São Francisco Xavier
A Igreja que, na sua essência é missionária, teve
no século XV e XVI um grande impulso do Espírito Santo para evangelizar a
América e o Oriente. No Oriente, São Francisco Xavier destacou-se com uma
santidade que o levou a ousadia de fundar várias missões, a ponto de ser
conhecido como “São Paulo do Oriente”.
Francisco nasceu no castelo de Xavier, na Espanha,
a 7 de abril de 1506, sofreu com a guerra, onde aprendeu a nobreza e a
valentia; com dezoito anos foi para Paris estudar, tornando-se doutor e
professor.
Era filho de uma família nobre, que havia projetado
para ele um futuro de glória e riqueza no mundo, matriculando-o, com dezoito
anos, na Universidade de Paris. Mas não foi no campo terreno que ele se
sobressaiu e sim no espiritual. Francisco formou-se em filosofia e lecionava na
mesma universidade, onde conheceu um aluno bem mais velho e de ideias objetivas
e tudo mudou. Tratava-se do futuro santo Inácio de Loyola, fundador dos
jesuítas.
Inácio sonhava formar uma companhia de apóstolos
para a defesa e propagação do cristianismo no mundo. Viu em Francisco alguém
capaz de ajudá-lo na empreitada e tentou conquistá-lo para a causa. Tarefa que
se revelou nada fácil, por causa do orgulho e da ambição que Xavier tinha,
projetadas em si por sua família. Inácio, enfim, convenceu-o com uma frase que
lhe tocou a alma: “De que vale um homem ganhar o mundo inteiro se perder sua
alma?” (Mc 8, 36). Francisco tomou-a como lema e nunca mais a abandonou, nem ao
seu autor, Jesus Cristo.
Os papéis se inverteram e Inácio passou a ser
mestre de seu professor, ensinando-lhe o difícil caminho da humildade e dos
exercícios espirituais. Francisco, por fim, se retirou por quarenta dias na
solidão, preparando-se para receber a ordenação sacerdotal. Celebrou sua
primeira missa com trinta e um anos e se tornou cofundador da Companhia de
Jesus. Passou, então, a cuidar dos doentes leprosos, doença de então,
segregados pela sociedade. Com outros companheiros, fixou-se, em 1537, em
Veneza, onde recolhia das ruas e tratava aqueles a quem ninguém tinha coragem
de recolher.
Foi então que D. João III, rei de Portugal, pediu a
Inácio de Loyola para organizar um grupo de sacerdotes que acompanhassem as
expedições ao Oriente e depois evangelizassem as Índias. O grupo estava pronto
e treinado quando um dos missionários adoeceu e Francisco Xavier decidiu tomar
o seu lugar. O navio, com novecentos passageiros, entre eles Francisco Xavier,
partiu de Lisboa com destino às Índias. Foi o início de uma viagem perigosíssima
e cheia de transtornos, que demorou praticamente um ano. Durante todo esse
tempo, Francisco trabalhou em todos os serviços mais humildes do navio. Era
auxiliar de cozinha, faxineiro e enfermeiro. Finalmente, chegaram ao porto de
Goa.
Desde então, Francisco Xavier realizou uma das
missões mais árduas da Igreja Católica. Ia de aldeia em aldeia, evangelizava os
nativos, batizava as crianças e os adultos. Reunia as aldeias em grupos,
fundava comunidades eclesiais e deixava outro sacerdote para tocar a obra, enquanto
investia em novas frentes apostólicas noutra região. Acabou saindo das Índias
para pregar no Japão, além de ter feito algumas incursões clandestinas na
China.
Numa delas, na ilha de Sacian, adoeceu e uma febre
persistente o debilitou, levando-o à morte, em 3 de dezembro de 1552, com
apenas quarenta e seis anos de idade. A Igreja o beatificou em 1619,
canonizando-o em 1622. Celebrado no dia de sua morte, como exemplo do
missionário moderno, São Francisco Xavier foi, com toda justiça, proclamado
pela Igreja patrono das missões, e pelo trabalho tão significativo recebeu o
apelido de “são Paulo do Oriente”.
A
Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Sofonias e Birino.
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,21-24
” Naquela mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo
e disse: “Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste
estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai,
bendigo-te porque assim foi do teu agrado.
Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho
senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser
revelar”.
E voltou-se para os seus discípulos, e disse: “Ditosos os olhos que vêem o que
vós vedes,
pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o
viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram”."
Meditação:
Jesus louvou o Pai e exultou no Espírito
quando os Seus discípulos “enxergaram” as maravilhas que sucediam quando eles
saíam anunciando o reino.
A ação do Espírito Santo em nós faz com que
tenhamos uma compreensão das coisas do alto numa perspectiva espiritual que é
completamente diversa daquela que entendemos com a nossa humanidade.
Só os pequeninos, isto é, os que abrem o
coração e não colocam a razão em primeiro lugar, poderão distinguir os
prodígios e milagres que acontecem quando o reino de Deus se lhes manifesta
pela ação do Espírito Santo.
Quando nos dispomos a propalar o reino dos
céus aqui na terra, é porque ele já está acontecendo na nossa vida e, na medida
em que nos abrimos, mais e mais vamos experimentando a alegria e a felicidade
interior.
Assim como exultou no Espírito Santo diante
dos Seus discípulos, Jesus também o faz hoje, porque o Pai nos revela as coisas
do Seu coração.
