07 janeiro – Violência constante contra nós mesmos e, a cada hora que passa, gritemos com Santa Teresa: coragem, uma hora a menos para combater! ( L 11) São Jose Marello
Leitura do Santo Evangelho segundo São Marcos 6,34-44
" Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão
e encheu-se de compaixão por eles, porque eram como ovelhas que não têm pastor.
E começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas. Já estava ficando tarde, quando
os discípulos se aproximaram de Jesus e disseram: "Este lugar é deserto e
já é tarde. Despede-os, para que possam ir aos sítios e povoados vizinhos e
comprar algo para comer". Mas ele respondeu: "Vós mesmos, dai-lhes de
comer!" Os discípulos perguntaram: "Queres que gastemos duzentos
denários para comprar pão e dar de comer a toda essa gente?" Jesus
perguntou: "Quantos pães tendes? Ide ver". Eles foram ver e disseram:
"Cinco pães e dois peixes". Então, Jesus mandou que todos se
sentassem, na relva verde, em grupos para a refeição. Todos se sentaram, em
grupos de cem e de cinquenta. Em seguida, Jesus tomou os cinco pães e os dois
peixes, ergueu os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia
dando-os aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu, também, entre
todos, os dois peixes. Todos comeram e ficaram saciados, e ainda encheram doze
cestos de pedaços dos pães e dos peixes. Os que comeram dos pães foram cinco
mil homens."
Meditação:
Olhando a multidão
Jesus exprimiu um sentimento de compaixão porque observava que faltava àquele
povo, luz e pão. Jesus olhava para cada uma daquelas pessoas de um modo
profundo e as compreendia de uma forma completa, corpo, alma e espírito.
Ele sabia que a fome
do pão material não era tudo o que lhes incomodava. A ignorância dos mistérios
de Deus também angustiava as suas almas. “Começou, pois, a ensinar-lhes muitas
coisas”.
Somente depois foi
que Ele supriu a sua necessidade material. Com certeza, Jesus falava para
aquele povo de tudo que Ele ouvira de Deus Pai e do Seu Amor por cada um em
particular.
Podemos compreender
também hoje que há dentro de nós uma fome espiritual de conhecimento de Deus e
das coisas que dizem respeito ao nosso relacionamento com o Pai.
Aí então, Ele deu
mais um ensinamento aos Seus discípulos e a nós hoje, também quando estivermos
sem saber como alimentar a “multidão” ao nosso redor.
Primeiramente Ele
nos instrui: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Em seguida Ele nos investiga e
quer saber de nós o que nós já temos consciência de que possuímos a fim de
ajudar a alimentar a multidão.
Por último, Ele nos
ensina a nos organizar, a sentarmos, a dialogar, a trocar ideias e partilhar o
que nós temos. Jesus nos instrui a formar grupos, a trocar experiências, a nos
ajudarmos e põe como fundamento para tudo isto, a compaixão.
Você tem fome de
conhecimento de Deus? Você sabe o que a sua alma deseja? Você tem consciência
dos pães e dos peixes que você possui? Você é uma pessoa que sabe viver em
grupo? Você sabe partilhar o que tem?
Reflexão Apostólica:
Vamos voltar a aquela citação do catecismo que
enfatizamos ontem, pois vamos precisar dela novamente: “(…)
Uma multidão de pecadores, de publicanos e
soldados, fariseus e saduceus e prostitutas vem fazer-se batizar por ele. JESUS
APARECE, O BATISTA HESITA, MAS JESUS INSISTE“ (CIC §535)
Um discípulo toma a voz e também HESITA: “(…)
Este lugar é deserto, e já é tarde. Despede-os, para irem aos sítios e aldeias
vizinhas a comprar algum alimento”. E nesse caso também, Jesus INSISTE –
“Dai-lhes vós mesmos de comer”.
O mesmo Felipe que foi discípulo de João Batista
e que pouco tempo atrás havia dito a Bartolomeu (Natanael): “(…) Achamos aquele
de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré,
filho de José” (J 1,45-46).
