segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Evangelho do dia 12 dezembro quinta feira 2024 - Nossa Senhora de Guadalupe

 

Nossa Senhora de Guadalupe

Como toda aparição de Nossa Senhora, a que é venerada hoje é emocionante também. Talvez esta seja uma das mais comoventes, pelo milagre operado no episódio e pela dúvida lançada por um bispo sobre sua aparição a um simples índio mexicano.

Tudo se passou em 1531, no México, quando os missionários espanhóis já haviam aprendido a língua dos indígenas. A fé se espalhava lentamente por essas terras mexicanas, cujos rituais astecas eram muito enraizados. O índio João Diogo havia se convertido e era devoto fervoroso da Virgem Maria. Assim, foi o escolhido para ser o portador de sua mensagem às nações indígenas. Nossa Senhora apareceu a ele várias vezes.

A primeira vez, quando o índio passava pela colina de Tepyac, próxima da Cidade do México, atual capital, a caminho da igreja. Maria lhe pediu que levasse uma mensagem ao bispo. Ela queria que naquele local fosse erguida uma capela em sua honra. Emocionado, o índio procurou o bispo, João de Zumárraga, e contou-lhe o ocorrido. Mas o sacerdote não deu muito crédito à sua narração, não dando resposta se iria, ou não, iniciar a construção.

Passados uns dias, Maria apareceu novamente a João Diogo, que desta vez procurou o bispo com lágrimas nos olhos, renovando o pedido. Nem as lágrimas comoveram o bispo, que exigiu do piedoso homem uma prova de que a ordem partia mesmo de Nossa Senhora.

Deu-se, então, o milagre. João Diogo caminhava em direção à capital por um caminho distante da colina onde, anteriormente, as duas visões aconteceram. O índio, aflito, ia à procura de um sacerdote que desse a unção dos enfermos a um tio seu, que agonizava. De repente, Maria apareceu à sua frente, numa visão belíssima. Tranqüilizou-o quanto à saúde do tio, pois avisou que naquele mesmo instante ele já estava curado. Quanto ao bispo, pediu a João Diogo que colhesse rosas no alto da colina e as entregasse ao religioso. João ficou surpreso com o pedido, porque a região era inóspita e a terra estéril, além de o país atravessar um rigoroso inverno. Mas obedeceu e, novamente surpreso, encontrou muitas rosas, recém-desabrochadas. João colocou-as no seu manto e, como a Senhora ordenara, foi entrega-las ao bispo como prova de sua presença.

E assim fez o fiel índio. Ao abrir o manto cheio de rosas, o bispo viu formar-se, impressa, uma linda imagem da Virgem, tal qual o índio a descrevera antes, mestiça. Espantado, o bispo seguiu João até a casa do tio moribundo e este já estava de pé, forte e saudável. Contou que Nossa Senhora “morena” lhe aparecera também, o teria curado e renovado o pedido. Queria um santuário na colina de Tepyac, onde sua imagem seria chamada de Santa Maria de Guadalupe. Mas não explicou o porquê do nome.

A fama do milagre se espalhou. Enquanto o templo era construído, o manto com a imagem impressa ficou guardado na capela do paço episcopal. Várias construções se sucederam na colina, ampliando templo após templo, pois as romarias e peregrinações só aumentaram com o passar dos anos e dos séculos.

O local se tornou um enorme santuário, que abriga a imagem de Nossa Senhora na famosa colina, e ainda se discute o significado da palavra Guadalupe. Nele, está guardado o manto de são João Diego, em perfeito estado, apesar de passados tantos séculos. Nossa Senhora de Guadalupe é a única a ser representada como mestiça, com o tom de pele semelhante ao das populações indígenas. Por isso o povo a chama, carinhosamente, de “La Morenita”, quando a celebra no dia 12 de dezembro, data da última aparição.

Foi declarada padroeira das Américas, em 1945, pelo papa Pio XII. Em 1979, como extremado devoto mariano, o papa João Paulo II visitou o santuário e consagrou, solenemente, toda a América Latina a Nossa Senhora de Guadalupe.

 12 dezembro - A repugnância ao bem é um efeito da nossa natureza que nos impele ao mal, e tu sabes que temos três inimigos constantemente em guerra contra nós: o demônio, o mundo e a carne; ninguém pode escapar de suas perturbações; mas também ninguém, que esteja unido a Deus, poderá ser vencido. (L 88) São Jose Marello


Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,39-47

"Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto: 
- Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse. 
Então Maria disse: 
- A minha alma anuncia 
a grandeza do Senhor. 
O meu espírito está alegre 
por causa de Deus, o meu Salvador. "
 

Meditação:

Hoje, celebramos o mistério de Cristo, presente no rosto mestiço de Maria de Guadalupe. A liturgia nos recorda o rosto latino-americano de Maria: rosto de mãe daquele Justo por quem fomos salvos (cf. Romanos), rosto de mulher pobre, de alguém que tem fé, trabalhadora do campo que canta as maravilhas que Deus fez por seu humilde povo, que é seu povo preferido; rosto de fortaleza que acompanha os apóstolos nos primeiros momentos da Igreja; rosto de excluída que tem de sair de seu país, perseguida pelos poderes dominantes para defender sua vida.

