21 NOVEMBRO - Quando estamos conversando, devemos prestar atenção para responder à altura, mas o nosso coração deve estar sempre unido a Deus. (S 198). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo
São Mateus 12,46-50
"Quando Jesus ainda estava falando ao
povo, a mãe e os irmãos dele chegaram. Ficaram do lado de fora e pediram para
falar com ele. Então alguém disse a Jesus:
- Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor.
Jesus perguntou:
- Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos?
Então apontou para os seus discípulos e disse:
- Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade do
meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe."
Meditação:
Nesta narrativa de Mateus,
percebemos três grupos relacionados com Jesus: as multidões, sua família
e os discípulos.
“(…) Jesus não quer que nós sejamos seus servos, pois o amor que ele tem por
nós não permite isso. O apóstolo São João nos diz no seu Evangelho que Jesus
não chama os seus seguidores de servos, mas de amigos, porque lhes revelou tudo
o que o Pai lhe deu a conhecer. Mas no Evangelho de hoje, Jesus vai mais além,
ele nos mostra que quer que todos os que ele ama e o amam sejam membros da sua
família, participem da sua vida divina. Para demonstrar o amor que temos por
Jesus, não basta apenas afirmar o amor que se sente por ele, é preciso ir além,
é preciso conhecer e realizar a vontade do Pai. Somente quem faz a vontade do
Pai ama verdadeiramente a Jesus, torna-se membro da sua família e participa da
sua vida” . (CNBB)
O Evangelho de hoje nos apresenta Jesus cercado pela multidão, que O comprime,
pois deseja escutar Sua Palavra; o povo quer escutar a Palavra do Senhor, pois
num primeiro momento, recebe o convite de um Jesus tomado de misericórdia,
compaixão e amor por cada um deles. Primeiro Cristo ama, depois fala ao coração
do povo sedento.
Nosso Senhor Jesus Cristo ama, e porque ama, fala aos corações dessas pessoas
na certeza de que uma resposta será necessária por parte do povo. A única
resposta cabível frente a uma proposta de amor é retribuirmos com amor, pois
amor com amor se paga. O maior gesto de amor, neste caso, é colocarmos esta
palavra na vida, em prática.
Os familiares de Jesus estão ali; eles desejam falar com Ele, porque têm algo
muito importante para comunicar-Lhe. Num primeiro momento, parece que o Senhor
responde com grosseria ao aviso que dão a Ele sobre Seus familiares que querem
falar com Ele. Não, não é isso, Jesus aproveita a ocasião para educar aqueles
que ali estão e mostrar que seus familiares são mais que familiares, ou seja,
são íntimos d’Ele.
Há uma grande diferença entre familiaridade e intimidade; intimidade requer
familiaridade; mas familiaridade não requer intimidade. Infelizmente. Basta
olharmos para a maioria das famílias hoje em dia.
Quantas famílias que vivem sob a casa
da estranheza; ou seja, não há intimidade, são estranhos, não se conhecem. Par
dizer que, para sermos da família de Jesus, é fundamental que haja intimidade
com Ele. Esta intimidade será fruto de uma profunda experiência com a Sua
Palavra. Será fruto de corações que estarão sempre próximos, num constante
colóquio de amor entre pessoas que se amam: Jesus e eu; eu e Jesus.
Não basta acreditar – satanás também acredita em Deus. Não basta termos os
sacramentos, pois o que salva não são eles; os sacramentos são meios de
salvação. O que salva é a vivência destes sacramentos.
Da mesma forma, não basta ser da família de Jesus; é preciso ser íntimo e
obediente à Palavra d’Ele. A familiaridade verdadeira será conseqüência
disso. Mas saibamos de uma realidade fundamental para que esta maravilha
aconteça na nossa vida e, conseqüentemente, também haja a felicidade e a
salvação: não existe Jesus Cristo sem a Sua Igreja e não existe Igreja sem
Jesus Cristo.
Estas obediências e estes seguimentos
ao Senhor, sem obediência e seguimento da Igreja, é tudo, menos obediência e
seguimento verdadeiro.
“Pois quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha
irmã e minha mãe.”, diz o Senhor. Que vontade é esta? Amor e obediência a
Jesus Cristo e à Sua Igreja.
Reflexão Apostólica:
Bem a frente desse momento, outra situação
obrigou a Jesus ter “um mesmo peso”. Todos devem lembrar quando dois dos seus discípulos
pediram para sentar-se um a sua direita e outro a sua esquerda e o Senhor
pacientemente os exortou a respeitar a divina escolha e ao divino tempo.
