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FEVEREIRO - Nós sabemos por experiência que, no momento oportuno, as
dificuldades desaparecem, muda o ânimo de quem as provocava e a obra de Deus
prossegue abençoada com novos favores. (L 253). SÃO
JOSE MARELLO
Mateus 25,31-46
"Jesus terminou, dizendo:
- Quando o Filho do Homem
vier como Rei, com todos os anjos, ele se sentará no seu trono real. Todos os
povos da terra se reunirão diante dele, e ele separará as pessoas umas das
outras, assim como o pastor separa as ovelhas das cabras. Ele porá os bons à
sua direita e os outros, à esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua
direita: "Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam
o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo. Pois eu
estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era
estrangeiro, e me receberam na sua casa. Estava sem roupa, e me vestiram;
estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram me visitar."
- Então os bons perguntarão:
"Senhor, quando foi que o vimos com fome e lhe demos comida ou com sede e
lhe demos água? Quando foi que vimos o senhor como estrangeiro e o recebemos na
nossa casa ou sem roupa e o vestimos? Quando foi que vimos o senhor doente ou
na cadeia e fomos visitá-lo?"
- Aí o Rei responderá:
"Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando vocês fizeram isso ao mais
humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram."
- Depois ele dirá aos que
estiverem à sua esquerda: "Afastem-se de mim, vocês que estão debaixo da
maldição de Deus! Vão para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus
anjos! Pois eu estava com fome, e vocês não me deram comida; estava com sede, e
não me deram água. Era estrangeiro, e não me receberam na sua casa; estava sem
roupa, e não me vestiram. Estava doente e na cadeia, e vocês não cuidaram de
mim."
- Então eles perguntarão:
"Senhor, quando foi que vimos o senhor com fome, ou com sede, ou como
estrangeiro, ou sem roupa, ou doente, ou na cadeia e não o ajudamos?"
- O Rei responderá: "Eu
afirmo a vocês que isto é verdade: todas as vezes que vocês deixaram de ajudar
uma destas pessoas mais humildes, foi a mim que deixaram de ajudar."
E Jesus terminou assim:
- Portanto, estes irão para o
castigo eterno, mas os bons irão para a vida eterna."
Meditação:
No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina sobre o Juízo final. Aqui,
Mateus usa o gênero literário apocalíptico, a vinda gloriosa do Filho do Homem,
com um julgamento terrível, ao estilo do livro de Daniel (Dn 7,13; 12,2). Com
esta roupagem literária, ele fala da realidade a ser vivida atualmente.
É uma realidade inegável, que o último dia chegará, quando o Senhor vier pela
segunda vez, não mais como o Messias, mas como o justo Juiz de todas as nações.
Embora, este Evangelho se refira ao Julgamento Universal, não devemos esquecer
que cada um de nós teremos, o que se chama, o Julgamento pessoal. Ambos estão
intimamente ligados. Talvez você se pergunte o "por quê", e a
resposta se encontra justamente nas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo.
Muito claramente, Ele ressalta a importância de todos os cristãos, durante a
sua vida terrena, não apenas desejar, mas esforçar-se por alcançar a fé com
obras (Tg 2,14-24).
Significa que a vida cristã é uma constante e inabalável certeza de que somos
filhos de Deus e de que, ao fim do caminho se receberá a recompensa, de acordo
com a promessa de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme a sua palavra: «Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse
do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo» (Mt
25,34). E como o Senhor ainda diz:«"O
céu e a terra passarão, mas a minha palavra não passará» (Mt 24,35),
isso nos indica que não devemos ter a menor dúvida de que assim será, porque
Deus é Deus e jamais volta atrás, e que cumpre a sua promessa.
Entretanto, aqui surge a pergunta: como conseguiremos ser partícipes do Reino
dos Céus? Já escutaram as santas palavras de nosso amado Senhor Jesus Cristo,
ao mostrar
Ele diz: «Em
verdade eu vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos
mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes». (Mt 25,
40).
Quem, então, em seu perfeito juízo, faria mal ao seu semelhante?
