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janeiro - Quanto tempo perdido; quantas preocupações inúteis; quanto amor
próprio; quão pouco desapego das coisas que não são de Deus; quão escasso
abandono no Senhor; quão pouco esforço de conformação à vontade divina; que
perigosa falta de fidelidade às práticas espirituais; quanta negligência,
quanto espírito interesseiro, quanta leviandade, quanta desordem de
afetos!...Recomecemos, recomecemos de verdade! (L 23). São Jose Marello
Leitura
do santo Evangelho segundo São Lucas 10,1-9
"Depois
disso o Senhor escolheu mais setenta e dois dos seus seguidores e os enviou de
dois em dois a fim de que fossem adiante dele para cada cidade e lugar aonde
ele tinha de ir. Antes de os enviar, ele disse:
- A colheita é
grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação
que mande trabalhadores para fazerem a colheita. Vão! Eu estou mandando vocês
como ovelhas para o meio de lobos. Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias.
E não parem no caminho para cumprimentar ninguém. Quando entrarem numa casa,
façam primeiro esta saudação: "Que a paz esteja nesta casa!" Se um
homem de paz morar ali, deixem a saudação com ele; mas, se o homem não for de
paz, retirem a saudação. Fiquem na mesma casa e comam e bebam o que lhes oferecerem,
pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de uma casa para
outra.
- Quando entrarem
numa cidade e forem bem recebidos, comam a comida que derem a vocês. Curem os
doentes daquela cidade e digam ao povo dali: "O Reino de Deus chegou até
vocês.""
Em Lucas 9,1-6 encontramos o envio dos doze apóstolos. Mas, estes, apesar de
formarem o núcleo da jovem Igreja, não foram mandados como precursores de Jesus,
já que não tinham ainda identificado como Messias aquele que os enviara como se
pode ver em no versículo 20 do mesmo capítulo.
Agora, Lucas narra que Jesus envia um novo grupo: o dos setenta e dois
discípulos; estes, sim, são enviados “na frente” de Jesus. Sua missão
específica é: Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: O Reino de
Deus chegou até vocês. Portanto, são enviados como precursores, como
preparadores da chegada do reino de Deus que eles anunciam na pessoa de Jesus.
Lucas nos apresenta 72 discípulos enviados. Este número é simbólico e indica a
universalidade da missão. Todo o povo de Deus está chamado a se lançar na
missão de anunciar a Boa do Reino. Esta missão, não é uma tarefa somente do
papa, de bispos, sacerdotes e diáconos. Mas sim, uma obra de todos os
batizados. Portanto, a missão é universal desde a sua origem e compreende
todos.
As instruções para os dois grupos de missionários são praticamente as mesmas. O
texto especifica que Jesus envia “dois a dois”, pois o anúncio do Evangelho não
é uma tarefa pessoal, mas de uma comunidade. O fato de serem enviados pelos
menos dois também quer mostrar a credibilidade do testemunho, além do fato do
encorajamento que um pode dar ao outro no caso de desânimo diante das
dificuldades.
Em seguida, Jesus, depois de ter falado em semente e em arado, fala agora de
colheita. Esta é imensa, mas os trabalhadores disponíveis são poucos. E a
situação é a mesma, ontem e hoje. É um trabalho gigantesco, e nunca haverá trabalhadores
suficientes; só o Pai pode chamá-los e enviá-los, por isso, é necessário rezar
a Ele, pedindo que chame mais pessoas. É justamente por causa da extensão da
missão que Jesus chama mais este grupo de ajudantes, e, mesmo assim, são poucos
diante da imensidão da missão que ele tem pela frente e da qual nos torna
participantes.
Jesus faz o envio: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos”. É a
imagem clássica da fraqueza diante da violência. A missão é uma obra difícil e
perigosa. Aqueles que ele enviou devem cumprir fielmente o seu trabalho, mas
não devem exigir demasiado de si mesmos nem entrar em pânico diante da grandeza
da missão. Devem, sim, ter consciência que não será uma tarefa fácil e que nem
sempre serão recebidos de braços abertos. Devem fazer sua parte com competência
e perseverança, pois, em último caso, a responsabilidade é de Deus, e Ele não
vai deixar cair em ruínas a sua messe, mandando trabalhadores necessários para
isto.
A mensagem a ser levada é o dom da paz, no sentido mais completo, para as
pessoas e às famílias, e, sobretudo, a mensagem de que é “o Reino de Deus está
próximo de vós”. O reino de Deus é antes de tudo uma pessoa: Jesus. Quem o
acolhe encontra a vida, a alegria, a missão de anunciá-lo.
