24 de janeiro - Uma alma bela como exemplar e, coragem, adiante
em suas pegadas, a qualquer custo! (L 31). São Jose Marello
Evangelho Marcos 4,1-20
Naquele tempo, Jesus começou a ensinar de novo às margens
do mar da Galileia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo
que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto
às margens, na praia. Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E,
em seu ensinamento, dizia-lhes:
“Escutai! O semeador saiu a semear. Enquanto semeava, uma
parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a
comeram. Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita
terra; brotou logo, porque a terra não era profunda, mas, quando saiu o
sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou. Outra parte caiu no
meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu
fruto. Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e
aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um”. E Jesus
dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Quando ficou sozinho, os que
estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas. Jesus
lhes disse: “A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão
fora, tudo acontece em parábolas, para que olhem, mas não enxerguem, escutem,
mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados”.
E lhes disse: “Vós não compreendeis esta parábola? Então, como
compreendereis todas as outras parábolas? O semeador semeia a
Palavra. Os que estão na beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra
foi semeada; logo que a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi
semeada. Do mesmo modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso, são
aqueles que ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria, mas não têm raiz
em si mesmos, são inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por
causa da Palavra, logo desistem. Outros recebem a semente entre os
espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; mas quando surgem as
preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a
Palavra, e ela não produz fruto. Por fim, aqueles que recebem a semente em
terreno bom são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta,
outro sessenta e outro cem por um.”
Meditação:
Jesus contou frequentemente, por parábolas, histórias sobre
os acontecimentos do dia-a-dia que ele usava para ilustrar verdades
espirituais. Uma das mais importantes destas parábolas é aquela registrada em Mateus
13:1-23, Marcos 4:1-20 e Lucas 8:4-15. Esta história fala de um fazendeiro que
lançou sementes em vários lugares com diferentes resultados, dependendo do tipo
do solo. A importância desta parábola é salientada por Jesus em Marcos
4:13:
"Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as
parábolas?" Jesus está dizendo que esta parábola é fundamental para o
entendimento das outras. Esta é uma das três únicas parábolas registradas em
mais do que dois evangelhos, e também é uma das únicas que Jesus explicou
especificamente. Precisamos meditar cuidadosamente nesta história.
A história em si é simples: "Eis que o semeador saiu a semear. E, ao
semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a
comeram. Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de
umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e, estes, ao crescerem com ela, a
sufocaram. Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento por
um" (Lucas 8:5-8). A explicação de Jesus é também fácil de entender:
"A semente é a palavra de Deus. A que caiu
à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes
do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos. A que caiu
sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não
têm raiz, creem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam. A
que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram
sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não
chegam a amadurecer. A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido d bom e
reto coração retêm a palavra; estes frutificam com perseverança" (Lucas
8:11-15). Alguém ensina as Escrituras a várias pessoas; a resposta dessas
pessoas depende do estado do coração delas, isto é, de sua atitude.
Consideremos o semeador, a semente e o solo.
O Semeador
O trabalho do semeador é colocar a semente no solo. Uma vez que a semente for
deixada no celeiro, nunca produzirá uma safra, por isso seu trabalho é
importante. Mas a identidade pessoal do semeador não é. O semeador nunca é
chamado pelo nome nesta história. Nada nos é dito sobre sua aparência, sua
capacidade, sua personalidade ou suas realizações. Ele simplesmente põe a
semente em contato com o solo. A colheita depende da combinação do solo com a
semente.
Aplicando-se espiritualmente, os seguidores de Cristo devem estar ensinando a
palavra. Quanto mais ela é plantada nos corações dos homens, maior será a
colheita. Mas a identidade pessoal do professor não tem importância. "Eu
plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que
planta é alguma cousa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento" (1
Coríntios 3:6-7). Em nossos dias, o semeador tornou-se a figura principal e a semente
é bastante esquecida. A propaganda das campanhas religiosas frequentemente
contém uma grande fotografia do orador e dá grande ênfase ao seu nível escolar,
sua capacidade pessoal e o desenvolvimento de sua carreira; o evangelho de
Cristo que ele supõe-se estar pregando é mencionado apenas naquelas letrinhas,
lá no canto. Não devemos exaltar os homens, mas fixarmo-nos completamente no
Senhor.
A Semente
A semente é a Palavra de Deus. Cada conversão é o resultado do assentamento do
evangelho dentro de um coração puro. A palavra gera (Tiago 1:18), salva (Tiago
1:21), regenera (1 Pedro 1:23), liberta (João 8:32), produz fé (Romanos 10:17),
santifica (João 17:17) e nos atrai a Deus (João 6:44-45). Como o evangelho se
espalhava no primeiro século, foi-nos dito muito pouco sobre os homens que o
divulgaram, porém muito nos foi dito sobre a mensagem que eles disseminaram
(estude o livro de Atos e note que em cada cidade para onde os apóstolos
viajaram, os homens eram convertidos como resultado da palavra que era ensinada).
A importância das Escrituras deve ser ressaltada ao máximo.
