21
janeiro - Se Santa Inês conseguiu a gloriosa palma do martírio, foi porque, em
toda a sua vida, se manteve sempre fiel a Deus, mesmo nas pequenas coisas. (S 351). São Jose Marello
Marcos 2,23-28
23Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado.
Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. 24Então
os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que
não é permitido?”
25Jesus
lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando
passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de
Deus, no tempo
27E
acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto,
o Filho do Homem é senhor também do sábado”.
Meditação:
Marcos menciona que os discípulos abriam caminho,
arrancando espigas. Em seu evangelho Marcos dá um destaque ao tema do
"caminho" de Jesus. Já Mateus e Lucas explicam que arrancavam espigas
para comer, o que é confirmado na seqüência desta narrativa de Marcos.
Uma das principais observâncias religiosas, em
Israel, era a do repouso sabático. A narrativa da criação em sete dias, no
Livro do Gênesis (2,2-3), ao apresentar o repouso do próprio Deus no sábado, já
é uma indução a esta observância pelo povo. Jesus e seus discípulos são
acusados de desrespeitarem o repouso sabático.
Os inadimplentes com as mais de seiscentas
minuciosas observâncias legais impostas ao povo eram qualificados como
pecadores, obrigados a trazerem ofertas e sacrifícios aos sacerdotes do Templo.
Com seu amor misericordioso e divino, Jesus vem
contrapor-se àqueles chefes religiosos de coração duro e interesseiro que
oprimiam os inocentes. Ao se afirmar maior do que o Templo (Mt 12,6) e Senhor
do sábado Jesus significa que vem superá-los pelo amor que promove a vida.
A lei que Deus imprimiu no nosso coração é a lei do
amor, portanto, o que nos faz mal e prejudica a nossa vida é justamente, o
desamor. Tudo o que não é regido pelo amor e não tem como objetivo a vivência
do amor, não é eficaz para o nosso crescimento.
Toda lei que tira do homem o direito de viver com
dignidade, de prover a sua existência e sobrevivência é maldita e não está
conforme a vontade de Deus.
Jesus quer nos ensinar a colocar a caridade como
lei primeira nas ações da nossa vida. Às vezes nos bitolamos aos preceitos, às
regras e não percebemos que estamos sendo injustos e infratores da Lei de Deus.
Tudo o que o Pai criou, Ele o fez em favor do
homem, objeto do Seu Amor, portanto, dizer que “o sábado foi feito para o homem
e não o homem para o sábado” significa que a nossa sobrevivência e a caridade
conosco mesmos (as) e com os nossos irmãos estão acima das normas que, apesar
de estabelecidas para o homem, muitas vezes se voltam contra o próprio homem.
O homem é a criatura a quem Deus mais tem apreço e
todas as coisas foram criadas para ele, por amor. Jesus é o Senhor de tudo o
que foi criado, e, tudo foi criado por Ele, por amor ao homem.
Os campos de trigo, os rios, os mares, as aves, as
árvores existem para estar à disposição do homem a fim de que este perceba o
olhar e a atenção de Deus para si. Jesus, Senhor da criação, é o Senhor do
sábado, porém, Ele precisa ser também Senhor dos nossos “sábados”, isto é,
daqueles dias em que nós não achamos conveniente servir a alguém ou “perder” o
tempo de lazer ou de trabalho para dar de comer a alguém que está com fome.
O dia de sábado a que Jesus se refere pode ser
também para nós aquele dia que nós destinamos para o nosso deleite, para
curtição, para realizar os nossos planos pessoais e, sem menos esperar somos
convocados para alguma outra missão. Aí nós alegamos a nossa impossibilidade
porque “hoje é sábado” e o sábado está destinado a outras experiências. Neste
caso a lei do amor ficou de lado e imperou em nosso coração a lei do egoísmo e
da indiferença.
Jesus é o Senhor dos “sábados” da sua
vida? Você tem alimentado a alguém necessitado em “dia de
sábado”? Você é capaz de sacrificar um dia de lazer e de descanso para
ajudar a algum discípulo de Jesus? Em Nome de quem você tem feito
caridade? O que você aprendeu mais com esse Evangelho?
Em Marcos se apresenta muito bem a liberdade com
que agiam Jesus e seus discípulos. Não estavam tão apegados às leis, entre elas
a do sábado, que proibia arrancar espigas naquele dia. Isto não violava a lei
de Deus, mas as leis meticulosas dos anciãos.
Jesus lhes dá uma resposta certeira com uma pergunta:
Nunca lestes o que fez Davi, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e
seus companheiros? Obviamente que teriam lido sim o que tinha acontecido
naquela passagem do Antigo Testamento, mas não lhes interessava em absoluto.
Se Davi, ao comer dos pães consagrados junto com
seus companheiros, não havia recebido a reprovação de Deus, e fora inocentado
diante daquelas leis, muito menos os discípulos de Jesus seriam condenados
pelos escrúpulos de uns poucos.
Jesus tem bem claro que nem o sábado nem qualquer
lei devem estar acima do ser humano. Quando isto ocorre, surge a injustiça, a
opressão, a desigualdade, que impedem o ser humano de viver como tal.
As leis devem estar a serviço da pessoa, e não
acima dela. Devem servir ao bem de todos, e não para oprimir e escravizar.
