09 janeiro - Aniversário de recepção da batina por São
José Marello (1864).
Mortifiquemos com ânimo generoso este nosso espírito briguento, esta nossa carne rebelde, esta nossa natureza corrupta! Eduquemo-nos ao sacrifício daquilo que o nosso coração possui de mais precioso. ( L 27). São Jose Marello
Marcos 1,21b-28
No sábado, ele foi ensinar na sinagoga. As pessoas que o
escutavam ficaram muito admiradas com a sua maneira de ensinar. É que Jesus
ensinava com a autoridade dele mesmo e não como os mestres da Lei. Então chegou
ali um homem que estava dominado por um espírito mau. O homem gritou:
- O que quer de nós, Jesus de
Nazaré? Você veio para nos destruir? Sei muito bem quem é você: é o Santo que
Deus enviou!
Então Jesus ordenou ao
espírito mau:
- Cale a boca e saia desse
homem!
Aí o espírito sacudiu o homem
com violência e, dando um grito, saiu dele. Todos ficaram espantados e diziam
uns para os outros:
- Que quer dizer isso? É um
novo ensinamento dado com autoridade. Ele manda até nos espíritos maus, e eles
obedecem.
E a fama de Jesus se espalhou
depressa por toda a região da Galiléia.
Meditação:
Jesus apenas ordena ao espírito mau que "cale-se e saia dele". O
espírito sacode o homem e deixa-o. As pessoas ficam admiradas ao verem que além
da autoridade ao ensinar, Jesus também tem autoridade sobre os espíritos maus.
A cena acontece no primeiro dia de atividade de Jesus segundo o evangelista Marcos. Depois de chamar os dois pares de irmãos, Simão e André, Tiago e João, Jesus entra na sinagoga e põe-se a ensinar.
Surpreende,
em primeiro lugar, que o evangelista não diga o que ele estava ensinando e que,
no lugar disto, fale que na sinagoga, “o lugar dos puros”, havia um homem
possuído por um espírito imundo.
Jesus começou seu ministério no Norte. A sinagoga da cidade de Cafarnaum será o
cenário de suas primeiras ações extraordinárias. Seu público ficará surpreso
com aquele ensinamento novo, proclamado com autoridade e não como os letrados
(os fariseus), que careciam de credibilidade.
A entrada de Jesus e de seu pequeno grupo de seguidores na sinagoga não foi, naquela ocasião, para lá prestar culto, mas sim porque lá estavam também pessoas pobres e simples, presas fáceis do ensinamento dos que dominavam a Lei, mas eram incoerentes na hora de cumpri-la.
Surge
uma pergunta: “que fazia um homem endemoninhado na sinagoga?”. O lugar dos
“puros” estava agora ocupado pela imundície do demônio. O mal tinha penetrado
também nas instituições religiosas, como a sinagoga e seus mestres.
A ação de Jesus dirigia-se à libertação do ser humano; por isso a expulsão do demônio está ligada a sérias rupturas com as estruturas de poder que tendem a dividir.
A
libertação, o resgate do ser humano passa por um mandamento sustentado no amor
e na solidariedade; trata-se de aprender a distinguir as manifestações do mal,
para expulsá-las da vida humana e empreender o caminho para a construção de um
projeto livre de autoritarismos ilegítimos.
Reflexão Apostólica:
Uma forma literária desse tipo tem como
finalidade revelar o poder de Cristo. Na descrição dos milagres de Jesus,
Marcos se contenta frequentemente com esse tipo de poder. Descreve-o,
sobretudo, em oposição ao influxo exercido até então pelos demônios.
Para a mentalidade do tempo de Jesus, a
humanidade estava submetida aos “espíritos impuros”, que seriam a causa das
enfermidades e da morte. Mas Deus deveria pôr fim algum dia àquele império
tirânico por meio de seu Enviado, o “Santo de Deus”.
Para Marcos, o milagre não é mais que a arma
por excelência do enviado de Deus contra o poder dos “espíritos impuros”, aos
quais ataca precisamente lá onde manifestam sua presença: a doença e a morte.
Ineressa-lhe revalorizar o poder com que
Jesus se manifesta qual enviado de Deus. Parece que, ao menos em Marcos, esse
poder é já o da Ressurreição.
O milagre não se compreende senão com
referência ao mistério pascal, quer dizer, o da Ressurreição, que não é mais
que a submissão da morte à vida: uma vida plena para todos.
Assim sendo, as Suas Palavras e ações
provocavam a admiração de todos que percebiam Nele algo diferente dos mestres
da lei: “ ele manda até nos espíritos maus e eles obedecem!” Até os espíritos
maus O temiam, pois sabiam que Ele era o Santo de Deus. Jesus veio nos tirar
das garras dos espíritos maus que teimam em desafiar os homens, mas não podem
com Deus.
As obras que Jesus realizava naquele tempo, também
hoje Ele as realiza, e para isto, nós somos seus instrumentos. Em Nome de
Jesus, nós também poderemos expulsar o mal e calar a boca dos impertinentes.
Jesus veio nos restituir a dignidade de
filhos de Deus, irmãos Dele; Ele nos deu o Seu Espírito Santo que tem poder de
fazer e desfazer; Por isso, então, nós também podemos usufruir da autoridade
que Ele nos dá para realizar milagres e prodígios.
Porém, para que os ensinamentos que nós damos
a alguém tenham credibilidade, eles devem ser acompanhados da nossa ação e do
nosso testemunho fiel ao que pregamos.
Parece uma contradição, mas no lugar onde as
Sagradas Escrituras são lidas, comentadas e estudadas, habita a imundície. E
chama mais a atenção que, logo à entrada de Jesus na sinagoga, o homem com o
espírito imundo começa a gritar em plural como se fosse porta-voz de todos os
que ali estavam: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir?
Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus” (v.24).
Nosso ensinamento é o dos letrados, com o qual aquele homem se identificava;
ensinamento que conduzia ao fanatismo, a afirmar a superioridade de Israel e o
desprezo pelos demais povos.
Por isso expulsa o espírito imundo, libertando
o homem daquela mentalidade alienadora, alimentada pelos letrados, que levava a
dividir o mundo em bons e maus, opressores e oprimidos, dominadores e
dominados; um mundo regido por Satanás, como hoje, para deixar todo mundo
louco...
Os espíritos maus de hoje são a falta de
respeito entre pais e filhos, a preguiça e acomodação, a falta de auto-estima
que gera a carência e torna nossas crianças e adolescentes vulneráveis às más
influências... E Jesus também tem autoridade sobre esses maus espíritos!
Senhor Jesus, afasta para longe de mim o mal que me
impede de ser livre e de fazer-me servidor do Reino.
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