03 ABRIL - Ah! pobre juventude, tão abandonada e descuidada;
pobre geração em crescimento, deixada por demais à própria sorte e ainda muito
caluniada ou, pelo menos, duramente julgada em tuas leviandades e em tua
generosidade desregrada, naquela necessidade de ação mal desenvolvida, com
afetos mal orientados, razão pela qual, sem culpa totalmente tua, te afastas do
caminho reto! Pobre juventude! Rezemos mui particularmente por ela. (L 29).
São Jose
Marello
João
12,1-11
"Seis dias antes
da Páscoa, Jesus foi ao povoado de Betânia, onde morava Lázaro, a quem ele
tinha ressuscitado. Prepararam ali um jantar para Jesus. Marta ajudava a
servir, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Então Maria pegou um
frasco cheio de um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela derramou o
perfume nos pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e toda a casa ficou
perfumada. Mas Judas Iscariotes, o discípulo que ia trair Jesus, disse: - Este
perfume vale mais de trezentas moedas de prata. Por que não foi vendido, e o
dinheiro, dado aos pobres? Judas disse isso, não porque tivesse pena dos
pobres, mas porque era ladrão. Ele tomava conta da bolsa de dinheiro e
costumava tirar do que punham nela. Então Jesus respondeu: - Deixe Maria em
paz! Que ela guarde isso para o dia do meu sepultamento. Os pobres estarão
sempre com vocês, mas eu não estarei sempre com vocês. Muitas pessoas ficaram
sabendo que Jesus estava
Meditação:
Na
iminência de sua morte em Jerusalém, seis dias depois, também com a ceia da
vida, Jesus celebra com os discípulos o cumprimento fiel de seu ministério.
Betânia quer dizer “casa do oprimido”. Trata-se da comunidade de Jesus reunida
depois da ressurreição de Lázaro. A comunidade celebra no serviço (Marta),
mostrando o amor a Jesus (Maria) e compartilhando a mesa (Lázaro), a vida que
Jesus lhes comunicou.
Os membros da comunidade demonstram sua identificação com Ele, o que os leva a
se entregarem, também eles, para dar vida aos demais.
Judas não compreende nem o serviço, nem o amor, nem o compartilhar. Há dois
projetos opostos: o de Judas que com seu afã de apropriação, cria pobreza e sob
o pretexto da solidariedade, utiliza os pobres em proveito próprio. E há o
projeto de Jesus, para quem a solução para a pobreza está na doação total de si
aos demais.
Não é a fria beneficência que liberta, mas a calorosa reação pessoal, que dá
aos oprimidos dignidade e igualdade integrando-os à comunidade fraterna.
Entramos na Semana Santa, a semana da páscoa de Jesus, de sua passagem
deste mundo ao Pai (Jo 13,1). A liturgia de hoje coloca diante de nós o início
do capítulo 12 do evangelho de João, que tem a tarefa de fazer a ligação entre
o Livro dos Sinais (cc 1-11) e o Livro da Glorificação (cc.13-21).
No final do "Livro dos Sinais" aparecem com clareza a tensão entre
Jesus e as autoridades religiosas da época (Jo 10,19-21.39) e o perigo que
corria Jesus.
Várias vezes tinham tentado matá-lo (Jo 10,31; 11,8.53; 12,10). Tanto é verdade
que Jesus viu-se obrigado a levar uma vida clandestina, porque podia ser preso
a qualquer momento (Jo 10,40; 11,54).
Estamos na Semana Santa. Oportunidade única para perguntarmos sinceramente:
como eu pessoalmente vivo e como vive em nossa comunidade o serviço, o amor e a
caridade?
Ontem, Domingo de Ramos, demos início, como Igreja, à Semana Santa. Esta é a
semana mais importante de todo o ano litúrgico.
Dia-a-dia a liturgia nos convidará a viver com mais intensidade os últimos
momentos da vida de nosso mestre Jesus, antes de sua gloriosa ressurreição,
através da qual Ele inaugura um novo modo de presença entre nós, seus súditos.
Ontem, Jesus entrou em Jerusalém, aclamado pelo mesmo povo que irá gritar o
"crucifica-o!" na sexta-feira próxima! Ao longo desta semana as
leituras nos conduzirão a entender melhor porque Jesus foi tão firme e fiel até
o fim.
A primeira leitura, do livro do profeta Isaías, trará o que chamam os
estudiosos bíblicos de CÂNTICOS DO SERVO. São 4 cânticos que, se atualizados em
Jesus, nos fazem compreender com mais profundidade sua missão.
Os salmos serão sempre de apelo ao PAI, como que buscando forças para não
fraquejar diante dos eminentes desafios do sofrimento e da morte.
E as leituras do Evangelho, traçarão os últimos momentos de Jesus.