O que devemos levar em conta em nossas vidas não é
tanto o que não se pode fazer no Dia do Senhor, mas como poder empregar melhor
esse dia para a glória do Senhor e o bem da humanidade. Trabalhemos para que as
leis e normas estejam sempre a serviço das pessoas, e não contra elas. Isso é
humanidade.
Portanto, do evangelho de hoje, podemos tirar três
lições importantes para nossa vida cotidiana:
1. Que Jesus é o Senhor da Vida;
2. Que a lei não pode ser feita para escravizar o homem;
3. Que a exemplo de Jesus devemos ter coragem de quebrar paradigmas.
Reflexão
Apostólica:
O Evangelho de hoje traz algo que nós
evitamos aprofundar sobre o assunto: Jesus transgrediu alguma regra? Pois é,
Ele se colocou acima da tradicional regra de que o sábado é o dia do descanso.
E isso é um fato que precisamos aprofundar hoje... Será que estamos seguindo
alguma regra que nos impede de seguir a maior de todas as regras?
A tradicional regra do sábado impunha que ninguém deveria
trabalhar neste dia, já que foi o dia escolhido por Deus, desde a criação do
mundo, para o descanso.
Os judeus levavam isso tão à sério que foram criando regras cada
vez mais rígidas para o sábado. Eles instituíram uma distância máxima que era
permitido caminhar, proibiram o uso de sandálias que precisassem amarrar as
correias, e nem os curandeiros podiam trabalhar, a não ser em caso de risco de
morte.
As regras foram ficando tão estapafúrdias que deixaram de lado a
razão e o bom senso. Jesus chegou para abalar essas regras que desvirtuavam o
sentido original do dia de descanso.
"O sábado foi feito
para o homem, e não o homem para o sábado." Com essa frase Ele
resume o que a nova lei, que Ele veio instituir, pensa a respeito do "dia
de descanso".
O sábado não está acima do nosso dever maior: FAZER O BEM ÀS
PESSOAS, DA MESMA FORMA QUE NÓS GOSTARÍAMOS QUE ELAS NOS FIZESSEM BEM. E nessa
frase, podemos trocar o "fazer o bem" por AMAR, pois esse
é o amor que Jesus quer de nós: o Amor Atitude.
Pensemos então nas regras que aprendemos a seguir sem pensar, e
lembremo-nos que nenhuma delas está acima da maior de todas: a Regra do Amor.
Propósito:
Pai, ensina-me a ser fiel a ti, vivendo os Mandamentos, sem fanatismo, e sim com a liberdade de quem está em plena sintonia contigo.
Santa Inês - 21 de Janeiro
Santa Inês
tinha cerca de 12 anos quando um pretendente se aproximou dela; segundo a
tradição, era filho do prefeito de Roma e estava encantado pela beleza física
de Inês. Mas sua beleza principal é aquela que não passa: a comunhão com Deus.
De maneira
secreta, ela tinha feito uma descoberta vocacional, era chamada a ser uma das
virgens consagradas do Senhor; e fez este compromisso. O jovem não sabia e,
diante de tantas propostas, ela sempre dizia ‘não’. Até que ele denunciou Inês
para as autoridades, porque sob o império de Diocleciano, era correr risco de
vida. Quem renunciasse Jesus ficava com a própria vida; caso contrário, se
tornava um mártir. Foi o que aconteceu com esta jovem de cerca de 12 ou 13
anos.
Tão
conhecida e citada pelos santos padres, Santa Inês é modelo de uma pureza à
prova de fogo, pois diante das autoridades e do imperador, ela se disse cristã.
Eles começaram pelo diálogo, depois as diversas ameaças com fogo e tortura, mas
em nada ela renunciava o seu Divino Esposo. Até que pegaram-na e a levaram para
um lugar em Roma próprio da prostituição, mas ela deixou claro que Jesus
Cristo, seu Divino Esposo, não abandona os seus. De fato, ela não foi manchada
pelo pecado.
Auxiliada
pelo Espírito Santo, com muita sabedoria, ela permaneceu fiel ao seu voto e ao
seu compromisso; até que as autoridades, vendo que não podiam vencê-la pela
ignorância, mandaram, então, degolar a jovem cristã. Ela perdeu a cabeça, mas
não o coração, que ficou para sempre em Cristo.
Santa Inês
tem uma basílica que foi consagrada a ela no lugar onde foi enterrada.
Santa Inês, rogai por nós!
Reflexão
Ao
levantar-se, faça uma oração a Deus, agradecendo-lhe pelo boa noite de sono,
por mais
um dia de vida, pelo trabalho de onde retira o sustento da família.
Agradeça
antecipadamente pelas pessoas que vai encontrar, pelos colegas de trabalho e
por todos os que convivem com você.
Não se
esqueça também de agradecer pelos momentos de alegria e também de dificuldades.
Da janela
de seu quarto, admire o nascer do dia, respire fundo e louve a Deus por tudo.
Meditação
Louve a
Deus em todas as circunstâncias pelo que ele é e faz para o bem de todos.
Confirmação
“Louvai ao
Senhor, pois ele é bom, pois eterno é seu amor”
(Sl
136[135],1).
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