seus pecados, e João os batizava no rio Jordão.
Quando João viu que muitos fariseus e saduceus vinham para serem batizados por ele, disse:
- Ninhada de cobras venenosas! Quem disse que vocês escaparão do terrível castigo que Deus vai mandar? Façam coisas que mostrem que vocês se arrependeram dos seus pecados. E não digam uns aos outros: "Abraão é nosso antepassado." Pois eu afirmo a vocês que até destas pedras Deus pode fazer descendentes de Abraão! O machado já está pronto para cortar as árvores pela raiz. Toda árvore que não dá frutas boas será cortada e jogada no fogo. Eu os batizo com água para mostrar que vocês se arrependeram dos seus pecados, mas aquele que virá depois de mim os batizará com o Espírito Santo e fogo. Ele é mais importante do que eu, e não mereço a honra de carregar as sandálias dele. Com a pá que tem na mão ele vai separar o trigo da palha. Guardará o trigo no seu depósito, mas queimará a palha no fogo que nunca se apaga.

REFLEXÃO PARA O SEGUNDO DOMINGO DO ADVENTO – MATEUS 3,1-12

Todos os anos, a liturgia do segundo e do terceiro domingos do advento destaca a figura de João Batista, apresentado como o profeta que precede de imediato e prepara a missão de Jesus, conforme as narrativas dos evangelhos. Por ocasião do ciclo litúrgico “A”, neste ano temos a oportunidade de ler a versão de Mateus sobre o Batista, tanto hoje quanto no próximo domingo. Segundo a perspectiva dos quatro evangelhos canônicos, a compreensão da identidade e missão de Jesus passa necessariamente pela compreensão da missão de João. E a liturgia católica adotou essa visão. Isso faz do Batista um personagem chave para a teologia e espiritualidade do tempo do advento. O texto lido neste domingo – Mt 3,1-12 – apresenta os principais traços característicos de João, com uma pequena descrição da sua missão e uma síntese da sua pregação. Na verdade, esse esquema é comum aos evangelhos sinóticos, embora cada um o tenha desenvolvido à sua maneira, conforme suas habilidades literárias e respectivas intenções teológicas. A importância de João é evidenciada também no Quarto Evangelho, no qual ele é apresentado, pelo menos implicitamente, como o mentor de Jesus, possibilidade bastante plausível, conforme tem mostrado a exegese contemporânea. É provável, inclusive, que o movimento de Jesus tenha surgido como dissidência do movimento batista.

O texto proposto pela liturgia deste domingo é relativamente longo, composto de muitas informações, o que dificulta um comentário pormenorizado de cada versículo. Por isso, procuraremos destacar os elementos principais e a mensagem central. Considerando que os dois primeiros capítulos do Evangelho de Mateus – chamados de “evangelho da infância” (Mt 1–2) –, assim como no de Lucas, foram escritos por último e acrescentados quando a obra já estava concluída, podemos dizer que o texto de hoje é a abertura original da obra. Se trata, portanto, de um texto muito importante para a compreensão da missão de João, de Jesus, e da própria obra de Mateus. Por isso, começamos nossa reflexão a partir do primeiro versículo, que é carregado de relevantes elementos teológicos: “Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia” (v. 1). Nessa afirmação, há três dados fundamentais para a compreensão do texto e da missão do Batista: o indicativo temporal (naqueles dias), a atividade (pregando) e o cenário (no deserto).

Nos deteremos, inicialmente, nas dimensões de tempo e espaço, deixando para falarmos da pregação quando analisarmos diretamente a fala do personagem, que expressa o conteúdo da sua pregação. A expressão “naqueles dias” (v. 1a), dimensão temporal, é um indicativo de importância do acontecimento narrado e do personagem apresentado; foi com essa expressão que o redator do livro do Êxodo introduziu a missão de Moisés (cf. Ex 2,11), e muitos profetas introduziam os anúncios das intervenções de Deus na vida do povo (cf. Is 31,7; Jr 3,16.18; Jl 4,1), e Marcos, a fonte utilizada por Mateus neste episódio, introduziu o ministério do próprio Jesus no momento do batismo (cf. Mc 1,9). Portanto, a ação batizadora de João é apresentada como um evento importante e proveniente de Deus, o que confirma a autenticidade e autoridade do seu ministério.

