22 - Rezemos uns pelos outros para nos fortalecermos em suportar de maneira cristã o peso das fraquezas humanas e lembremo-nos de que é no Céu, e não aqui na terra, que temos a nossa herança. (L 48) São José Marello
Marcos 3,1-6
Naquele tempo, 1Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia
ali um homem com a mão seca. 2Alguns o observavam para ver se
haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. 3Jesus
disse ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio!” 4E
perguntou-lhes: “E permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma
vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram.
5Jesus, então, olhou ao seu redor,
cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem:
“Estende a mão”. Ele a estendeu e a mão ficou curada.
6Ao saírem, os fariseus com os
partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como
haveriam de matá-lo.
Meditação:
Jesus
está a ponto de realizar uma obra de vida e de justiça, em um dia nevrálgico
para a religiosidade adormecida e fanática de alguns grupos judaicos. O mais
contraditório é que o bem que Jesus pensa fazer é a prova que esperam ter os
Mestres da Lei e os Fariseus para acusá-lo e eliminá-lo. Apesar de ter a morte
como conseqüência de sua ação, Jesus não se detém em seu caminho de serviço à
humanidade.
Jesus
quer libertar a consciência das pessoas dos esquemas não humanos e viciados da
estrutura legalista. Jesus, em cada ação libertadora que comumente chamamos de
milagre, busca por todos os meios fazer um processo de transformação da
consciência humana.
Com isso ele quer que a pessoa possa discernir entre um projeto de morte,
orientado pelo absolutismo da lei, e um projeto de vida, de inclusão, de
verdade, de respeito solidário, que o Espírito oferece àqueles que se comprometem
com a vivência do Reino de Deus. Nosso compromisso, ao assumir com radicalidade
a vivencia cristã, é nos colocarmos do lado da vida e optar por ela,
especialmente quando a mesma vida se encontra ameaçada por qualquer estrutura.
Com
a menção de que "outra vez Jesus entrou na sinagoga", Marcos articula
esta narrativa com a da expulsão do espírito impuro de um homem na sinagoga. Em
ambas a sinagoga se caracteriza como o espaço do espírito impuro e da exclusão.
As
várias narrativas de milagres evidenciam os gestos de Jesus que atentam contra
a ordem legal. Ele liberta o povo da lei da impureza, da culpabilidade do
pecado, da exclusão do convívio social, das observâncias do jejum e do sábado.
Para
Marcos o ministério de Jesus adquiriu rapidamente um ar polêmico. O Mestre não
teve dúvidas em combater a esclerose de algumas instituições religiosas como as
regras de pureza nas comidas, as de jejum e de sábado, que eram observadas ao
pé da letra quando já não tinham razão de ser e careciam de significado.
Jesus,
em troca, é consciente de que a honra de Deus recebe sua maior homenagem na
bondade, e não duvida em fazer o bem para honrar o sábado.
Por
outro lado, não é uma maneira mais profunda de santificar este dia libertar um
homem das cadeias do mal, em vez de deixá-lo na escravidão por causa de uma
mal-entendida honra de Deus?
Em
Marcos, a cegueira do coração designa a incapacidade do homem para compreender
determinados sinais de Deus; não porque Deus lhe ponha impedimentos, mas
simplesmente, porque o significado de tais sinais é inacessível para a mente
humana se não receber a ajuda do Espírito e não o aceitar.
Ao
mencionar que “outra vez, Jesus entrou na sinagoga”, Marcos relaciona este
episódio com o do homem possuído de um espírito impuro, na sinagoga de
Cafarnaum. Quando Jesus liberta o homem, os demônios lhe perguntam se ele
queria “destruí-los”. Agora, quando Jesus cura o homem da mão seca, são os
fariseus e os herodianos que decidem “destruir” Jesus.
Jesus,
com sua prática provocadora, mostra que o serviço à vida não pode ser barrado
por preceitos legais que atentam contra a própria vida. Uma religião de rígidos
preceitos se presta ao favorecimento dos privilégios e do poder de suas elites.
Hoje
vemos as maiores potências do mundo, que acumulam poder financeiro e militar,
promoverem a guerra, para o que buscam um respaldo religioso. Os povos colocam
a sua esperança em uma ética mundial para salvar a humanidade do caos e da
destruição. Qualquer ética, seja religiosa ou secular, terá como fundamento o compromisso
com a justiça e a fraternidade, levando a ações práticas de promoção da vida
para todos.
