24 março - É preciso procurar em São José as próprias
inspirações, ele que foi na terra o primeiro a cuidar dos interesses de Jesus;
tratou dele quando criança, protegeu-o menino, fez-lhe papel de pai nos
primeiros trinta anos de sua vida na terra. (L
76). São Jose
Marello
oão 7,1-2.10.25-30
"Depois disso,
Jesus começou a andar pela Galiléia; ele não queria andar pela Judéia, pois os
líderes judeus dali estavam querendo matá-lo. Aconteceu que a festa dos judeus
chamada Festa das Barracas estava perto. Depois que os seus irmãos foram à
festa, Jesus também foi, mas fez isso em segredo e não publicamente. Algumas
pessoas que moravam em Jerusalém perguntavam: Não é este o homem que estão
querendo matar? Vejam! Ele está falando em público, e ninguém diz nada contra
ele! Será que as autoridades sabem mesmo que ele é o Messias? No entanto,
quando o Messias vier, ninguém saberá de onde ele é; e nós sabemos de onde este
homem vem. Quando estava ensinando no pátio do Templo, Jesus disse bem alto:
Será que vocês me conhecem mesmo e sabem de onde eu sou? Eu não vim por minha
própria conta. Aquele que me enviou é verdadeiro, porém vocês não o conhecem.
Mas eu o conheço porque venho dele e fui mandado por ele. Então quiseram
prender Jesus, mas ninguém fez isso porque a sua hora ainda não tinha chegado."
Meditação:
No Evangelho de hoje, João mostra-nos, como diferentemente do que os sinóticos fazem, o grande destaque ao conflito entre Jesus e os judeus em geral pois, naqueles, Jesus se restringe aos dirigentes, fariseus, escribas e sacerdotes. A razão será por que este Evangelho tem como base a comunidade cristã samaritana? Talvez sim, mas talvez não.
Estamos diante da expressão do tradicional conflito entre Israel, reino do
norte, e Judá, reino davídico do sul. O messias esperado pelo judaísmo seria um
líder que conquistaria a liberdade nacional dos judeus e imporia ao mundo sua
religião.
Portanto, trata-se de uma salvação que atingirá a todos os homens e mulheres do
mundo inteiro já que os destinatários da salvação o rejeitam.
Ao longo dos capítulos
Ao mesmo tempo e na mesma proporção, aumenta o fechamento e a oposição das autoridades contra Jesus, a ponto de decidirem a sentença de morte (Jo 11,45-54).
O Capítulo 7, que meditamos no Evangelho de hoje, é uma espécie de balanço no meio do caminho. Ajuda a prever qual será a decisão final.
A geografia da vida de Jesus no Evangelho de João é diferente da geografia nos
outros três evangelhos. É mais completa.
De acordo com os outros Evangelhos, Jesus foi para Jerusalém apenas uma vez, quando ele foi preso e sentenciado à morte.
De acordo com o Evangelho de João, Jesus foi, pelo menos, duas ou três vezes a Jerusalém para a festa da Páscoa. Por isso sabemos que a vida pública de Jesus durou cerca de três anos. O Evangelho de hoje informa que Jesus foi para Jerusalém, mais de uma vez, mas não publicamente. Às escondidas, porque na Judéia os judeus queriam matá-lo.
Aqui no capítulo 7, bem como nos outros capítulos, João fala de
"judeus", e de "vós judeus", como se ele e Jesus não fossem
judeus.
Esta maneira de falar reflete a situação do trágico fracasso que se deu no final do primeiro século entre os judeus (Sinagoga) e cristãos (Ecclesia).
Ao longo dos séculos, essa forma de falar do Evangelho de João contribuiu para o crescente anti-semitismo. Hoje, é muito importante se afastar dessa polêmica para não alimentar o anti-semitismo. Nós nunca podemos esquecer que Jesus é judeu. Nasceu judeu, viveu como judeu e morreu como tal. Toda sua formação vem da religião e da cultura dos judeus.