A segunda informação importante, a dimensão espacial, acerca da atividade do Batista também é fortemente carregada de teologia: “no deserto da Judéia”. Na verdade, muito mais mais do que uma indicação espacial, a palavra deserto aqui possui um profundo significado teológico, como em toda a Bíblia. Ora, o deserto (em grego: ρμος – erémos) é o lugar clássico do encontro com Deus; representa uma etapa importante no processo de libertação, como aconteceu no primeiro êxodo. Ao longo da história, quando o povo demonstrava infidelidade, os profetas apresentavam a necessidade de retornar ao deserto para voltar a viver o ideal da aliança (Os 2,14; 9,10; 13,5; Am 2,10; 5,25). Assim, a presença de João no deserto é um convite para Israel romper com as estruturas vigentes de injustiça e opressão, e retornar às suas origens, voltando a viver como povo livre.

Além de ser o lugar ideal do encontro com Deus, o deserto, nesse contexto, é também uma nítida contraposição ao aparato religioso institucional de Israel, sediado no templo de Jerusalém; é uma crítica à classe sacerdotal, sobretudo. Com essa imagem, o evangelista diz que o grande templo de Jerusalém já não favorecia mais a relação do povo com Deus, pois, à medida em que foi transformado em casa de comércio, Deus afastou-se de lá, deixando-se encontrar somente no deserto, onde não há obstáculo algum à comunicação com ele: é o lugar do silêncio, é onde se vive somente com o necessário e se percebe que tudo provém de Deus, como o antigo maná (cf. Ex 16). Outro sentido para o deserto na linguagem bíblica, é o da provação e da confiança, uma vez que, na privação completa de bens, não há outra saída senão confiar somente em Deus. Foi no deserto onde Jesus venceu as tentações de satanás (cf. Mt 4,1-11), e é para o deserto que povo é convidado por Deus, através do Batista, à conversão e, assim, voltar a seguir os caminhos da justiça.

Da indicação do tempo e do espaço da atividade de João, o evangelista passa para o conteúdo da sua pregação, e é exatamente aqui que a narrativa de Mateus se destaca sobre as demais: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (v. 2). Ora, os três sinóticos são unânimes em mostrar que a pregação de João consistia num convite à conversão, mas somente no relato de Mateus se diz que ele anunciava a proximidade do Reino, que vai ser também o tema da pregação de Jesus (cf. Mt 4,17). Desse modo, ele mostra João e Jesus alinhados, envolvidos num mesmo projeto de salvação e libertação. Essa harmonização entre os dois serviu, provavelmente, para o evangelista combater uma certa rivalidade entre os dois movimentos, após a dissidência de Jesus. Ele quis mostrar que não havia incompatibilidade entre os dois; ambos anunciaram o mesmo Reino. A necessidade de conversão sempre foi recordada, sobretudo, na pregação dos profetas de Israel. Logo, João é apresentado como uma figura profética, tanto pela mensagem da sua pregação, quanto pela maneira como se apresentou diante do povo.

Com o imperativo “convertei-vos”, (em grego μετανοετε – metanoeite), João faz um apelo para uma mudança de mentalidade. Na Bíblia, conversão, (metanoia), nunca significa a adesão a um conjunto de ritos penitenciais ou práticas devocionais, e sim uma mudança de pensamento ou mentalidade, com a assimilação de um jeito novo de viver. No mesmo versículo, João diz o motivo da necessidade de conversão: a chegada do Reino dos Céus. Aqui, verifica-se outra particularidade de Mateus: enquanto Marcos e Lucas usam a expressão “Reino de Deus”, Mateus prefere usar “Reino dos Céus” (em grego: βασιλεα τν ορανν – basileia ton uranôn), tendo em vista que sua comunidade era fortemente marcada pelo judaísmo e, como sabemos, a pronúncia do nome de Deus era uma ofensa para os judeus. Por isso, Mateus usa uma expressão equivalente para não ferir a sensibilidade dos irmãos judeus. O Reino de Deus ou dos Ceus não significa a vida no além, mas o estabelecimento do projeto de Deus neste mundo, que passa pela superação das injustiças, da violência, do preconceito, das desigualdades e de todas as formas de exclusão. E um mundo fraterno, justo e solidário, como já tinha sido anunciado pelos profetas do Antigo Testamento, e começa e a se concretizar a partir de Jesus.

O convite à conversão é feito porque, com a mentalidade antiga, não é possível reconhecer o Reino que está próximo, ou seja, pensando do mesmo jeito de sempre, é impossível perceber a chegada do Reino e, sem perceber, é impossível também acolhê-lo e dar-lhe adesão. Por isso, o primeiro convite é para a mudança. Mas, que tipo de mudança? Mudança no modo de conceber e compreender as coisas, sobretudo, a relação com Deus e com o próximo. Portanto, é urgente mudar o jeito de pensar. É importante reconhecer a urgência da conversão, considerando que o reino “está próximo”. Essa proximidade, na perspectiva do evangelista, é mais física do que temporal. O Reino dos céus é o próprio Jesus, ele é o Reino em pessoa, com sua mensagem libertadora, conforme Ele mesmo dirá mais tarde, no próprio Evangelho de Mateus, ao contar as parábolas do reino (cf. Mt 13), comparando esse reino a uma rede de pescador (13,47-50), a um tesouro escondido (13,44-46), a um grão de mostarda (13,31-32), ao fermento (13,33), e muitos outros exemplos.

