04 maio - Dilatemos
nosso coração e atiremo-nos com terna confiança nos braços de Maria! Ela não
nos abandonará. (L 350). São Jose Marello
João 15,18-21
""Se
o mundo vos odeia, sabei que primeiro odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo
vos amaria como ama o que é seu; mas, porque não sois do mundo, e porque eu vos
escolhi do meio do mundo, por isso o mundo vos odeia. Recordai-vos daquilo que
eu vos disse: 'O servo não é maior do que o seu senhor'. Se me perseguiram,
perseguirão a vós também. E se guardaram a minha palavra, guardarão também a
vossa. Eles farão tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele
que me enviou."
Meditação:
Ao
sentimento de amor que mutuamente Jesus e seus discípulos vivenciavam,
contrapõe-se o ódio que lhes tem o mundo.
A
sorte dos discípulos, e posteriormente de todos os que crêem e seguem o Mestre,
poderá ser a mesma de Jesus. O mundo os perseguirá porque crê que sem eles o
projeto de Jesus desaparecerá.
João
deixa claro que o ódio do mundo aos cristãos não será um fenômeno passageiro;
persistirá enquanto estes se mantiverem coerentes com os ensinamentos de Jesus
e forem contrários aos que impuserem ao mundo seus interesses egoístas.
Numa
série de quatro sentenças condicionais se repete que o ódio do mundo aos
cristãos é basicamente uma rejeição ao próprio Jesus. O amor de Jesus fez que o
verdadeiro cristão se parecesse tanto com Jesus, que o mundo não terá outra
solução do que tratar aos dois por igual.
Devemos
nos lembrar que quando o quarto evangelho recebeu sua forma definitiva, os
cristãos estavam sendo expulsos das sinagogas pelos chefes do judaísmo e presos
e mortos pelos romanos.
A
partir dessa passagem, o evangelho de João muda o tom da linguagem. Até aqui
vinha falando do amor como valor supremo da vida cristã. Agora Jesus falará do
ódio e da perseguição de que seriam objeto seus seguidores.
Começa
afirmando que o ódio do mundo a seus discípulos tem como causa o ódio do mesmo
mundo para com ele. Esse mundo (o ambiente cultural, político, religioso,
social...) o tinha rechaçado redondamente.
Como
conseqüência lógica, rejeitaria também a seus seguidores. Não se pode pretender
ser discípulo de Jesus se não se assume a rejeição e a perseguição.
O
rechaço se baseia no desconhecimento a respeito do Pai de quem procede Jesus, e
em cuja comunhão vivem os discípulos.
Seguir
a Jesus, escutar sua Palavra, deixar-se amar por ele, abrir-se para que Deus
habite no próprio coração, amar-se mutuamente, cumprir a vontade do Pai com
suas exigências de justiça e respeito à dignidade de todos os seres humanos,
tudo isso será a causa fundamental da perseguição.
O
Evangelho de João realça a importância fundamental da união a Cristo, a fim da
missão ser fecunda: O segredo da coragem e eficácia da missão do Apóstolo está
na sua confiança inabalável na Palavra no Espírito Santo que o anima e
capacita.
O
evangelizador não pode ignorar que terá de enfrentar muitas dificuldades e
oposições.
Paulo
fala-nos dos muitos sofrimentos que teve de passar para anunciar o Evangelho:
Trazemos, porém, este tesouro em vasos de barro, a fim de que se veja que o
nosso poder extraordinário é de Deus e não nosso.
Em
tudo somos atribulados, mas não esmagados. Somos confundidos, mas não desesperados.
Somos perseguidos, mas não abandonados. Somos abatidos, mas não aniquilados
(2Cor 4, 8-9; 11, 22-29).
Os
discípulos de Jesus terão de enfrentar o ódio do mundo, tal como Ele o
enfrentou. Esse ódio caracteriza o mundo, tal como o amor caracteriza a comunidade
cristã.
Os
discípulos serão perseguidos pelo mundo, porque ele não suporta aqueles que se
opõem aos seus princípios. Os que optaram por Cristo são considerados estranhos
e inimigos pelo mundo. A sua vida é uma acusação permanente às obras perversas
do mundo.
É
por isso que o homem de fé é odiado. O ódio do mundo manifesta-se na
perseguição contra a comunidade dos discípulos de Cristo. Mas estes não devem
desanimar na sua vida de fé e no cumprimento da missão de evangelizar.
