11 abril - Aniversário da aprovação da Congregação pela Santa Sé (1909).
Peçamos com insistência Àquele que, segundo os seus planos, dará
incremento às obras de seus ministros. (L 29). Jose Marello
João 3,31-36
"Aquele que vem de cima é o mais importante de todos, e quem vem da terra é da terra e fala das coisas terrenas. Quem vem do céu é o mais importante de todos. Ele fala daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita a sua mensagem. Quem aceita a sua mensagem dá prova de que o que Deus diz é verdade. Aquele que Deus enviou diz as palavras de Deus porque Deus dá do seu Espírito sem medida. O Pai ama o Filho e pôs tudo nas mãos dele. Por isso quem crê no Filho tem a vida eterna; porém quem desobedece ao Filho nunca terá a vida eterna, mas sofrerá para sempre o castigo de Deus."
Meditação:
Aquele
que vem do céu, Jesus, foi enviado para anunciar as palavras de Deus e dar o
espírito sem medida. Ele está acima de todos. Quem é da terra, sejam profetas,
discípulos ou adversários, só entende segundo suas tradições terrenas.
Embora o evangelho de João tenha, aproximadamente, a mesma extensão que o de
Mateus e de Lucas, o seu vocabulário é bem menor do que o destes dois
evangelhos. Isto porque João costuma repetir as palavras-chave, com retomadas
dos temas fundamentais. João o faz com didática e harmonia, a fim de aprofundar
estes temas.
O evangelho de João sempre usa palavras que se opõem: usa extremos para
ilustrar: luz e trevas, verdade e mentira, coisas da terra e coisas do céu.
Não quer dizer que há duas realidades, uma espiritual e outra material, uma do
corpo e outra do espírito; mas que nesta única história estas realidades
opostas estão presentes e em conflito.
Como dizia um velho cacique falando com seus netos: "Há dentro de nós dois
lobos que lutam. Um quer o bem e o outro quer o mal". Um dos netos
perguntou: "Vovô, qual ganhará?". E o velho respondeu: "Aquele
que você alimentar".
Nós temos que optar por uma dessas realidades. A partir do momento em que o pai
colocou todas as coisas nas mãos de Jesus, somente há a vida diante de nós.
Da parte de Deus só há um sim à vida. Somente quem se nega a crer em tanto amor
e generosidade da parte de Deus fica sem vida. Claro que crer nessa imensa generosidade
significa converter-se e mudar de vida. Sair das trevas e renascer para a luz.
No relato que meditamos hoje existe um elemento que é fundamental na hora de
viver com pertença a experiência de fé em Jesus de Nazaré, este elemento é a
liberdade.
João enfatiza que crer ou não crer não depende de circunstancias externas à
pessoa, mas que depende substancialmente do processo de discernimento que cada
homem e mulher realiza, segundo suas opções e princípios de vida.
Portanto, é preciso compreender o “juízo de Deus” não como ação que procede do
mesmo Deus, mas como um fato que nasce no interior de cada um, pois está claro
que o projeto do Pai é uma proposta e não uma obrigação.
Fica a mercê do ser humano se vincular ou não a esta proposta; se o faz,
significa entrar em uma relação com Deus que conduzirá a uma plena participação
em sua vida e em sua promessa; não fazê-lo equivale a depreciar uma oferta de
amor, a se auto excluir da vida e se auto julgar como um ser que aborrece a
luz.
Como cristão, é importante para nós discernir as razões pelas quais escolhemos
o caminho da luz e, obviamente, expressar essas razões por meio do amor que
recebemos de Deus.
Reflexão Apostólica:
No evangelho de hoje, João, a partir das oposições céu e terra,
crer e não crer, afirma a originalidade e a autenticidade do testemunho de Jesus
em revelar a Boa-Nova de Deus.
Jesus, enviado por Deus, fala das coisas do céu. Porém, Ele dá o
espírito sem medida, que inspira a fé e a compreensão das coisas do alto.
O auge da revelação é o dom da vida eterna a todo aquele que crê
em Jesus, Filho de Deus. E a vida eterna é conhecer a Deus (Jo 17,3), no amor
fraterno vivido na comunidade acolhedora e aberta ao mundo.
