16 março -
Neste mundo sempre se alternam a alegria e a dor. A vida de São
José não foi também uma alternância de consolações e de temores? (L 198). São Jose Marello
Lucas 11,14-23
"Jesus estava expulsando de
certo homem um demônio que não o deixava falar. Quando o demônio saiu, o homem
começou a falar. A multidão ficou admirada, mas alguns disseram: É Belzebu, o
chefe dos demônios, que dá poder a este homem para expulsar demônios. Outros,
querendo conseguir alguma prova contra Jesus, pediam que ele fizesse um milagre
para mostrar que o seu poder vinha de Deus. Mas Jesus, conhecendo os
pensamentos deles, disse: O país que se divide em grupos que lutam entre si
certamente será destruído; a família que se divide em grupos que lutam entre si
também será destruída. Se o reino de Satanás tem grupos que lutam entre si,
como continuará a existir? Vocês dizem que é Belzebu que me dá poder para
expulsar demônios. Mas, se é assim, quem dá aos seguidores de vocês o poder
para expulsar demônios? Assim, os seus próprios seguidores provam que vocês
estão completamente enganados. Na verdade é pelo poder de Deus que eu expulso
demônios, e isso prova que o Reino de Deus já chegou até vocês. Quando um homem
forte e bem armado guarda a sua própria casa, tudo o que ele tem está seguro.
Mas, quando um homem mais forte o ataca e vence, leva todas as armas em que o
outro confiava e reparte tudo o que tomou dele. Quem não é a meu favor é contra
mim; e quem não me ajuda a ajuntar está espalhando."
Meditação:
O evangelho de hoje pode ser dividido em três partes que também perfazem as três respostas de Jesus.
A primeira parte diz respeito a comparação do reino dividido. Jesus denuncia o absurdo da calúnia escribas. Dizer que ele expulsa os demônios com a ajuda do príncipe dos demônios é negar a evidência.
É o mesmo que dizer que a água é seca, e que o sol é escuridão. Os doutores de Jerusalém o caluniavam, porque não sabiam explicar os benefícios que Jesus realizava para o povo. Estavam com medo de perder a liderança. Sentiam-se ameaçados na sua autoridade junto ao povo.
Já a segunda é uma pergunta sobre por quem expulsam vossos filhos os demônios?
Jesus provoca os acusadores e pergunta: “Se
eu expulso em nome de Belzebu, em nome de quem os discípulos de vocês expulsam
os demônios? Que eles respondam e se expliquem! Se eu expulso o demônio pelo
dedo de Deus, é porque chegou o Reino de Deus!”.
Para concluir, vem a terceira parte: chegando o mais forte ele vence o forte.
Jesus compara o demônio com um homem forte.
Ninguém, a não ser uma pessoa mais forte, poderá roubar a casa de um homem forte. Jesus é este mais forte que chegou. Por isso, ele consegue entrar na casa e amarrar o homem forte. Consegue expulsar os demônios.
Jesus amarrou o homem forte e agora rouba a casa dele, isto é, liberta as pessoas que estavam no poder do mal. O profeta Isaías já tinha usado a mesma comparação para descrever a vinda do messias (Is 49,24-25). Por isso Lucas diz que a expulsão do demônio é um sinal evidente de que chegou o Reino de Deus.
Jesus termina sua resposta com esta frase: “Quem
não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”.
Em outra ocasião, também a propósito de uma expulsão de demônio, os discípulos impediram um homem de usar o nome de Jesus para expulsar um demônio, pois ele não era do grupo dele. Jesus respondeu: “Não impeçam! Quem não é contra vocês é a vosso favor!” (Lc 9,50).
Parecem duas frases contraditórias, mas não são.
A frase do evangelho de hoje é dita contra os inimigos que tem preconceito contra Jesus: “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”. Preconceito e não aceitação tornam o diálogo impossível e rompe a união.
A outra frase é dita para os discípulos que pensavam ter o monopólio de Jesus: “Quem não é contra vocês é a vosso favor!”
Muita gente que não é cristã pratica o amor, a bondade, a justiça, muitas vezes até melhor do que os cristãos. Não podemos excluí-los. São irmãos e parceiros na construção do Reino.
Jesus acompanha as suas palavras com numerosos «milagres, prodígios e sinais»
(At 2, 22), os quais manifestam que o Reino está presente n'Ele. Comprovam que
Ele é o Messias anunciado.
Os sinais realizados por Jesus testemunham que o Pai O enviou. Convidam a crer n'Ele. Aos que se lhe dirigem com fé, concede-lhes o que pedem.
Assim, os milagres fortificam a fé n'Aquele que faz as obras do Seu Pai: testemunham que Ele é o Filho de Deus. Mas também podem ser «ocasião de queda» (Mt 11, 6). Eles não pretendem satisfazer a curiosidade nem desejos mágicos.
Apesar de os seus milagres serem tão evidentes, Jesus é rejeitado por alguns; chega mesmo a ser acusado de agir pelo poder dos demônios.
