24 de junho - Nem a altura do cargo, nem a grandeza e a nobreza das pessoas, nem mesmo os honrados cabelos brancos deverão nos impor silêncio quando se trata de defender Quem para nós é mais que pai, mãe, irmão, irmã, rei ou príncipe: o próprio Deus, nosso primeiro e único amor, nosso Criador, Redentor e Senhor, o único ao qual queremos servir. (S 234). São Jose Marello
Lucas 1,57-66.80 A Igreja celebra o nascimento de João
"Quando se completou o tempo da gravidez, Isabel deu à luz um filho. Os vizinhos e os parentes ouviram quanta misericórdia o Senhor lhe tinha demonstrado, e alegravam-se com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse: "Não. Ele vai se chamar João". Disseram-lhe: "Ninguém entre os teus parentes é chamado com este nome!" Por meio de sinais, então, perguntaram ao pai como ele queria que o menino e chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: "João é o seu nome!" E todos ficaram admirados. No mesmo instante, sua boca se abriu, a língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos se encheram de temor, e a notícia se espalhou por toda a região montanhosa da Judéia. Todos os que ouviram a notícia ficavam pensando: "Que vai ser este menino?" De fato, a mão do Senhor estava com ele. O menino crescia e seu espírito se fortalecia. Ele vivia nos desertos, até o dia de se apresentar publicamente diante de Israel."
Meditação:
A
Igreja celebra o nascimento de João como acontecimento sagrado: não há nenhum,
entre os nossos antepassados, cujo nascimento seja celebrado solenemente.
Celebramos
o de João, celebramos também o de Cristo: isto tem, sem dúvida, uma explicação.
E se não a damos tão perfeita como exige a importância desta solenidade,
meditemos ao menos nela, mais frutuosa e profundamente.
João
nasce de uma anciã estéril; Cristo nasce de uma jovem virgem. O futuro pai de
João não acredita que este possa nascer e é castigado com a mudez; Maria
acredita, e Cristo é concebido pela fé. Eis o assunto, que quisemos investigar
e prometemos tratar.
Se
não formos capazes de perscrutar toda a profundeza de tão grande mistério, por
falta de capacidade ou de tempo, melhor vo-lo ensinará aquele que fala dentro
de vós, mesmo estando nós ausentes, Aquele em quem pensais com amor filial, que
recebestes no vosso coração e de quem vos tornastes templos.
João
apareceu como o ponto de encontro entre os dois testamentos, o Antigo e o Novo.
O próprio Senhor a testemunha quando diz: A Lei e os Profetas até João Batista.
João
representa o Antigo e anuncia o Novo. Porque representa o Antigo, nasce de pais
velhos; porque anuncia o Novo, é declarado profeta quando está ainda nas
entranhas de sua mãe.
Na
verdade, ainda antes de nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada
de Santa Maria. Já então ficava assinalada a sua missão, ainda antes de nascer;
revelava-se de quem era o precursor, ainda antes de O ver.
São
realidades divinas que excedem a limitação humana. Por fim, nasce; é-lhe dado o
nome e se solta a língua do pai. Reparemos no simbolismo que estes fatos
representam.
Zacarias
cala-se e perde a fala até ao nascimento de João, o precursor do Senhor; e
então recupera a fala. Que significa o silêncio de Zacarias senão que antes da
pregação de Cristo o sentido das profecias estava, em certo modo, latente,
oculto e fechado? Mas tudo se abre e faz claro com a vinda d’Aquele a quem elas
se referiam.
O
fato de Zacarias recuperar a fala ao nascer João tem o mesmo significado que o
rasgar-se do véu no templo, ao morrer Cristo na cruz.
Se
João se anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Se solta a língua
porque nasce aquele que é a voz. Com efeito, quando João já anunciava o Senhor,
perguntaram-lhe: Quem és tu? E ele respondeu: Eu sou a voz de quem clama no
deserto.
João
é uma voz que grita no deserto, e nascido de mulher é o maior dentre todos nós,
porque sua missão é a de anunciar a salvação.
João
é a voz; mas o Senhor, no princípio era a Palavra. João é a voz passageira;
Cristo é, desde o princípio, a Palavra eterna.
