24 novembro - Quem
não sabe submeter seu ponto de vista e deixar-se guiar, muitas vezes errará e
cairá miseravelmente; e, por causa da teimosia em não se reconhecer culpado, o
demônio não permitirá que se arrependa e, de abismo em abismo, o levará à perdição.
(S 358). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,20-28
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 20“Quando virdes Jerusalém
cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. 21Então, os que estiverem na
Judeia, devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade,
devem afastar-se; os que estiverem no campo, não entrem na cidade. 22Pois esses dias são de
vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. 23Infelizes das mulheres
grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma
grande calamidade na terra e ira contra este povo. 24Serão mortos pela espada e
levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até
que o tempo dos pagãos se complete.
25Haverá
sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas,
com pavor do barulho do mar e das ondas. 26Os homens vão desmaiar de
medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão
abaladas. 27Então
eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. 28Quando estas coisas
começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa
libertação está próxima”.
Meditação:
Estamos vivendo o tempo que precede o Advento,
tempo de espera e arrependimento. Ocasião propicia para que estejamos
conscientes das nossas ações e atentos ao que podem significar as coisas que
acontecem ao nosso redor.
Lucas pretende expressar, por meio e uma linguagem
apocalíptica, a força salvadora e libertadora de Jesus, o qual fora enviado
para tornar presente, de maneira definitiva o reino de Deus; assim mesmo, essa
presença gloriosa de Jesus no meio da humanidade deve ser motivo de alegria e
de esperança, e muito mais para todos os que formam parte da Igreja, já que
Jesus ressuscitado é a esperança legítima da comunidade de crentes, é quem
realmente dá sentido à nossa fé e às nossas obras, é quem nos apresenta o
caminho verdadeiro que nos conduz à libertação e à vida em plenitude.
Continua o discurso apocalíptico de Jesus. A
primeira parte do texto se refere à destruição de Jerusalém. No ano 66, teve
início a guerra judaica contra Roma, incentivada e dirigida pelo grupo dos
zelotas e outros grupos messiânicos que buscavam expulsar os romanos e
reinstalar a monarquia. Os cristãos não participaram dessa guerra. Sua missão
era radicalmente diferente. Por isso Jesus aconselha a sair de Jerusalém.
A segunda parte do texto se refere à manifestação do Filho do Homem, que aqui
representa a comunidade dos santos. É uma figura humana que se contrapõe às
quatro bestas, que representam os quatro impérios que dominaram Israel. O
discurso apocalíptico descreve uma comoção cósmica antes da segunda vinda de
Jesus. Na tradição apocalíptica estas catástrofes cósmicas são símbolos de
acontecimentos históricos.
São as estruturas econômicas, sociais e políticas dominantes que irão ruir. Mas
os pobres e excluídos não terão que temer, mas confiar naquele que veio buscar
os mais necessitados e nunca abandona seu povo sofredor.
A duração do tempo
Os tempos
Antes que venha o Filho do Homem se produzirá uma
alteração no universo. Ver-se-ão sacudidos seus três grandes âmbitos (no alto,
a esfera celeste, com o sol e a lua nela pendurados, a terra plana com limites
para o abismo e o sheol junto às colunas de sustentação da terra) conforme a
idéia da época. As nações, os pagãos, os homens serão tomados pela angústia,
ficarão sem ânimo e desconcertados pelo medo e pela ansiedade.
A intervenção punitiva de Deus na história das
cidades e das nações se enquadra no marco de grandes transtornos cósmicos.
Estes parecem ser unicamente uma representação figurada do poder e da grandeza
de Deus que vem para julgar. Com Jesus se inaugura um novo tempo: tempo de
salvação; tudo se recria para estabelecer seu reino com aqueles que foram fiéis
à sua Palavra.
Jesus usa uma linguagem que seus ouvintes conhecem
bem: Jerusalém era, para muitos, símbolo de um poder que excluía os outros,
será arrasada, e a salvação dos pobres estará nas montanhas, nos campos.
O evangelista insiste na ruína que cairá sobre
Jerusalém. E dá uma medida de tempo: na época dos pagãos. Durante séculos,
Israel desprezou os estrangeiros; os novos tempos virão quando os desprezados e
excluídos tiverem seu lugar na história, recuperarem sua voz e sua dignidade.
O evangelista envolve a natureza na inauguração do
novo tempo: o sol, a lua e as estrelas, o mar e suas ondas. Mas enquanto muitos
ficarão aterrorizados, os fiéis ficarão felizes, porque a libertação está
próxima.
