13 abril - Reze, reze e reze! Não sei recomendar-te outra coisa, pois sei que o demônio nos tenta mais do que nunca e nos agride por toda parte. Não há melhor maneira de vencê-lo. (L 33). Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São João 6,16-21
"De tardinha, os discípulos de Jesus desceram até o lago. Subiram num barco e começaram a atravessar o lago na direção da cidade de Cafarnaum. Quando já estava escuro, Jesus ainda não tinha vindo se encontrar com eles. De repente, um vento forte começou a soprar e a levantar as ondas. Os discípulos já tinham remado uns cinco ou seis quilômetros, quando viram Jesus andando em cima da água e chegando perto do barco. E ficaram com muito medo.
Mas Jesus disse: - Não tenham medo, sou eu! Então eles o receberam com prazer no barco e logo chegaram ao lugar para onde estavam indo."
Meditação:
Quando o povo quer
fazer de Jesus um rei, ele se retirou sozinho para um lugar alto. A montanha,
na Bíblia, é o lugar da experiência de Deus.
Por outro lado, os discípulos, decepcionados por Jesus não ter aceito a
proposta de poder oferecida pelas pessoas (talvez instigadas pelos próprios
discípulos), não sobem ao monte com Jesus, mas “descem ao lago e sobem em uma
barca, indo para Cafarnaum”.
Não compreenderam o projeto de Jesus que propõe a igualdade como princípio de
vida. Deixam a terra estrangeira onde estavam (6,1) e regressam ao país
judaico.
São nacionalistas ferrenhos e não aceitam esse reino que Jesus propõe: a
acolhida de todos em igualdade com o povo eleito.
Em plena travessia do lago anoitece e o mar, símbolo das forças do mal,
embravece. Jesus não está ali e eles têm medo.
O medo é o contrário à fé. Fora do projeto de Jesus entramos na escuridão e até
a natureza se rebela contra a injustiça.
Jesus lhes diz: SOU EU, correspondente ao EU SOU (Yaveh).
Eles o aceitam. Querem que suba na barca, mas eles chegam em terra. Assim que
perdemos o medo e aceitamos Jesus, nossa barca chega a seu porto.
O texto que meditamos ontem faz parte da falsa compreensão que os discípulos
tinham do poder de Jesus. Eles queriam torná-lo rei, pois viam nele um homem
capaz de fazer a verdadeira justiça. Este propósito nacionalista era contrario
à atitude de serviço que Jesus tinha assumido na multiplicação dos pães.
Os discípulos se afastam da luz, embarcando sem Jesus e, sem ele, a
barca-comunidade começa a ser atacada pelas ondas, pois perdeu seu horizonte,
optando por permanecer na ideologia própria do sistema opressor, são
partidários do poder e desejam que Jesus também seja; mas é impossível, pois o
poder, qualquer que seja, submete a liberdade do ser humano e se faz inimigo do
amor.
Somente a presença de Jesus pode erradicar o medo dos discípulos; basta escutar
sua palavra para que os aterrorizados discípulos o reconheçam e cheguem a terra
firme.
Em muitas ocasiões, como Igreja, optamos cegamente pelo poder e reconhecimento,
afastando-nos do amor a Deus e aos irmãos, preferimos "vender" nossa
liberdade ao sistema, por temor de ser julgados. É preciso vencer o medo,
porque o medo é a ausência da liberdade e da fé no Senhor.
Reflexão Apostólica:
Deus sempre nos
antecede, também naquilo que pode nos assustar. Também no inusitado,
inesperado. Assustamo-nos com tantas coisas. Também quando a natureza nos
ameaça com sua força e desafia nossa capacidade de domínio e auto-controle. Foi
assim neste fato do Evangelho.
Jesus chega em nossa
vida “andando sobre as águas”, vencendo as nossas dificuldades empunhando na
mão a vitória que conquistou para nós.
Contudo, nós ainda não acreditamos na Sua intervenção e O confundimos com as
pessoas comuns, por isso, temos medo quando Ele se aproxima.
Meditando neste Evangelho nós percebemos alguns sinais que servem para a nossa
reflexão: Anoitecia e os discípulos desceram ao mar, sozinhos; estava escuro e
durante a travessia soprava um vento forte, por isso o mar estava
agitado.
Os discípulos já tinham remado bastante, mas não conseguiam chegar e Jesus
ainda não tinha vindo ao encontro deles, embora estivesse muito perto!
A margem já estava bem próxima deles, no entanto, eles se angustiavam por causa
do vento. Podemos fazer um paralelo com a nossa vida, quando também o mar está
agitado porque as coisas e os acontecimentos estão fora dos padrões normais, e
nos percebemos na escuridão sem enxergar uma saída para os nossos
problemas.
Já remamos muito, já tentamos tudo, no entanto, não sentimos paz e entramos em
desespero. Se pararmos para pensar, na maioria das vezes que isto acontece nós
também estamos indo para o “mar”, isto é, assumindo compromissos, em hora
imprópria, por nossa conta.
Muitas vezes nós entramos na “barca”, e enfrentamos os trabalhos e tomamos as
decisões sem esperar por Jesus. Não estamos orando, não refletimos a Sua
Palavra e queremos resolver tudo sozinhos (as)!
Assim sendo, remamos por conta própria e a tempestade é conseqüência das nossas
deliberações equivocadas e as coisas não dão certo porque estamos confiando em
nós mesmos (as).
Escolhemos estar sozinhos (as), talvez porque não nos importemos muito em saber
a opinião de Deus, se é hora para ir ou para ficar.
Na maioria das vezes nos antecipamos e traçamos os nossos planos, os nossos
projetos sem esperar pelas sugestões do Espírito Santo que conhece melhor o
caminho pelo qual vamos cruzar.
Então o inesperado acontece: durante o percurso que escolhemos o mar encontra-se
agitado e a tempestade nos surpreende. O vento nos tira do sério e nós ficamos
aflitos (as) e angustiados (as).
Não nos apercebemos, porém que Jesus está por perto e espera que olhemos para
Ele, que confiemos na Sua autoridade sobre as tempestades da nossa vida.
Mesmo que passemos por borrascas não precisamos mais nos angustiar, já estamos
perto da praia, o pior vai passar e Jesus já vem ao nosso encontro, recebe a
nossa barca e a coloca em lugar seguro.
Deixemos Jesus entrar em nosso barco e, com certeza, Ele nos levará para mares
calmos. Deixemos Jesus agir, entreguemos nossos problemas a Ele. Não confiemos
nos homens, confiemos em Jesus pois Ele sempre estará conosco e nunca nos
desamparará.
Mesmo quando o mar da vida estiver agitado, aí, Jesus estará em nossa barca
para nos conduzir. Por isso, amemos esse Deus, entregando-nos de corpo e alma.
Fiquemos 24 horas ligados em Jesus.
Propósito: Oferecer a Jesus o senhorio sobre a minha vida e viver este dia, na fé, como Seu discípulo e missionário.
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