14 janeiro - Quem está preocupado e cheio de ansiedade para agir, comete injúria a Deus e não reza com o coração o “Pater noster” Pai-Nosso. Aceitemos pura e simplesmente o que Deus nos manda, sem aflição e sem tristeza. (L 23). São Jose Marello
No sábado, ele foi ensinar
na sinagoga. As pessoas que o escutavam ficaram muito admiradas com a sua
maneira de ensinar. É que Jesus ensinava com a autoridade dele mesmo e não como
os mestres da Lei. Então chegou ali um homem que estava dominado por um
espírito mau. O homem gritou:
-
O que quer de nós, Jesus de Nazaré? Você veio para nos destruir? Sei muito bem
quem é você: é o Santo que Deus enviou!
Então
Jesus ordenou ao espírito mau:
-
Cale a boca e saia desse homem!
Aí
o espírito sacudiu o homem com violência e, dando um grito, saiu dele. Todos
ficaram espantados e diziam uns para os outros:
-
Que quer dizer isso? É um novo ensinamento dado com autoridade. Ele manda até
nos espíritos maus, e eles obedecem.
E
a fama de Jesus se espalhou depressa por toda a região da Galiléia.
Meditação:
No
Evangelho de hoje, Jesus continua entrando nas sinagogas para ensinar aos
sábados, só que agora já leva consigo os discípulos. E o acontecimento que
chama atenção, hoje, é a presença de uma pessoa com um espírito mau, que vem
perguntar a Jesus o que Ele quer. E o tal espírito reconhece Jesus como o Santo
de Deus.
Jesus apenas ordena ao espírito mau que "cale-se e saia dele". O
espírito sacode o homem e deixa-o. As pessoas ficam admiradas ao verem que além
da autoridade ao ensinar, Jesus também tem autoridade sobre os espíritos maus.
A cena acontece no primeiro dia de atividade de Jesus segundo o evangelista Marcos. Depois de chamar os dois pares de irmãos, Simão e André, Tiago e João, Jesus entra na sinagoga e põe-se a ensinar.
Surpreende,
em primeiro lugar, que o evangelista não diga o que ele estava ensinando e que,
no lugar disto, fale que na sinagoga, “o lugar dos puros”, havia um homem
possuído por um espírito imundo.
Jesus começou seu ministério no Norte. A sinagoga da cidade de Cafarnaum será o
cenário de suas primeiras ações extraordinárias. Seu público ficará surpreso
com aquele ensinamento novo, proclamado com autoridade e não como os letrados
(os fariseus), que careciam de credibilidade.
A entrada de Jesus e de seu pequeno grupo de seguidores na sinagoga não foi, naquela ocasião, para lá prestar culto, mas sim porque lá estavam também pessoas pobres e simples, presas fáceis do ensinamento dos que dominavam a Lei, mas eram incoerentes na hora de cumpri-la.
Surge
uma pergunta: “que fazia um homem endemoninhado na sinagoga?”. O lugar dos
“puros” estava agora ocupado pela imundície do demônio. O mal tinha penetrado
também nas instituições religiosas, como a sinagoga e seus mestres.
A ação de Jesus dirigia-se à libertação do ser humano; por isso a expulsão do demônio está ligada a sérias rupturas com as estruturas de poder que tendem a dividir.
A
libertação, o resgate do ser humano passa por um mandamento sustentado no amor
e na solidariedade; trata-se de aprender a distinguir as manifestações do mal,
para expulsá-las da vida humana e empreender o caminho para a construção de um
projeto livre de autoritarismos ilegítimos.
Reflexão Apostólica:
O milagre relatado nesta passagem do
evangelho de Marcos é apresentado no contexto de um gênero literário, empregado
em grande número de outros: descrição do estado do doente, autoridade soberana
e poderosa de Jesus, eficácia iminente de sua Palavra ou de seu gesto e,
finalmente, a reação da multidão.
Uma forma literária desse tipo tem como
finalidade revelar o poder de Cristo. Na descrição dos milagres de Jesus,
Marcos se contenta frequentemente com esse tipo de poder. Descreve-o,
sobretudo, em oposição ao influxo exercido até então pelos demônios.
Para a mentalidade do tempo de Jesus, a
humanidade estava submetida aos “espíritos impuros”, que seriam a causa das
enfermidades e da morte. Mas Deus deveria pôr fim algum dia àquele império
tirânico por meio de seu Enviado, o “Santo de Deus”.
Ineressa-lhe revalorizar o poder com que
Jesus se manifesta qual enviado de Deus. Parece que, ao menos em Marcos, esse
poder é já o da Ressurreição.
O milagre não se compreende senão com
referência ao mistério pascal, quer dizer, o da Ressurreição, que não é mais
que a submissão da morte à vida: uma vida plena para todos.
Jesus falava com autoridade porque vivia o
que pregava. A autoridade com que Jesus ensinava vinha da sua vivência, do seu
testemunho. Jesus ensinava o que Ele vivia, e pregava conforme a vontade do
Pai.
As obras que Jesus realizava naquele tempo, também
hoje Ele as realiza, e para isto, nós somos seus instrumentos. Em Nome de
Jesus, nós também poderemos expulsar o mal e calar a boca dos impertinentes.
Jesus veio nos restituir a dignidade de
filhos de Deus, irmãos Dele; Ele nos deu o Seu Espírito Santo que tem poder de
fazer e desfazer; Por isso, então, nós também podemos usufruir da autoridade
que Ele nos dá para realizar milagres e prodígios.
Resta-nos, então, perceber que Jesus tinha
autoridade porque não só ensinava, mas agia. A nossa autoridade nos vem do
nosso testemunho, da nossa firmeza e convicção.