Precisamos despertar este “João” em
nós (cuja tradução do nome é a Graça de Deus, o presente do céu) para que
saibamos estar prontos para as riquezas e bênçãos que nos vem do alto: devemos
sempre nos orientar para lá!
Até
que ponto a Igreja vai permitir a utilização do nome desse santo homem para
rotular uma festa que não tem mais nada a ver com ele, e que chega a ser até
uma falta de respeito pela sua memória?
Que
ao menos nós, cristãos conscientes, saibamos dar o devido valor ao anunciador
de Jesus, nosso querido João Batista, e comemoremos com a nossa família e
amigos, relembrando a mensagem trazida por ele: “Fazei penitência, porque está próximo o Reino dos Céus.”
(Mt 3,2).
Reflexão
Apostólica:
Sempre
há uma preparação para a revelação boa das coisas de Deus, mesmo quando há uma
aparente mudança na ordem das coisas (João nasce de uma mulher velha, já
sofrida com o estigma da infertilidade: que era grande chaga para a mulher de
sua época!).
Deus tem seus mistérios e – como em João – nos traz
preparações boas que devemos ouvir, bons conselhos, exemplos e até
acontecimentos extraordinários.
Esta narrativa pode ter
sua origem dentre os discípulos de João Batista, onde circulava após sua morte.
No Segundo Testamento, depois do nome de Pedro, o nome de João Batista é o mais
citado, ultrapassando muito as demais ocorrências dos nomes dos próprios
apóstolos.
João Batista nasceu por providência de Deus, fora dos parâmetros normais. Ele
foi predestinado por Deus desde a sua concepção e fatos extraordinários
aconteceram com seus pais, que já idosos experimentaram a manifestação do poder
do alto. Até o seu nome foi causa de admiração.
Conforme fora
prometido a Zacarias, quando se completou o tempo da gravidez, Isabel deu à luz
um filho, na sua velhice.
A
criança havia recebido o Espírito Santo ainda no ventre de sua mãe. As pessoas
se surpreendiam com a misericórdia de Deus para com aquele casal e a
expectativa era grande até mesmo em relação ao nome que eles poriam na criança.
Todos estavam alegres,
Zacarias, seu pai, agora já podendo falar, louvava ao Senhor pelo grande feito.
Porém ninguém imaginava que as profecias se realizariam através daquela criança
que viera ao mundo preparar o caminho do Salvador. Plano de Deus! Deus pensa em
tudo para nós. Até o nosso nome é sugerido por Deus para designar a nossa
missão.
Deus
tem um plano também para você: no dia em que você nasceu todos ficaram alegres
pela sua chegada, mas somente o Senhor sabia realmente qual seria a sua missão
aqui na terra.
Com
certeza você também é alguém como João Batista muito importante para o reino de
Deus!
Você
já pensou nisso? – Pergunte ao Senhor qual é a sua parte no plano
Dele. Será que você já está vivendo dentro deste plano? Você tem paz
e serenidade em relação a quem você é e faz? Você tem dúvidas?
Converse com Deus
sobre isto!
Propósito:
Pai, toma-me sob a tua proteção e robustece-me com o teu
Espírito, de modo que eu possa cumprir, com coragem e fidelidade, as tarefas do
Reino que me são confiadas.
De
modo geral, estamos neste mundo para glorificar a Deus e fazer a sua vontade.
Porém, para cada um de nós, Ele tem um propósito especial. Essa é a razão da
nossa existência. É a missão, o objetivo ou plano da nossa vida. “Senhor, eu
sei que tens um propósito para minha vida, porque eu não sou fruto de um acaso.
Eu sei que o Senhor pensou em mim, mesmo antes do meu nascimento, como diz Sua
Palavra. Por isso, peço: coloca o meu coração em sintonia com Teu coração e
ajuda-me a ouvir o Teu chamado. Se minhas expectativas e planos não estão
alinhados com os Teus propósitos, eu quero submetê-los a Tua autoridade; e
comprometo-me a andar contigo. Quero que a Tua vontade se cumpra em mim e
desejo que, com a minha vida, eu possa glorificar o Teu santo nome. Amém”.
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