24 abril
- Peçamos ao Senhor que nos ilumine para fazermos a sua Vontade. (L 194). São José Marello
João 12,44-50
"Jesus disse bem alto:
- Quem crê em mim crê não
somente em mim, mas também naquele que me enviou. Quem me vê vê também aquele
que me enviou. Eu vim ao mundo como luz para que quem crê em mim não fique na
escuridão. Se alguém ouvir a minha mensagem e não a praticar, eu não o julgo.
Pois eu vim para salvar o mundo e não para julgá-lo. Quem me rejeita e não
aceita a minha mensagem já tem quem vai julgá-lo. As palavras que eu tenho dito
serão o juiz dessa pessoa no último dia.
- Eu não tenho falado em meu
próprio nome, mas o Pai, que me enviou, é quem me ordena o que devo dizer e
anunciar. E eu sei que o seu mandamento dá a vida eterna. O que eu digo é
justamente aquilo que o Pai me mandou dizer."
O Evangelho de hoje nos apresenta a parte final do Livro dos
Sinais, em que o evangelista faz uma avaliação. Muitos acreditaram em Jesus e
tiveram a coragem de manifestar a própria fé, publicamente. Outros discípulos
acreditaram, mas não tiveram a coragem de manifestar publicamente sua fé.
Tiveram medo de serem expulsos da sinagoga. E muitos não
acreditaram: "Apesar de
ter feito tantos sinais diante deles, ele não creram nele. Foi assim que se
cumpriu a palavra do profeta Isaías, quando diz: ‘Senhor, quem acreditou na
nossa palavra? E o braço forte do Senhor a quem se revelou?” (Jo
12,37-38). Após esta constatação, João retoma alguns temas centrais de seu
evangelho.
"Quem crê em mim crê não
somente em mim, mas também naquele que me enviou.". Esta frase
é um resumo do evangelho de João. É o tema que aparece e reaparece de muitas
maneiras. Jesus está unido ao Pai que jamais fala em seu nome, mas sempre em
nome do Pai.
João retoma o que já tinha afirmando no prólogo: "O Verbo era a luz verdadeira que
ilumina todo homem” (Jo 1,9). "A luz brilha nas trevas, mas as trevas não
a receberam " (Jo 1,5). Aqui ele repete: "Eu vim ao mundo como luz, para que todo
aquele que crê em mim não permaneça nas trevas".
Jesus é uma resposta viva aos grandes questionamentos que
movimentam e inspiram a busca do ser humano. É uma luz que ilumina o horizonte.
Faz descobrir o lado luminoso da obscuridade da fé.
Chegando ao final de uma etapa, nasce a pergunta: "Como será o juízo?
Nestes dois versículos o evangelista esclarece o tema do juízo.
O juízo não se dá com as ameaças das maldições. Jesus afirma: se
alguém ouve as minhas palavras e não as observa, eu não o condeno; porque não
vim para condenar o mundo, mas para salvar o mundo.
Quem me rejeita e não aceita minhas palavras, já tem quem o
condena: a minha palavra, o condenará no último dia. O juízo consiste no modo
com o qual a pessoa se define diante da própria consciência.
As últimas palavras do Livro dos Sinais são um resumo de tudo o que Jesus disse
e fez até agora. Reafirma o que disse desde o começo: "Não falei por mim mesmo, mas o Pai que
me enviou ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. Eu sei que o seu
mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me
falou".
Jesus é o reflexo fiel do Pai. Por isso, não oferece prova nem
argumentos àquele que o provocam para legitimar suas credenciais.
É o Pai que o legitima através das obras que ele realiza. E
dizendo obras, não se refere aos grandes milagres, mas a tudo o que ele disse e
fez, até nas mínimas coisas.
O próprio Jesus é o Sinal do Pai. É o milagre vivo, a
transparência total. Ele não se pertence, mas é inteiramente propriedade do
Pai. As credenciais de um embaixador não vêem dele, mas daquele que representa.
Veem do Pai.
João faz uma avaliação da atividade reveladora de Deus. Se eu fizesse uma
avaliação da minha vida, o que haveria se positivo em mim? O que há em mim que
me condena?