Ele já havia feito a escolha de seguir Jesus;
acreditou e proclamou que Ele era o messias que deveria e estaria por vir, mas
quando se deparou com um problema, questionou a solução dada pelo Senhor.
Quantas vezes também agimos assim? Somos fieis, temos
fé, mas ao depararmos com um problema um pouco maior que nosso conhecimento ou
nossas forças, deixamos de ouvir a solução que Deus sussurra em nosso coração?
Sim, o Senhor vai insistir novamente, mas crer
Nele advém de uma mudança de comportamento, ou seja, além de ter fé preciso ver
o que tenho e poderá ser ‘multiplicado”, portanto, buscar soluções,
alternativas, atitudes…
Partindo disso abro um parêntese para uma
afirmação que fiz ontem:
Esse mesmo cardeal afirma que “aqui entramos no
mistério de Deus. NÓS NÃO CONHECEMOS OS PLANOS D’ELE NA ESCOLHA DE QUEM SERÁ
ATENDIDO. Conceder uma graça ou uma cura é um ato livre do Senhor. ELE PEDE-NOS
TOTAL CONFIANÇA”.
Reflexão
Na atualidade, muitos problemas (como, por
exemplo, a pornografia, o uso de drogas e a busca por dinheiro e prazer a
qualquer preço) deixam um grande vazio nas pessoas.
Por isso, a maioria delas procura preenchê-lo
com divertimentos e passatempos.
Mesmo que, a princípio, ofereçam alguma
satisfação, esses entretenimentos nunca vão proporcionar a felicidade completa.
Deus criou a humanidade para ser feliz com
ele.
De acordo com santo Agostinho, “Fizeste-nos
para ti, Senhor, e inquieto estará o nosso coração até não repousar em ti”.
Meditação
As pessoas somente serão plenas em Deus se,
além de amá-lo, se doarem aos irmãos, principalmente os mais necessitados.
Confirmação
“Para onde irei, longe do teu espírito?
Para onde fugirei da tua presença?”
(Sl 139[138],7)
São Raimundo de Peñafort - 7 de Janeiroo Raimundo de Peñafort foi um destacado sacerdote, teólogo e canonista catalão nascido por volta de 1175 em Peñafort, Espanha, e falecido em 6 de janeiro de 1275. Sua vida extraordinária foi marcada por uma notável contribuição à Igreja Católica, especialmente em relação ao direito canônico.
Raimundo
estudou direito civil e canônico em Barcelona e Bolonha, onde se destacou por
sua erudição e habilidades acadêmicas. Tornou-se professor de direito canônico
em Bolonha, onde, além de suas atividades acadêmicas, também serviu como conselheiro
do arcebispo. No entanto, foi durante o pontificado do Papa Gregório IX que São Raimundo
desempenhou um papel ainda mais significativo.
Em 1230, o
Papa Gregório IX nomeou Raimundo como o conselheiro-chefe e confessor
papal. Durante esse tempo, Raimundo foi instrumental na compilação e
organização das decretais papais e nas decisões legais da Igreja. Sua obra mais
notável foi a compilação dos "Decretais de Gregório IX," uma coleção
de leis e regulamentos que se tornou uma referência padrão no campo do direito
canônico.
Após uma
vida dedicada ao serviço da Igreja e à promoção da justiça, Raimundo de Peñafort
decidiu se retirar para uma vida mais contemplativa. Ele entrou para a Ordem
Dominicana e viveu como frade em Barcelona, onde continuou a escrever e a se
dedicar à oração e à penitência. Ainda assim, mesmo em sua aposentadoria, seus
conselhos eram frequentemente procurados, testemunhando o respeito e a
reverência que sua sabedoria inspirava.
Canonizado
pelo Papa Clemente VIII em 1601, São Raimundo de Peñafort é venerado como o
padroeiro dos canonistas e advogados. Sua festa litúrgica é celebrada em 7 de
janeiro. Além de seu legado no campo do direito canônico, São Raimundo
é lembrado por sua humildade, sabedoria e dedicação à busca da verdade. Sua vida
é um exemplo inspirador de como a erudição e a santidade podem se unir para
servir à Igreja e à sociedade.
São Raimundo de Peñafort, rogai por nós!
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