Só os humildes e pequeninos podem “entender”
os mistérios do céu. Jesus é a própria revelação de Deus e todos os que aceitam
Jesus e nele crêem, são os pequeninos que vêem, ouvem e sentem a felicidade e a
paz do Senhor.
Jesus nos alerta: “Felizes os olhos que vêem
o que vós vedes!” O Pai se dá a conhecer por meio da revelação do Filho e
quanto mais conhecermos a Jesus, mais teremos comunhão com Deus Pai e poderemos
viver a felicidade tão almejada.
Somos felizes porque os nossos olhos vêem
mais além das aparências e podemos, na reflexão da Palavra de Deus, descobrir
os Seus segredos, os Seus planos para nós e para a humanidade, por nosso
intermédio.
Somos chamados (as) no tempo atual da nossa
vida a ver e ouvir o que o Senhor tem para nos revelar. Não percamos tempo: o
Senhor tem muito a nos mostrar e também, a nos falar.
Você é pequenino (a) ou sábio (a) e
inteligente? Você é uma pessoa atenta aos mistérios de Deus? Você enxerga as
maravilhas de Deus na sua vida? Quando você medita sobre a Palavra de Deus você
se limita ao que está escrito, ou você percebe nas entrelinhas uma mensagem
para a sua vida?
Os discípulos foram declarados felizes por terem
visto e reconhecido o Messias Jesus. Esta felicidade foi ansiada, ao longo da
história de Israel, por "muitos profetas e reis" que nutriam a
esperança de vê-lo. O desejo deles, porém, não foi realizado.
Entretanto, a graça de ver o Messias tem dois
pressupostos. O primeiro diz respeito à ação divina como propiciadora desta
experiência.
Só pode reconhecer o Messias, Filho de Deus, aquele
a quem o Pai o quiser revelar. A simples iniciativa ou a curiosidade humana são
insuficientes.
Reflexão Apostólica:
Ainda recordo de
uma homilia onde o celebrante disse: “(…)
quando conhecemos a Deus, Seu amor, caem às escamas dos nossos olhos”.
Se observarmos bem o que esse frei diz notaremos que conhecer o amor de Deus
denota uma inevitável mudança de comportamento pessoal e individual; e para que
ela ocorra pouco interessa quem sabe muito ou pouco, quem fez faculdade ou
aquele que nem estudos têm. Mas por que aqueles que sabem muito são os que mais
fogem da mudança?
“(…) Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te
agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste
dos sábios e dos instruídos. Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso”.
Mas por onde começar?
1) EVITEMOS
PERPETUAR OS PENSAMENTOS PESSIMISTAS SOBRE A VIDA
Ter pensamentos
pesados ou pessimistas sobre a vida nos encarcera, nos prendem, (…); eles
fecham nossos olhos a grandeza e a beleza construída por Deus e nos dão a
sensação de impotência sobre mudar o hoje pensando no amanhã.
Todos sabem que um
dia tudo isso que conhecemos poderá vir a terminar, mas por que causar pânico,
temor, medo nas pessoas, sabendo que muita delas não tem nem mais motivos para
viver? Por que não nos empenhar em levar a boa mensagem do evangelho de
domingo?
2) ENCONTRAR
MOTIVOS PARA VIVER ESSE DIA…
Algo me fez
lembrar Jonas, o personagem bíblico, que insatisfeito pela não destruição da
cidade de Nínive (Jonas 4), sentou emburrado embaixo de uma mamoneira.
Essa analogia
serve para todos nós quando desistimos do mundo ou quando passamos a agourá-lo,
quando nos fazermos de coitado para chamar atenção dos outros e hoje de forma
especial quando me revisto de vaidades, arrogância e prepotência, pensando eu
ser sabedoria, e na verdade são coisas que evitam que eu cresça como pessoa.
3) BUSCAR A DEUS
DE TODO CORAÇÃO E COM TODA NOSSA FORÇA
Todo cristão tem
uma missão, seja ele evangélico ou católico, de procurar a Deus com todo
coração, com toda sua alma e com toda a força, mas não se ajunta folhas secas
assoprando o monte, ou seja, não será fácil juntar em meio a um vendaval
pessoal, em meio a tormentas, por isso é crucial que tenhamos empenho também em
resolver o que nos aflige por dentro.
4) SER HUMILDE AS CORREÇÕES
E ACEITAR AS MUDANÇAS.
Não sei bem se o
que temos nos fará chegar ao céu, ou seja, o estudo não nos credencia a sermos
mais importantes e sim mais habilidosos em um determinado assunto.
Ter faculdades e
conhecimento do mundo de nada valem se não estivermos dispostos a dar, nos
empenhar, conduzir e a sermos corrigidos…
Também não posso
me valer desse evangelho para justificar parar de estudar, pois o estudo nos
oferece mais recursos ao trabalho da messe. Fugir da capacitação é como
insistir em lavrar a terra com um boi enquanto outros usam tratores.
Estamos no
advento, peçamos perdão
pelas vezes que me esqueci de ter um coração aberto ao amor; por ter nos achado
acima de tudo; por ter mais afastado do que ajuntado; por meu orgulho ter
soprado mais forte que minha humildade.
Reflitamos: “Preciso
impregnar o mundo com Cristo, a começar em mim!”
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