Em Maria, encontram-se os rostos de mães, “bóias-frias”, trabalhadores, pobres, de alento e desalento; dos desprezados; rostos que acompanham o caminhar de nosso continente. Rostos de uma raça mestiça como a guadalupana. Celebrar Maria de Guadalupe é reconhecer naquele rosto moreno de Maria nossos próprios rostos e cantar juntamente com ela os sinais de libertação que Deus manifesta no continente, e como o Senhor caminha com seu povo humilde com rosto campesino, indígena, afro, mestiço, na busca de uma sociedade mais justa e mais de acordo com seu projeto que é o Reino de Deus. 

A lembrança de Maria com sua denominação de Guadalupe nos convida a renovar nossa fé e a perseverar no seguimento de Jesus através do serviço aos pequenos.

Isabel representa o Antigo Testamento que termina. Maria representa o Novo que está começando. Desse modo Lucas diz que o Antigo Testamento acolhe o Novo com gratidão e confiança, reconhecendo o dom de Deus que completa e realiza todas as expectativas do povo. No encontro destas duas mulheres, com a ação do Espírito, a Boa Nova de Deus se mostra e se revela em aspectos simples e pequenos da vida humana: uma visita, a alegria pelo abraço, os filhos que saltam de alegria, a ajuda mutua e solidária entre duas mulheres pobres do povo, a vida da casa e da família nas relações que representam. 
As atuais comunidades, assim como na comunidade de que fala o Evangelho, são chamadas a descobrir a presença de Deus na vida por meio dessas situações. "Bem aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas". Lucas não se cansa de insistir em seu evangelho que a maior graça está em crer no que Deus disse por meio de sua Palavra, pois é com essa Palavra que se gera vida nova no seio das pessoas e das comunidades que verdadeiramente a acolhem. 
Celebrar a Virgem de Guadalupe, padroeira da América Latina, significa lutar pela dignidade de nossos povos e, de maneira especial, pelos indígenas que ainda hoje, em pleno século XXI, continuam sendo ameaçados pelos poderes que imperam em nossa sociedade injusta. O cântico de Maria, diante de Isabel, exaltando a Deus, benfeitor dos pobres, é o melhor alento maternal na luta de nossos povos pela libertação e resgate da dignidade de todos.

Que o dia de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina, seja oportunidade de nos sensibilizarmos e comprometermos como cristãos com a defesa de nossos irmãos indígenas e o cuidado do legado cultural e espiritual que nos oferecem. É o momento de nos solidarizarmos com os migrantes e excluídos que, como Jesus, buscam um lugar em que possam reconstruir suas vidas e a readquirir a confiança em Deus e na Vida, através da fraternidade e da acolhida.

Um pouco de história: Por volta de 1531, haviam os missionários espanhóis aprendido a língua dos indígenas para fins de evangelização. Conforme antiga tradição foi justamente nesse ano que a Virgem Mãe de Deus apareceu ao neófito João Diogo, piedoso índio, na colina de Tepyac, perto da cidade do México. Com muita afabilidade o exorta a ir ter com o bispo e dizer-lhe que nesse lugar erigissem um Santuário em sua honra. O bispo da diocese, João de Zumárraga retardou a resposta a fim de averiguar cuidadosamente o ocorrido. Quando o neófito, movido por segunda aparição e nova insistência da santíssima Virgem, renovou suas súplicas entre lágrimas, ordenou-lhe o bispo que pedisse um sinal comprobatório de que a ordem vinha realmente da grande Mãe de Deus. 
Vindo o neófito, certo dia, de lugar mais distante, por um caminho que não passa pela colina de Tepyac e dirigindo-se à capital, à procura de um sacerdote que administrasse os últimos sacramentos ao tio moribundo, a benigníssima Virgem veio-lhe ao encontro pela terceira vez, e o consola com a notícia do perfeito restabelecimento do tio, colocando-lhe no manto estendido belíssimas flores havia pouco desabrochadas, apesar da esterilidade do terreno e do inverno: “Escute, meu filho, não há nada que temer; não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo que ele já está curado... Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá a minha vontade e a cumprirá. Você é o meu embaixador e merece a minha confiança... Quando chegar diante do bispo, desdobre a sua “tilma” (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém só na presença do bispo. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omitindo...” 
João Diogo obedece e, ao despejar as flores perante o bispo, aparece uma linda pintura de Nossa Senhora tal como ela se mostrara na colina perto da cidade. O bispo acompanhou João ao lugar designado por Nossa Senhora e depois foi ver o tio dele, já curado. Este, ouvindo descrever a Senhora, assentiu sorrindo: “Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou-me. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepyac. Disse que sua imagem seria chamada ‘Santa Maria de Guadalupe’, embora não tenha explicado o porquê”. 
A fama do milagre espalhou-se rapidamente por todo o território. Os cidadãos, profundamente impressionados por tão grande prodígio, procuraram guardar respeitosamente a santa Imagem na capela do paço episcopal. Mais tarde, após várias construções e ampliações, chegou-se ao magnífico templo atual. De toda a parte e não só do México, acorrem os homens à senhora de Guadalupe. Muito se tem discutido sobre o significado da palavra “Guadalupe”. 
Em 1754, escrevia o papa Bento XIV: “Nela tudo é milagroso; uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros; uma Imagem estampada numa tela tão rala que, através dela, pode-se enxergar o povo e a nave da Igreja tão facilmente como através de um filó; uma Imagem em nada deteriorada, nem no seu supremo encanto, nem no brilho de suas cores, pelas emanações do lago vizinho que, todavia, corroem a prata, o ouro e o bronze santuários marianos, a fé move os devotos, mas em Guadalupe a celestial visão nunca ... Deus não agiu assim com nenhuma outra nação.” 
Em outros cessa. Junto a essa presença maternal, ninguém sente a impressão de ser filho culpado de Adão; cada qual experimenta a inocente simplicidade e o doce aconchego de filho amoroso.