Portanto, com a liturgia, somos convidados pela Igreja a estarmos mais próximos
de Jesus, a não o abandonarmos como farão quase todos os seus queridos, a
mostrarmos a Ele que pode contar conosco.
A presença d'Ele é muito mais importante que qualquer bem, dinheiro ou posição
social que este possa nos dar.
Por isso, a começar de hoje, possamos gastar todo o "perfume" do
nosso tempo para aproveitarmos a presença do Mestre!
Meditemos: Maria foi mal interpretada por Judas. Você já foi mal interpretado
(a) alguma vez? O que nos ensina o gesto de Maria? O que nos diz a reação de
Judas?
Antes de tudo reflita essa frase. Pode até parecer um grande jargão, mas O MUNDO AO NOSSO
REDOR MUDA QUANDO RESOLVEMOS, DE FATO, MUDAR TAMBÉM.
Voltando… Esse evangelho nos apresenta diversas possibilidades de reflexão
entre elas: ATITUDE, DEDICAÇÃO e o VALOR REAL e APARENTE
das coisas.
ATITUDE:
“Então
Maria pegou um frasco cheio de um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela
derramou o perfume nos pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos”
Quando realizamos ou desempenhamos uma função seja ela no trabalho, em casa, na igreja, (…) temos que ter a idéia se isso vale a pena, pois se tivermos a convicção que isso tem um grande valor teremos mais motivação para dar o máximo para que este se concretize.
Ninguém joga um jogo (nem palitinho) pensando e perder. Quem entra num jogo sem
vontade de dar o seu máximo, não conseguirá motivar ninguém a jogar com você
novamente. Nossas pastorais carecem de gente de atitude e motivada.
Note que a vontade de Maria era agradar seu ilustre hóspede, por isso não mediu
esforços para que isso acontecesse. Não estou falando do valor do frasco de
perfume, mas na atitude de ter oferecido o seu melhor para agradar. E nós?
Ofertamos o nosso melhor no que fazemos?
DEDICAÇÃO:
“E toda a
casa ficou perfumada”.
Quando de fato nos entregamos a algo de todo coração, não há como, o que está a
nosso redor também não se “contaminar”.
Fazer algo com prazer e focado nas pessoas nos gratifica ao ponto de vermos a graça de Deus pairando sobre o que estamos fazendo.
Isso não se estende somente à Igreja, a um Grupo, a uma Equipe, a uma Comunidade. Esse gesto intenso de amor tem grandes frutos nos ambientes de trabalho e de convívio social.
VALOR
REAL e VALOR APARENTE: “Este perfume vale mais de trezentas
moedas de prata. Por que não foi vendido, e o dinheiro, dado aos pobres?”
Boa parte das grandes idéias e ações não sai do papel ou no primeiro ano de
aplicação por falta de convencimento pessoal ou de fé em si mesmo.
Pergunte-se: O que faz ou está fazendo atualmente lhe agrada? Consegue ver os frutos do seu trabalho nascer? Está convencido que não está sozinho ou que o pensamento ou idéia não é só seu? Consegue manter um projeto, ideal ou sonho sozinho? Todo esforço já empenhado valeu a pena?
Conheço pessoas que tem a sensação que carregam seus Grupos, suas Equipes, suas
Comunidades nas costas. E assim também são no trabalho, em casa, na rua, (…). O
que procuram? Refletem sobre isso?
O zelo pode também esconder a necessidade que temos de valorização. Ninguém
conseguirá, sem conhecer bem sobre o assunto, apresentar o devido valor a algo
ou a alguém.
Para um simples leigo, um quadro de Van Gogh não deixará de ser uma tela
qualquer ou um emaranhado de tintas, mas aos olhos de que de fato nos conhece,
sabe o que fazemos e como estamos fazendo.
Maria, do evangelho de hoje, soube, através da simplicidade, a quem deveria
agradar. Não podemos esperar de quem não conhece ou ama, o devido valor pelas
coisas que fazemos.
Não fazemos e nem podemos fazer algo apenas por A ou B, pois a essência do nosso trabalho deve perfumar a casa toda onde todos habitam.
Um canto, o arranjo de uma música, como o Magnificat, não pode agradar apenas a
mim, "meu" Movimento, "minha" Pastoral.
Minhas decisões não podem ser tão individualistas que neguem a entrada dos irmãos. A idéia pode ser minha, mas a obra é de Deus e por Ele que nos empenhamos: “(…) Pois toda casa tem seu construtor, mas o construtor de todas as coisas é Deus. Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo e testemunha das palavras de Deus. Cristo, porém, o foi como Filho à frente de sua própria casa. E sua casa somos nós, contanto que permaneçamos firmes, até o fim, professando intrepidamente a nossa fé e ufanos da esperança que nos pertence”. (Hb 3,3-6)
O que faço vale muito! Derrame-se por completo!
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