A festa dos Tabernáculos era a mais popular de todas as festas celebradas
E, desafiando a instituição, proclama solenemente que vem de Deus e que, caso
não seja reconhecido, não é por culpa dele, mas porque seus detratores
abandonaram os mandamentos de Deus para seguir preceitos humanos. Os seus
inimigos sim, têm má vontade e são repressores, por isso o povo tem medo e não
se atreve a expressar o que pensa de Jesus.
Ele ensina no Templo e anuncia dois critérios para distinguir quem é de Deus e
quem se aproveita do nome de Deus para oprimir o povo: todo aquele que serve à
vida e busca o bem para as pessoas, vem de Deus. Todo aquele que oprime e busca
ganhar prestigio pessoal não é de Deus. De que lado nós estamos?
Por isso buscam eliminar Jesus. Como aconteceu no passado com os profetas,
Jesus, como autêntico profeta e Messias, converteu-se em uma pessoa sumamente
fastidiosa e maléfica para os interesses dos chefes do povo.
É urgente que esse tipo desapareça, antes que as pessoas tomassem consciência e
provocassem uma revolta que seria fatal e lamentável.
Hoje, como ontem, os profetas que defendem a dignidade do povo excluído e empobrecido e que denunciam a corrupção dos dirigentes sociais, políticos e econômicos, podem ter a mesma sorte: ser eliminados, desaparecidos e exilados.
O preço de uma vida cristã autêntica pode ser a perseguição, o desterro e o
martírio. A fidelidade ao seguimento de Jesus tem seu preço.
É aí que se prova a consistência da proposta evangélica de Jesus. Autenticidade e coerência são sinais de saúde. Faz bem pra nós e para os outros também.
Reflexão
Apostólica:
No Evangelho de hoje percebemos descrença gera
frutos de morte. Vemos também quantas negativas, quantas vezes com as nossas
atitudes e com as nossas palavras também dizemos não ao Senhor, vemos que os
escribas dizem muitas vezes sim à eles mesmo e glória que recebiam uns dos
outro e não buscavam a glória do Deus vivo, pois para isso temos que renunciar
a glória deste mundo.
As pessoas que acreditaram em Jesus procuraram seguir seus
ensinamentos e viver uma nova forma de relacionamento com Deus baseado na
confiança e na intimidade e isso gera fruto vida em abundância.
Os que não aceitavam as palavras de Jesus não só se privavam desta
vida como também procuravam tirar a vida de Jesus. Mas o nosso Deus é o Deus da
vida.
O evangelista nos mostra a dificuldade que o ser humano tem para reconhecer
Jesus em sua vida, em sua comunidade, em seus semelhantes pobres e sofridos:
"mas este, nós
sabemos donde é. O Cristo, quando vier, ninguém saberá donde é".
Nossa expectativa é por uma presença marcante e majestosa, quando na realidade
Ele está operando em nosso cotidiano, nos pequenos atos que praticamos, nos
acontecimentos quase que insignificantes aos nossos olhos.
Aguardamos intervenções rápidas e radicais em nossas vidas, quando sua ação é lenta e consistente, conforme nosso acolhimento e fidelidade aos seus ensinamentos.
Não valorizamos e manifestamos gratidão a graças rotineiras como nossa saúde
física, a oportunidade de trabalho que temos, a harmonia em nossa família, ao
dom da vida que é renovada e sustentada em nosso dia a dia. Só damos
importância a esses fatores quando enfrentamos alguma dificuldade.
Nas horas mais difíceis e angustiosas por que passamos, quando somos fiéis a
Deus, não devemos nunca perder a esperança e a certeza da proteção divina que
sempre estará presente
O que mais você espera acontecer na sua vida para que você diga: realmente Ele está no meio de nós? Você deseja colaborar com a edificação do reino de Deus no mundo? A quem você tem ouvido? As pessoas sabem que você também é enviado (a) de Deus?
Façamos a nossa escolha e, hoje, digamos sim à glória do Deus vivo
renunciando a toda bajulação e glória deste mundo.
Propósito: Descobrir, a cada instante, a proposta nova de Jesus, para cada situação.
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