29 janeiro - Temos que sofrer muitas contradições na carne e no espírito. Mas esta é a nossa missão: carregar generosamente a cruz seguindo as pegadas do Mestre. Ele certamente nos dará a força necessária para que possamos chegar, sem desvios, à grande meta do Paraíso. (L 52). São Jose Marello
Evangelho Marcos 4,1-20
Naquele tempo, Jesus começou a ensinar de novo às margens do
mar da Galileia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que
Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às
margens, na praia. Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E, em
seu ensinamento, dizia-lhes:
“Escutai! O semeador saiu a semear. Enquanto semeava, uma
parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a
comeram. Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita
terra; brotou logo, porque a terra não era profunda, mas, quando saiu o
sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou. Outra parte caiu no
meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu
fruto. Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e
aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um”. E Jesus
dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Quando ficou sozinho, os que
estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas. Jesus
lhes disse: “A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão
fora, tudo acontece em parábolas, para que olhem mas não enxerguem,
escutem mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados”.
E lhes disse: “Vós não compreendeis esta parábola? Então, como
compreendereis todas as outras parábolas? O semeador semeia a
Palavra. Os que estão na beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra
foi semeada; logo que a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi
semeada. Do mesmo modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso,
são aqueles que ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria, mas não têm
raiz em si mesmos, são inconstantes; quando chega uma tribulação ou
perseguição, por causa da Palavra, logo desistem. Outros recebem a semente
entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; mas quando surgem as
preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a
Palavra, e ela não produz fruto. Por fim, aqueles que recebem a semente em
terreno bom são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta,
outro sessenta e outro cem por um.”
Meditação:
Jesus contou frequentemente, por parábolas, histórias sobre
os acontecimentos do dia-a-dia que ele usava para ilustrar verdades
espirituais. Uma das mais importantes destas parábolas é aquela registrada em
Mateus 13:1-23, Marcos 4:1-20 e Lucas 8:4-15. Esta história fala de um
fazendeiro que lançou sementes em vários lugares com diferentes resultados,
dependendo do tipo do solo. A importância desta parábola é salientada por Jesus
em Marcos 4:13:
"Não entendeis esta parábola e como
compreendereis todas as parábolas?" Jesus está dizendo que esta parábola é
fundamental para o entendimento das outras. Esta é uma das três únicas
parábolas registradas em mais do que dois evangelhos, e também é uma das únicas
que Jesus explicou especificamente. Precisamos meditar cuidadosamente nesta
história.
A história em si é simples: "Eis que o
semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi
pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e, tendo
crescido, secou por falta de umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e,
estes, ao crescerem com ela, a sufocaram. Outra, afinal, caiu em boa terra;
cresceu e produziu a cento por um" (Lucas 8:5-8). A explicação de Jesus é
também fácil de entender:
"A semente é a palavra de Deus. A que
caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e
arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos.
A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria;
estes não têm raiz, creem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se
desviam. A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias,
foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos
não chegam a amadurecer. A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido d bom
e reto coração retêm a palavra; estes frutificam com perseverança" (Lucas
8:11-15). Alguém ensina as Escrituras a várias pessoas; a resposta dessas
pessoas depende do estado do coração delas, isto é, de sua atitude.
Consideremos o semeador, a semente e o solo.
O Semeador
O trabalho do semeador é colocar a semente no
solo. Uma vez que a semente for deixada no celeiro, nunca produzirá uma safra,
por isso seu trabalho é importante. Mas a identidade pessoal do semeador não é.
O semeador nunca é chamado pelo nome nesta história. Nada nos é dito sobre sua
aparência, sua capacidade, sua personalidade ou suas realizações. Ele
simplesmente põe a semente em contato com o solo. A colheita depende da
combinação do solo com a semente.
Aplicando-se espiritualmente, os seguidores de
Cristo devem estar ensinando a palavra. Quanto mais ela é plantada nos corações
dos homens, maior será a colheita. Mas a identidade pessoal do professor não
tem importância. "Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus.