Um
dos grandes feitos de Jesus aconteceu quando Ele estava na sinagoga e encontrou
ali um homem que tinha uma de suas mãos atrofiada. O Senhor se encontrava
diante de um desafio, não em relação à cura e sim por causa da religiosidade.
A
religiosidade deixa profundas marcas de derrota e fracasso. O que aquele homem
estava fazendo dentro da sinagoga? A sinagoga era o lugar de adoração.
Provavelmente aquele homem estava lá porque fazia parte do grupo. Mas não havia
experimentado um milagre em sua vida, porque estava vivendo a religiosidade.
Isto
acontece nos dias de hoje. Quantos vivem a religiosidade… Vivem debaixo de um
jugo terrível. Aceitam viver a derrota, simplesmente porque ainda não conheceram
aquele que era, que é e que há de vir. A atrofia na mão daquele homem, talvez
tenha se agravado com o decorrer dos tempos. Talvez nascera assim. Era um
quadro de conformismo. O que eu posso fazer se minha vida não muda? O que posso
mais fazer se meu marido não se converte? Hoje Deus vai curar mãos atrofiadas!
Hoje o Senhor vai restaurar mãos infrutíferas! Uma mão atrofiada não encontra
força para segurar um objeto, operar um equipamento… Satanás quer fazer com que
sua mão fique sempre atrofiada para que você nunca consiga agarrar o milagre,
mas neste momento levante sua mão para o alto e receba um milagre de cura! Deus
vai te curar de todas as suas atrofias espirituais e físicas!
Existem
em nosso meio muita gente com suas habilidades atrofiadas, seus talentos
enterrados e sem esperança alguma. Mãos paralisadas pela decepção, pelo medo,
pela mágoa, pela falta de perdão. Mãos que não mais produzem porque satanás
conseguiu convencer que sua mão não prospera. Mas Deus te fala neste momento
que em tudo o que você colocar a sua mão o Senhor prosperará! Mãos atrofiadas
pertencem a religiosos fariseus que nunca experimentaram o milagre da
ressurreição. Hoje Deus vai curar mãos atrofiadas! Hoje Deus vai
restaurar!
Aquele
homem estava numa posição lateral, porque Jesus o chamou para o meio. Vir para
o meio significa abandonar a apostasia, a incredulidade, a indecisão. Vir para
o meio significa deixar a religiosidade, as impossibilidades, os dogmas, os
preceitos humanos.
Três
coisas importantes o Senhor manda fazer antes de curar-nos da atrofia:
LEVANTE-SE,
VEM PARA O MEIO E ESTENDE A TUA MÃO
Não
existe nenhum registro na Bíblia de que Jesus tivesse curado alguém sem antes
mandar que se levantasse. Até a menina de 12 anos que havia morrido, filha do
centurião recebeu uma ordem expressa de Jesus: TALITA CUMI (Menina a ti te
digo: LEVANTA-TE) Outro episódio: O homem que estava há 38 anos deitado no
tanque de Betesda, esperando que alguém pudesse ajudá-lo, ao encontrá-lo Jesus
disse: LEVANTA-TE TOMA A TUA CAMA E ANDA!
Você
precisa levantar neste momento! Deus não fará nada se você não se levantar.
Levante-se agora em nome de Jesus. O teu passado não pode te condenar porque
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo! A atrofia espiritual vai ser
destruída agora porque o Senhor está mandando: LEVANTA-TE.
Uma
das coisas que não acompanharam o ministério de Jesus foi à timidez. Quando
Jesus estava presente na sinagoga perceba que Ele se encontrava numa posição
centralizada. Ele disse ao homem: VEM PARA O MEIO. Vir para o meio implica em
você ter que deixar de lado a timidez, o desânimo, à preguiça…
O
milagre acontece quando você se apresenta diante do Trono! O Senhor está
mandando você se levantar e vir para o meio! Aleluia! Saia agora mesmo da
marginalidade espiritual e venha para o meio! Não se incomode com o que as
pessoas vão dizer. Não perca a benção! Venha para o meio agora em nome de
Jesus!
Você
precisa mostrar sua deformação pra Jesus. Mostre sua mão atrofiada. Mostre pra
Ele tua dor, teu sofrimento. Quando aquele homem estendeu sua mão, aconteceu
algo: ELE FOI CURADO! Hoje você vai apresentar ao Senhor suas angústias, suas
decepções, as situações de atrofia e o Senhor vai restaurar tua visão.
Na
restauração você verá que há muito tempo o milagre estava na sua mão. Aleluia.