O gesto de bater, sacudir a poeira dos pés, era um gesto simbólico dos
israelitas que, ao ingressar de novo no próprio país, depois de terem estado em
terra pagã, não queriam ter nada em comum com o modo de vida dos pagãos.
Libertar-se da poeira que se grudou aos pés enquanto estavam em território
pagão significava ruptura total com aquele sistema de vida. Fazendo isso, os
discípulos transferem toda responsabilidade pela rejeição da Palavra àqueles
que os acolheram mal e rejeitaram o anúncio do evangelho. E a paz oferecida não
se perde, mas volta a quem oferece.
O estilo da missão de Jesus e dos discípulos é o oposto daquele dos poderosos
que o mundo de hoje idolatra. Não se baseia sobre a vontade de dominar, a
arrogância ou a ambição, mas sobre a proposta humilde.
Os enviados não devem levar nada de material, mas devem contar com a
providência divina e com a hospitalidade fortemente praticada naquela época;
eles devem ser respeitosos, atentos aos mais fracos; devem curar os doentes;
devem fazê-lo gratuitamente sem buscar outras recompensas.
O Evangelho de Jesus é uma mensagem de vida verdadeira para quem confia somente
Não podemos deixar que o receio atrapalhe a nossa missão cristã de anunciar o
Reino de Deus que está presente entre nós.
Reflexão
Apostólica:
O
texto reflete um empenho missionário no tempo das comunidades de Lucas, como
uma campanha vocacional, em busca de "trabalhadores para a colheita".
Jesus, neste trecho do evangelho de Lucas, nos ensina que é preciso muito
cuidado, muita fé e preparo, treinamento e conhecimento dos seus ensinamentos
e, muita vivência, para difundirmos o seu Reino. Assim é, que depois de falar
muito com os seus discípulos; de conviver no dia-a-dia deles, falando, ensinando
e esclarecendo o por quê de cada coisa, vê chegada a hora de uma propagação
maciça da sua palavra, agora através dos seus seguidores. Escolheu 72 para
saírem em Missão, levando a todos tudo o que viram e ouviram d’Ele. Foi um momento
único para aqueles homens, que há alguns tempos atrás nada conheciam a respeito
do que iriam levar : “o anúncio da Palavra de Deus, sobre o seu Reino
aqui na Terra.”
Hoje, ainda, vivemos esses momentos, quando nos dispomos a aceitar uma
convocação de tamanha envergadura, proposta pelo Senhor Jesus, que nos escolhe,
nos capacita e nos inspira, através do Espírito Santo , a que vivamos os seus
ensinamentos na vida e, por livre escolha e, por questão de preferência,
decidamos a arregaçar as mangas neste mundo massificado, atribulado,
cheio das coisas inventadas pelos homens; muitas maravilhosas mas, também,
muitas que desencaminham as pessoas dos caminhos de Jesus e, passam a viver de
maneira pagã e sem limites. Sem coerências para consigo próprios e, muito
menos, com aqueles que procuram caminhar para uma vida de felicidade
verdadeira, aquela que um dia, nos levará de volta a casa do Pai, conforme as
suas promessas.
Por isso é necessário que todos os que vivem pelas palavras de Jesus, sigam com
firmeza, com a fé verdadeira que realiza prodígios, através do Espírito Santo
que Ele nos deixou, como defensor e advogado dos que procuram vivenciar os seus
ensinamentos.
Urge, que todos os que creem tenham a coragem necessária para viver e pregar os evangelhos com seus exemplos, com a sua vida, a todos e em todos os lugares em que estiverem, como Jesus disse aos discípulos naquele dia do Envio: “Ide por toda a parte e preguem o que vos tenho ensinado a todas as pessoas; aquelas que crerem e forem batizadas estarão salvas. Curem os enfermos e levem a paz aos que a quiserem e, digam-lhes que o Reino de Deus está próximo”.
O mundo está cheio de muitas coisas que afastam as pessoas de Deus. O dinheiro,
o consumismo irrefreado, a ganância, a inveja, a ânsia do poder e do Ter,
passaram a ser consideradas as principais, numa total inversão de valores,
trocando a ordem dos ensinamentos e dos Planos de Deus para nós.
Por
isso, a felicidade parece tão ausente na vida de muita gente que, usando a
liberdade que Deus lhes deu, destruindo a própria vida; sentem consumir-se em
meio ao tempo, sem coragem de optar pelo Grande Amor de Deus, tão apegados
vivem às coisas materiais.
A felicidade para ser sentida e vivida, ela tem que ser cultivada e adubada com a vida em Deus, que é infinito e, que verdadeiramente ama as suas criaturas.
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