Quem esperava a restauração da dinastia davídica e do reino de Israel, logo, não poderia aceitar o reino inaugurado por Jesus sem passar por uma mudança radical de pensamento. Os que tinham projetado toda a esperança em um futuro escatológico também se decepcionavam com essa pregação, pois o reino que João afirma ter se aproximado e que Jesus confirma, acontece aqui e agora: é o reino dos céus porque é o projeto de Deus para a humanidade, mas não se realiza no céu; realiza-se já aqui e, aceitar essa novidade é o único sinal de conversão exigido. A necessidade de conversão, ou seja, de mudança de mentalidade, portanto, deve-se ao fato de o reino dos céus não ter chegado conforme Israel esperava, ou seja, em meio a grandes teofanias, mas veio na simplicidade de um homem, um filho de carpinteiro, Jesus de Nazaré.

A descrição de João feita pelo evangelista serve como credencial para ter sua missão profética reconhecida: “Usava roupa feita de pelos de camelo e um cinturão de couro em torno dos rins; comia gafanhotos e mel do campo” (v. 4). De fato, a descrição do vestuário e da dieta de João revelam seu estilo de vida; é típico dos profetas (Zc 13,4; 2Rs 1,8). É mais uma prova de que o verdadeiro profeta é aquele que anuncia com palavras, ações e, principalmente, com o testemunho. O estilo de vida simples de João comprova esse testemunho e ainda serve de contraposição à vida opulenta da elite religiosa e política de Jerusalém. Essa descrição funciona como um apelo do evangelista para a comunidade cristã configurar-se como religião profética, combatendo as primeiras tendências de institucionalização do cristianismo. É um modo de dizer que o carisma, principal traço característico da missão profética, é praticamente inconciliável com a institucionalização.

As credenciais de profeta descritas acima davam autoridade e reconhecimento a João, fazendo com que muitas pessoas fossem ao seu encontro, como diz o evangelista: “Os moradores de Jerusalém, de toda a Judéia e de todos os lugares em volta do rio Jordão vinham ao encontro de João” (v. 5). Nessa passagem, especialmente, a tradução litúrgica não expressa o real significado do texto: ao invés de afirmar que “as pessoas iam ou viunham de Jerusalém ao encontro de João”, a tradução correta seria “saíam ao encontro”. De fato, aqui o evangelista emprega o verbo do êxodo: sair, que expressa libertação, acima de tudo. Logo, essa saída significa que há um novo êxodo em curso. A expressão “Jerusalém e toda Judéia”, aqui, significa a instituição religiosa; é o espaço no qual a religião institucionalizada tinha total controle sobre a vida das pessoas. À medida em que os moradores saíam dessa área, eles se libertavam. Com essa informação, portanto, além de valorizar o sucesso da pregação do Batista, o evangelista está mostrando um novo êxodo acontecendo.

A antiga terra prometida, principalmente a cidade de Jerusalém, tinha se transformado em terra de escravidão. Na época de Jesus, já não era um faraó o algoz, mas a própria casta sacerdotal do templo em conluio com o poder romano. Foi dessa gente que controlava a vida do povo e explorava em nome de Deus que Jesus veio libertar, em primeiro lugar. A religião institucionalizada era sinal de exploração e abuso de poder. E, de todas as formas de exploração, a pior é aquela que usa o nome de Deus, ou seja, a exploração religiosa. As pessoas que saíam das antigas estruturas, “Confessavam os seus pecados e João os batizava no rio Jordão” (v. 6). A confissão aqui, não é um rito, mas um reconhecimento do pecado e arrependimento, conforme reza um salmista: “Confessei a ti o meu pecado, e minha iniquidade não te encobri; eu disse: “Vou a Iahweh confessar a minha iniquidade!” (Sl 32,4). Ser batizado no Jordão quer dizer atravessá-lo, é passar por ele, como passou o povo do primeiro êxodo; de fato, a travessia do Jordão foi a última etapa da longa caminhada do povo de Deus antes de entrar na terra prometida, já sob a liderança de Josué, após a morte de Moisés (cf. Js 1,2). Assim, a proposta de João é um convite a um novo êxodo, ou seja, uma nova libertação que se aproxima, e só pode participar quem fizer a experiência do deserto e da travessia, ou seja, quem passa de uma mentalidade antiga para uma nova.