Humano e ao mesmo divino, Jesus poderia privilegiar os seus, mas deixava claro
que sociedade esperava que nascesse após a divulgação pública da Boa Nova: Uma
sociedade justa e longe das prevaricações. Essa talvez tenha sido uma das
“bandeiras” defendidas por Jesus que mais incomodavam aos doutores da lei: OS
PRIVILÉGIOS!
Sem dúvida que o maior dos privilégios (ou quereres) a ser enfrentado era o
individual, pois por instinto, precisamos antes de tudo pensar primeiro em nós
e em seguida nos outros.
Esse ato humano e natural vem à tona no sofrimento do Senhor no horto das
oliveiras, mas a Sua missão divina o move a continuar focado no caminho. Quem
de nós pensaria primeiro nos outros em detrimento ao meu querer? Jesus descarta
o seu privilégio divino e se oferece por sua criatura. Estudiosos, inclusive os
mais céticos, afirmam que Jesus era divino visto que andava na “contramão” do
raciocínio lógico, fisiológico e psicológico que possuímos.
“(…) O olhar de Cristo esconde nas entrelinhas complexos fenômenos
intelectuais e uma delicadeza emocional. Mesmo no extremo da sua dor ele se
preocupava com a angústia dos outros, sendo capaz de romper o instinto de
preservação da vida e acolher e encorajar as pessoas, ainda que fosse com um
olhar… Quem é capaz de se preocupar com a dor dos outros no ápice da sua
própria dor? Se muitas vezes queremos que o mundo gravite em torno de nossas
necessidades quando estamos emocionalmente tranqüilos, imagine quando estamos
sofrendo, ameaçados, desesperados”. (Augusto Cury – Mestre dos mestres)
Nosso raciocínio
lógico também se mostra convincente quando ao sermos perseguidos optamos por
desistir. Sim! Ninguém é obrigado a sofrer, mas de que vale desistir sem lutar?
Quais são os verdadeiros motivos que me fazem continuar? Será que os motivos
são tão pequenos que os tornam pequenos ao ponto de serem descartáveis?
Evidente que existem coisas que superam nossas forças mas muitos dos que
desistem de algo foi por que entrou na luta pelos motivos errados ou não
acreditavam muito no que queriam. Por exemplo quando luto pra ser chefe, por
uma promoção E NÃO TENHO QUE TER LASTRO, COMPETÊNCIA OU CONHECIMENTO PARA
TAL FUNÇÃO; quando quero ser reconhecido numa função que fica por “trás das
cortinas” e não no palco; quando quero aplausos pelo meu lindo canto ou
tapinhas nas costas por minha linda pregação, será que estou maduro para
entender que na verdade minha verdadeira função era passar desapercebido para
deixar que as pessoas vissem o Cristo e não a mim?
Motivos justos nos motivam a perseverar, os “quereres” são descartáveis. É
claro e repito, que existe aquilo que esta além das nossas forças, mas isso é
um tema para outra reflexão
Quem por ventura exerce uma liderança profissional, social ou comunitária,
quais os motivos que o levaram a assumir essa função? Quem há muitos anos “NÃO
LARGA O OSSO” e não treina substitutos, o que desejas com isso? Perpetuar-se?
Isso se chama tirania e não democracia.
Em meio ao sofrimento do horto, das confusões, dos desentendimentos, optaríamos
em continuar? Jesus certa altura falou do peso dos “fardos” e hoje a reflexão
que ninguém terá tratamento diferenciado ou privilegiado perante os olhos de
Deus.
E por falar em diferenças…
Outra coisa que precisamos repensar é o tratamento desigual que damos as
pessoas em troca de interesses. Por que temos a triste mania de tratar bem
aqueles que tenho algum interesse e passar desapercebido o simples? Será que a
copeira não deve ter o mesmo tratamento do diretor?
Por estarmos num ambiente chamado igreja, deveríamos entender que lá seria um
dos poucos lugares no mundo onde não deveriam ter diferenças de tratamento,
pois para Deus somos todos iguais. O que doou cerveja e refrigerante para a
festa do padroeiro deveria ter o mesmo tratamento gentil daquele que doa suas
duas moedinhas no ofertório, pois o motivo que trouxe o simples de coração a
aquele local foi idêntico a mulher que enxugava os pés de Jesus com os cabelos
Hoje é dia da Apresentação de nossa Senhora.
Viva Maria! Modelo de pessoa que pouco se importou em ter um local de
destaque, mas foi até o fim. Do anuncio do anjo até a ressurreição passando
pela dor do calvário e cruz ao ver seu filho sofrer, morrer e ser glorificado.
Que pena que não entendem a nossa admiração por essa mulher fantástica.
Propósito: Com Maria, ir ao encontro de Jesus, na certeza de ser da sua família, por fazer a vontade de Deus.
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