Reflexão Apostólica:
“(…) Ser cristão
significa ouvir as palavras de Jesus, reconhecer o caráter divino que está
presente nela, sentir-se apelado por ela para não mais viver nas trevas do
erro, do pecado e da morte, mas sim na luz da verdade, da vida e do amor e
responder de forma positiva a este apelo para que, CRENDO NAS PALAVRAS DE
JESUS, CREIAMOS FIRMEMENTE NAQUELE QUE O ENVIOU PARA A NOSSA SALVAÇÃO”.
(CNBB)
Em que momentos somos seqüestrados pela escuridão? Quais são as situações que
enfrentamos que nos levam a perder por completo a esperança? O que faz alguém se
negar a acreditar?
Na traição, na falta de compreensão, na angústia, na perca, no isolamento, na
indiferença, nas grandes batalhas, em meio a dívidas, [...], mas noto que mesmo
nessa hora somos convidados ou imbuídos a não esmorecer. Em meio a uma tempestade
de problemas, tendo às vezes nenhum horizonte visível, somos DESAFIADOS a
continuar lutando.
Num embate sempre existirá um perdedor e um vencedor, por mais equilibrada que
sejam os oponentes, alguém vai cedera vitória.
(…) Um perdedor
É aquele que não crê, que desiste, que não enfrenta, que recusa a
ouvir conselhos, o que persiste por orgulho, o teimoso, aquele que entrega os
pontos. Aquele que confia somente em si, não partilha, não colabora, que
aponta, (…).
Aquele que pensa ser forte, mas é o fraco! “(…) Se alguém ouvir a minha
mensagem e não a praticar, eu não o julgo. Pois eu vim para salvar o mundo e
não para julgá-lo. Quem me rejeita e não aceita a minha mensagem já tem quem
vai julgá-lo”.
(…) Um vencedor
Aquele que levanta, que insiste, não desiste e persiste. É aquele
que tem um motivo nobre, uma benção na fronte, um olhar para o horizonte e um
sentimento forte.
É aquele que põe sua confiança no céu sem tirar os olhos dos que
estão no chão; é o que junta e não espalha, é o que agrega e não o que segrega;
é o que consegue ver o projeto ainda na planta; é aquele que a luz sempre o
acompanha…
Esse, por mais que pareça fraco, é o forte! “(…) Quem crê em mim crê não somente em
mim, mas também naquele que me enviou. Quem me vê, vê também aquele que me
enviou. Eu vim ao mundo como luz para que quem crê em mim não fique na
escuridão”.
É gratificante olhar nos olhos dos que escolheram a simplicidade e poder ver
Deus neles. Chego a conclusão que o reino de Deus para eles foi sussurrado e
não insistido aos berros. Nossa religiosidade cristã é complicada para esse
mundo tão materialista, ou melhor, é um grande paradoxo: O maior de todos os
servos virou senhor pela simplicidade e não pela força.
A fé faz-nos entender que a grande força que brota dos filhos de Deus é da
própria luz que emana do Espírito Santo que habita em cada um de nós.
A questão agora não é mais se acredito ou não, mas se rejeito que a mensagem da
Boa Nova seja de vida e que liberte, como aqueles que se dizem alheios a ela. O
que parece é que essas pessoas não renegam a Jesus e sim as regras e dogmas que
temos como igreja.
É comum vê-las citar frases e expressões ensinadas por Jesus como referencia e
também participando de debates “calorosos” quando o assunto é religião…
Aquele que vive no sítio, onde não há luz elétrica, se encanta o ver a luz do
luar, das estrelas, dos faróis dos carros que passam na estrada. O lavrador dá
bom dia ao sol e começa o seu trabalho.
Quem tem a graça de enxergar só não vê a luz se por vontade própria fechar os
olhos, mas mesmo assim a luz aos poucos surge e a total escuridão passa,
ficando a penumbra. Só vive por completo na escuridão aquele que por orgulho
mente pra si próprio ou desistiu.
Portanto, não desista de ver a luz!
Levanta! É mais fácil olhar pela janela ficando de pé!
Seja luz! Pode me chamar de sonhador, mas Deus me chama de forte!
Propósito: Manter meu olhar
iluminado pela luz de Jesus, hoje e todos os dias.
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