De modo que nem o que planta é alguma cousa, nem o que rega, mas Deus que dá o
crescimento" (1 Coríntios 3:6-7). Em nossos dias, o semeador tornou-se a
figura principal e a semente é bastante esquecida. A propaganda das campanhas
religiosas frequentemente contém uma grande fotografia do orador e dá grande
ênfase ao seu nível escolar, sua capacidade pessoal e o desenvolvimento de sua
carreira; o evangelho de Cristo que ele supõe-se estar pregando é mencionado
apenas naquelas letrinhas, lá no canto. Não devemos exaltar os homens, mas
fixarmo-nos completamente no Senhor.
A Semente
A semente é a Palavra de Deus. Cada conversão é
o resultado do assentamento do evangelho dentro de um coração puro. A palavra
gera (Tiago 1:18), salva (Tiago 1:21), regenera (1 Pedro 1:23), liberta (João
8:32), produz fé (Romanos 10:17), santifica (João 17:17) e nos atrai a Deus
(João 6:44-45). Como o evangelho se espalhava no primeiro século, foi-nos dito
muito pouco sobre os homens que o divulgaram, porém muito nos foi dito sobre a
mensagem que eles disseminaram (estude o livro de Atos e note que em cada
cidade para onde os apóstolos viajaram, os homens eram convertidos como
resultado da palavra que era ensinada). A importância das Escrituras deve ser
ressaltada ao máximo.
Isto significa que o professor tem que ensinar a
palavra. Não há substitutos permitidos. Frequentemente, pessoas raciocinam que
haveria uma colheita maior se alguma outra coisa fosse plantada. Então, igrejas
começam a experimentar outros meios, de modo a conseguir mais adeptos. Elas
recorrem a divertimentos, festas, esportes, aulas de Inglês, bandas, eventos
sociais e muitas outras coisas para tentar atrair as pessoas que não estariam
interessadas, se pregassem somente o evangelho. Considere esta ilustração:
Imagine que meu pai me mandou plantar milho, pois ele estaria ausente da
fazenda por alguns meses. Depois que ele saiu, eu decidi experimentar o solo e
descobri que não era bom para o plantio do milho, mas daria um estouro de safra
de melancias. Então resolvi plantar melancias. Imagine a reação de meu pai quando
ele voltar para casa, esperando receber milho, e eu lhe mostrar um
caminhão de melancias, em vez disso. Nosso Pai celestial nos disse qual
semente plantar: a palavra de Deus. Não é nosso trabalho analisar o solo e
decidir plantar alguma outra coisa, esperando receber melhores resultados. A
colheita do evangelho pode ser pequena (se o solo for pobre), mas Deus só nos
deu permissão para plantar a palavra. Somente plantando a Palavra de Deus nos
corações dos homens o Senhor receberá o fruto que ele espera. Ou, usando uma
figura diferente: as Escrituras são a isca de Deus para atrair o peixe que ele
quer salvar. Precisamos aprender a ficar satisfeitos com seu plano.
Aqui há uma lição para o ouvinte também. O fruto
produzido depende da resposta à Palavra. É decisivamente importante ler,
estudar e meditar sobre as Escrituras. A palavra tem que vir habitar em nós
(Colossenses 3:16), para ser implantada em nosso coração (Tiago 1:21). Temos
que permitir que nossas ações, nossas palavras e nossas próprias vidas sejam
formadas e moldadas pela palavra de Deus.
Uma safra sempre depende da natureza da semente,
não do tipo da pessoa que a plantou. Um pássaro pode plantar uma castanha: a
árvore que nascer será um castanheiro, e não um pássaro. Isto significa que não
é necessário tentar traçar uma linhagem ininterrupta de fiéis cristãos,
recuando até o primeiro século. Há força e autoridade próprias da palavra para
produzir cristãos como aqueles do tempo dos apóstolos. A palavra de Deus contém
força vivificante. O que é necessário é homens e mulheres que permitam que a
palavra cresça e produza frutos em suas vidas; pessoas com coragem para quebrar
as tradições e os padrões religiosos em volta deles, para simplesmente seguir o
ensinamento da Palavra de Deus. Hoje em dia, a palavra de Deus tem sido
frequentemente misturada com tanta, doutrina e opinião que é quase
irreconhecível. Mas se pusermos de lado todas as inovações dos homens e
permitirmos que a palavra trabalhe, podemos tornar-nos fiéis discípulos de
Cristo justamente como aqueles que seguiram Jesus 2000 anos atrás. A
continuidade depende da semente.
