15 janeiro - Renovar a
todo instante a confiança no bom Deus e convencer-se de que, às vezes, Ele nos
nega as consolações do espírito, mas jamais nos dispensa a resignação à sua
vontade, que é a raiz de todo nosso merecimento. (L 19) São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo
São Marcos 2,18-22
"Os discípulos de João e os
fariseus estavam jejuando. Vieram então perguntar a Jesus: "Por que os
discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos
não jejuam?" Jesus respondeu: "Acaso os convidados do casamento podem
jejuar enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os
convidados não podem jejuar. Dias virão em que o noivo lhes será tirado. Então,
naquele dia jejuarão. Ninguém costura remendo de pano novo em roupa velha;
senão, o remendo novo repuxa o pano velho, e o rasgão fica maior ainda. Ninguém
põe vinho novo em odres velhos, senão, o vinho arrebenta os odres, e perdem-se
o vinho e os odres. Mas, vinho novo em odres novos!" "
Meditação:
Jesus nos adverte que para sabermos entender as
coisas do alto nós precisamos de renovação, nascer de novo e ter uma nova visão
sobre a realidade da vida. Ele quis dar um novo sentido ao jejum que os
fariseus praticavam, apenas para cumprir a lei.
O jejum só tem sentido se for praticado movido por
uma razão que tenha como fundamento o amor, a alegria, a satisfação.
Por isso, Ele justifica o fato dos Seus discípulos não jejuarem porque não havia motivação, pois sentiam a alegria da Sua presença comparando isto a uma festa de casamento, onde todos se regalam por causa do noivo.
Jejuar por obrigação, só para dar satisfação às
regras impostas pelos homens se torna uma ação inócua – como que um vinho novo
colocado em odres velhos – e talvez até seja rejeitada por Deus.
Era um tanto complicado mudar uma opinião ou hábito no tempo de Jesus (isso ainda não mudou). As pessoas carregavam sobre si anos e anos de tradição e costumes que os impediam de aceitar a Sua proposta quanto à mudança pessoal.
Assim
também somos nós hoje em dia, pois quando nos apegamos a roteiros, disciplina
demasiada, ou seja, com posturas irredutíveis, ancoramos o Espírito Santo
Tenho
visto a dificuldade de pastorais e movimentos em arrebanhar pessoas; noto
também o esfriamento de algumas comunidades, percebo também a dificuldade de
alguns em ter vontade de se engajar ajudar… Mas onde isso tudo começa? Talvez
na percepção dos problemas sobre as soluções.
Penso
quantas vezes Jesus precisou se explicar do que fazia e por que fazia apenas
para contentar os fariseus, mas era sabido que não importava a sua resposta,
pois já eram contra sua opinião.
O
homem natural precisa ser novo, nossa própria pele se renova de tempos em
tempos sem deixar cicatrizes. Se nos importarmos com o tombo nunca aprenderemos
o quanto é bom andar de bicicleta e se por ventura estes são inevitáveis,
poucas cicatrizes restarão ao fim da vida para serem lembradas. É muito feliz e
abençoado que busca a santidade, mesmo sabendo da fama dos tombos.
Dizer
não enquanto a maioria diz sim, dar uma nova chance enquanto outros já deram
por perdido, acreditar nas pessoas, respeitar, ser educado, prezar pela
gentileza enquanto muitos olham apenas por si mesmos…
A vida pode ser comparada à conquista de uma montanha.
Como a vida, ela possui altos e baixos. Para ser conquistada, deve merecer
detalhada observação, a fim de que a chegada ao topo se dê com sucesso.
Todo alpinista sabe que deve ter equipamento apropriado. Quanto mais alta a
montanha, maiores os cuidados e mais detalhados os preparativos.
No momento da escalada, o início parece ser fácil. Quanto
mais subimos, mais árduo vai se tornando o caminho.
Chegando a uma primeira etapa, necessitamos de toda a força para prosseguir. O
importante é perseguir o ideal: chegar ao topo.
À medida que subimos, o panorama que se descortina é maravilhoso. As paisagens
se desdobram à vista, mostrando-nos o verde intenso das árvores, as rochas
pontiagudas desafiando o céu. Lá embaixo, as casas dos homens tão pequenas...
É dali, do alto, que percebemos que os nossos problemas, aqueles que já foram
superados são do tamanho daquelas casinhas.
Pode acontecer que um pequeno descuido nos faça perder o
equilíbrio e rolamos montanha abaixo. Batemos com violência em algum arbusto e
podemos ficar presos na frincha de uma pedra.
É aí que precisamos de um amigo para nos auxiliar. Podemos estar machucados,
feridos ao ponto de não conseguir, por nós mesmos, sair do lugar. O amigo vem e
nos cura os ferimentos.
Estende-nos as mãos, puxa-nos e nos auxilia a recomeçar a escalada. Os pés e as
mãos vão se firmando, a corda nos prende ao amigo que nos puxa para a subida.
Na longa jornada, os espaços acima vão sendo conquistados dia a dia.
Por vezes, o ar parece tão rarefeito que sentimos
dificuldade para respirar. O que nos salva é o equipamento certo para este
momento.
Depois vêm as tempestades de neve, os ventos gélidos que são os problemas e as
dificuldades que ainda não superamos.
Se escorregamos numa ladeira de incertezas, podemos usar as nossas habilidades
para parar e voltar de novo. Se caímos num buraco de falsidade de alguém que
estava coberto de neve, sabemos a técnica para nos levantar sem torcer o pé e
sem machucar quem esteja por perto.
Para a escalada da montanha da vida, é preciso aprender a subir e descer, cair
e levantar, mas voltar sempre com a mesma coragem.
Não desistir nunca de uma nova felicidade, uma nova caminhada, uma nova paisagem,
até chegar ao topo da montanha.
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