15 novembro - Ser perseverante num princípio
determinado e realizá-lo com desvelo e ardor, não é o mesmo que enfurecer-se e
exaltar-se desmesuradamente. (L 207).
São Jose Marello
Leitura do santo
Evangelho segundo São Lucas 19,1-10
Naquele tempo, 1Jesus tinha entrado em Jericó e
estava atravessando a cidade. 2Havia ali um homem chamado Zaqueu,
que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. 3Zaqueu procurava ver quem era Jesus,
mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. 4Então ele correu à frente e subiu
numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali.
5Quando Jesus chegou ao lugar, olhou
para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. 6Ele desceu depressa, e recebeu Jesus
com alegria. 7Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Ele
foi hospedar-se na casa de um pecador!” 8Zaqueu ficou de pé, e disse ao
Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei
alguém, vou devolver quatro vezes mais”.
9Jesus lhe disse: “Hoje a salvação
entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. 10Com efeito, o Filho do Homem veio
procurar e salvar o que estava perdido”.
Meditação:
O evangelho de Lucas é o texto da misericórdia de
Deus. Jesus é o Senhor que nos traz a libertação mediante o exercício fiel da
misericórdia. Recordemos que a misericórdia não é um conceito, mas uma
realidade que se manifesta com muitas faces. O primeiro rosto da misericórdia
de Deus com os homens é o perdão.
Se a comunidade lucana conservou este relato do encontro de Jesus com Zaqueu
foi porque considerou o “chefe de publicanos e rico” como modelo de autêntico
discípulo de Jesus. Em que sentido?
Zaqueu era um homem rico. Mas Jesus despertou algo
diferente em Zaqueu, e vemos logo à frente que devido à pouca estatura de
Zaqueu ele subiu em uma figueira brava, ou seja, uma árvore de sicômoros. Mas
como podemos imaginar um homem rico simplesmente subindo numa árvore só para
ver alguém? Com tanto dinheiro ele subiria numa árvore só para ver um homem que
aglomerava uma multidão onde chegava? Por que tudo isso se ele nem conhecia
Jesus?
Mas esse Cristo já conhecia Zaqueu, veja no
versículo 5. E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e
disse-lhe: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”.
Imagine você chegar em um lugar para ver alguém que
muitos comentam a respeito e essa pessoa que você nunca viu olha para você e te
chama pelo nome. Deve ser algo sem explicação. Aí Zaqueu ficou maravilhado!
Agora vamos analisar o versículo 6: E, apressando-se, desceu e recebeu-o com
júbilo.
Resumindo: é assim que acontece quando Cristo quer
algo com alguém, ele não olha para classe social, cor, se têm nível
fundamental, médio, superior ou se é analfabeto. Porque na verdade Cristo está
procurando verdadeiros adoradores que o adorem em Espírito e em verdade!
Não importa a sua condição de vida, se você está
até o pescoço no pecado, o que importa mesmo é que existe um homem que chamou a
atenção de Zaqueu e que se importa com você. Esse mesmo homem, hoje mesmo, quer
mudar a história da sua vida, acabar com essa vida de pecado e te dar uma vida
digna!
Uma vida em que você tenha orgulho de viver, e que todos vão olhar para você e dizer: Como essa pessoa mudou! E que a sua vida venha ser um espelho para muitos.
Se você quer hoje realmente ser uma pessoa
diferente aos olhos humanos, faça como Zaqueu: chame a atenção de Cristo para
você! E verás que Ele vai querer pousar em tua casa, mas não só na área de tua
casa, mas em toda ela, ou seja, em toda sua vida, pois CRISTO se importa com
você.
Reflexão Apostólica:
Zaqueu é descrito como um homem que se fez rico com
negócios desonestos. Jericó, a cidade onde ele trabalhava, estava situada num
importante rota comercial e devia ser um centro importante para a tarefa de um
chefe de coletores de impostos. Por isso o relato expõe novamente um dos temas
mais queridos por Lucas, o da conversão e o seguimento radical a Jesus.
Zaqueu é o protótipo de pessoa a quem as circunstâncias da vida e suas próprias
ações lhe encheram o coração de amarga culpabilidade. A opinião das pessoas e
seu próprio sentimento de culpa fizeram de Zaqueu uma pessoa quase sem
importância. Ele pensa que na sua vida não é possível nenhuma mudança.
Unicamente é possível sobreviver provocando medo nos outros, e suportando a
dura resposta de ódio e o desprezo.
No meio desta situação Jesus se faz presente de maneira inesperada. Ele, com
seu olhar e com sua palavra, outorga o perdão a Zaqueu. Uma vez perdoado,
Zaqueu reconquista sua dignidade humana e, colocando-se de pé, reconhece Jesus
como o único Senhor de sua vida.
O perdão permite a Zaqueu converter-se, e uma vez
convertido, pode iniciar o caminho do bem, que não é outra coisa que repartir
entre seus irmãos a misericórdia que ele mesmo recebeu gratuitamente de Jesus.
Não duvidemos de que Jesus nos está chamando também à conversão, ele está nos
convidando a mudarmos radicalmente a nossa vida. Não nos neguemos a ele, não o
impeçamos.
O Senhor nos propõe unir-nos a Ele, ser seus
discípulos e a exemplo de Zaqueu, sermos capazes de despojar-nos de tudo o que
não nos permite viver autenticamente como cristãos.
Esta mesma experiência é a de muitos outros
testemunhas de Jesus que, vistos por Ele, se converteram, renasceu sua
dignidade e recuperaram a vida.
Não tenhamos medo, deixemo-nos seduzir pelo Senhor,
pelo mestre, para confessar nossas mentiras, arrependimentos, expressar nossa
necessidade de justificação, devolver o que tiramos dos outros...
Não duvidemos, Jesus nos dará a força de seu
perdão. O Senhor está conosco para que experimentemos o seu amor. Ele já nos
perdoou, por isso é possível a conversão.
Propósito:
Pai, faze-me puro de coração, como o Zaqueu convertido,
tornando-me desapegado das coisas deste mundo e capaz de dividi-las com os
pobres.
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