Aniversário da Fundação da
Congregação dos Oblatos de São José (1878).
14 março - Vivam todos bem dispostos sob o manto
paterno de São José, lugar de absoluta segurança "in tribulationibus et
angustiis”, nas tribulações e nas aflições. (L
287). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 18,21-35
"Então Pedro chegou perto de Jesus e perguntou:
- Senhor, quantas vezes
devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes?
- Não! - respondeu
Jesus. - Você não deve perdoar sete vezes, mas setenta e sete vezes. Porque o
Reino do Céu é como um rei que resolveu fazer um acerto de contas com os seus
empregados. Logo no começo trouxeram um que lhe devia milhões de moedas de
prata. Mas o empregado não tinha dinheiro para pagar. Então, para pagar a
dívida, o seu patrão, o rei, ordenou que fossem vendidos como escravos o
empregado, a sua esposa e os seus filhos e que fosse vendido também tudo o que
ele possuía. Mas o empregado se ajoelhou diante do patrão e pediu: "Tenha
paciência comigo, e eu pagarei tudo ao senhor."
- O patrão teve pena
dele, perdoou a dívida e deixou que ele fosse embora. O empregado saiu e
encontrou um dos seus companheiros de trabalho que lhe devia cem moedas de
prata. Ele pegou esse companheiro pelo pescoço e começou a sacudi-lo, dizendo:
"Pague o que me deve!"
- Então o seu
companheiro se ajoelhou e pediu: "Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei
tudo."
- Mas ele não
concordou. Pelo contrário, mandou pôr o outro na cadeia até que pagasse a
dívida. Quando os outros empregados viram o que havia acontecido, ficaram
revoltados e foram contar tudo ao patrão. Aí o patrão chamou aquele empregado e
disse: "Empregado miserável! Você me pediu, e por isso eu perdoei tudo o
que você me devia. Portanto, você deveria ter pena do seu companheiro, como eu
tive pena de você."
- O patrão ficou com
muita raiva e mandou o empregado para a cadeia a fim de ser castigado até que
pagasse toda a dívida.
E Jesus terminou,
dizendo:
- É isso o que o meu
Pai, que está no céu, vai fazer com vocês se cada um não perdoar sinceramente o
seu irmão."
Meditação:
No livro do Eclesiástico, escrito sob a influência da cultura grega cerca de um a dois séculos antes de Jesus, temos um texto bem inspirado sobre o perdão, que se aproxima das palavras de Jesus e cuja síntese encontramos na oração do Pai Nosso: "Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido".
O autor, Bem Sirac, mostra como o pecador, vitima da ira e do furor, é conduzida à vingança. E essa vingança se volta contra o vingativo. Por isso, o único caminho que resta é o caminho do perdão.
Aqui aparece a reciprocidade entre perdoar e obter o perdão. Não se pode aspirar ao perdão dos pecados cometidos se não houver disposição para perdoar as ofensas recebidas.
Ter o olhar fixo nos mandamentos da aliança garante a compreensão e a tolerância na vida comunitária. Como vemos, o tema do perdão, de profundo sabor evangélico, já vem sendo proposto desde o século segundo antes de Cristo.
O núcleo da passagem da carta aos Romanos consiste em proclamar
que Jesus é o Senhor dos vivos e dos mortos. Há aqui uma bela síntese
existencial da vida cristã. Para o fiel, o fundamental é orientar toda sua vida
no horizonte do ressuscitado.
Quem vive para Jesus se esforça por assumir na vida prática sua
mensagem de salvação integral. Amar o próximo e viver para o Senhor são dois
aspectos intimamente ligados. Portanto, não podem estar separados. Quem vive
para o Senhor, amará, compreenderá, servirá e perdoará seu próximo.
As parábolas em geral são ditos breves relacionados com
acontecimentos comuns da vida. As parábolas narrativas, por outro lado,
caracterizam-se por uma complexidade maior, em um texto mais longo e bem
detalhado.
Elas são mais encontradas em Mateus e Lucas. Têm a particularidade de, quase
sempre, envolverem os personagens em uma relação de poder e submissão,
característicos da sociedade opressora vigente e, pelas imagens de violência
que freqüentemente usam, chegam até a chocar pelo contraste destas imagens com
as propostas de mansidão e paz características do Reino.
Podemos até ver nelas, uma certa ironia implícita da sociedade na qual vigoram
as relações de poder e opressão. Porém, deste terreno impróprio procura-se
extrair uma mensagem positiva.
Nesta parábola de hoje, o rei resolveu ajustar contas com os servos. O ajuste
seria cruel. Porém um servo que lhe devia uma quantia enorme lhe implora e ele
se comove e perdoa. O servo perdoado vai e sufoca sem compaixão alguém que lhe
devia uma quantia irrisória. O rei sabendo disto entrega o servo aos carrascos.
Para Jesus, o perdão não tem limites, sempre e quando o arrependimento seja sincero e verdadeiro. Para explicar esta realidade, Jesus emprega uma parábola. A pergunta do Rei centra o tema da parábola: Não devias ter perdoado como eu te perdoei?
A comunidade de Mateus deve resolver esse problema porque está
afetando sua vida. O perdão é um dom, uma graça que procede do amor e da
misericórdia de Deus.
