10 janeiro - Ó Deus, quantas imperfeições descobrimos em nós mesmos! Nós nos propomos de melhorar, mas cabe somente a Vós fecundar os nossos frágeis propósitos. (S 32). São Jose Marello
Lucas 5,12-16
"Estando Jesus numa das cidades, apareceu um homem coberto de lepra. Ao
ver Jesus, ele caiu com o rosto em terra e suplicou-lhe: "Senhor, se
queres, tens o poder de purificar-me". Estendendo a mão, Jesus tocou nele
e disse: "Quero, sejas purificado". E imediatamente a lepra desapareceu.
E ordenou-lhe que não o contasse a ninguém. "Mas", disse, "vai
mostrar-te ao sacerdote e apresenta por tua purificação a oferenda prescrita
por Moisés. Isso lhes servirá de testemunho". Cada vez mais, sua fama se
espalhava, e as multidões acorriam para ouvi-lo e para serem curadas de suas
doenças. Ele, porém, se retirava para lugares desertos, onde se entregava à
oração"
Meditação:
Sabemos que na época de Jesus, os que tinham doenças contagiosas (a
lepra era uma delas) eram proibidos de entrar nas cidades. E caso precisassem
entrar, a lei os obrigava a sair gritando e fazendo muito barulho, para avisar
às pessoas que não se aproximassem dele. Imagine a humilhação!
O Evangelho de hoje começa dizendo que Jesus estava numa cidade, e um
leproso foi procurá-lo. Quando encontrou Jesus, o leproso caiu aos seus pés e
começou a falar com o mestre. Fico imaginando o quanto esse coitado já havia
sofrido pela sua doença. O simples ato de se atirar aos pés de Jesus já
denotava o desespero que ele já vinha sentindo.
É difícil imaginar como se sente alguém que é privado do convívio social
por causa de uma doença (e naquele tempo, doença era sinônimo de pecado!). A
solidão é uma sensação assustadora! O leproso procurou Jesus porque era a sua
última esperança!
Ao pedir a Jesus a sua purificação (perdão dos pecados), também estava
pedindo a sua cura física. Ao dizer que queria que o leproso ficasse
purificado, estava fazendo algo que transcende ao nosso entendimento
superficial...
Jesus estava fazendo com que o leproso deixasse de se sentir culpado,
independente de qual fosse a razão dessa culpa! Jesus estava dando uma nova
oportunidade de recomeçar a vida a partir daquele momento, deixando o passado
pra trás, e vivendo o presente para preparar o futuro.
É isso que Jesus diz a nós hoje: "Eu quero, fica purificado! Não fique se culpando pelo que já passou!
Gaste suas energias físicas e mentais com aquilo que você pode fazer daqui por
diante para ser feliz, e fazer os outros felizes! Eu quero! O leproso quis! E
você, quer?"
Reflexão Apostólica:
Sabe aquelas lendas que rondam a internet? Histórias que de fato não
sabemos se foram verdade ou não? Vou contar um pedaço de uma pra enfatizar
sobre o que explanaremos hoje.
Dizem que um certo homem chamado Mahatma Gandhi, líder hindu e grande
expressão na Índia e no século passado, era um grande admirador de Jesus.
Relatam que, com muita frequência, usava os ensinamentos do sermão da
montanha em suas colocações diárias. Dizia ele que se vivêssemos o sermão do
monte teríamos a resposta para a paz no mundo.
Por que alguém que tanto admirava a Jesus permaneceu hindu? Relatos
dizem que ficou muito decepcionado conosco (os cristãos), pois não pode entrar
numa igreja.
Se essa estória é verdadeira ou não, talvez não importe, mas algo nos
remete ao evangelho de hoje. Quantos passaram a procurar Jesus pelo que falavam
de bem dele. Não acredito que eram apenas os milagres que traziam as pessoas.
Lembrem de ontem.
Tenho tanta convicção disso que me entristeço pelas pessoas que conduzem
outras a Jesus por coisas passageiras, mas ao mesmo tempo alegro-me por que
vieram.
Como diria um frei da nossa comunidade quando questionado sobre aquele
famoso dizer que acostumamos a ouvir “os piores estão na igreja” ele respondeu:
Sim, pode ser, mas pelo menos são pessoas que reconhecem sua pequenez e dentro
da igreja procuram algo melhor, crescer, amadurecer, enquanto outros acham que
não precisam!
Mas trazendo de volta os primeiros parágrafos dessa reflexão… O que
adianta Deus arrebanhar seu povo se nós mesmos não os deixamos entrar?
Já falei isso e volto a afirmar: criamos regras impossíveis para quem
acabou de ter a epifania de Deus em suas vidas e ardentemente desejam voltar.
Não estou falando das regras que cada igreja tem, mas das “regras” que nós
impomos as pessoas.
