27 fev - Ao sofrer por vontade de Deus em alguns de seus membros, a Congregação reflorescerá com maior saúde em todo o corpo. (L 167). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 23,1-12
"Depois, Jesus falou às multidões e aos discípulos: "Os escribas e os fariseus sentaram-se no lugar de Moisés para ensinar. Portanto, tudo o que eles vos disserem, fazei e observai, mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. Amarram fardos pesados e insuportáveis e os põem nos ombros dos outros, mas eles mesmos não querem movê-los, nem sequer com um dedo. Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros, usam faixas bem largas com trechos da Lei e põem no manto franjas bem longas. Gostam do lugar de honra nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, de serem cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de 'rabi'. Quanto a vós, não vos façais chamar de 'rabi', pois um só é vosso Mestre e todos vós soeis irmãos. Não chameis a ninguém na terra de 'pai', pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. Não deixeis que vos chamem de 'guia', pois um só é o vosso Guia, o Cristo. Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado. "
Meditação:
O
evangelho de hoje traz uma crítica de Jesus contra os escribas e os fariseus de
seu tempo. No começo da atividade missionária de Jesus, ou doutores de
Jerusalém tinham ido até à Galiléia para observá-lo (Mc 3,22; 7,1).
Incomodados
pela pregação de Jesus, tinham apoiado a calúnia que o apontava como
endemoninhado (Mc 3,22). Durante três anos aumentou a popularidade de Jesus. Ao
mesmo tempo, cresceu o conflito entre ele e as autoridades religiosas. A raiz
deste conflito estava na maneira como se relacionava com Deus.
Os
fariseus buscavam sua segurança não no amor de Deus para com eles, mas na
observância rigorosa da Lei. Diante desta mentalidade, Jesus insiste na prática
do amor que relativiza a observância da lei e lhe dá o verdadeiro significado.
A
raiz da crítica: "Eles falam, mas não praticam". Jesus reconhece a
autoridade dos escribas e dos fariseus. Eles ocupam a cátedra de Moisés e ensinam
a lei de Deus, mas eles mesmos não observam o que ensinam.
Eis,
portanto, o alerta para o povo: "Deveis fazer e observar tudo o que eles
dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam". É uma
crítica terrível! Imediatamente, como num espelho, Jesus aponta alguns aspectos
da incoerência das autoridades religiosas.
Olhar
no espelho para fazer uma revisão de vida. Jesus alerta os discípulos para o
comportamento incoerente de alguns doutores da lei.
Meditando
nestas incoerências, é conveniente pensar não aos fariseus e aos escribas
daquele tempo já ultrapassado, mas a nós mesmos e às nossas incoerências:
amarram pesados fardos e os colocam sobre os ombros das pessoas, mas eles não
os movem; fazem suas ações para serem admirados; amam os lugares de destaque e
também serem chamados de doutores. Os escribas gostavam de entrar nas casas das
viúvas e rezar longas orações para receber dinheiro em troca! (Mc 12,40)
Todos
nós somos irmãos. Jesus pede ter uma atitude bem diferente. Em lugar de
usar a religião e a comunidade como meios de autopromoção para se apresentar
mais importantes diante dos olhos dos outros, ele pede não usar o título de
Mestre, Pai e Guia, porque um só é o Guia, o Cristo; só Deus no céu é Pai, e
Jesus é Mestre. Todos vós sois irmãos. É esta a raiz da fraternidade que nasce
da certeza que Deus é nosso Pai.
O
resumo final: o maior seja o menor. Esta frase é o que caracteriza seja o
ensino seja o comportamento de Jesus: "O maior dentre vós deve ser aquele
que vos serve. Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será
exaltado" (Mc 10,43; Lc 14,11; 18,14).
Reflexão Apostólica:
É
em Jesus que Deus convoca os homens para uma nova aliança, simbolizada pela
festa de casamento. Os que rejeitam o convite são aqueles que se apegam ao
sistema religioso que defende seus interesses e, por isso, não aceitam o chamado
de Jesus. Estes serão julgados e destruídos juntamente com o sistema que
defendem.
O
convite é dirigido então aos que não estão comprometidos com tal sistema, mas,
ao contrário, são até marginalizados por ele. Começa na história novo povo de
Deus, formado de pobres e oprimidos. Porém, mostram que até mesmo estes últimos
serão excluídos, se não realizarem a prática da nova justiça (traje da festa)
Jesus compara o reino dos céus com uma festa de casamento na qual foi preparado
um grande Banquete e para onde foram convidadas muitas e muitas pessoas de
todos os tipos. É o Banquete da Salvação, da participação da mentalidade
evangélica!
Este convite para participarmos do reino dos céus e, conseqüentemente do
banquete da salvação que Jesus veio nos oferecer, nos é feito a todo o momento
em que vivemos aqui na terra.
No entanto, muitas são as desculpas que nós damos para não nos fazermos
presentes. As ocupações, as preocupações, os negócios, as festas, a família, os
divertimentos nos roubam de Deus e do Seu reino.
De diversas maneiras o Senhor tem insistido conosco e, se não atendemos ao seu
chamado, corremos o risco de que chegue o dia em que talvez nem tenhamos mais chance
de sermos convidados. Outros ocuparão o nosso lugar.
Para atender ao convite do Senhor, não nos basta apenas ir e estar presente.
Teremos, ao mesmo tempo, de assimilar a mentalidade do Evangelho, vestir a
veste branca dos ensinamentos do Senhor, porque do contrário, destoaremos.
Precisamos assumir de coração o nosso lugar na festa.
Quantas pessoas nós encontramos no meio da comunidade ou da Igreja que teimam
em não acolher os mandamentos de Deus e têm a sua concepção própria servindo
muitas vezes de pedra de tropeço para outros que desejam seguir as práticas
evangélicas.
Neste caso, apesar de estarmos presentes de “corpo” poderemos ser enxotados e
não haver mais lugar para nós dentro do reino.
Quando
aceitamos o convite de Jesus para participar do Seu reino precisamos nos
desvencilhar de todos os nossos conceitos e preconceitos e nos deixar guiar
pelo Espírito Santo que nos vestirá com a veste da santidade de Deus.
Será que você também não é como este homem da veste diferente que a todo
momento se posiciona contrário e dá testemunho falso dentro da sua família ou
comunidade? Perceba como são as suas reações e veja se você precisa se emendar.
Propósito:
Pai,
reveste-me de humildade e simplicidade, para que eu seja disponível para servir
o meu próximo,
na mais pura gratuidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário