28 - Um sacerdote, segundo o espírito de Jesus Cristo, deve estar munido de grande doutrina e esta doutrina deve comunicá-la aos povos. (L 25). São José Marello
Evangelho:
Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos 3,31-35
"Em seguida a mãe e os irmãos de Jesus chegaram; eles ficaram do
lado de fora e mandaram chamá-lo. Muita gente estava sentada em volta dele, e
algumas pessoas lhe disseram:
-
Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora, procurando o senhor.
Jesus
perguntou:
-
Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos?
Aí
olhou para as pessoas que estavam sentadas em volta dele e disse:
-
Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade de Deus
é meu irmão, minha irmã e minha mãe."
Meditação:
Hoje, Marcos nos fala de novo
da família de Jesus. Faz uns dias que o procuravam porque diziam que estava
louco. Agora ficaram do lado de fora e lhe mandaram chamar. Mas imediatamente
ele nos diz que tinha muita gente sentada ao redor de Jesus. Quem é aquele que
impede a sua família a chegar até ele?
O Evangelho nos apresenta duas formas de se relacionar com Jesus: Alguns, estão
fora: não entram, não se sentam, não se fazem seus discípulos nem seus amigos.
Nem sequer falam com ele diretamente. O outro grupo, encontra-se lá dentro da
casa, em redor de Jesus, próximo dele em atitude de discipulado. A casa, aqui é
o lugar da intimidade na qual se constrói novos vínculos interpessoais e
comunitários.
Esta narrativa de Marcos tem um alcance cultural no âmbito do sistema religioso
do judaísmo. Ele não visa questionar as relações afetivas dentro da família,
mas provocar uma mudança de paradigma.
Muitas pessoas, não católicas, vivem dizendo que Nossa Senhora teve outros
filhos além de Jesus Cristo, pois a Bíblia refere-se aos “irmãos de Jesus”.
O monge beneditino Dom Estevão
Bettencourt, com todo o seu conhecimento de exegese das Sagradas Escrituras,
esclarece: São sete os textos do Novo Testamento que mencionam irmãos de Jesus:
Mc 6,3; Mc 3,31-35; Jo 2,12; Jo 7,2-10; At 1,14;Gl 1,19; 1Cor 9,5. Chamavam-se,
conforme Mc 6,3: Simão, Tiago, José e Judas.
O aramaico, que os judeus
falavam no tempo de Jesus e que os evangelistas supõem, era uma língua pobre em
vocábulos.
A palavra aramaica e hebraica
“irmão” podia significar não somente os filhos dos mesmos genitores, mas também
os primos, ou até parentes mais distantes.
No Antigo Testamento, 20
passagens atestam esse significado amplo de “irmão”, como por exemplo: Gn 13,8
(”Abraão disse a seu sobrinho Lot, filho do seu irmão: ‘Somos irmãos’…”), Gn
29, 12-15; Gn 31, 23; 2Rs 10,13; Jz 9,3; 1Sm 20,29. E ainda pode-se conferir em
1Cor 23,21-23; 1Cor 15,5; 2Cor36,10; Mt 27,56 (”Estavam ali [no Calvário], a
observar de longe…, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe
dos filhos de Zebedeu”).
Essa Maria, mãe de Tiago e de
José, não é a esposa de são José, mas de Cléofas, conforme Jo 19,25. Era também
a irmã de Maria, mãe de Jesus, como se lê em Jo 19,25: “Estavam junto à cruz de
Jesus, a sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas, e Maria de
Magdala.
Pois bem, os nomes de Cléofas e
Alfeu designam em grego a mesma pessoa, pois são formas gregas do nome aramaico
Claphai.
O mais antigo historiador da
Igreja, Hegesipo, conta-nos que Cléofas ou Alfeu era irmão de são José. Daí se
depreende que Cléofas e Maria de Cléofas tiveram como filhos Tiago, José, Judas
e Simão, os quais, portanto, eram primos de Jesus.
O fato de aparecerem
acompanhando Maria, embora não fossem seus filhos mas sobrinhos, explica-se
porque no judaísmo a mulher não costumava apresentar-se desacompanhada de
alguém do sexo masculino. Ora, julga-se que são José tenha falecido antes do
início da vida pública de Jesus, e quando este saiu de casa, Maria passou a
contar com a companhia dos sobrinhos.
O termo “primogênito” não
quer dizer que Maria tenha tido outros filhos depois do primeiro, Jesus.
Primogênito pode dizer simplesmente “o bem amado”, pois o primogênito é
certamente aquele filho, no qual, durante certo tempo, se concentra todo amor
dos pais. Além disso, os hebreus o julgavam alvo de especial amor da parte de
Deus, pois devia ser consagrado a Ele desde os seus primeiros dias.
A final quem são os irmãos de
Jesus? Ser irmão de Jesus passa por uma unidade com a Sua Pessoa. Passa por uma
evidente numa opção de vida, numa instauração de uma família, como também na
vida; viver a vida com adesão ao projeto de Deus e na construção de um mundo
novo que rompa com as barreiras carnais e nos abre a laços espirituais.
Portanto, as palavras de Jesus
questionando quem é sua mãe e quem são seus irmãos têm o sentido de revelar que
o dom de Deus, nele presente, não se restringe a laços consangüíneos
privilegiados. Jesus substitui estes laços estabelecidos na tradição pelos
laços do amor verdadeiro e sem fronteiras, que vão muito além dos limites de
família ou raça.
