27 abril - É preciso voltar ao catecismo, o livro por
excelência, que contém uma verdade, um conselho, um ensinamento para todos: aos
reis ensina a arte de governar e ao povo delineia os princípios de igualdade e
de liberdade; ao poder legislativo fornece os critérios da legislação; orienta
o funcionário na administração dos bens públicos; aponta aos magistrados os
caminhos da justiça; revela ao operário a honestidade no trabalho; garante ao
rico seus direitos de propriedade e ao pobre assegura o pão cotidiano da
caridade. (L 25). São José marello
"Se me
conhecestes, conhecereis também o meu Pai. Desde já o conheceis e o tendes
visto". Filipe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos
basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto tempo estou convosco, e
não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: 'Mostra-nos
o Pai'? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras
que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim,
realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está
Meditação:
O
diálogo de Jesus com os discípulos revela o contraste que há entre a imagem de
Deus, recebida da oficialidade religiosa por estes homens e mulheres de seu
tempo, e a que estão recebendo agora, por meio de Jesus. E fica o manifesto de
que não é nada simples para eles estabelecerem com toda clareza de que lado se
encontra a imagem genuína de Deus.
É que em todas as épocas da história humana e, especialmente no que concerne à
dimensão religiosa, sucede sempre um fenômeno muito especial: enquanto Deus
busca se revelar sempre de modo mais patente e claro, os “funcionários” da
religião sempre encontraram a maneira de estabelecer barreiras e impedimentos
que evitem essa aproximação direta e simples de Deus.
Pois bem, em Jesus se manifesta esse desejo terno de Deus caminhar ombro a ombro com seus filhos e filhas, de revestir-se de humanidade, sem temor de perder sua dignidade divina; mas é tão absolutamente humano que talvez por isso os discípulos não possam captar essa presença.
Senhor
mostra-nos o Pai, e isso nos basta! Esta foi a preocupação de Filipe no Engelho
de hoje e pode ser a de muitos diante de uma situação sem solução humanamente
falando. Jesus, no quarto evangelho, fala freqüentemente da sua relação com o
Pai, da sua união com Ele, pelo fato de ter sido enviado por Ele.
Mas
esse desejo estava em contradição com aquilo que já nos aparece no prólogo de
João: A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigênito, que é Deus e está no seio
do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer (Jo 1, 18). Mas os discípulos não
souberam reconhecer na presença visível do seu Mestre as palavras e as obras do
Pai porque, para ver o Pai no Filho, é preciso acreditar na união recíproca que
existe entre ambos.
Só
pela fé se reconhece a mútua imanência entre o Jesus e o Pai. Por isso, a única
coisa que havemos de pedir é a fé, esperando confiadamente esse dom. Jesus ao
apelar para a fé, apóia os seus ensinamentos em duas razões: a sua autoridade
pessoal, tantas vezes experimentada pelos discípulos, e o testemunho das suas
obras.
A
obra de Jesus, inaugurada pela sua missão de revelador, é apenas um começo. Os
discípulos hão-de continuar a sua missão de salvação, farão obras iguais e
mesmo superiores às suas. Jesus quer mesmo dar coragem, aos seus e a todos os
que hão-de acreditar n´Ele, para que se tornem participantes convictos e
decididos na sua própria missão.
Eu estou no Pai e o Pai está
Pai,
que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus, expressão consumada de teu amor
misericordioso por todos os que desejam estar perto de ti.
Reflexão Apostólica:
Como
vimos, no Evangelho de hoje, Jesus enfatiza aos seus discípulos que já conhecem
o Pai porque o tinham visto e conhecido a ele. Esta afirmação provoca a
intervenção de Felipe: “mostra-nos o Pai”.
Sabemos
que se trata de um recurso pedagógico empregado pelo autor do quarto evangelho
para aprofundar um tema teológico dando-lhe a relevância necessária.
Jesus
interpela a Felipe com o mesmo tema que em passagens anteriores veio trabalhando:
ele e seu Pai são uma mesma realidade.
Entre
eles existe uma comunhão tão íntima, tão profunda que aquele que vir a Jesus –
o Filho – vê o Pai. Mas o assunto é ainda mais profundo: crer em Jesus é crer
nas obras que ele realiza como provenientes do Pai.
Por
sua vez, quem crê em Jesus é chamado a realizar suas mesmas obras, e inclusive
maiores. De tal forma que a fé em Jesus não é uma simples adesão, mas implica
um modo de agir segundo a ação do Pai revelado na pessoa de Jesus.
O
verbo “conhecer” não se refere à ação de ver e gravar uma imagem na memória,
mas, sobretudo, ao desejo profundo de experimentar Jesus em nossa vida e de
aderirmos sem desculpas a seu projeto de anunciar o reino de Deus. Em outras
palavras, conhece a Deus e a Jesus quem faz a vontade do Pai.
Do
mesmo modo que Filipe são muitos os que pensam que conhecem Jesus porque o
visitam nos templos e lá rezam. Na prática, porém, não o conhecem realmente porque
sua vida é dominada por atitudes egoístas, injustas ou violentas.
Poderíamos
dizer que a fé e as obras nos permitem conhecer Jesus e o Pai, mas também são
nossas obras que permitem que Jesus e o Pai nos conheçam. A fé e as obras são o
eixo em torno do qual deve girar a vida cristã.
Quando
rezarmos, devemos fazê-lo em nome de Jesus. Assim sentiremos a glória de Deus
como um cinzel que, com nossa colaboração, vai esculpindo sem descanso um mundo
com rosto alegre, fraterno e justo.
Temos
nosso olhar do coração fixo nas ações de Jesus, para que realizemos as obras do
Pai? Agimos em nome do Pai, ou pretendemos fazer nosso próprio capricho
utilizando o nome de Deus?
Propósito:
Pai, que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus,
expressão consumada de teu amor misericordioso por todos os que desejam estar
perto de ti.
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