A
perseguição e o sofrimento hão-de ser vividos em união com o Senhor. A sorte
dos discípulos é idêntica à de Cristo: Se me perseguiram a mim, também vos
hão-de perseguir a vós.
O
discípulo de Cristo sabe que, ao realizar a sua missão, encontra a resistência
do mundo. O evangelizador sabe que apesar de estar no mundo ele não é do mundo,
pois os seus critérios não são os do mundo, mas os do Evangelho.
Se
o mundo vos odeia, reparai que, antes que a vós, me odiou a mim. Se viésseis do
mundo, o mundo amaria o que é seu. Mas, vós não vindes do mundo, pois fui eu
que vos escolhi do meio do mundo…
Como
vemos Jesus, ao mesmo tempo em que prepara os discípulos para enfrentarem
perseguições, dá-lhes a garantia de que sua missão será eficaz.
As
perseguições dos discípulos são as confirmações de que fazem parte dos
discípulos de Jesus: Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e,
mentindo, disserem todo o gênero de calúnias contra vós, por minha causa.
Segundo
Paulo, como cristãos devemos nos manter firmes, tendo os rins cingidos com a
verdade e a couraça da justiça vestida.
É
interessante ver como Paulo faz de nós valorosos guerreiros. A nossa espada ou
facão que devemos trazer na mão é a Palavra de Deus. Ela é eficaz e penetrante,
pois chega ao mais fundo do espírito humano.
O
evangelho lembra-nos que o servo não é mais que o seu senhor. Não deves ficar
assustado ou preocupado se ao teu lado, verificares indiferença e hostilidade.
É sinal de que estamos fiel a Cristo perseguido e à sua palavra de cruz.
Não
devemos entrar em crise se muitos não pensam como tu, se te atacam por todos os
meios antigos e modernos. A fé é sempre algo fora de moda. Por isso, há-de ser
procurada e vivida na oblatividade, que consiste no apelo à cruz, ao
sacrifício, a saber, amar, à justiça paga com a própria pele.
No
mundo contemporâneo, têm sido muitos os cristãos que sofreram e sofrem
perseguição e o martírio por serem coerentes com o Evangelho de Jesus.
Por
isso, fortalecidos pela presença de Cristo, e dóceis ao seu Espírito, devemos
empenhar-nos, como discípulos de Cristo, em denunciar o pecado, em trabalhar
para que o mundo dos homens, o nosso mundo atual, com as suas forças, os seus
dramas, se abra ao Reino de Deus.
Busquemos
as forças na Palavra de Deus e no Espírito Santo, pois eles são as forças que
nos capacitam para desfazer as distorções dos corações retorcidos pelas
mentiras do homem velho, ou seja, do pai da mentira.
Os cristãos que dão testemunho de amor e criticam todo tipo e abuso são odiados
por aqueles que estão no poder, que usufruem das estruturas injustas nas quais
aquele que é honesto é considerado "trouxa" e "otário".
Ser do mundo é fazer o jogo dos poderosos opressores no sistema opressor
que garante os privilégios, as riquezas e o poder de uma minoria, e o relativo
bem-estar dos que a ela se submetem. Eles até acreditam que estão salvando suas
vidas.
A nossa missão poderá encontrar resistência e adversidades da parte de alguns,
mas, em contrapartida, terá acolhida e adesão de muitos, porque temos a
proteção divina: "Eis que estarei convosco até o fim dos tempos."
Os tempos atuais não nos apresentam grandes perigos por dizer a verdade de
Jesus. Se estivéssemos em tempos passados em que correríamos o risco de ser
enquadrados como subversivos, poderíamos até estar preocupados.
Hoje, as tendências políticas são democráticas (???). Devemos estar atentos
para outras realidades, como por exemplo, a libertinagem e "opção"
sexual que invadiu a mente da juventude através dos meios de comunicação
inclusive do governo, através de suas "cartilhas" e
"kits" bastante liberais.
Não vamos pensar que seremos perseguidos. Sejamos firmes na fé, constantes na
oração, e nos aproximemos cada dia mais de Deus através da freqüência à missa e
a Eucaristia.
Vamos pedir a Deus que proteja, abençoe e converta os nossos jovens para
que não tenhamos uma Igreja de crianças e idosos.
Ainda bem que as crianças ao contrário dos jovens, estão presentes na catequese
e na missa. Porque é essa a idade mais fértil para semearmos a palavra de Deus.
Propósito:
Pai, faze-me forte para enfrentar o ódio e
a perseguição do mundo, sem abrir mão de minha fidelidade a ti e a teu Reino, a
exemplo de Jesus.