16 abril - Nossa boca esteja sempre repleta dos louvores de
Deus, começando aqui na terra o hino de louvor e de ação de graças que
esperamos continuar eternamente no Céu. (S 355). São José Marello
João 6,30-35
"Eles disseram: - Que
milagre o senhor vai fazer para a gente ver e crer no senhor? O que é que o
senhor pode fazer? Os nossos antepassados comeram o maná no deserto, como dizem
as Escrituras Sagradas: "Do céu ele deu pão para eles comerem." Jesus
disse: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: não foi Moisés quem deu a vocês
o pão do céu, pois quem dá o verdadeiro pão do céu é o meu Pai. Porque o pão
que Deus dá é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.
- Queremos que o senhor nos
dê sempre desse pão! - pediram eles.
Jesus respondeu: - Eu sou o
pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais
terá sede."
Meditação:
O
Discurso do Pão da Vida não é um texto a ser discutido e dividido, mas meditado
e lido e relido muitas vezes. Por isso, também se não se compreende bem, não
existe motivo de preocupação.
Um texto destes, é preciso lê-lo, meditá-lo, rezá-lo, pensá-lo, lê-lo
novamente, repeti-lo, voltar mais uma vez sobre ele. Quem lê superficialmente o
quarto Evangelho pode ter a impressão que João repete sempre a mesma coisa.
Lendo com mais atenção, percebe-se que não se trata de repetição. O autor do
quarto Evangelho tem seu modo de repetir o mesmo tema, mas num nível cada vez
mais alto e profundo. Parece uma escada a caracol. Girando, chega-se ao mesmo
ponto, mas a um nível mais alto e profundo.
O tema central deste capítulo seis do evangelho de João é o "pão",
apresentado como expressivo símbolo da pessoa de Jesus.
Após
o gesto de Jesus de partilhar o pão com a grande multidão, João apresenta um
longo diálogo seu, já em Cafarnaum, com a multidão que o procura, com os judeus
e os discípulos. A partir do pão, Jesus comunica o sentido de sua missão e de
sua vida.
A multidão segue sem entender o sentido profundo dos sinais realizados por
Jesus; não entendem seu trabalho no mundo já que “não viram o sinal”.
As
pessoas que iam atrás de Jesus queriam ver coisas extraordinárias para poder
crer. Segundo essas pessoas, ninguém mais tinha feito algo tão maravilhoso como
Moisés no deserto, quando alimentou o povo com maná. Entretanto, e apesar de
ser algo tão extraordinário segundo sua mentalidade, seus antepassados
morreram.
Não seria verdadeiramente maravilhoso e extraordinário se o maná os tivesse
tornado imortais? Jesus corrige o erro de seus opositores. Não foi Moisés, mas
o Pai quem lhe deu o pão do céu. Entretanto, não era esse o pão definitivo; por
isso “morreram”. Quem verdadeiramente dá a vida é o próprio Jesus.
Os
ouvintes não entenderam muito bem o que queria dizer Jesus, mas eles seguiram
com a idéia de um milagre que os fizesse imortais.
Em seu evangelho, João não fala em "milagres". Os gestos de Jesus são
"sinais" de uma realidade maior revelada pelo Pai, através dele.
O
grande sinal recente foi o da partilha dos pães. Os sinais apontam para as
obras de Jesus, que é o pão que desce do céu. Estas obras consistem em fazer a
vontade do Pai, que é dar vida, e vida eterna, ao mundo.
Os que ouvem Jesus pedem deste pão para sempre. Eles pensam no pão que é o
simples alimento do dia a dia. Jesus se revela como o pão da vida.
Ir
a Ele, é alimentar-se deste pão. Jesus foi todo ele doação, serviço e amor a
todos. Na comunhão com Jesus e com os irmãos encontramos a vida eterna.
As perguntas suscitadas entre o povo evidenciam sua falta de fé, eles buscam
Jesus como um homem com poder, mas não o percebem como Filho de Deus, como o
Revelador do Pai; por isso exigem dele sinais milagrosos para crer, tanto é
assim que as pessoas insinuam que seus milagres são inferiores aos realizados
por Moisés, pois este não deu de comer a uma multidão apenas uma vez, mas
durante muitos dias no deserto.
O pão que comeram os antepassados desse grupo de judeus não foi dado por
Moises, mas por Deus, que agora se da através de seu Filho.