Satanás que te deixou atrofiado faz de tudo para você continuar assim, porque
sabe que se você assumir a cura, ele terá que abandonar sua casa, seu marido,
sua família… Aleluia, em nome de Jesus estende a tua mão atrofiada e receba a
cura HOJE!
Deus
quer que sua situação de atrofia seja mudada agora mesmo! Não importa como as
pessoas verão isto! Só sei que elas verão.
Neste
momento está acontecendo neste lugar uma movimentação de anjos que já entraram
aqui com você! Hoje o milagre visitará sua casa, sua família, sua vida, seu
casamento, seus filhos, seu trabalho e toda atrofia vai sair em nome de Jesus.
Aquele
homem que antes estava com a mão atrofiada havia recobrado todas as suas
habilidades e isto significa que Ele receberia tudo em dobro, porque uma pessoa
com determinada deficiência, precisa se habilitar dentro de suas limitações a
fazer coisas, para poderem viver o máximo que puderem independentes.
Hoje
Deus devolverá suas habilidades, seus dons, seu ministério, sua prosperidade em
dobro! Receba agora em nome de Jesus! Não se aflija mais! Levante-se, vem para
o meio e estende a tua mão e ela ficará curada por Jesus, o Médico dos médicos!
Concluindo:
Marcos deixa bem clara a contundente denúncia feita ao sistema sociorreligioso
vigente. E as descrições de curas individuais sinalizam para o empenho maior de
Jesus em libertar os excluídos de suas privações.
Por
isso Jesus toma imediata consciência das dificuldades, contra as quais se choca
sua missão, e dimensiona já desde agora sua importância: os judeus rechaçaram
sua mensagem e, por conseguinte, se encontrarão incapacitados para se porem no
nível da Palavra que Deus lhes envia por meio dele.
Assim
se realiza o Reino de Deus, isto é, uma sociedade igualitária, sem classes
privilegiadas vivendo às custas das classes oprimidas, com direito de todos a
uma vida digna e plena. Tal sociedade é regida pelo amor e se vive em comunhão
com o Pai.
A
nós também nos pode suceder que, como os fariseus e os herodianos, queiramos
inclusive acabar com Jesus, porque não estaremos de acordo com sua mensagem ou
simplesmente porque pomos as normas e leis acima do ser humano.
Reflexão Apostólica:
Jesus
não se deixava intimidar pelas acusações do mundo, pois Ele sabia que salvar a
vida do homem e tirá-lo da escravidão do pecado era a missão que recebera do
Pai.
O
homem da mão seca representa para nós a situação de alguém que está no meio das
outras pessoas, porém se sente incomodado porque não se acha digno de estar no
mesmo lugar que os outros. É também o estado de espírito de quem está marcado
pelo pecado, pelo erro, e por isso, se esconde para que não vejam nele um homem
perdido, um caso liquidado. É a pessoa a quem ninguém dá mais crédito e de quem
ninguém quer se aproximar porque acha que é perda de tempo.
Foi
justamente a este homem que Jesus se dirigiu embora soubesse que os fariseus o
espreitavam para acusá-Lo de burlar a lei. Os fariseus representam os homens e
mulheres que procuram sempre “algo” para que o amor não prevaleça nas ações
humanas e sim, a lei, o convencional e o que já foi formalizado como de praxe.
Muitas
vezes, nós, pelas conveniências da vida deixamos “morrer” alguém que precisava
de tão pouco para sobreviver. Apenas uma palavra de coragem, um incentivo, uma
ajuda; “Levanta-te e fica aqui no meio!”
Quantas
pessoas precisam sair do anonimato, do desalento, do complexo de inferioridade
e nós nem percebemos que elas estão presentes no meio de nós, mas se mantêm
escondidas!
Jesus
nos deu o exemplo para que nós agora quando chegarmos na “sinagoga”, isto é, na
Igreja, na Comunidade,
Às
vezes nos refugiamos sob uma capa e não reconhecemos as nossas deficiências,
por isso, não conseguimos cura e continuamos como o homem da mão seca, perdidos
no meio da multidão.
Cada
um de nós tem em si alguma coisa do que se envergonhar, no entanto, Jesus
deseja nos colocar no centro, bem à vista de todos e nos manda estender a mão,
a fim de que a nossa “mão seca”, seja vista e aceita pelos outros e assim nós
sejamos curados (as) e libertados (as) dos complexo e dos traumas que nos deixam
defeituosos.