Todavia, ao libertar certos homens dos seus males terrenos – da fome, da
injustiça, da doença e da morte –, Jesus realizou sinais messiânicos; no
entanto, Ele não veio para abolir todos os males deste mundo, mas para libertar
os homens da mais grave das escravidões, a do pecado, que os impede de realizar
a sua vocação de filhos de Deus e é causa de todas as servidões humanas.
A vinda do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás: «Se é pelo Espírito
de Deus que Eu expulso os demônios, então é porque o Reino de Deus chegou até
vós» (Mt 12, 28).
Os exorcismos de Jesus libertam os homens do poder dos demônios. E antecipam a grande vitória de Jesus sobre «o príncipe deste mundo» (Jo 12, 31).
“Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa” como
isto acontece na minha e na tua vida? “Não
impeçam! Quem não é contra vocês é a vosso favor!”
Como isto acontece em nossa vida? Temos ciúmes do bem dos outros, das pessoas, que iniciam a sua caminhada de fé e que se destacam na prática do bem e no anúncio do evangelho?
Reflexão
Apostólica:
Na vida, não dá para ser radical, porque senão, não é possível
equilibrar-se nos relacionamentos, afinal, somos todos diferentes!
Uma hora cedemos aqui, outra hora cedemos ali, e o dia a dia vai sendo vivido
conforme driblamos as dificuldades e curtimos a felicidade.
Porém, ser cristão exige uma única radicalidade: estar ‘do lado de Jesus’.
Estar ‘do lado’ não é o mesmo que estar ‘ao lado’.
Quando estamos ‘ao lado de Jesus’, Ele pode se adiantar e nós ficamos para traz
por nossa indolência, ou nos adiantamos atropelando o tempo de Deus, ou apenas
passamos ao seu lado.
Não dá para deixar Jesus nem um pouquinho à frente ou para trás, porque seria o mesmo que: abandonar a Verdade que garante a vida; afastar-se da Luz que ilumina os passos; não ter o Pão que alimenta o espírito; viver no deserto sem a água que é a fonte da vida; querer amar estando longe do Amor.
Porém, quando estamos ‘do lado de Jesus’, caminhamos no mesmo passo,
percorremos o mesmo lado do caminho, com Ele.
Jesus disse: "Quem
não está comigo, está contra mim". Com essas palavras Ele nos
chama para caminharmos no mesmo sentido d'Ele, e não no sentido contrário.
Quem nunca passou por esse dilema: Se resolve ficar quieto e não trabalha, não produz, ganha a imagem de preguiçoso, incompetente, (…), mas se trabalha muito, mostra frutos e cresce, sofre e ainda é martirizado pela inveja dos outros.
Jesus “importunava” por fazer; foi levado a cruz por trabalhar, curar e fazer o
bem não comoveu os corações mais duros. Não teve perdão dos fariseus por não se
render às vaidades, ao poder e as bajulações. Não se cercou de poderosos, tão
pouco de pessoas influentes; preferiu os humildes em detrimento aos orgulhosos.
Nada de errado fez e mesmo assim Pilatos não o absolveu… E o levaram ao
calvário.
Não digo que a inveja seja algo comum, mas algo que todo aquele que trabalha ou
se expõe está sujeito, pois não temos controle sobre a vida e os pensamentos
daqueles que nos cercam.
Quantas vezes nos flagelamos, maltratamos e desistimos de tudo mediante as insistentes e persistentes críticas dos que invejam?
Muitas vezes estes não têm noção da maldade que estão fazendo e tão pouco o quanto estão colaborando para a destruição de um sonho, um projeto, uma vida. “(…) Quem não é a meu favor é contra mim; e quem não me ajuda a ajuntar está espalhando”.
Temos que estar atentos, pois a inveja é inerente ao ser humano, o que muda ou
difere é o grau de intensidade que ela se manifesta, o “alvo” da inveja e de
quem parte. Sim, isso é um alerta, pois nenhum de nós está isento ou imune a
essa tentação. Um colega que “se dá bem”, um amigo que recebeu uma promoção; o
vizinho que trocou de carro; a segurança e a estabilidade do amigo; o cabelo da
vizinha; (…), são motivos de cobiça.
Cobiça? Inveja? Ciúme? Como esse negócio brota!!! O invejoso consegue ver
a maldade até nas boas obras e que dão certo, mas como dissemos na reflexão de
ontem “A presença de Deus é que torna nossa evangelização forte e ungida; Sua
presença é que dará sucesso a nossas obras inclusive em nossas pastorais”.
Lembrei de José e seus irmãos. E como não lembrar? Crescem juntos, resguardados
pelo mesmo amor e carinho, mas que motivados pela inveja, resolvem entregar o
irmão nas mãos de mercadores como escravo. Mas como na história desse
patriarca, mesmo no deserto e escravo, Deus não deixou de enchê-lo ainda mais
de realizações.
A inveja dos irmãos não fez sucumbir a graça de Deus. Mas é preciso deixar bem claro uma coisa: José nunca desistiu ou se escondeu!
Quem é perseguido ou que pelo menos sente suas forças se esvaírem pelas
perseguições deve bater o pé e permanecer na jornada, pois você faz parte dos
quem juntam, portanto Deus está sempre ao seu lado
Mantenha-se firme! Acredite! Continue!
Propósito: Promover da união de todos por onde passo.
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