Creio que ninguém. Mas o Senhor põe ênfase, quando diz: «ao menor dos meus irmãos»,
ao mais desvalido, faminto, sedento, desnudo, sem abrigo, prisioneiro, e outras
carências mais. É a este irmão que sofre, não somente as privações materiais,
mas também as espirituais, a quem nós, cristãos, devemos ajudar e acompanhar.
Na medida de nossas possibilidades ou com maiores esforços, se
necessário, façamos tudo o que for possível, e ainda mais por aqueles
desditados e sofridos.
Estas são as obras que acompanham a nossa fé. Isto o que que ficará,
como disse na homilia anterior, evidenciado ante o Justo juiz, Cristo nosso
Senhor e Deus, no momento de nosso julgamento pessoal.
Na «sabedoria» popular há um ditado que diz: «Obras são gestos de amor e não boas razões»; e
é, nada mais nada menos, o que se recolhe dos ensinamentos do Senhor
Esta é a equação: Fé +
Obras = Amor. Esta é a chave para nossa salvação, pois «de tal modo Deus amou o mundo, que lhe
deu seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a
vida eterna» (Jo 3, 16).
Deus se dá a nós por puro amor, e nós, de nossa parte, demo-nos
também a Ele através de nosso próximo sofredor pois, é especialmente nele onde
está presente Cristo.
Se assim o fazemos estaremos cumprindo, não por obrigação, mas por
amor ao mandamento que sintetiza o decálogo: amor a Deus e amor ao próximo. Não
há outro caminho mais seguro que o amor. «Se
eu não tiver caridade, não sou nada». (1Cor 13, 2).
O Senhor nos indica que, aqueles que, sabendo que receberam este grande amor de
Deus durante sua vida terrena, agiram ou agem com rebeldia, como o fazem os
espíritos do mal, seu destino será o mesmo dos demônios, para toda a
eternidade.
Alguns podem pensar que isto é apocalíptico e alarmante (sinal de
secularismo). Bem, se assim pensam, é porque sabem, na profundeza de suas
almas, que não estão trilhando o caminho da salvação. Suas consciências, que é
a voz de Deus, lhes tocam, mas, desgraçadamente, tentam abafá-la.
Não obstante, ainda há tempo, e é já, agora! a oportunidade para todos, os que
estão próximos ou afastados de Deus buscarem garantir seus lugares no Reino dos
Céus. Como?
Cristo nos deu a sua Igreja aqui na terra que está com as portas
sempre abertas para acolher todo aquele que, como o filho pródigo, deseja
voltar ao seio amoroso do Pai Celestial.
É aqui que recebem a cura de seus ferimentos mortais, a libertação
total e o fortalecimento mediante a Palavra de Deus, o seu ensinamento e os
seus santos Mistérios (sacramentos).
Se Deus nos dá tudo, quem poderia ser tão néscio - como o foram as
virgens que consumiram todo o azeite antes da chegada do noivo - de desperdiçar
esta oportunidade única para a salvação e a grande felicidade eterna junto de
Deus? Espero que ninguém.
Cristo nos convida e nos espera de braços abertos, tal como quando os abriu
para se deixar crucificar por nossos pecados e transgressões.
Assim, amorosamente, nos quer estreitar em seu bendito peito,
e sentar-nos com Ele em seu grande banquete, onde estaremos com as vestimentas
mais brilhante do que o sol e com o anel no dedo, símbolo de nossa filiação
divina.
Não é, pois, tempo de inércia; não é tempo de dormir. É tempo de estar em
permanente vigília, pois, disso depende o nosso futuro.
Digamos juntos: «Maran Atha!»
«Vem Senhor Jesus!»
Reflexão Apostólica:
Quem poderá hoje dizer quem estará a sua direita e quem estará a
sua esquerda?
Enquanto cristãos, esperamos um dia encontrar e descansar na graça, portanto
temos um imenso compromisso com a construção do reino e com os que um dia
habitarão essa terra.
Isso difere muitas vezes do que alguns podem pensar, pois temos
irmãos que se prontificariam até em ficar a porta do céu para “selecionar” quem
poderia entrar no céu.