Reflexão Apostólica:

Maria acreditou, confiou e Deus deu a ela a sublime tarefa de ser mãe de Jesus, Seu Filho. Porém, Maria não ficou somente na glória de ser mãe de Deus, ela se fez serva, intercessora, auxiliadora, e cumpriu a sua missão de mãe da humanidade, começando por visitar Santa Isabel e oferecendo a ela seus préstimos.

Ao encontrar Isabel Maria fez fluir o júbilo do Espírito Santo. Portanto, a alegria do encontro é a mensagem maior desse Evangelho! Ao se deparar com Maria, a mãe de João Batista, Isabel, ficou cheia do Espírito Santo e abriu os lábios para saudar a Mãe de Jesus. O Espírito Santo é quem nos leva a louvar a Deus e a manifestar gratidão pelos Seus grandes feitos na nossa vida. Maria foi chamada a Bem-aventurada, feliz, cheia de graças!

Assim como visitou Isabel, transmitindo a ela e a João Batista, o poder do Espírito, Maria hoje, também nos visita e traz para nós o Seu Menino Jesus, cheio do Espírito Santo que nos ensina a cantar, a louvar, a bendizer a Deus com os nossos lábios. Somos também bem aventurados se acreditamos nas promessas do Senhor.

Isto nos mostra que ser da família de Deus nos traz a responsabilidade e o compromisso com os nossos irmãos e como conseqüência a paz, a alegria, a bem-aventurança.

Rezemos com Maria, hoje: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador, porque olhou para a sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo!”

Você também se considera bem aventurado? Você se sente comprometido com Deus? Você tem usado o Espírito Santo que mora em você para ir à busca daqueles que precisam ser amados e ajudados?

Imagine-se como Maria visitando hoje alguém que você sabe que está precisando de amor!
Propósito:

Ouvi, ó Deus, as orações dos que vos suplicam: que vossa Igreja seja purificada do pecado e vos sirva com generosa prontidão. Espírito de fé e esperança, enriquece meu coração com as mesmas virtudes de Maria, de modo que eu possa alcançar, como ela, a bem-aventurança.

BUSCANDO CONSOLO

Tudo na vida é uma questão de perspectiva. 

Á medida que você prossegue no dia de hoje, tente detectar as coisas com as quais você se preocupa, capazes de serem transformadas em coisas que lhe trazem consolo. Por mais estranho que possa parecer, existem muitas oportunidades de consolo. 
Veja bem: Em vez de se preocupar com a possibilidade de adoecer, busque consolo no fato de desfrutar a saúde que você já tem. Em lugar de se preocupar com as suas finanças, busque esperança em sua habilidade de ser produtivo e criar novos valores. Em vez de ficar ansioso com a realidade do tempo que perdeu, procure conforto no tempo que ainda tem à sua disposição. Em lugar de se preocupar com as coisas que você pode perder, busque consolo nas coisas boas que tem. 
Tudo aquilo que lhe traz preocupação irá trazer para mais perto da realidade o que o preocupa. Certamente não é isso que você deseja. Acredite: todo momento, toda e qualquer situação têm seu lado positivo. Veja a mão de Deus em tudo, busque sua sabedoria, e viva da melhor maneira que puder.

 


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