Os Solos
É perturbador notar que a mesma semente foi
plantada em cada tipo de solo, mas os resultados foram muito diferentes. A
mesma palavra de Deus pode ser plantada em nossos dias; mas os resultados serão
determinados pelo coração daquele que ouve.
Alguns são solo de beira de estrada, duro,
impermeável. Eles não têm uma mente aberta e receptiva para permitir que a
palavra de Deus os transforme. O evangelho nunca transformará corações como
estes porque eles não lhe permitem entrar.
As raízes das plantas, no solo pedregoso, nunca
se aprofundam. Durante os tempos fáceis, os brotos podem parecer interessantes,
mas abaixo da superfície do terreno, as raízes não estão se desenvolvendo. Como
resultado, se vem uma pequena temporada seca ou um vento forte, a planta murcha
e morre. Os cristãos precisam desenvolver suas raízes por meio de fé em Cristo
e de estudo da Palavra cada vez mais profundo. Tempos difíceis virão, e somente
aqueles que tiverem desenvolvido suas raízes abaixo da superfície
sobreviverão.
Quando se permite que ervas daninhas cresçam
junto com a semente pura, nenhum fruto pode ser produzido. As ervas disputam a
água, a luz solar e os nutrientes e, como resultado, sufocam a boa planta.
Existe uma grande tentação a permitir que interesses mundanos dominem tanto
nossa vida que não nos resta energia para devotar ao crescimento do evangelho
em nossas vidas.
Então, há o bom solo que produz fruto. A
conclusão desta parábola é deixada para cada um escrever. Que espécie de
solo você é?
Dia 29
Reflexão
Jamais se
deixe abater pela tristeza, desânimo ou pessimismo.
Tudo
passa, tudo muda.
O tempo é
como um farol, que guia as pessoas na direção certa.
Além
disso, é um bálsamo que cura dores, mágoas e feridas. Por isso entregue tudo
nas mãos divinas.
No momento
certo, Deus agirá.
Mesmo que
experimente dias de pouca luz e esperança, com a sua graça, tudo será
diferente!
Meditação
Nada tema,
se você caminhar na verdade e na justiça.
Confirmação
“Quem é
paciente resistirá até o momento oportuno; depois, a alegria lhe será
restituída.”
(Eclo
1,29).
São Pedro Nolasco - 29 de Janeiro
No século
XII, uma família francesa teve a graça de ter como filho o pequeno Pedro
Nolasco que, desde jovem, já dava sinais de sensibilidade com o sofrimento
alheio. Foi crescendo, formando-se, entrou em seus estudos humanísticos e, ao
término deles, numa vida de oração, penitência e caridade ativa, São Pedro
Nolasco sempre buscou viver aquilo que está na Palavra de Deus.
Desde
pequeno, um homem centrado no essencial, na pessoa de Nosso Senhor Jesus
Cristo; um homem devoto da Santíssima Virgem.
No período
de São Pedro Nolasco, muitos cristãos eram presos, feitos escravos por povos
não-cristãos. Eles não só viviam uma outra religião – ou religião nenhuma –,
como atrapalhavam os cristãos.
São Pedro
Nolasco, tendo terminado os estudos humanísticos e ficando órfão, herdou uma
grande herança. Ao ir para a Espanha, deparou-se com aquele sofrimento moral e também
físico de muitos cristãos que foram presos e feitos escravos. Então, deu toda a
sua herança para o resgate de 300 deles. Mais do que um ato de caridade, ali já
estava nascendo uma nova ordem; um carisma estava surgindo para corresponder
àquela necessidade da Igreja e dos cristãos. Mais tarde, fez o voto de
castidade, de pobreza e obediência; foi quando nasceu a ordem dedicada à
Santíssima Virgem das Mercês para resgatar os escravos, ir ao encontro daqueles
filhos de Deus que estavam sofrendo incompreensões e perseguições.
Em 1256,
ele partiu para a glória sabendo que ele, seus filhos espirituais e sua ordem –
que foi abençoada pela Igreja e reconhecida pelo rei – já tinham resgatado
muitos cristãos da escravidão.
Peçamos a
intercessão deste santo para que estejamos atentos à vontade de Deus e ao que
Ele quer fazer através de nós.
São Pedro Nolasco, rogai por nós!
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