08 agosto - Vivamos o dia a dia, esforçando-nos para reconhecer
em cada acontecimento a vontade de Deus Nosso Senhor. (L 68). São José Marello
"Jesus... perguntou aos discípulos: "Quem dizem as pessoas ser o Filho do Homem?" Eles responderam: "Alguns dizem que é João Batista; outros, Elias...". "E vós... quem dizeis que eu sou?" Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Jesus então declarou: "Feliz és tu, Simão... porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus". Em seguida, recomendou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo. A partir de então, Jesus começou a mostrar aos discípulos que era necessário ele ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar. Então Pedro... começou a censurá-lo: "Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!" Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse: "Vai para trás de mim, satanás! Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens!" "
Meditação:
A
profissão de fé de Pedro, "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo",
seguida do longo elogio de Jesus, é própria do evangelho de Mateus, não
constando no evangelho de Marcos, que o antecedeu.
É
claro que Jesus tinha consciência da Sua Missão salvífica e de que era o
Cristo, o Messias, Filho de Deus feito homem, portanto, o próprio Deus. No
entanto, Ele precisava instruir os Seus discípulos e orientá-Los, por isso,
lhes perguntava: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?”
Diante das diversas conjecturas que as pessoas faziam sobre si, Jesus indagou
novamente a eles: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Com essa inquirição Jesus
instigava os Seus seguidores a perceberem a Sua verdadeira identidade e missão,
a fim de que pudessem estar preparados para os fatos que teriam de acontecer
quando da sua Morte e Ressurreição. Simão Pedro, por duas vezes, foi quem se manifestou
mediante as perguntas de Jesus.
Na primeira ocasião, inspirado pelo Espírito Santo, Pedro fez a proclamação de
que Jesus era o Messias, Filho do Deus vivo sendo considerado feliz por ter
escutado do próprio Deus Pai esta revelação.
Jesus
deu a ele a Missão de dirigir a Sua Igreja e entregou a ele as chaves do reino
dos céus com o poder de ligar e desligar também no céu tudo o que fosse por ele
ligado e desligado na terra. Na segunda ocasião, raciocinando conforme a sua
humanidade, Pedro demonstrou a sua fraqueza quando não quis admitir o
sofrimento pelo qual Jesus teria de passar e O repreendeu quando lhes expunha a
Sua missão em Jerusalém.
O mesmo Pedro a quem Jesus entregara as chaves do reino dos céus e a quem
constituíra como fundamento da Sua Igreja foi mandado para longe Dele, como
satanás e pedra de tropeço.
Diante desse quadro nós podemos perceber também a nossa fragilidade humana e
como estamos sujeitos (as) a escorregar pelas nossas próprias palavras e
idéias. Às vezes, inspirados pelo Espírito, nós pensamos e falamos as coisas de
Deus. Em outras ocasiões, nós somos pedra de tropeço e damos contra testemunho
de Deus diante dos homens.
Dentro de cada um de nós há o divino e há o humano. O nosso homem velho está
sempre querendo destronar o homem novo renascido do Espírito Santo.
Jesus também conhece o material do qual nós somos feitos e, mesmo diante das
nossas fraquezas e imperfeições Ele continua a nos confiar a missão de
construir o Seu reino aqui na terra.
As nossas atitudes às vezes são motivadas pelo Espírito Santo, em outras vezes
nos baseamos na nossa própria natureza humana e, por isso, perdemos a sintonia
com Deus e o Seu Espírito.
Isto também acontece com você? Procure recordar algum acontecimento em que você
foi dúbio e pergunte ao Espírito Santo como poderá agir, agora que tem
consciência disto. Você já percebeu que tudo quanto você fizer na terra
terá repercussão no céu?
Reflexão
Apostólica:
Fico a imaginar o quanto Pedro ficou confuso após
esse dialogo ou conjunto de diálogos. Independentemente se logo de imediato ou
um pouco após a sua “elevação”, se assim posso dizer, de Pedro, Jesus o
repreende severamente para que não se oponha ao plano divino de redenção.
É claro e evidente que Pedro não queria impedir ou determinar o que Jesus
deveria ou não fazer, mas que ele, Pedro, deixava nítido seu apego emocional a
pessoa de Jesus por um sentimento que conhecemos bem. Vou explicar
É sabido que Pedro era um dos mais velhos (ou o mais velho deles), que seu
jeito turrão de ser, como outras tantas pessoas que conhecemos, não se moldaria
a um novo jeito se não fosse encantador o suficiente ou valesse muito a pena.
Suas palavras revelam um profundo desejo que o mestre não o deixe. Mais que um
ato “egoísta” ou petulante, Pedro deixa escapar que na verdade tem medo. Jesus
chamava na verdade a sua atenção para que temesse “(…) Saia da minha
frente, Satanás! Você é como uma pedra no meu caminho para fazer com que eu
tropece, pois está pensando como um ser humano pensa e não como Deus pensa”.
Foi o medo que o fez afundar na tentativa de andar sobre aas águas; por medo
que negou Jesus três vezes, por medo também, após a crucificação, se escondeu
no cenáculo com os demais (…). Temos muito de Pedro, mas se resolvermos, como
ele, ligar algo na terra, também com certeza, será ligado no céu.
Nós ligarmos? Sim! Nosso Senhor conhece bem a quem escolheu. Você, eu, ele,
(…), conhece cada uma das nossas limitações e fraquezas, mas conhece também o
que cada um pode fazer se, apesar das fraquezas, se resolver continuar a
acreditar que tudo é possível.
Na reflexão quando grifei “surpreendido”, referindo-me a fé da mulher que não
desistia de segui-lo, e que mesmo com todos os contras queria dizer o quanto
Jesus ficara feliz de encontrar pelo menos uma que valha a salvação de todos
nós.
Diferentemente de Pedro, a jovem ou mulher o evangelho de ontem, não tinha
medo, pois o motivo do seu empenho valia qualquer que fosse o esforço ou
constrangimento imposto. Como não associar então a fé daquela moça ao evangelho
de hoje? “(…) Eu lhe darei as chaves do
Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e O QUE
PERMITIR NA TERRA SERÁ PERMITIDO NO CÉU”. Ela quis tocar o Senhor com sua fé e teve seu pedido acatado!
Outro ponto importante…
Pedro é um dos pilares da nossa igreja e sob seu testemunho de vida e de fé
também celebramos. Caminhado para o dia dos pais, como não convocar aos pais a
assumirem novamente a posição de pilar de sua família? Quantos pais, por medo
de crescer, pavor da responsabilidade e receio do fracasso tornaram-se
“melhores amigos” dos seus filhos esquecendo que primeiramente devem ser pais?
Pai é também aquele que por seus filhos tenta andar sobre as águas e arrisca
também a falhar; é aquele que clama a Deus que os guarde de todo mal, na
esperança que isso também seja ligado no céu; é aquele que não omite seus medos
nem suas falhas; aquele que após negar “troscentas” vezes, “cai na real” e
volta a acreditar que Deus tem um plano traçado para sua vida na vida de outras
pessoas que ele o confiou.
Propósito: Renovar, a cada instante, a fé em
Jesus Cristo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário