Mateus 24, 37-44
1º DOMINGO DO ADVENTO
Evangelho (Mt 24, 37-44):
»Vigiai, portanto, pois não
sabeis em que dia virá o vosso Senhor. «Ficai certos: se o dono de casa
soubesse a que horas da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que sua
casa fosse arrombada. Por isso, também vós, ficai preparados! Pois na hora em
que menos pensais, virá o Filho do Homem».
«Vigiai, portanto, pois não sabeis em
que dia virá o vosso Senhor»
Devemos vigiar porque «só quem está acordado não será apanhado de surpresa»
(Bento XVI). Devemos estar preparados com o amor aceso no coração, como a
lamparina das virgens prudentes. Trata-se precisamente disto: chegará o momento
em que se ouvirá: «Aí vem o noivo!» (Mt 25,6), Jesus Cristo!
A sua chegada é sempre motivo de alegria para quem leva a lamparina acesa no
coração. A sua vinda é parecida com a de um pai de família que mora num país
distante e escreve aos seus: - Quando menos esperarem, eu apareço por aí. A
partir desse dia tudo é alegria naquele lar: Vem aí o Papá! Os nossos modelos,
os Santos, viveram assim, “à espera do Senhor”.
O Advento é para aprender a esperar, com paz e com amor, o Senhor que vem. Nada
do desespero ou impaciência que caracteriza o homem deste tempo. Santo
Agostinho dá uma boa receita para esperar: «Como for a sua vida, assim será a
sua morte». Se esperarmos com amor, Deus encherá o nosso coração e saciará a
nossa esperança.
Vigiai, portanto, pois não sabeis em que dia virá o vosso Senhor (cf. Mt
24,42). Casa limpa, coração puro, pensamentos e afectos ao estilo de Jesus.
Bento XVI explica: «Vigiar significa seguir o Senhor, escolher o que Cristo
escolheu, amar o que Ele amou, ajustar a própria vida à sua». Então virá o
Filho do homem... E o Pai acolher-nos-á em seus braços por nos parecermos com o
seu Filho.
2º
«Nos dias antes do dilúvio, todos
comiam e bebiam (...)Vigiai, portanto, (...)também vós, ficai preparados!»
De fato, necessitamos viver a vida, dia a dia, mês a mês, com um ritmo e uma
ilusão renovados. Assim, afastamos o perigo da rotina e do tédio. Este sentido
de renovação permanente é a melhor maneira de ficar alerta[s]. Sim, devemos
estar alerta[s]! É uma das mensagens que o Senhor nos transmite através das
palavras do Evangelho de hoje.
Há que ficar alerta, em primeiro lugar, porque o sentido da vida terrena é o de
uma preparação para a vida eterna. Este tempo de preparação é um dom e uma
graça de Deus: Ele não quer impor-nos o seu amor nem o céu; quer-nos livres
(que é o único modo de amar). Preparação que não sabemos quando acabará:
«Anunciamos o advento de Cristo e, não somente um, senão também outro, o
segundo (...), porque este mundo de agora acabará» (São Cirilo de Jerusalém).
Há que se esforçar por manter a atitude de renovação e de ilusão.
Em segundo lugar, convém estar alerta porque a rotina e a acomodação são
incompatíveis com o amor. No Evangelho de hoje, o Senhor lembra como nos tempos
de Noé «comiam e bebiam» e «nada perceberam até que veio o dilúvio e arrastou
todos» (Mt 24,38-39). Estavam “entretidos” e, — já o dissemos— que a nossa
passagem pela terra há de ser um tempo de “namoro” para o amadurecimento de
nossa liberdade: o dom que nos foi outorgado não para libertar-nos dos outros,
mas para nos entregarmos aos outros.
«A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé» (Mt 24,37). A vinda de
Deus é o grande acontecimento. Disponhamo-nos a acolhê-lo com devoção: “Vinde
Senhor Jesus!».
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