Exige abrir o coração à conversão, isto é, a agir com os demais segundo
os critérios de Deus e não segundo os do sistema vigente. Como diria o trovador
da fraternidade Francisco de Assis, "porque é perdoando que se é
perdoado".
O perdão e a reconciliação, sendo graça de Deus, também exigem um
caminho pedagógico e tangível que colocasse de manifesto o desejo de mudança e
um compromisso sério para reparar o mal e evitar o dano.
Em muitos países da America Latina, durante o tempo das ditaduras
militares dos anos setenta e oitenta, foram aprovadas leis de anistia e perdão,
chamadas "obediência devida" ou "ponto final". Os golpistas
e seus colaboradores, responsáveis pelas dezenas de milhares de mortos e
desaparecidos em cada um de nossos países, se auto perdoaram, burlando a
justiça e a verdade.
No dia seguinte a Corte suprema de México declarou "não
prescrito" o delito do ex-presidente Echevarria por genocídio na matança
de estudantes de 1971...
O perdão e a reconciliação são exigências inalienáveis do ser
humano e que não podem ser detidas. É um processo de reconstrução que trata de
reconstruir, tanto o que vitima como a vítima.
Nesse sentido, nossas comunidades cristãs devem ser espaços
propícios e ativos a favor de uma verdadeira reconciliação baseada na justiça,
na verdade, na misericórdia e no perdão. Porém, nunca o evangelho convida a
tolerar a impunidade.
A conclusão é escatológica: o castigo para quem não perdoar o irmão. Mais positiva é a visão de que pertencemos a Deus e assim devemos viver e morrer para ele, unidos a Jesus. O amor e a misericórdia de Deus seduzem e atraem os corações movendo-os à conversão.
O evangelho de hoje nos faz refletir muito sobre um aspecto de nossa vida que está bastante presente no nosso dia-a-dia: O PERDÃO.
Varias vezes por dia, e com diversas pessoas, nós sentimos a necessidade de
pedir perdão. Isto acontece principalmente quando nossas atitudes magoam as
pessoas que amamos e/ou quando vemos nos rostos destas pessoas a tristeza que
causamos.
Esse pedido de perdão nem sempre é tão simples, principalmente se temos o orgulho latente em nós e não queremos reconhecer o erro. Quando as pessoas magoadas não são as que amamos, esta atitude de humildade torna-se ainda mais difícil.
O outro lado do perdão, ou seja, a vontade de perdoar, nem sempre é tão
freqüente; já que neste último caso, possivelmente, nós fomos as pessoas
magoadas da situação. Uma palavra realmente importante neste "lado do perdão"
é a sinceridade.
Não há perdão, se não há a verdadeira vontade de perdoar, a verdadeira vontade
de passar uma borracha na situação que passou.
Talvez, por isso, seja mais difícil e ao mesmo tempo mais valioso darmos o
nosso perdão e deixarmos de lado a mágoa e o rancor. Realmente, perdoar não é
uma "tarefa" fácil, mas nos purifica e nos torna pessoas melhores.
Quando Jesus fala a Pedro quantas vezes ele deve perdoar: "Não te digo até
sete vezes, mas até setenta vezes sete", Ele sabe que esse número é
infinito.
Sendo a matemática uma ciência exata, ela não poderia exprimir numericamente a
quantidade, infinita, de vezes que devemos perdoar.
Por isso, Jesus em sua extrema sabedoria utiliza o número 7 que aparece
diversas vezes na bíblia e é considerado um número perfeito pela teologia.
A Bíblia apresenta este número como um número "perfeito". Aquilo que
Deus faz, a favor do homem, traduz-se, inúmeras vezes, na Bíblia pelo número
sete).
Podemos desta forma ter a certeza que o nosso perdão não tem limite nem data ou
tempo para acabar; devemos amar acima de qualquer orgulho pedindo perdão e
perdoando quando necessário. Ou seja: ONTEM, HOJE E SEMPRE!
Propósito:
Ó Deus, nosso Pai e nossa Mãe: faze que descubramos a importância de saber e sentir que somos perdoados e perdoa-nos se ainda te ofendemos, faze também que saibamos perdoar de coração os que nos têm ofendido. Pai, é meu desejo imitar teu modo de agir, no tocante ao perdão. Faze-me ser pródigo e misericordioso em relação ao próximo que precisa do meu perdão.
A vida é cheia de surpresas. Algumas boas e outras não. Dor, perda
e sofrimento fazem parte da vida, e, a princípio, não percebemos nada de
proveitoso nisso. Quando sentimos a dor, a perda e o sofrimento, toda a nossa
vida é afetada. O medo surge nesses momentos. Onde se agarrar? Você se sente
perdido? Existe uma solução? Existe sim! A resposta para vencer o medo é
agarrar-se em Jesus. A Bíblia afirma: “As tentações que vocês têm de enfrentar
são as mesmas que os outros enfrentam; mas Deus cumpre a sua promessa e não
deixará que vocês sofram tentações que vocês não têm forças para suportar.
Quando uma tentação vier, Deus dará forças a vocês para suportá-la, e assim
vocês poderão sair delas” (1Coríntios 10.13). Confie nesta promessa de Deus,
pois ele é fiel e quer salvar você.
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