01 fevereiro - Apaixonemo-nos pelos grandes modelos e comecemos a agir! (L 10) São Jose Marello
Marcos 6,7-13
Naquele tempo, Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a
dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Recomendou-lhes que não
levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem
dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas
túnicas. E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa
partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando
sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” Então os doze
partiram e pregaram que todos se convertessem. Expulsavam muitos demônios e
curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.
Meditação:
No
Evangelho de hoje, temos um claro chamado de Jesus às Missões: Ele chamou os
doze discípulos e os enviou dois a dois. Enviou para quê? Para curar, para
anunciar a boa nova, para que se arrependessem de seus pecados.
É
esta a Missão de todo Cristão, espalhar ao mundo o Amor de Cristo por nós, é
dizer a todos que seus pecados têm perdão, bastam se arrepender. Jesus deu
AUTORIDADE para que eles saíssem e "expulsassem os espíritos maus" e
Ele nos dá autoridade para expulsá-los também, e entendamos como maus espíritos
todos os sentimentos de tristeza, ódio, mágoa, pecado, ou seja, tudo aquilo que
nos leva a morte espiritual.
Para
tanto, faz-se necessário que sejamos despojados, que não tenhamos apego à
matéria, status, conforto, ao contrário, sejamos livres no Amor, para que a
mensagem seja passada inteiramente. A missão não nos leva ao desapego, mas
antes exige isto de nós, pois se não for desta forma não vamos conseguir levar
a Cristo verdadeiramente.
Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança
radical da orientação de vida (conversão), desalienar as pessoas (libertar dos
demônios), restaurar a vida humana(curas). Os discípulos devem estar livres,
ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os
que não querem transformações.
O
chamado e consequentemente o envio é uma tarefa que não se pode realizar no individualismo.
O chamado é pessoal, a resposta também, mas o ministério, o serviço deve ser
entendido numa dimensão comunitária. Pois a igreja é mistério de comunhão. E
para que os apóstolos entendessem isso, Ele os envia em missão, dois a dois,
colocando como centro vida em comunidade na ação missionária. Este foi o
espírito do Concílio Vaticano II: A missão na Igreja-comunhão.
A
comunhão entre os fiéis em seus vários estados e estilos de vida faz com que a
Igreja se sinta por dentro da missão de Jesus.
Para
Marcos no Evangelho de hoje a missão dos Doze, portanto da Igreja hoje, é a
mesma missão de Jesus. Cristo nos envia a pregar o Evangelho, a penitência,
expulsar os demônios e a curar todas as enfermidades.
Em
São Tiago, em lugar dos Doze estão os presbíteros que são os cooperadores na
missão dos Doze e em lugar do envio direto de Jesus temos a unção em nome do
Senhor, isto é, de Cristo glorioso no Céu. Em nossos dias os cooperadores, os
enviados em missão somos todos nós. Leigos ou clérigos. Cristo nos unge e envia
em missão para que todos os homens conheçam a verdade e se salvem.
Ele
nos pede ao nos enviar, a comunhão, simbolizada pelo envio de dois
Ele
ainda nos adverte: Assim como as palavras de Jesus não foram bem acolhidas até
pelos próprios parentes, assim também os Doze na missão encontrarão
dificuldades. Como não acolheram nem escutaram a Jesus, assim algumas vezes
também não escutarão aos Doze. Os doze somos nós. Mas é preciso não perder o
fôlego. É preciso que tenhamos bem presente que com Cristo e em Cristo nós
somos mais do que vencedores.
Segundo
João Paulo II na Exortação Apostólica Redemptoris Missio, a missão confiada à
Igreja está muito longe de ser atingida. Estas palavras podem ser pronunciadas
em cada geração e em cada época histórica, porque é necessário estar sempre
começando.
A
única coisa que nesta hora de Deus não podemos fazer é cruzarmos os braços,
estar sem fazer nada. Seria uma postura irresponsável e indigna de um bom
cristão!
Livres
para a missão. Para sermos “missionários” precisamos ser livres. Livres para
aceitar esta dimensão própria da vocação cristã. Livres para responder a Deus
com generosidade, sem laços de instintos e paixões egoístas; livres para seguir
docilmente as luzes e os movimentos do Espírito Santo dentro de nós mesmos.
Precisamos
ser livres de todo apego aos bens e meios materiais, para nos apresentarmos com
o evangelho puro, sem alterações, livres de todo orgulho e ânsia de poder, com
a consciência clara de que somos servidores do homem.
Precisamos
estar equipados somente com um grande amor a Jesus Cristo, nosso modelo;
equipados com o Evangelho feito vida; equipados com a confiança em Deus e com a
esperança na ação do Espírito Santo no coração dos homens.
Como
cristãos somos chamados a abrir caminhos que para, pelo e por amor rompam as
cercas levantadas pelo sistema do poder, que gera ódio, vingança, injustiças,
fome e morte de todos os homens e mulheres. E nesta luta não temos dia nem horas.
Reflexão Apostólica:
Para o evangelista Marcos, Jesus tem perfeita consciência
de sua missão, mas, ao contrário dos mestres de seu tempo, que se cercavam de
alguns discípulos no seio de uma escola ou às portas de uma cidade, ele quis
ser itinerante (v.6), com a finalidade de chegar à maior quantidade de pessoas
em seu próprio ambiente de vida.
Se admite discípulos não o faz para estar com eles à
maneira dos rabinos judeus de seu tempo, mas para associá-los a seus trajetos
missionários e assim multiplicar sua missão.
O conteúdo da pregação dos discípulos é ainda, por uma
parte, o que Jesus recebeu de João Batista: a conversão e o arrependimento (v.
12, específico de Marcos).
Mas João Batista se limita a predizer a proximidade do
reino; os discípulos de Jesus são enviados para torná-lo visível e atual:
expulsam os demônios e curam as enfermidades, convencem as pessoas de sua
libertação das forças do mal e de sua incorporação a uma nova soberania.
Jesus chamou os Seus doze apóstolos e enviou-os dois a dois
para levar ao mundo a sua paz. Antes que fossem, porém, Ele lhes deu instruções
valiosas que para nós, cristãos, são importantes observar. Jesus veio instaurar
no mundo uma nova maneira de ser e de viver, no amor e na fraternidade sem
dependência das coisas materiais que nos escravizam.
Por isto, Ele nos ensina a caminhar em unidade com os
irmãos, nunca seguindo sozinhos (as) e a nos desapossar de coisas que não são
as essenciais para a nossa trajetória.
Quando nos despojamos da nossa humanidade, dos nossos
interesses e das nossas motivações e levamos ao mundo a boa notícia da salvação
de Jesus, nós estamos também renunciando à segurança da nossa capacidade
intelectual, financeira, material para dar verdadeiro testemunho dos bens
espirituais que Jesus nos manda espalhar.
Para pregar o reino de Deus o Senhor nos manda levar
somente o Cajado que é a Sua Palavra que nos guia, nos orienta e ilumina os
nossos passos e sandálias aos pés, isto é, a oração e a vivência dos
sacramentos que nos dão respaldo e firmeza para caminhar sem machucar os pés.
Para levar a paz nós não precisamos de pão, de sacola, de
dinheiro, mas sim de confiança na providência e na misericórdia do Senhor e no
poder do Seu Espírito. Não precisamos também ficar mudando de lugar a todo
instante.
Jesus nos recomenda para que tenhamos perseverança. Ele
não nos envia para longe, Ele quer nos ensinar essa nova mentalidade a partir
dos nossos relacionamentos familiares.
Você acha que precisa de muitas coisas para dar
testemunho de Jesus? Quais as armas que você está usando para conquistar a sua
família? Qual a impressão que você está deixando dentro da sua casa em relação
à influência do Evangelho na sua vida? Você está sendo coerente com o ser um
(a) evangelizador (a)?
Precisamos ter consciência que esta vida que temos nada
mais é que uma passagem para a vida eterna, e depois que morremos nada levamos
a não ser nossas ações, sejam elas de amor ou não.
Isso não significa que não devemos ter nada, nenhum
sucesso, de forma alguma, mas quer dizer que essas coisas não podem ser maiores
que a própria Missão ou Vocação, não podem pesar mais que a minha obrigação,
enquanto Cristão, de anunciar ao Reino dos Céus.
Quando Jesus diz que não levem comida, ou dinheiro, Ele
mostra claramente que acredita na providência de Deus e que sabe que existem
pessoas que vão acolher aqueles missionários.
É preciso confiança para acreditar que Deus recompensará
nosso Serviço e que precisamos, sim, ir além, sair e evangelizar na Igreja, em
casa, mas principalmente pelo mundo para abrir o coração dos que ainda não
conhecem a Jesus.
Peçamos essa graça de sermos missionários, desapegados, humildes e confiantes
na Providência Divina.
Por
falta de espaço na mala da mudança, você precisa escolher: leva o aparelho
eletrônico caro ou aquela lembrança feita à mão por um amigo para você? Aos
poucos percebemos que as coisas mais importantes na vida são as que não se
desgastam com o uso e o tempo: as amizades, a família, a igreja. Ou seja, o
relacionamento com Deus e com as pessoas. Jesus disse: “Ame o Senhor, seu Deus,
com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças.
Ame os outros como você ama a você mesmo. Não existe outro mandamento mais
importante do que esses dois” (Mc 12.30-31). Diante das escolhas do dia a dia,
fique sempre com o mais importante, lembrando-se de amor de Jesus por você.
Oração: Senhor Deus, ajuda-me a valorizar em primeiro lugar o teu Reino. Em nome de Jesus. Amém.
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