Parece uma contradição, mas no lugar onde as
Sagradas Escrituras são lidas, comentadas e estudadas, habita a imundície. E
chama mais a atenção que, logo à entrada de Jesus na sinagoga, o homem com o
espírito imundo começa a gritar em plural como se fosse porta-voz de todos os
que ali estavam: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir?
Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus” (v.24).
Nosso ensinamento é o dos letrados, com o qual aquele homem se identificava;
ensinamento que conduzia ao fanatismo, a afirmar a superioridade de Israel e o
desprezo pelos demais povos.
O homem, possuído por este ensinamento,
considera que Jesus é o consagrado de Deus, isto é, o messias com o qual todos
os judeus sonhavam, aquele que restauraria a monarquia davídica para dominar e
subjugar os povos pagãos. Mas Jesus não se identifica com esse messias.
Por isso expulsa o espírito imundo,
libertando o homem daquela mentalidade alienadora, alimentada pelos letrados,
que levava a dividir o mundo em bons e maus, opressores e oprimidos, dominadores
e dominados; um mundo regido por Satanás, como hoje, para deixar todo mundo
louco...
À medida que os ensinamentos de Jesus passam
a fazer parte do cotidiano dos pais e dos filhos, os espíritos maus não
encontram mais espaço, pois é o Espírito Santo quem conduz os pensamentos e os
atos de todos e de cada um.
Senhor Jesus, afasta para longe de mim o mal que me
impede de ser livre e de fazer-me servidor do Reino.
É
bom reservar alguns momentos do dia para a oração e intimidade com Deus.
A
capacidade de agir e mudar do ser humano vem do íntimo, do poder do espírito.
Assim
como todos precisam de alimentação, descanso e cuidados com a higiene, o
espírito necessita (e deve) ser alimentado pela oração.
Seja
um leitor assíduo da palavra de Deus; aos poucos, ela vai purificar seu modo de
agir.
Da
mesma forma, vivencie os sacramentos, para fortalecer sua existência.
Lembre-se
de que Jesus orava muito; às vezes, ele iniciava suas orações ao cair da noite,
que se prolongavam até o amanhecer do outro dia.
Aqui,
fica uma pergunta: diariamente, quanto tempo você dedica à oração?
Meditação
Orar
é nos colocar na presença de Deus e nos alimentar com a força dos sacramentos.
Confirmação
“Da
mesma forma, o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza.
Pois
não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em
nosso favor, com gemidos inefáveis”.
(Rm
8,26).
Santa Elisabete Ana Bayley Seton - 14 de Janeiro
Santa Elisabete Ana Bayley nasceu em 28 de agosto de 1774 em Nova Iorque, onde
cresceu em uma família dentro do protestantismo anticatólico dos Estados
Unidos, no final do século XVIII. Catarina, sua mãe, era filha de pastor
anglicano e Ricardo, seu pai, era um médico famoso e muito bem conceituado na
comunidade.
A infância
de Elisabete
foi muito difícil, pois perdeu a mãe aos 3 anos de idade e sua madrasta a
maltratou por anos e anos. Ela cresceu solitária pois, seu pai só pensava em
seus compromissos profissionais, dando-lhe pouca atenção. Seu consolo era a
Bíblia, que lia muito e sobre cujos ensinamentos meditava achando a paz. Enfim,
aos 19 anos casou-se com Guilherme Selton, um rico comerciante nova-iorquino e
teve cinco filhos.
Mas uma
grave tuberculose que acometeu o marido mudou sua vida. A família se transferiu
para a Itália, onde ele esperava encontrar a cura. Lá ficaram hospedados na
casa de uma família italiana, a dos amigos Felicchi. A cura do marido não veio
e ele acabou falecendo. Entretanto, durante o tempo em que ficou naquela
residência e país, Elisabete conheceu o catolicismo e se converteu.
Era o ano 1805.
Ao voltar
para os Estados Unidos, viúva e com os filhos para criar, seu calvário só
aumentou. Contou sobre sua conversão à família, sendo então desprezada e depois
abandonada, também por toda a sua comunidade. Elisabete, então com 29 anos,
passou inúmeras dificuldades materiais, sentindo na pele a marginalização a que
era relegada a minoria católica. Até seus filhos deixaram de ter acesso à
escola.
Elisabete,
seguindo a orientação do Arcebispo de Baltimore e unindo-se a uma amiga de fé,
Cecília da Filadélfia, criou em 1808, apesar de toda a oposição já citada, a
primeira escola paroquial nos Estados Unidos. Esta escola de Baltimore é
considerada um marco que muito contribuiria nos anos seguintes para a expansão
da Igreja Católica naquele país.
Em junho
de 1809, sempre sob a orientação do Arcebispo, ela fundou uma nova instituição
religiosa feminina totalmente norte americana, a Ordem das Irmãs de Caridade de
São José, para a qual doou todos os seus bens. A instituição, com a finalidade
de proporcionar educação cristã e cura de doentes, progrediu rapidamente.
Assim, em 1812 obteve aprovação canônica para seguir as regras de São Vicente
de Paulo. Atualmente a Ordem continuam cumprindo com suas funções em todo o
território dos Estados Unidos e alguns países da América Latina, contando com
milhares de integrantes.
Ainda
jovem, aos 47 anos de idade, Elisabete Ana Bayley Seton morreu no convento de
Maryland no dia 4 de janeiro de 1821. Ela foi a primeira cidadã norte americana
a ser beatificada, em 1963, pelo Papa São João XXIII. Depois, foi canonizada
pelo Papa São Paulo VI, em 1975, não por acaso no Ano Internacional da
Mulher.
Santa Elisabete Ana Bayley Seton, rogai por nós!
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