Jesus corria dos holofotes e das tapinhas nas costas. Tentava sem
sucesso passar despercebido aos olhos dos mestres da lei, mas algo Nele era uma
santa rotina “Jesus ia para lugares
desertos e orava”.
É estranho ver hoje a exploração da imagem Dele na TV. Vejo um senhor se
dizer apóstolo, marcar hora e lugar e cobrar por um milagre, vejo-o também em
troca dizer que “não precisa ter fé, pois a dele bastará”.
Jesus nas mãos dessas pessoas e de outras muita se tornou uma peça
exposta naqueles canais de compras pela TV.
Virou um “Jesus” comercial que “obedece” às vontades deles. E não é
somente eles que vemos a afastar as pessoas do que é santo e belo em troca de
uma falsa prosperidade. É muito triste, mas muitos usam o sofrimento que passam
as pessoas para facilitar o acesso.
Não posso afirmar e nem me atrever a dizer que ali ou acolá não
aconteceram graças, pois onde abundou o pecado superabundou a graça e nem tão
pouco deixar de crer na fé das pessoas que como o leproso, viram Jesus, se
colocaram aos seus pés e foram curados.
O que cura verdadeiramente não são as mãos do pregador, do pastor, do
padre, mas a misericórdia infinita de Deus sobre aquele que pede e consegue
tocar ao Senhor.
“(…) Aqui entramos no mistério
de Deus. Nós não conhecemos os planos d’Ele na escolha de quem será atendido.
Conceder uma graça ou uma cura é um ato livre do Senhor”. (livro
“Como se faz um santo” –
Cardeal Saraiva Martins)
Em suma, ninguém que viu o Senhor continuou o mesmo depois do encontro.
A epifania muda a rota de uma pessoa. Cura as lepras da alma.
Devemos favorecer esses encontros e não afugentar as pessoas.
Oração: Pai, que a oração me ajude a descobrir o verdadeiro sentido do serviço que presto.
Reflexão
Reze hoje
a oração de são Francisco
“Senhor,
fazei de mim um instrumento de vossa paz!
Onde
houver ódio, que eu leve o amor,
Onde
houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde
houver discórdia, que eu leve a união.
Onde
houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde
houver erro, que eu leve a verdade.
Onde
houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde
houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde
houver trevas, que eu leve a luz!
Ò Mestre,
fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado.
Compreender,
que ser compreendido. Amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe.
É
perdoando, que se é perdoado e é morrendo, que se vive para a vida eterna!
Amém”.
Meditação
A cada
dia, seja instrumento da verdadeira paz.
Confirmação
“Mas o
Senhor disse a Ananias:
´Vai,
porque este homem é um instrumento que escolhi para levar o meu nome às nações
pagãs e aos reis, e também aos israelitas`”
(At 9,15)
São
Gonçalo do Amarante - 10 de Janeiro
São Gonçalo do Amarante é um santo popular na tradição católica, reverenciado especialmente em Portugal e no Brasil. Nascido em 1187, em Tagilde, perto de Braga, Portugal, ele é celebrado por sua vida de devoção, caridade e milagres.
Gonçalo do Amarante
viveu inicialmente uma vida mundana, destacando-se por sua boa aparência e
envolvimento em atividades sociais. No entanto, após um profundo encontro
espiritual, ele abandonou sua vida anterior e se dedicou inteiramente a Deus.
Tornou-se um eremita, buscando uma vida de oração e penitência.
A tradição
conta que, durante sua vida eremítica, Gonçalo foi frequentemente tentado por demônios,
mas resistiu a todas as provações com fervor e devoção. Além disso, relatos de
sua vida destacam seu compromisso com a caridade. Ele era conhecido por sua
generosidade para com os pobres, distribuindo seus próprios bens para ajudar
aqueles que estavam em necessidade.
Um dos
episódios mais famosos associados a São Gonçalo é o relato do milagre das uvas.
Diz-se que, ao abençoar um cacho de uvas, ele multiplicou milagrosamente a
quantidade de vinho produzido, proporcionando uma festa abundante para uma
comunidade carente.
São Gonçalo
é frequentemente invocado como padroeiro dos noivos, dos solteiros em busca de
cônjuges e daqueles que desejam encontrar objetos perdidos. Acredita-se que ele
ajuda especialmente na busca por esposas e maridos.
A devoção
a São
Gonçalo foi trazida para o Brasil pelos colonizadores
portugueses, e seu culto é especialmente forte em algumas regiões do país. Sua
festa litúrgica é celebrada em 10 de janeiro em Portugal e em 10 de outubro no
Brasil.
São Gonçalo do Amarante é recordado como um exemplo de renúncia às tentações
mundanas, uma vida dedicada à oração e à caridade. Seu legado é mantido vivo
através das tradições culturais e religiosas que o cercam, inspirando os fiéis
a buscarem uma vida de fé, generosidade e resistência ao mal.
São Gonçalo de Amarante, rogai por nós!
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