Isto significa que o professor tem que ensinar a palavra. Não há substitutos
permitidos. Frequentemente, pessoas raciocinam que haveria uma colheita maior
se alguma outra coisa fosse plantada. Então, igrejas começam a experimentar
outros meios, de modo a conseguir mais adeptos. Elas recorrem a divertimentos,
festas, esportes, aulas de Inglês, bandas, eventos sociais e muitas outras
coisas para tentar atrair as pessoas que não estariam interessadas, se
pregassem somente o evangelho. Considere esta ilustração: Imagine que meu pai
me mandou plantar milho, pois ele estaria ausente da fazenda por alguns meses.
Depois que ele saiu, eu decidi experimentar o solo e descobri que não era bom
para o plantio do milho, mas daria um estouro de safra de melancias. Então
resolvi plantar melancias. Imagine a reação de meu pai quando ele voltar para
casa, esperando receber milho, e eu lhe mostrar um caminhão
de melancias, em vez disso. Nosso Pai celestial nos disse qual semente
plantar: a palavra de Deus. Não é nosso trabalho analisar o solo e decidir
plantar alguma outra coisa, esperando receber melhores resultados. A colheita
do evangelho pode ser pequena (se o solo for pobre), mas Deus só nos deu
permissão para plantar a palavra. Somente plantando a Palavra de Deus nos
corações dos homens o Senhor receberá o fruto que ele espera. Ou, usando uma
figura diferente: as Escrituras são a isca de Deus para atrair o peixe que ele
quer salvar. Precisamos aprender a ficar satisfeitos com seu plano.
Aqui há uma lição para o ouvinte também. O fruto produzido depende da resposta
à Palavra. É decisivamente importante ler, estudar e meditar sobre as
Escrituras. A palavra tem que vir habitar em nós (Colossenses 3:16), para ser
implantada em nosso coração (Tiago 1:21). Temos que permitir que nossas ações,
nossas palavras e nossas próprias vidas sejam formadas e moldadas pela palavra
de Deus.
Uma safra sempre depende da natureza da semente, não do tipo da pessoa que a
plantou. Um pássaro pode plantar uma castanha: a árvore que nascer será um
castanheiro, e não um pássaro. Isto significa que não é necessário tentar
traçar uma linhagem ininterrupta de fiéis cristãos, recuando até o primeiro
século. Há força e autoridade próprias da palavra para produzir cristãos como
aqueles do tempo dos apóstolos. A palavra de Deus contém força vivificante. O
que é necessário é homens e mulheres que permitam que a palavra cresça e
produza frutos em suas vidas; pessoas com coragem para quebrar as tradições e
os padrões religiosos em volta deles, para simplesmente seguir o ensinamento da
Palavra de Deus. Hoje em dia, a palavra de Deus tem sido frequentemente
misturada com tanta, doutrina e opinião que é quase irreconhecível. Mas se
pusermos de lado todas as inovações dos homens e permitirmos que a palavra
trabalhe, podemos tornar-nos fiéis discípulos de Cristo justamente como aqueles
que seguiram Jesus 2024 anos atrás. A continuidade depende da semente.
Os Solos
É perturbador notar que a mesma semente foi plantada em cada tipo de solo, mas
os resultados foram muito diferentes. A mesma palavra de Deus pode ser plantada
em nossos dias; mas os resultados serão determinados pelo coração daquele que
ouve.
Alguns são solos de beira de estrada, duro, impermeável. Eles não têm uma mente
aberta e receptiva para permitir que a palavra de Deus os transforme. O
evangelho nunca transformará corações como estes porque eles não lhe permitem
entrar.
As raízes das plantas, no solo pedregoso, nunca se aprofundam. Durante os
tempos fáceis, os brotos podem parecer interessantes, mas abaixo da superfície
do terreno, as raízes não estão se desenvolvendo. Como resultado, se vem uma
pequena temporada seca ou um vento forte, a planta murcha e morre. Os cristãos
precisam desenvolver suas raízes por meio de fé em Cristo e de estudo da
Palavra cada vez mais profundo. Tempos difíceis virão, e somente aqueles que
tiverem desenvolvido suas raízes abaixo da superfície sobreviverão.
Quando se permite que ervas daninhas cresçam junto com a semente pura, nenhum
fruto pode ser produzido. As ervas disputam a água, a luz solar e os nutrientes
e, como resultado, sufocam a boa planta. Existe uma grande tentação a permitir
que interesses mundanos dominem tanto nossa vida que não nos resta energia para
devotar ao crescimento do evangelho em nossas vidas.
Então, há o bom solo que produz fruto. A conclusão desta parábola é deixada
para cada um escrever. Que espécie de solo você é?
Se parássemos por aqui, talvez nosso sentimento seria de
cansaço e fraqueza porque por mais que lutemos contra esse mal, ele existe e
aumenta cada vez mais. Mas Deus é a nossa fortaleza! E a esperança da volta de
Jesus nos anima a viver esses dias difíceis na certeza de que o céu se
aproxima. Vem Senhor Jesus!
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