A verdadeira família é aquela
constituída por pessoas que, fazendo a vontade de Deus, tornam-se discípulas de
Jesus. A família consangüínea, pelo amadurecimento do amor, abre-se e solidariza-se
com os mais excluídos e empobrecidos.
Disso tudo, podemos concluir
que Maria Santíssima só teve mesmo o seu Divino Filho, Jesus Cristo. Podemos e
devemos chamá-la com o nome de Sempre Virgem Maria.
Está é a razão da nossa fé a
qual nos orgulhamos de professar para podermos vivê-la e transmiti-la com
firmeza aos outros de geração em geração.
Reflexão
Apostólica:
Somos convidados, pelo evangelho de hoje, a
descobrir a verdadeira família à qual nós pertencemos: a família dos filhos e
filhas de Deus, que procura conhecer e por em prática a vontade do Pai e
participar do seu projeto de construção do mundo novo, da civilização do amor,
sinal do Reino definitivo.
Participar dessa verdadeira família não significa negar a nossa família
terrena, nem os nossos relacionamentos sociais e afetivos, mas subordinar essas
duas realidades à realidade maior, que é a família dos filhos e filhas de Deus,
fazendo, assim, com que haja uma verdadeira hierarquia de valores na nossa
vida, que subordina o temporal ao eterno.
Não é a reivindicação de privilégios raciais transmitidos pela família que
importa, mas sim o compromisso com Jesus no cumprimento da vontade de Deus.
Jesus não rejeita sua família como tal, mas sim que re-avalia e resgata os mais
profundos e essenciais laços de união entre as pessoas.
A família, a comunidade são realidades que
se constroem dia a dia e que mais além de laços de consangüinidade hão de estar
unidas pelos laços da fidelidade ao projeto de Deus e da sincera busca de sua
vontade.
Somos chamados a entrar na casa, a compartilhar a mesa, a sentar-nos ao redor
de Jesus para sermos famílias e comunidades fundadas
Jesus sabe o que é essencial para a vida e convida aqueles que o buscam a
procurar esta essência por meio da escuta da palavra de Deus e do discernimento
de sua vontade.
Seguir Jesus significa aprender a obedecer
a Deus. E obedecer a Deus significa deixar de lado muitos aprendizados
adquiridos ao longo da vida.
Propósito:
Estar
com Jesus, ser seu irmão, sua irmã e sua mãe; saber escutar, com atenção,
sua proposta de vida.
Reflexão
Deus
nunca abandona seus filhos.
Muitas
vezes, são os seres humanos que se afastam dele.
Portanto,
imite o exemplo dele: se estiver só , vá em busca de alguém que precisa de uma
palavra amiga ou de um abraço fraterno.
Visite
os doentes, ajude os pobres, as crianças carentes; dê alento aos corações
sedentos de carinho e atenção.
Leve
a paz de Cristo ao próximo e transmita-lhe seu amor.
Meditação
Aproxime-se
de Deus com simplicidade.
A
exemplo de Jesus, seja a luz que ilumina o caminho de todos com os quais
convive.
Confirmação
“Sede
fortes e corajosos! Não vos intimideis
nem tenhais medo deles!
Pois
o Senhor teu Deus é ele mesmo o teu guia, e não te deixará nem te abandonará.”
(Dt
31,6).
Santo
Tomas de Aquino - 28 de Janeiro
Neste
dia lembramos de uma das maiores figuras da teologia católica: Santo Tomás de
Aquino. Conta-se que, quando criança, com cinco anos, Tomás, ao ouvir os monges
cantando louvores a Deus, cheio de admiração perguntou: “Quem é Deus?”.
A
vida de santidade de Santo Tomás foi caracterizada pelo esforço em responder, inspirada
mente para si, para os gentios e a todos sobre os Mistérios de Deus. Nasceu em
1225 numa nobre família, a qual lhe proporcionou ótima formação, porém, visando
a honra e a riqueza do inteligente jovem, e não a Ordem Dominicana, que pobre e
mendicante atraia o coração de Aquino.
Diante
da oposição familiar, principalmente da mãe condessa, Tomás chegou a viajar às
escondidas para Roma com dezenove anos, para um mosteiro dominicano. No
entanto, ao ser enviado a Paris, foi preso pelos irmãos servidores do Império.
Levado ao lar paterno, ficou ordenado pela mãe, um tempo detido. Tudo isto com
a finalidade de fazê-lo desistir da vocação, mas nada adiantou.
Livre
e obediente à voz do Senhor, prosseguiu nos estudos sendo discípulo do mestre
Alberto Magno. A vida de Santo Tomás de Aquino foi tomada por uma forte
espiritualidade eucarística, na arte de pesquisar, elaborar, aprender e ensinar
pela Filosofia e Teologia os Mistérios do Amor de Deus.
Pregador
oficial, professor e consultor da Ordem, Santo Tomás escreveu, dentre tantas
obras, a Suma Teológica e a Suma contra os gentios. Chamado “Doutor Angélico”,
Tomás faleceu em 1274, deixando para a Igreja o testemunho e, praticamente, a
síntese do pensamento católico.
Santo Tomás de Aquino, rogai por nós!
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