05 fev – No entusiasmo do nosso zelo,
devemos pensar em não perder a coragem se nos defrontarmos com os obstáculos
repentinos que nos fazem recordar, num instante, o quanto somos miseráveis. (L 31). São Jose Marello
Marcos 6,53-56
"Jesus e os discípulos atravessaram o lago e chegaram à região de Genesaré, onde amarraram o barco na praia. Quando desceram do barco, o povo logo reconheceu Jesus. Então, eles saíram correndo por toda aquela região, começaram a trazer os doentes em camas e os levavam para o lugar onde sabiam que Jesus estava. Em todos os lugares aonde ele ia, isto é, nos povoados, nas cidades e nas fazendas, punham os doentes nas praças e pediam a Jesus que os deixasse pelo menos tocar na barra da sua roupa. E todos os que tocavam nela ficavam curados."
Meditação:
O lugar onde Jesus está é o local aonde as coisas acontecem, por isso, nós
agimos com sabedoria quando buscamos coerentemente estar presentes nos
ambientes em que se vivencia o Evangelho.
Muitas pessoas pregam que todos os caminhos considerados bons nos levam a ter
uma experiência com Deus, porém, quando conhecemos a Jesus e temos acesso a Sua
Palavra nós descobrimos que Ele é o Único Caminho que nos leva ao Pai.
Esta experiência com Jesus nos faz ter um conhecimento Dele e do Seu amor que
cura, que liberta e que dá sentido a tudo, até ao nosso sofrimento.
Assim como no tempo
Este pequeno relato é uma síntese, formada por três elementos
fundamentais no ministério de Jesus: a pregação, o anúncio da Boa Nova, a cura
das enfermidades e os exorcismos, a libertação dos oprimidos por espíritos
imundos ou espíritos do mal. O texto narra que os moradores de Genesaré
reconheceram Jesus assim que chegou no lugar.
Será que conseguimos dimensionar o tamanho do desespero dessas
pessoas? Conseguimos imaginar o quanto a pessoa de Jesus fazia renascer a
esperança em quem já se dava por vencido, derrotado, desiludido? Entretanto é
preciso destacar um fato que antecede toda essa narrativa de hoje.
Um pouco antes das pessoas praticamente se acotovelassem POR TÊ-LO
RECONHECIDO ao aportar, seus próprios discípulos, momentos antes, não o haviam
reconhecido caminhar pelas águas durante o mar revolto.
As pessoas SIMPLES e as mais SEDENTAS conseguem reconhecê-lo com
maior facilidade em suas vidas do que aqueles que andam ao “seu lado”.
Os SIMPLES sempre foram exaltados POR Jesus. São pessoas cuja
fé parece cercá-los, torná-los repletos… conseguimos ficar bem perto deles
mesmo no olho da tempestade. Geralmente são pessoas serenas, sorridentes,
espontâneas que muitas vezes não tiveram as oportunidades que tivemos de
estudar; vêem beleza onde vemos falhas; conseguem ver Deus mesmo acamadas,
doentes, limitadas… Nas missas tentam ajudar no que podem; muitos são
desafinados ao cantar (mas para Deus isso pouco interessa), e o que melhor os
caracteriza é que raramente caem! Passam-se anos e anos e olha ele (a) lá
ainda!
Os SEDENTOS buscam por algo que a sacie! Isso parece óbvio, mas o fazemos? Os sedentos
não são aqueles que esperam o maná cair do céu e sim que como Moisés “rufam” o
cajado na rocha e fazem brotar água pela fé em Deus.
Os que tem sede são aqueles que cercam o Senhor de todos os lados e
dele se revestem; são pessoas que abandonam as vaidades, as picuinhas, as
discussões de lado e abraçado ao irmão que discorda, continuam a caminhar
juntos; são aqueles que batem boca pelo caminho, mas não desistem de caminhar
naquela direção.
Sedento não é aquele que mortifica sua alma na quaresma em busca
de um milagre que novamente o torne puro, mas aquele que purifica sua alma na
quaresma e faz o tempo comum um milagre; sedentos são aqueles que ainda têm a
“roupa de missa”; que não trocam um encontro semanal com o Senhor, que insistem
mesmos cansados, a rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria antes de dormir; são
aqueles que ainda acreditam na catequese, na crisma, no casamento. Sedento não
é o que apenas planta, é o que zela, cuida, monitora, (…) mesmo que veja outra
colher.?
Tem uma canção que resume esse sentimento sobre quem conseguirá reconhecer o
Senhor ao vê-lo chegar: “(…)
Senhor, quem entrará no santuário pra te louvar? Quem tem as mãos limpas, e o
coração puro, quem não é vaidoso, e sabe amar…”.
Cada dia mais, as relações humanas vêm se tornando
superficiais, formais; as pessoas se comunicam pela internet, telefone, mas
quando a conversa é olho no olho, as palavras somem.
Nesta Palavra de hoje, Jesus deixa-se tocar, Ele vai na ferida de todos que o
buscavam, sem medo, sem restrições. Doentes, marginalizados, excluídos, todos
queriam chegar perto daquele Homem que não discriminava, mas ao contrário,
acolhia a todos dando-lhes a cura e mais que isso, oferecia-lhes a libertação
do mal que os retirava da sociedade, pois naquela época os doentes eram vistos
como os castigados por Deus, pelos seus pecados ou pecados de seus
antepassados.
Jesus mostra que devemos ir para o meio da multidão, tocar as pessoas, mostrar
afetuosidade; hoje em dia, nas escolas os professores são proibidos de tocar
nos alunos, os chefes não se aproximam de seus funcionários, porque tudo é
muito distorcido e para a sociedade que se acostuma cada vez mais com o
virtual, o toque muitas vezes é interpretado com malícia.
Se Jesus vivesse nos tempos de hoje, Ele certamente se deixaria ser tocado por
prostitutas, travestis, moradores de rua e mais uma vez seria mal interpretado,
julgado erroneamente.
Não podemos deixar a frieza limitar nosso comportamento. Precisamos
"chegar junto" daquele que sofre, seja com um abraço, com um tapinha
nas costas, uma palavra de força, mas sempre utilizando a generosidade de
nossos atos para abençoar, curar, perdoar.
O Cristo que é verdadeiro Homem viveu os sentimentos humanos e se compadeceu e
Ele que também é verdadeiro Deus, amou com Amor divino, curando a todos que o
buscavam com fé.
Que o Senhor nos dê a Graça de ir além das relações superficiais, que nos dê a
sensibilidade de se aproximar dos irmãos que necessitam de um toque de Amor.
Propósito: Demonstrar, pela vida, que o amor de Deus se revela no amor ao próximo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário