27 agosto - Vontade: este é o nosso lema; mas aquela vontade íntegra, eficaz, infalível, que, no dizer de Dante, "... tenne Lorenzo in su la grada, e fece Muzio alla sua man severo: manteve Lourenço sobre a grade ardente e fez Múcio castigar a própria mão”! (L 9). São Jose Marello
Leituras
do dia:
Sl 96(95)
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 23,23-26
"- Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês dão a Deus a décima parte até mesmo da hortelã, da erva-doce e do cominho, mas não obedecem aos mandamentos mais importantes da Lei, que são: o de serem justos com os outros, o de serem bondosos e o de serem honestos. Mas são justamente essas coisas que vocês devem fazer, sem deixar de lado as outras. Guias cegos! Coam um mosquito, mas engolem um camelo!
- Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês lavam o copo e
o prato por fora, mas por dentro estes estão cheios de coisas que vocês
conseguiram pela violência e pela ganância. Fariseu cego! Lave primeiro o copo
por dentro, e então a parte de fora também ficará limpa! "
Meditação:
O capítulo 23 de Mateus é uma coletânea de advertências contra os
escribas e fariseus e sua doutrina oficial, sob a forma do lamento “ai de vós…”.
Esta expressão é bastante usada no Primeiro Testamento, dirigida
aos que praticam a iniqüidade. A forma literária deste texto se aproxima das
advertências do profeta Isaías (5,8-22).
A hipocrisia é a atitude do sistema religioso representado pelos
escribas e fariseus, os quais se fecham em seu prestígio e poder, julgando-se
justos e desprezando o povo humilde.
Jesus critica severamente os escribas e fariseus porque eles desprezavam os
preceitos mais importantes da lei, que era: a justiça, a misericórdia, a fidelidade.
A hipocrisia dos fariseus e escribas com relação à religiosidade
era algo que eles não conseguiam disfarçar, não obstante a sua falsa aparência
de santos.
Com mais duas imprecações, introduzidas com a advertência: "Ai
de vós...", temos a continuidade da contundente denúncia de Jesus aos
escribas e fariseus, integrantes da cúpula religiosa de Israel.
Nas comunidades do evangelista Mateus, havia membros oriundos do
judaísmo que ainda freqüentavam a sinagoga. Pressionados por seus antigos
chefes religiosos, estavam diante do dilema: ou abandonariam a sua fé em Jesus
ou seriam expulsos da sinagoga.
Mateus, com os sete "ais", exprime o anúncio de Jesus confrontando-o
com a doutrina das sinagogas. Embora se dirijam aos chefes religiosos, eles têm
o caráter de instrução às comunidades, advertindo-as contra a incoerência desta
doutrina.
Lucas também reproduz estas advertências em "ais" em seu
evangelho, de maneira mais resumida, em diferente contexto. Mateus, aos "ais",
acrescenta a qualificação de hipócritas aos escribas e fariseus.
Jesus é duro em suas advertências chegando a chamar os fariseus de
cegos e de hipócritas que limpam o exterior dos seus corpos enquanto por dentro
continuava sujo de pecados.
Jesus penetra no coração dos homens e com muita sabedoria e propriedade Ele
denuncia o que há de escondido por debaixo das aparências. Assim como Ele
falava para os mestres da lei e para os fariseus, chamando-os de “hipócritas”,
Ele também poderá estar dirigindo-se a qualquer um de nós que nos enaltecemos
em vista das nossas “boas ações”.
Com esta contundente denúncia, Mateus tem em vista demover os
membros de sua comunidade do retorno às sinagogas.
Afastando-se de uma religião opressora e excludente, na comunidade
eles encontram o jugo suave de Jesus, na liberdade, na misericórdia e no amor.
Reflexão Apostólica:
Uma das características dos Fariseus (classe
social da época) era manter aparentemente um certo domínio intelectual para continuar
com os privilégios, por isso exercitavam um certo exagero na interpretações da
lei.
Contudo, na prática, as ações concretas eram
transferidas para outras pessoas. Atualmente é comum observarmos esse tipo de
comportamento em alguns políticos partidários.
Jesus Cristo conhecedor do coração humano na
sua essência, sentia na obrigação de bom profeta além de anunciar também
denunciar
Jesus penetra no coração dos homens e com muita sabedoria e propriedade Ele denuncia
o que há de escondido por debaixo das aparências.
Assim como Ele falava para os mestres da lei
e para os fariseus, chamando-os de “hipócritas”, Ele também poderá estar
dirigindo-se a qualquer um de nós que nos enaltecemos em vista das nossas “boas
ações”.
Nós também como os antigos, podemos estar
pagando o dízimo de todos os nossos proventos e até promovendo o bem comum, no
entanto, ao mesmo tempo, podemos está agindo como guias cegos, se as nossas
atitudes não estiverem edificando a ninguém. Se estivermos fazendo o bem apenas
para aparecer e chamar a atenção estão nos faltando os ensinamentos mais
importantes, que são a justiça, a misericórdia e a fidelidade.
Isto acontece quando nós aproveitamos os
momentos em que todos tomam conhecimento das nossas boas obras em campanhas que
têm como objetivo somente a nossa promoção pessoal.
Por isso, o nosso exterior aparece sem
manchas, todavia o nosso interior está cheio de maldade. Jesus nos adverte
enquanto é tempo: “limpa primeiro o copo por dentro, para que também por fora
fique limpo”.
Podemos enganar a todos, mas não enganamos a
Deus que sonda o nosso coração e conhece o que há de mais camuflado dentro de
nós. A justiça, a misericórdia e a fidelidade, portanto, se constituem em atos
concretos de amor.
Somos chamados a dar o dízimo e a fazer o
bem, mas tudo com sentido e, por amor! Mesmo que não participemos de campanhas
beneficentes nem de grandes promoções na época do Natal que a regra de ouro da
nossa vida seja TUDO FAZER POR AMOR!
Com que finalidade você tem contribuído com o
dízimo? Você acha que Deus está vendo as suas ações de caridade? Você
tem sido fiel, justo (a) e misericordioso (a) com as pessoas com quem você
convive? Você faz alguma coisa para aparecer?
Propósito: Ser coerente com a fé, nos relacionamentos com Deus e
com o próximo.
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