Quem tem acompanhado notou que nessa semana estamos enfatizando o poder do
livre arbítrio e as conseqüências dele em nosso dia-a-dia. Hoje o evangelho nos
convida a responder: O que é mais importante? Quem é mais importante?
Deus sempre será o mais importante em nossas vidas. Seu projeto deverá ser o
filtro de nossas decisões, principalmente nas que se referem ao coletivo, às pessoas,
à comunidade.
Seu projeto, apresentado por Jesus, tem como foco a ovelha perdida, o filho
desgarrado, o que perdeu a fé, o desmotivado, o perseguido, o injustiçado, o
pobre, (…). E como isso acontece? Na fidelidade a sua mensagem.
Quem prega ou leva a Palavra de Deus não pode resumir sua fidelidade em apenas
palavras. Quem prega deve se convencer primeiro da mensagem para com
propriedade anunciá-la.
Aqueles que participam, em especial os que coordenam pastorais ou movimentos,
devem abandonar a vaidade e o orgulho. Precisam ver o projeto de Deus sobre o
seu querer individualista. “(…)
Aquele que vem de cima é o mais importante de todos, e quem vem da terra é da
terra e fala das coisas terrenas. Quem vem do céu é o mais importante de todos”.
Precisamos parar de apoiar pessoas ou lideranças que segregam outras pessoas,
não as elegendo, para que o tempo as amadureça; não admitir
pseudo-coordenadores, ligados a esse ou aquele partido político, usarem as
pessoas, principalmente jovens para levantar a sua identidade partidária.
Desaprovar e fraternalmente corrigir pessoas que se declaram
“donos da igreja” que pelo nosso silêncio fazem com que pessoas boas e
empenhadas se afastem do serviço, das nossas comunidades, do nosso convívio.
“(…) Nesta hora, o Senhor
interpela-nos: vives tu, através da fé, em comunhão comigo e, deste modo, em
comunhão com Deus? Ou não estarás porventura a viver mais para ti mesmo,
afastando-te assim da fé? E, por isto, não serás talvez culpado da divisão que
obscurece a minha missão no mundo, que fecha aos homens o acesso ao amor de
Deus?” (Papa Bento XVI)
Precisamos também parar de correr de responsabilidades, pois como diria padre
Zezinho, quando o padre termina missa começa o nosso trabalho. “Vamos em paz e que o Senhor os alcance
e os encontre” tem sido o lema de muitos católicos.
Nós não avançamos mais, pois nos falta coragem. Somos bons em
criticar, mas fracos em dinâmicas de acolhimento; reclamamos da falta de
operários, mas não abrimos as portas da obra. Reclamamos dos atuais
coordenadores, mas não damos nossa cara à tapa para fazer melhor…
Alguns pra tudo usam “no meu tempo era assim”, "no começo era
assim" esquecendo que o tempo passa. Sabemos que algumas coisas
ficam e precisam ficar, mas outras devem ser renovadas. Não podemos temer mexer
com computador, e-mail. Não podemos fugir da informação, da internet, (…).
Alguns anos passado, uma polêmica foi levantada sobre
pulseirinhas multicoloridas nos braços dos jovens e tem gente que diz não saber
por se negar a assistir jornal. Precisamos levar informação para as pessoas,
precisamos nos empenhar em apresentar o projeto de Deus…
Quem é o pobre? É toda criatura que hoje vive longe ou afastado do Senhor e que
ainda não sabe o valor que tem.
Deus nos convida a abrir nosso horizonte de compreensão e ter amor e zelo pelos
peixes que estão hoje fora do aquário – os que estão no mar, no mundo, no
trabalho, em casa, na comunidade… Zelemos do aquário, mas saiamos para pescar!
“(…) Então Jesus chegou perto
deles e disse: Deus me deu todo o poder no céu e na terra Portanto, vão a todos
os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o
que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias,
até o fim dos tempos” (Mt 28, 18-20)
Propósito: Olhar para Jesus,
acolher as Suas palavras e transformá-las
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