Você
também se esconde na multidão para não deixar que percebam a “sua mão
seca”? Você costuma discriminar alguém e deixá-la de lado por causa da sua
vida errante? Você reconhece que é enfermo (a) e que precisa de aceitação
e de cura?
A
verdadeira sabedoria está em fazer o bem. Mas, até o bem realizado tem as suas
consequências. Veja: Jesus cura o homem da mão seca, e alguns que ali estavam
espiando buscavam um modo de matá-lo. Entretanto, diante da pergunta que Jesus
faz a eles ninguém tem resposta para dar. E Jesus destemidamente faz o bem:
liberta, cura o homem da mão seca.
É
interessante notar que aquele homem atende às ordens de Jesus: quando lhe é
pedido para se levantar e ficar no meio ele assim o faz; quando lhe é pedido
para estender a mão ele também o faz. E no ato de estender a mão ele fica
curado.
Nas
palavras do evangelho encontram-se as orientações de Jesus para que a nossa
vida tenha verdadeiro sentido. Quando atentos às ordens de Jesus a cura
acontece em nossa vida, ou seja, encontramos novo ânimo de viver.
Sim,
é preciso fazer a nossa parte, e estar atento às ordens de Jesus. Faça isto
hoje: Apresente-se a Jesus, coloque-se no centro da sala e admita as suas
dificuldades e as suas limitações. Peça a Ele que o (a) cure!
Pessoa
que sempre esteve atenta às orientações de Deus foi a Virgem Maria, e é por
isso que ela é bendita entre todas as mulheres. Peçamos a sua intercessão para
que possamos atender as ordens de Jesus, e fazer como ele fez: passar pela vida
fazendo o bem.
Propósito:
Pai, sejam minhas mãos usadas somente para a prática do
bem. Livra-me de mantê-las fechadas a quem precisa de minha ajuda, e de usá-las
para fazer o mal.
São
Vicente - 22 de janeiro
Um
santo amado e citado por muitos santos, como Santo Agostinho, Santo Ambrósio,
São Prudêncio e outros que trouxeram à tona o testemunho desse grande diácono e
mártir da Igreja.
Nasceu
na Espanha, em Huesca, no século terceiro. De uma família muito distinta e
conhecida por todos, ele escolheu ser cristão e, assim, viver a santidade.
Vicente
viveu num período muito difícil da Igreja. Um tempo em que Diocleciano e Maximiano
– imperadores –, começaram a perseguir os cristãos e forçar muitos a se
declarar a favor dos deuses; caso contrário, seriam martirizados. O santo de hoje
foi um dos que fez a opção por Jesus.
Ele
era um grande pregador da Palavra, mais do que isso, buscava viver a Palavra
que pregava, esta que é, antes de tudo, Cristo Jesus, o Santo dos Santos, o
nosso modelo, o nosso Senhor e Salvador. Diante das ameaças do governador
Darciano, ele não recusou a se dizer cristão e fiel ao Senhor.
Os
tormentos o perseguiram. Foi um martírio lento, sempre com o objetivo de
vencê-lo para que Darciano se desse como herói diante do Cristianismo, mas
também com o objetivo de levar São Vicente a renunciar a própria fé, a
sacrificar aos deuses. Fiel a Deus e sustentado pela oração, diante de si ele
tinha o seu grande amor: Deus. Sendo assim, ele foi martirizado aos poucos, até
mesmo levado à grelha, tendo seu corpo dilacerado, jogado numa prisão e, por
fim, Darciano deixou-o num leito pedindo que cuidassem dele. Ali, sim, ele foi
visitado por outros cristãos e entregou-se a Deus.
São
Vicente tornou-se modelo para todos os cristãos e também padroeiro principal do
patriarcado de Lisboa e também da diocese de Faro.
São Vicente, rogai por nós!
Reflexão
O
ato de repartir a vida e os dons recebidos de Deus é uma grande dádiva.
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preocupações, projetos e dificuldades colabora para o crescimento individual e
coletivo; além disso, confiar aos demais o principal motivo de sua existência
significa uma grande abertura de coração.
Por
esse motivo, estabeleça para si mesmo metas claras; avalie constantemente os
objetivos a serem alcançados e entregue tudo nas mãos do Criador.
Lembre-se
de que assumir riscos significa estar disposto e enfrentar incertezas e
desafios.
Meditação
Entregue
seus caminhos ao Senhor!
Confirmação
“Pois
Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de força, de amor e de moderação”
(2Tm
1,7).
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