Ao contrário do povo simples que “saía”, os fariseus e os saduceus “iam”, realmente (v. 7). Para esses, o autor emprega um verbo que significa mesmo vir ou chegar. Com isso, o evangelista afirma que os fariseus e os saduceus não buscavam um novo êxodo, pois estavam satisfeitos com a situação vigente, concordavam com as injustiças e a violência praticadas, uma vez que faziam parte do sistema de dominação. Por isso, as palavras de João dirigidas a eles são muito duras, têm a função de desmascará-los: “raça de cobras venenosas”; trata-se de uma afirmação dura que denuncia o mal representado por eles. A cobra (serpente) é o pior dos animais, para o imaginário judaico; além representar a morte, é símbolo do próprio pecado; assim, João está afirmando que, além de não se converterem, os fariseus e os saduceus ainda são obstáculo para a conversão dos demais, eram pessoas venenosas, cuja existência ameaçava a vida dos outros. Inclusive, a afirmação “muitos fariseus vinham para o batismo”, denota uma atitude fiscalizadora: eles não iam para serem batizados, mas para observar o que estava acontecendo com a atividade de João, pois estavam preocupados, porque sabiam que a chegada do Reino dos Céus seria o fim do reino deles, marcado pela injustiça, hipocrisia, mentira e violência institucionalizada.

Sabendo que, de fato, os fariseus e saduceus não estavam dispostos a mudar de mentalidade, ou seja, a se converterem, João deixa claro que é necessário produzir frutos: “Produzi frutos que provem a vossa conversão” (v. 8). Essa afirmação constitui mais um elemento da pregação de João com ecos fortemente proféticos. A necessidade de frutos que provem a conversão foi repetidamente recordada pelos antigos profetas, visando a superação da hipocrisia religiosa. Amós e Isaías foram os principais expoentes dessa corrente. Como acontece ainda hoje, também nos tempos bíblicos confundia-se conversão com devoção, de modo que as advertências dos profetas continuam cada vez mais atuais, tendo em vista que o cristianismo institucionalizado continua sobrepondo o devocionismo ao culto em espírito e em verdade.

E João adverte que um novo jeito de se relacionar com Deus está surgindo com o advento do Reino, pois o que vale já não é considerar-se filho de Abraão (v. 9), mas fazer a vontade de Deus, quer dizer, produzir frutos. Ser “filho de Abraão” para o mundo judaica equivale a ser batizado/batizada nas tradições cristãs. Logo, também não é suficiente receber sacramentos, se a vida não for marcada por frutos de conversão, ou seja, pela prática da justiça. E a justiça, na Bíblia, significa, acima de tudo, opção pelos menos favorecidos e compromisso concreto em favor deles. A maneira clássica de Deus fazer justiça na Bíblia é ouvindo o clamor dos pobres! Por isso, a linguagem ameaçadora do fogo, na pregação de João, é um alerta para aqueles que querem entrar no Reino sem abraçar os princípios desse reino; o Reino não exclui ninguém, são as pessoas que se auto excluem, ao preferirem a mentalidade antiga, como os fariseus e os saduceus.

João administrava apenas um rito: o batismo com água, o qual era somente um sinal do batismo por excelência: com o Espírito Santo. Esse batismo é definitivo, é o cumprimento de profecias e condição para o povo de Israel voltar à condição de povo de Deus (Ez 36,24-28) e, ao mesmo tempo, sinal da universalização da salvação: o Espírito Santo, como superação e substituição da Lei, dará condições, ao ser acolhido, para que todos os povos sejam contemplados com a libertação inaugurada por Jesus. Somos, então, neste segundo domingo do advento, convidados a rever nossa prática religiosa, e tomar uma decisão, fazendo um êxodo pessoal: abraçar a religião profética, abandonando todas as práticas das antigas estruturas, renovando a maneira de conceber a Deus e abrindo-se ao Espírito Santo, dom de Jesus, o batizador por excelência.

Dia 07

Cuide das amizades como se aprecia um tesouro.

Sem interferir na vida do outro.

No Evangelho, Jesus pedia, às vezes, que os amigos o deixassem a sós.

Nesses momentos, ele ficava em profunda união com o Pai, em oração.

Assim, respeite a intimidade dos amigos, para não ser inconveniente.

Saiba respeitar a privacidade dos amigos.

“Quem teme o Senhor orienta bem sua amizade: como ele é, tal será o seu amigo”. (Eclo 6,17).

 


Evangelho do dia 10 dezembro quarta feira 2025

10 dezembro – De vossa parte, fazei tudo o que puderdes para vos manterdes sempre com a vontade firme de servir unicamente a Deus, e Ele vos...