Toda mudança gera instabilidade: nossas certezas
balançam. A terra nova pela qual aspiramos implicará certamente
desestabilização de estruturas em que muitos de nós pusemos nossa confiança.
Portanto, ir para o campo ou para os montes, talvez
signifique voltar aos valores simples e profundos como a ecologia, a
experiência comunitária, a solidariedade, sinais visíveis do novo tempo de
Deus.
Reflexão Apostólica:
No Evangelho de hoje, Jesus nos adverte dos
fenômenos que acontecerão no mundo e com as pessoas antes da Sua vinda
gloriosa. Se prestarmos atenção, muitos sinais já se fazem notar hoje, no
mundo.
A maioria das pessoas se apavora quando ouve falar
desses prognósticos, porém, os que têm a percepção dos ensinamentos
evangélicos, compreendem que as palavras de Jesus vêm nos edificar e nos ajudam
a manter a esperança na nossa libertação.
O mundo à nossa volta se angustia e sofre. Muitas
pessoas passam por dificuldades e se sentem perdidas, no entanto, isto é
prenúncio de libertação. Jesus mesmo nos esclarece quando diz: “Quando estas
coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa
libertação está próxima”.
Jesus já veio como homem e chegou para nós por meio
do seio de Maria, se entregou por nós, foi crucificado, morto e ressuscitado
para a nossa Salvação.
Não podemos mudar os prognósticos de Jesus, todos
esses fatos já estão acontecendo. Porém, o que nós podemos fazer é assumir o
nosso posto de guardiões da fé sem temor, na certeza de que o tempo da
libertação se aproxima e deixando que a manifestação da vida de Jesus aconteça
no nosso coração primeiro.
Expressão retomada por todos os Evangelhos
Sinóticos numa retomada da profecia de Daniel 9,27 sobre as 70 Semanas. Cremos
que este mundo, conforme a profecia de Jesus está caminhando para o fim?
O que Jesus fala sobre o fim dos tempos, o dia do
julgamento e a destruição de Jerusalém não era novidade para os judeus. Jesus
alerta sim para a iminência da destruição de Jerusalém pela rejeição do
Evangelho.
Segundo o historiador Josefo mais de um milhão de
pessoas morreram quando os romanos destruíram Jerusalém com seu templo no ano
A abominação é o termo específico para condenar os
ídolos, como também a profanação e a apostasia que eles trazem consigo. Por
isso, Jesus fala também do julgamento do fim do mundo.
Só a cegueira espiritual nos pode impedir de
reconhecer os claros sinais que anunciam o dia do julgamento para os que
recusam a palavra de Deus a respeito da graça e da salvação.
Jesus tinha dito aos discípulos o que lhes custaria
segui-lo. E prometeu que jamais os deixaria sozinhos, mesmo no tempo de
tribulação. Os santos e mártires que foram submetidos aos tormentos e à morte fizeram
da prisão um templo de oração e acesso para o trono da glória de Deus. Eles
reconheceram a presença salvadora de Jesus em suas vidas em todas as
circunstâncias. O discípulo que seguia Jesus podia perder sua vida corporal,
mas não sua alma.
O maior dom que nos é dado é o de nossa redenção e
de adoção como filhos de Deus. Jesus nos redimiu da escravidão do pecado, do
medo da morte e da destruição final.
Somos gratos porque nossa esperança está no céu e
na promessa que Jesus retornará para estabelecer seu reino de paz e de justiça.
Sua segunda vinda será marcada por sinais que todos reconhecerão. Seu
julgamento é um sinal de esperança para os que confiaram nele.
Jesus veio ao mundo para nos mostrar que podemos
ser santos, mas principalmente para nos tirar do pecado, nos purificar com seu
sangue redentor, e a sua volta para este mundo não será com outro intuito que
não o de tomar para si os que são seus e separar de si os que não o pertencem.
Aos que não estarão prontos para vinda de Jesus,
estes cairão em desespero e serão chamados infelizes. Mas aos que estarão
preparados, "... levantai-vos e erguei a cabeça, porque a
vossa libertação está próxima.".
Qual é a percepção que você tem das palavras de
Jesus? Você se atemoriza quando ouve falar desses acontecimentos? As coisas que
você vê acontecer no mundo, hoje, já confirmam isto? Jesus já veio para
você?
Propósito:
Senhor, enchei meu coração de gratidão pelo dom da
redenção e aumentai minha esperança em vosso retorno na glória. Que aquele dia
me traga alegria e paz. Ajudai-me a servir-vos fielmente, e que eu faça o
melhor uso de meu tempo agora à luz do tempo que virá!
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