Temos irmãos também que se prontificariam em ficarem as portas do
céu de mãos levantadas e louvando por aqueles que adentrarem, mas infelizmente,
hoje temos também em menor número, pessoas ajudando a arrebanhar as ovelhas
perdidas. É fácil tosquiar a ovelha que está no cercadinho e a que me segue…
Se declarar católico, evangélico, cristão não é atestado de salvação, pois como
vimos esses dias, nem todo que diz “senhor, senhor” chega ao céu…
Reparemos o que diz o comentário desse texto segundo a CNBB: “(…) Jesus nos mostra no Evangelho de
hoje que a verdadeira religião não é aquela que é marcada por ritualismos e
cumprimento de preceitos meramente espirituais, afinal de contas ele não nos
perguntará no dia do julgamento final se nós procuramos cumprir os preceitos
religiosos, mas sim se fomos capazes de viver concretamente o amor”.
Outro contra censo é estar à frente de um trabalho de evangelização e não
acreditar no que prega sendo até assim, mais perigoso que aquele que não
acredita
Quando deparamos com essa informação sacamos a velha frase “faça o que eu falo
e não o que faço” ou aquela outra “não podemos julgar, somos falhos, erramos” …
Reparem o quanto nos protegemos e relutamos em assumir nossas
mazelas. Temos medo de assumir que somos seres
Quanto aos louvores… Muitas vezes tecemos lindas palavras, escrevemos lindos
discursos, mas em outros momentos nosso humano ainda não convertido publica
outdoors de contra testemunho.
É o irmão, o padre, o pastor que “vive na igreja” e não muda o
coração; é aquele que arma um imenso “beiço” quando toma um “não”; é aquela
catequista que vai com o “cofrinho” de fora; é o jovem bobo e bêbado no
carnaval pra agradar os amigos; é o pai que fura o sinal vermelho; é a mãe que
compete com sua filha de 15 anos; (…). Como convencer alguém com palavras se
respondo com os gestos que minha vida ainda não acredita nelas?
Hoje o mundo oferece igrejas “a la carte”, onde em qualquer esquina se promete
tudo que é imaginário a atender nossos desejos. O que essas “igrejas” ainda não
ofereceram o Google oferta a resposta.
Um líder, uma liderança que não sabe acolher, que justifica seus atos
contraditórios em relação a sua fala, faz aproximar os que têm dúvidas, dessas
falsas igrejas que se “empenham” a dar o que eles querem ouvir.
A teologia da prosperidade só tem tantos adeptos, pois nossa fala de desapego
não combina com o ser apegado a riqueza e ao luxo que renegamos abandonar… Como
entender alguém cristão ser maçom?
Quero ficar a direita ou à esquerda? Concorda que temos muito ainda por fazerem
nós? Enquanto alguns ficam aqui zelando as do cercadinho, alguém tem que ir lá
fora buscar na chuva quem não voltou ainda! Pior ainda é aquele que se põe no
cercadinho como vítima apenas para não ter que de fato mudar. “Eu afirmo a vocês que isto é verdade:
todas as vezes que vocês deixaram de ajudar uma destas pessoas mais humildes,
foi a mim que deixaram de ajudar.”
Somos chamados a converter-nos à simplicidade e à confiança na
vida, abandonando o medo adulto do fracasso, do desprestígio e da pobreza.
Somos chamados à fraternidade, à partilha e à comunhão com os irmãozinhos
empobrecidos e carentes.
Propósito: Ter os olhos abertos e
um coração aberto e uma mão aberta para dar ajuda, para servir outras pessoas.
Transformação
O colunista Sydney Harris (EUA)
acompanhava um amigo à banca de jornal.
O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas como retorno recebeu
um tratamento rude e grosseiro.
Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, o amigo de Sydy sorriu
atenciosamente e desejou ao jornaleiro um bom final de semana.
Quando os dois amigos desciam pela rua, o colunista perguntou:
– Ele sempre te trata com tanta grosseria?
– Sim, infelizmente é sempre assim.
– E você é sempre tão atencioso e amável com ele?
– Sim, sou.
– Por que você é tão educado, já que ele é tão rude com você?
– Porque não quero que ele decida como eu devo agir. Nós somos nossos “próprios
donos”. Não devemos nos curvar diante de qualquer vento que sopra, nem estar à
mercê do mau humor, da mesquinharia, da impaciência e da raiva dos outros. Não
são os ambientes que nos transformam… somos nós que transformamos os ambientes…
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