Muito
rapidamente, lhe pedem: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. E esse é o momento
propicio para Jesus, para se revelar como o pão verdadeiro: “Eu sou o pão da vida”. Pão
que não deve ser consumido como alimento mágico, como pensam os ouvintes de
Jesus, mas sim um pão que deve ser assimilado, pela vivencia e imitação.
Jesus
é o verdadeiro pão, o alimento que mantém o ser humano sujeito à vida. Ele é
quem realmente conduz o povo para a terra prometida, para uma vida abundante.
Para que seja assim, é preciso crer em Jesus, ter fé Nele e aceitá-lo como
verdadeiro pão da vida, como aquele que alimenta constantemente nossa
esperança.
Fome de pão, fome de Deus. Qual das duas predomina em mim? Jesus disse: "Eu sou o pão da vida".
Ele tira a fome e a sede. Que experiência tenho disso em minha vida?
Reflexão Apostólica:
Os milagres não eram a principal ação de Jesus. Ele fazia questão
de deixar claro isso, mas o apego ao visível obscurecia a graça invisível. O
povo de Cafarnaum, bem como da Judéia não havia entendido que a mensagem se
sobrepõe ao tocável, e de fato não entenderiam visto que culminou com a ida de
Jesus para a cruz.
Esse apego ainda perdura até nossos dias e parece ser nosso. Parece ser algo
que precisamos constantemente para reafirmar nossas convicções de fé.
Poderíamos chamar isso de carência da nossa natureza humana?
Por vezes vi e teci comentários bem delineados sobre a falta de fé de são Tomé
quando condicionou sua crença a tocar nas cicatrizes de Jesus, mas por vezes
também somos assim.
Partindo dessa afirmação notamos a dimensão que tem o nosso
testemunho de vida e oração. Somos reflexos do criador, mas nós BUSCAMOS OS
MILAGRES OU A PRESENÇA DE JESUS?
Todos conhecem ou já ouviram falar o contexto cristão da expressão “O EXEMPLO
ARRASTA”. Ela se aplica bem ao evangelho de hoje.
Se nos apegamos aos milagres extraordinários não conseguiremos
convencer ninguém dos ordinários. Se como liderança, coordenador, ministro,
catequista, (…) me apego ao visível, como convencerei as pessoas que caminhem
sobre as águas?
Temos por acaso conhecimento ou conhecemos o trabalho feito pelos Intercessores
da RCC e das ENS (inclusive Equipes Orantes)? Conhecemos algo da dinâmica desse
ministério de serviço?
No caso da RCC, grosso modo, elas (porque geralmente são mulheres)
e nas ENS, os casais, ficam de fora do que acontece nos grandes encontros;
revezam-se na presença do Senhor, seja Ele eucarístico ou contemplativo na
oração, durante horas e horas. Pouco os vemos, pouco assistem dos encontros,
mas não deixam de acreditar.
Uma viúva intercessora, que também faz parte de um Grupo das CNSE, diz com
muita simplicidade (ou seria sabedoria?) que a presença de Jesus sentida já
vale por tudo.
Talvez seja essa a fonte da fortaleza dessas pessoas iluminadas.
São difíceis de serem vistas tristes. A idade talvez já se faça injusta, mas os
joelhos ainda estão dispostos a tocar o chão por quem precisa. Será que era
isso que Jesus quis dizer no evangelho de hoje? “(…) Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá
fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
Alguém poderia perguntar: Mas eu conheço um monte de Intercessores que vivem
reclamando disso e daquilo! Mas é claro que reclamam, elas são humanas! Sofrem
com a idade, tem saudade, ficam doentes, (…) por que seriam diferentes? O que
enalteço é a forma devocional e respeitosa que se apresentam ao Senhor. “A sua
presença basta” ou como diriam os discípulos de Emaús: Fica conosco Senhor!
Buscar o Senhor apenas por interesse é voltar a viver do maná que caía do céu.
Amar o Senhor sobre todas as coisas não é por acaso que é o primeiro mandamento.
Nosso Deus é um ser amoroso e compassivo e como diria Isaias: “busquemos enquanto Ele se deixa encontrar”.
Propósito: Alimentar do Pão da
Vida, pela intercessão daqueles que nos cercam e necessitam.
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